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Revista Brasileira de Orientação Profissional

versión On-line ISSN 1984-7270

Rev. bras. orientac. prof vol.12 no.2 São Paulo dic. 2011

 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

A eficácia de uma intervenção de carreira para a exploração vocacional

 

Effectiveness of a career intervention program for career exploration

 

La eficacia de una intervención de carrera para la exploración vocacional

 

 

Vitor GamboaI, 1 ; Maria Paula PaixãoII; Saúl Neves de JesusIII

IUniversidade do Algarve, Faro,Portugal
IIUniversidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
IIIUniversidade do Algarve, Faro, Portugal

 

 


RESUMO

A exploração vocacional pode constituir um importante facilitador da organização subjetiva da experiência de estágio e do consequente ajustamento e satisfação com esta atividade. Por esta razão, levamos a cabo uma intervenção vocacional, na modalidade programa, que teve como principal objetivo incrementar a atividade exploratória vocacional de um grupo de alunos estagiários do ensino secundário. Para avaliar o impacto do referido programa nas diferentes dimensões da exploração vocacional, recorreu-se a um desenho quasi-experimental, pré-teste/pós-teste, com grupos não equivalentes. Globalmente, os resultados parecem-nos relevantes, uma vez que a intervenção vocacional teve um impacto positivo e significativo nas duas principais dimensões da exploração vocacional: o self e o meio.

Palavras-chave: intervenção vocacional, exploração vocacional, estágios, ensino tecnológico


ABSTRACT

For students attending vocational education courses, career exploration might be considered an important facilitator of the subjective organization of their training experience. For this reason, we implemented a career intervention program, aiming at improving the vocational exploratory activities by a group of high school students. In order to evaluate the impact of that program on the different dimensions of career exploration, a study with a quasi-experimental (pre-test/post-test) design was conducted, with non equivalent groups. Overall, the results seem relevant, since the career intervention had a positive and significant impact relating the two major dimensions of career exploration: environment exploration and self exploration.

Keywords: career intervention, career exploration, training, technological courses


RESUMEN

La investigación vocacional puede constituir un importante facilitador de la organización subjetiva de la experiencia de la práctica y del consecuente ajuste y satisfacción con esta actividad. Por esta razón llevamos a cabo una intervención vocacional, en la modalidad programa, cuyo principal objetivo fue incrementar la actividad exploratoria vocacional de un grupo de alumnos practicantes de enseñanza secundaria. Para evaluar el impacto de dicho programa en las diferentes dimensiones de la exploración vocacional se recurrió a un diseño casi experimental, pre-test/pos-test, con grupos no equivalentes. Globalmente, los resultados nos parecen relevantes porque la intervención vocacional tuvo un impacto positivo y significativo en las dos principales dimensiones de la exploración vocacional: el self y el medio.

Palabras clave: intervención vocacional, exploración vocacional, prácticas, enseñanza tecnológica.


 

 

Em Portugal, a análise dos textos legislativos e dos documentos orientadores da atual Revisão do Ensino Secundário (10º, 11º e 12º anos de escolaridade) permite constatar que a intervenção vocacional surge para este nível de ensino, médio no Brasil, como um contributo essencial no esforço de qualificação dos alunos, devendo, para tal, acompanhá-los ao longo de todo o percurso escolar, sobretudo nas decisões associadas à elaboração do projeto de vida. Neste âmbito, caberá aos psicólogos dos Serviços de Psicologia e Orientação (SPO's), em colaboração com os professores e outros agentes educativos, a dinamização de diversas modalidades de intervenção vocacional, desde a consulta psicológica individual aos programas de orientação, passando pelas atividades de informação e de aproximação ao contexto de trabalho.

Todavia, após consulta de várias revistas de referência, constatámos que, no contexto português, são escassos os trabalhos de investigação ou de avaliação da intervenção de carreira, em contexto escolar, sendo exceção algumas publicações do Núcleo de Orientação Escolar e Profissional, da Universidade de Coimbra, nomeadamente um estudo publicado em 2001 (Leitão, Paixão, Silva, & Miguel, 2001), no qual se identificou a tipologia das intervenções promovidas por cada um dos modelos de organização dos SPO´s.

Mais recentemente, Faria (2008), Faria e Taveira (2006) e Quirino (2009), levaram a cabo estudos com desenhos quasi-experimentais, nos quais procuraram medir a eficácia da intervenção vocacional. Nos primeiros dois casos, as autoras avaliaram o impacto de um programa de consulta psicológica grupal (Futuro Bué!) nos processos de exploração e de tomada de decisão de jovens do 9.º ano de escolaridade, enquanto o estudo de Quirino esclarece o efeito da técnica de job-shadowing em algumas dimensões do desenvolvimento vocacional de alunos do 12.º ano de escolaridade.

No plano internacional, por seu turno, as revisões quantitativas (meta-análises), publicadas a partir dos anos 80, têm vindo a mostrar claramente que, em termos globais, a intervenção de carreira é eficaz (Brown & Ryan-Krane, 2000; Whiston & Buck, 2008; Whiston, Sexton, & Lasoff, 1998; Whiston, Tai, Rahardja, & Eder, 2011), sugerindo que o psicólogo vocacional pode ter alguma confiança no alcance da maioria das suas intervenções (Whiston & Sexton, 1998). Também a este nível, e apesar dos resultados algo animadores, a avaliação da intervenção de carreira não tem sido uma prática muito frequente (Baker & Taylor, 1998).

Não obstante, nos dias de hoje, demonstrar a eficácia das intervenções vocacionais parece ser de primeira importância, quer para os que estão diretamente envolvidos - alunos, famílias, psicólogos e outros parceiros da comunidade educativa; quer para aqueles que têm responsabilidades políticas e administrativas nas áreas da educação, do emprego e da formação (Gysbers, 2004; Kidd, 2006; Maguire, 2004; Whiston & Brecheisen, 2002; Whiston, Brecheisen, & Stephens, 2003; Whiston & Buck, 2008; Whiston et al., 2011). Para Whiston e Sexton (1998), esta importância deve traduzir-se num investimento permanente, e mais generalizado, em práticas de avaliação que garantam que os alunos beneficiam de intervenções de qualidade e que os psicólogos utilizam critérios de eficiência e de eficácia no desenho e implementação das mesmas. Por conseguinte, no quadro das preocupações anteriormente avançadas, levámos a cabo um estudo que teve como principal objetivo avaliar o impacto de uma intervenção de carreira, de preparação e acompanhamento do processo de estágio dos alunos dos cursos tecnológicos do ensino secundário (10º, 11º, 12º anos de escolaridade), ao nível da exploração vocacional.

Neste contexto, a opção por um programa de orientação justifica-se, entre outras razões, pelo facto de se tratar da modalidade de intervenção vocacional que, do nosso ponto de vista, melhor se oferece para a convergência dos contributos dos diferentes protagonistas do processo educativo: alunos, pais, professores, agentes económicos e psicólogos (Gysbers & Henderson, 2000; Watts, 2005). Para além deste aspeto, no que diz respeito à eficácia desta modalidade de intervenção, os estudos de meta-análise apontam os seus efeitos positivos, ainda que por vezes moderados, no desenvolvimento de carreira dos participantes (Baker & Taylor, 1998; Brown & Ryan-Krane, 2000; Whiston et al., 1998, 2003).

O presente estudo está organizado em duas partes distintas. Uma primeira, onde se apresentam as opções tomadas na construção do programa e são descritos os seus principais componentes, a saber: racional teórico, objetivos e elementos processuais (e.g., sessões no grupo turma), e uma segunda parte, onde, para além do desenho do estudo e da caracterização dos participantes, são apresentados os principais resultados e discutidos os efeitos da intervenção.

 

Âmbito e racional do programa

O mundo do trabalho continua a mudar de modo assinalável em resultado da globalização e dos constantes avanços tecnológicos a que temos assistido nas duas últimas décadas. Consequentemente, os processos de transição da escola para o mundo do trabalho tornaram-se cada vez mais difíceis e menos previsíveis (Shanahan, Mortimer, & Kruger, 2002), sobretudo para os indivíduos menos qualificados (Gangl, 2002), exigindo aos jovens um novo e alargado leque de competências (Blustein, Kenna, Gill, & DeVoy, 2008). É neste âmbito que a atividade exploratória ensaiada no decorrer do período de estágio pode abrir um importante espaço para a redefinição dos objetivos estratégicos da ação vocacional dos estudantes (Greenhaus, Callanan, & Godshalk, 2000), justificando, a exemplo do que acontece com outras transições previstas no nosso sistema educativo, uma intervenção vocacional sistemática de apoio à implementação da decisão vocacional, destinada a todos os alunos das vias profissionalizantes.

Este programa, que se inspira nos contributos dos vários modelos teóricos da Psicologia Vocacional, assume, em termos conceptuais, que a exploração é um processo psicológico complexo, multidimensional, e com um papel central no desenvolvimento vocacional (Jordaan, 1963; Super, Savickas, & Super, 1996; Taveira, 2001), nomeadamente, naqueles períodos de transição em que os indivíduos se veem confrontados com o desempenho de novos papéis e com a necessidade de se ajustarem a novos contextos (Blustein, 1997; Jordaan, 1963; Kalakoski & Nurmi, 1998; Savickas, 2005; Taveira, 2001). De facto, a exploração vocacional, enquanto processo base de pesquisa e organização da informação relativa ao self e ao meio (Flum & Blustein, 2000; Jordaan, 1963; Taveira, 2001), pode constituir-se num importante facilitador da organização subjetiva da experiência de estágio e do consequente ajustamento e satisfação com esta atividade. Pela via da exploração, os alunos são capazes de antecipar de forma mais realista as oportunidades e os constrangimentos do contexto de estágio e, por essa razão, ajustar as expectativas e mobilizar as competências entendidas como necessárias para uma resolução satisfatória desta nova etapa do seu percurso escolar.

Por conseguinte, e tomando em consideração as evidências encontradas na literatura, a exploração vocacional emerge como o principal organizador da intervenção apresentada neste estudo, remetendo, quer para a definição dos seus objetivos, quer para a estruturação das atividades que são propostas.

 

Objetivos da intervenção

1. Promover a exploração dos contextos de estágio de forma organizada/estruturada.

2. Aumentar a consciência acerca dos aspetos implicados no processo de transição escola - contexto de estágio.

3. Garantir uma reflexão estruturada e partilhada acerca das expectativas e das vivências relativas à experiência de estágio.

4. Ajudar a integrar a experiência de estágio no projeto de vida / carreira, planificando as trajetórias pós-estágio.

 

Estrutura e componentes processuais da intervenção

A organização dos principais componentes do programa segue, no essencial, as sugestões delineadas por Gysbers e Henderson (2000), num artigo de referência intitulado - Comprehensive guidance and counseling programs: A rich history and a bright future; e integra alguns dos elementos que os estudos de meta-análise revelaram ter um impacto evidente na intervenção vocacional (Brown & Ryan-Krane, 2000). Neste sentido, todo o programa que aqui se apresenta, de forma necessariamente abreviada, integrou, para além das sessões abaixo apresentadas, um conjunto de materiais escritos de suporte às atividades (grelhas de registo, fichas orientadoras da reflexão, material informativo), sessões de acompanhamento individual (presencial e por correio eletrónico), e procedimentos de interpretação conjunta dos instrumentos de avaliação psicológica.

No total, o programa contou com seis sessões dirigidas ao grupo turma, com a duração de 90 minutos cada. As primeiras quatro sessões tiveram uma periodicidade quinzenal e ocorreram no primeiro período do ano letivo (outubro, novembro e dezembro de 2007). Em simultâneo com o período de estágio (janeiro a março de 2008), tiveram lugar as restantes sessões, uma a meio e outra no final do mesmo. No que se refere ao modo de organização, cada sessão de grupo foi estruturada segundo um plano individual que continha: tema, objetivos específicos, estratégias, recursos e avaliação.

A primeira das seis sessões teve como tema - o estágio: conceito, finalidades, expectativas e utilidade; e esteve organizada em duas partes: a primeira que trabalhou o funcionamento do grupo, com uma apresentação na qual cada um dos participantes explicitou as suas expectativas relativamente ao programa; e, uma segunda parte, onde se apresentou o conceito de estágio e se confrontou o mesmo com as representações que cada aluno tinha construído em torno desta atividade curricular. A sessão número dois retomou a reflexão iniciada na sessão anterior, solicitando a cada participante um balanço da sua atividade exploratória relativa ao último trimestre, no qual deveriam ser explicitadas as razões que a sustentaram, os principais obstáculos encontrados, as ajudas recebidas e o nível de satisfação com os resultados obtidos. Num segundo momento, foi trabalhado o tema central da sessão - o estágio do João, através da leitura e discussão de uma síntese de um relatório de estágio de um ex-aluno do ensino Tecnológico. Na sessão três, o principal objetivo foi estabelecer uma relação entre o aprendido na escola (plano curricular) e o solicitado no mundo do trabalho (referencial emprego e profissão). No que se refere à quarta sessão, esta centrou-se nos recursos e fontes para a exploração e tomada de decisão. A meio do período de estágio, teve lugar a sessão número cinco, cujo objetivo principal, na linha das sugestões de autores como Miller (1991) e Petherbridge (1996), foi a partilha das experiências relativas à primeira parte do estágio. Na última sessão, a única que ocorreu já depois do estágio, deu-se continuidade a este trabalho, procurando relacionar esta atividade com o futuro escolar e profissional de cada aluno.

 

Método

Participantes

Participaram neste estudo 73 alunos que, no ano letivo 2007-2008, se encontravam a frequentar o 12.º ano de escolaridade de um curso Tecnológico. Trata-se de um estudo com um desenho quasi-experimental com grupos não equivalentes, no qual os participantes foram organizados em grupo experimental (n = 38; 52.1%) e grupo de controlo (n = 35; 47.9%). O grupo experimental é constituído por 18 rapazes e 20 raparigas, pertencentes aos cursos tecnológicos de Ação Social (n = 23) e de Desporto (n = 15), situando-se a sua média de idades nos 17.95 anos (DP = 1.089 anos; amplitude 16-20). No que diz respeito ao grupo de controlo, este integra 19 rapazes e 16 raparigas, estudantes dos cursos tecnológicos de Eletrotecnia/Eletrônica (n = 9), de Informática (n = 13) e de Multimídia (n = 13), sendo a sua média de idades de 17.83 anos (DP =. 891 anos; amplitude 17-20).

Desenho da investigação

Quando estamos a realizar estudos no âmbito do desenvolvimento vocacional de crianças e adolescentes, a avaliação das intervenções de carreira deve reger-se por estudos quasi-experimentais, ou experimentais, com recurso a um grupo de controlo (Kidd, 2006; Maguire, 2004; Whiston & Sexton, 1998), uma vez que a dimensão temporal é essencial no desenvolvimento e na avaliação da maioria dos processos que se estão a estudar. No estudo que aqui se apresenta, para testar o impacto da intervenção vocacional no processo de exploração vocacional de um grupo de estudantes do 12.º ano do ensino Tecnológico, recorreu-se a um desenho quasi-experimental, pré-teste/pós-teste, com grupos não equivalentes, por se tratar do formato que mais se aproxima das situações naturais da vida escolar, pois não implica alterações na constituição das turmas a integrar no estudo. Esta opção, no que se refere à organização dos grupos experimental e de controlo, não sendo tão robusta quanto a amostragem aleatória, surge, quase sempre, como a solução a empreender nas investigações que se desenvolvem em contexto educativo (Cohen, Manion, & Morrison, 2000).

Procedimentos

A autorização para levar a cabo este estudo foi concedida pelo Conselho Executivo da escola, depois de ouvidos os professores coordenadores, os alunos e, no caso dos menores de idade, os respetivos encarregados de educação. A recolha de dados ocorreu em duas fases com um intervalo de seis meses. No início do ano letivo, em outubro de 2007 (pré-teste) e, num segundo momento (pós-teste), em maio de 2008. Os instrumentos foram aplicados pelo autor do estudo, em contexto de sala de aula, tendo este recorrido a instruções padronizadas para todos os participantes, lidas em voz alta, de modo a acautelar a igualdade de tratamento. Para garantir a confidencialidade dos dados, o emparelhamento dos questionários fez-se com recurso a um código alfanumérico.

Instrumentos

1. Questionário de dados sócio-demográficos - com este questionário procurou-se caracterizar os participantes nos seguintes aspetos: curso, sexo, idade, habilitações literárias e profissão dos progenitores e trajetória escolar anterior.

2. Career Exploration Survey (CES - Stumpf, Colarelli, & Hartman, 1983; adapt. Taveira, 1997) - Trata-se de uma versão portuguesa da Career Exploration Survey (Stumpf et al., 1983). Esta escala permite a avaliação do construto da exploração vocacional nos seus três componentes principais: as crenças de exploração, os comportamentos de exploração e as reações de exploração vocacional (Taveira, 1997, 2001). No presente estudo foram usadas as 12 medidas da escala, a saber: (a) Estatuto do emprego (E.E) (α = 0.84); (b) Certeza nos resultados da exploração (C.R.) (α = 0.89); (c) Instrumentalidade externa (I.E.) (α = 0.85); (d) Instrumentalidade interna (I.I.) (α = 0.73); (e) Importância da posição preferida (I.P.P) (α = 0.68); (f) Exploração de si (E.S.), (α = 0.70); (g) Exploração do meio (E.M.) (α = 0.76); (h) Exploração intencional e sistemática (E.I.S.) (α = 0.62); (i) Quantidade de informação obtida (Q.I.) (α = 0.68); (j) Satisfação com a informação (S.I.) (α = 0.81); (k) Stresse na exploração (S.E.) (α = 0.78); e (l) Stresse na tomada de decisão (S.D.) (α = 0.91).

Hipótese

Tendo em consideração a expectativa teórica e as evidências de vários estudos empíricos consultados no campo da exploração vocacional, a hipótese esboçada para este estudo apresenta a seguinte formulação: H1 - após a intervenção vocacional de preparação e acompanhamento do processo de estágio, os alunos do grupo experimental irão apresentar uma melhoria nas atitudes e comportamentos da exploração vocacional, nomeadamente, ao nível do processo de exploração, que inclui as dimensões exploração do meio, exploração de si próprio, exploração sistemática e quantidade de informação.

 

Resultados

A apresentação dos resultados está organizada em três fases. Na primeira são explicitados os procedimentos que procuraram verificar se o grupo de comparação pode ser usado na qualidade de grupo de controlo. Na segunda, designada de resultados principais, são apresentados os valores médios e os desvios-padrão para cada uma das subescalas em função do grupo (experimental/controlo) e do momento (pré/pós-teste). Por fim, na terceira fase, procura-se esclarecer os efeitos da intervenção em cada uma das dimensões da exploração vocacional consideradas.

Análises preliminares

Uma vez que estamos a trabalhar com turmas intactas, num primeiro momento importa garantir que podemos usar o grupo de comparação na qualidade de grupo de controlo. Para tal, foram efetuadas análises de variância (testes t para amostras independentes) em cada uma das dimensões da exploração vocacional. Além disso, tal como sugere Maroco (2003), os grupos foram comparados no que diz respeito às fontes já conhecidas de variabilidade que, neste caso, foram as variáveis idade e sexo (Kracke & Schmitt-Rodermund, 2001; Taveira, 1997; Vignoli, Croity-Belz, Chapeland, Fillipis, & Garcia, 2005). Por último, foram também analisadas as intercorrelações (pré-teste/pós-teste) nas medidas estudadas com o objetivo de se conhecer, para o intervalo temporal de seis meses, a amplitude e o nível de significância das mesmas.

Este conjunto de procedimentos preliminares de análise são apontados como necessários para salvaguardar a validade interna do estudo (Almeida & Freire, 2003), ou seja, para garantir que as diferenças que surjam no final da intervenção se devem ao tratamento e não às características dos grupos (independência dos resultados em relação aos sujeitos tomados).

Os resultados dos testes t para amostras independentes revelaram que no pré-teste não existem diferenças com significado estatístico entre os dois grupos no que diz respeito às medidas da exploração vocacional, com exceção para a medida exploração sistemática e intencional (t = -2.938; p = 0.004) na qual o grupo de controlo apresenta um valor médio mais elevado. Globalmente, o grupo de controlo apresenta valores médios mais elevados em todas as dimensões analisadas, não se observando esta vantagem nas medidas: Importância da posição preferida (Mdiferença = 0.159, p = 0.777), Stresse na exploração (Mdiferença = 1.145 , p = 0.296) e Stresse na tomada de decisão (Mdiferença = 2.038 , p = 0.305).

A associação das variáveis sexo e grupo (controlo versus experimental) não se revelou estatisticamente significativa (Χ2 = 0.349; g.l. = 1; p = 0.600). Além deste aspeto, também se observa que a associação das variáveis nível sócio-económico (NSE) e grupo não é estatisticamente significativa (Χ2 = 2.225; g.l. = 2; p = 0.329). No que diz respeito à idade, verifica-se que os alunos do grupo experimental são mais velhos que os colegas do grupo de controlo, mas que essa diferença não atingiu a significância estatística (t = 0.508; g.l. = 71; p = 0.613).

Na Tabela 1, a análise da matriz das correlações relativas às variáveis da exploração vocacional permite constatar que, entre momentos (pré/pós-teste), os valores com significado estatístico oscilaram entre 0.24, na Instrumentalidade Interna e 0.50, no Estatuto do Emprego. A única correlação que não se revelou estatisticamente significativa ocorreu na dimensão Satisfação com a Informação. No primeiro momento (pré-teste), os valores das correlações oscilaram entre 0.63 (Exploração do Meio e Exploração Sistemática) e -0.23 (Stress na Decisão e Certeza nos Resultados da Exploração), enquanto no segundo momento (pós-teste), os valores encontrados variaram entre 0.68 (Stress na Exploração e Stress na Decisão) e 0.24 (Exploração do Meio e Instrumentalidade Interna).

Em síntese, no intervalo de tempo compreendido entre as duas aplicações, a atividade exploratória dos participantes correlaciona entre 0.24 e 0.50, indicando uma baixa/moderada estabilidade. Para as diferentes medidas da exploração vocacional, as análises revelaram que não existem diferenças estatisticamente significativas entre os participantes do grupo de controlo e os do grupo experimental. A exceção a este resultado encontra-se na medida da exploração sistemática e intencional. Nas variáveis sócio-demográficas, que a literatura da exploração vocacional aponta como preditoras da atividade exploratória (sexo, idade e nível sócio-económico) (Creed, Fallon, & Hood, 2009; Kracke & Schmitt-Rodermund, 2001; Rogers, Creed, & Glendon, 2008), também não se encontraram relações com significado estatístico. Assim, tomando este conjunto de resultados, parece-nos então válido considerar o uso do grupo de comparação na qualidade de grupo de controlo.

Resultados principais

A Tabela 2 reporta os valores das médias e os desvios-padrão, das doze medidas da exploração vocacional, encontrados para cada um dos grupos, em ambos os momentos (pré/pós-teste), teste t de student para amostras emparelhadas e análises de variância (ANOVAS) com medições repetidas. No primeiro momento (pré-teste), o grupo experimental apresenta valores médios acima do ponto intermédio da escala de resposta na Instrumentalidade interna, na Instrumentalidade externa e na Importância da posição preferida, da dimensão crenças de exploração; e no Stresse com a tomada de decisão, da dimensão reações de exploração. Estes resultados, aparentemente favoráveis ao envolvimento na atividade exploratória, não se refletem nas medidas do processo de exploração, uma vez que os valores médios encontrados se situam abaixo do ponto intermédio da escala de resposta. Nesta dimensão, os participantes do grupo experimental consideram que têm bastante informação sobre as profissões, apesar de terem investido poucas vezes, quer na exploração do meio, quer na exploração de si próprios. Acresce ainda que o investimento na exploração tem sido realizado com pouca intencionalidade e de modo pouco sistemático. Simultaneamente, este grupo revela-se pouco satisfeito com a informação recolhida e já apresenta níveis consideráveis de ansiedade perante a exploração e a tomada de decisão.

Pela leitura da Tabela 2, também podemos apurar que, no primeiro momento, o grupo de controlo apresenta valores médios mais elevados que o grupo experimental em todas as medidas, com exceção para as subescalas Importância da posição preferida, Stresse na exploração e Stresse na decisão. Globalmente, verifica-se um envolvimento superior ao grupo experimental nas medidas das crenças e do processo de exploração vocacional, maior satisfação com a informação obtida e menor stresse com a exploração e tomada de decisão.

Os resultados dos testes t para amostras emparelhadas evidenciam diferenças quando se comparam os resultados médios do primeiro com o segundo momento. Assim, no grupo experimental, entre o pré-teste e o pós-teste, ocorreu uma variação, no sentido dos ganhos, em todas as medidas da exploração vocacional, menos nas subescalas Instrumentalidade interna, Instrumentalidade externa e Importância da posição preferida, da dimensão crenças de exploração. Das diferenças assinaladas, apenas quatro são estatisticamente significativas, a saber: Certeza nos resultados da exploração (t = -2.662; p = 0.011), Exploração do meio (t = -4.228; p < 0.000), Exploração de si próprio (t = -4.782; p < 0.000) e Exploração sistemática (t = -3.994; p < 0.000). Quando nos reportamos ao grupo de controlo, observam-se ganhos em seis das doze dimensões em estudo: no Estatuto do emprego, Certeza nos resultados da exploração, Exploração de si próprio, Exploração sistemática, Stresse na exploração e na tomada de decisão. Nas restantes medidas, os valores médios baixaram do primeiro para o segundo momento, o que significa que ocorreu uma redução da atividade exploratória no período considerado. Para o grupo de controlo, a única variação significativa do ponto de vista estatístico foi observada na medida Importância da posição preferida (t = 2.275; p = 0.029), refletindo uma variação no sentido da diminuição da importância de se atingirem determinados objetivos vocacionais.

Efeitos da intervenção

Para analisar os efeitos da intervenção foram desenvolvidas análises de variância (ANOVAS) com medições repetidas. No fator de medições repetidas (Within-Subject Fator) entraram sucessivamente as doze medidas da exploração vocacional, com dois níveis (pré e pós-teste), enquanto no fator independente (Between-Subject Fator), entrou a variável grupo (experimental versus controlo). Os resultados sugerem interações (momento x grupo) nas dimensões Exploração do meio (F(1,71) = 8.968; p = 0.004; Η2 = 0.112) e Exploração de si próprio (F(1,71) = 7.494; p = 0.008; Η2 = 0.095). Na Exploração do meio, a média (pós-teste) do grupo experimental foi de 12.66 (DP = 2.96), enquanto o valor do grupo de controlo foi de 11.60 (DP = 3.66). No que diz respeito à Exploração de si próprio, a média do grupo experimental (M = 16.24; DP = 3.65) também foi superior ao valor apresentado pelo grupo de controlo (M = 15.23; DP = 3.38). Neste sentido, podemos afirmar que existe evidência de que o grupo experimental beneficiou da intervenção vocacional nestas duas dimensões do processo de exploração vocacional. A magnitude do efeito, calculada pelo partial eta-squared (Η2), foi de cerca de 0.11, na dimensão Exploração do meio, e de 0.10, na dimensão Exploração de si próprio. A observação das Figuras 1 e 2 oferece uma leitura mais clara do sentido da evolução dos resultados, do primeiro para o segundo momento, em cada um dos grupos.

 

 

 

 

Assim, na Figura 1, verifica-se que os dois segmentos de reta se apresentam quase perpendiculares um em relação ao outro, uma vez que o grupo experimental, que partiu de uma situação de desvantagem, apresentou ganhos muito pronunciados e estatisticamente significativos no sentido desejado, tendo por essa razão ultrapassado os valores médios do grupo de controlo, no segundo momento.

Tal como acontece na situação anterior, a análise da Figura 2, que diz respeito à medida exploração de si próprio, revela que o segmento de reta do grupo de controlo se mantém quase na horizontal, denunciando uma variação mínima na atividade exploratória, enquanto o grupo experimental desenha um segmento em ascendente, ilustrando uma variação positiva, no sentido desejado, e estatisticamente significativa.

 

Discussão

O objetivo principal deste estudo foi descrever uma intervenção vocacional de preparação e apoio ao processo de estágio e analisar o seu impacto na exploração vocacional dos participantes, designadamente nas dimensões: exploração de si próprio, exploração do meio, exploração sistemática e intencional e quantidade de informação. Os resultados das análises de variância (ANOVAS) sugerem ganhos significativos em duas das dimensões do processo de exploração vocacional, na exploração que se orientou para o meio e na exploração do self. Em cada uma destas dimensões foi encontrada uma interação com significado estatístico, que representa os ganhos do grupo experimental relativamente ao grupo de controlo e cuja magnitude se pode considerar média/alta (Sink & Stroh, 2006). No entanto, estes resultados apenas suportam parcialmente a hipótese formulada, uma vez que não se registaram interações estatisticamente significativas nas dimensões exploração sistemática e intencional e quantidade de informação, ainda que, nestas duas dimensões, o grupo experimental tenha apresentado variações, estatisticamente significativas, no sentido desejado.

Este conjunto de resultados vem, de certa forma, ao encontro da expectativa inicial relativa à eficácia da intervenção vocacional (Baker & Taylor, 1998; Brown & Ryan-Krane, 2000; Silva, 2004; Whiston et al., 1998; Whiston & Sexton, 1998), pois a magnitude do efeito encontrada situa-se dentro do expectável, nomeadamente quando comparada com os resultados de intervenções com formatos muito próximos daquele que aqui se apresenta, que na revisão de Whiston et al. (1998), por exemplo, se situam entre d = 0.22 (baixo), nos seminários de desenvolvimento de carreira e d = 0.57 (médio), na consulta psicológica vocacional de grupo.

Globalmente, estes resultados parecem-nos relevantes, na medida em que a intervenção vocacional levada a cabo junto dos alunos do grupo experimental teve um impacto positivo e significativo nas duas principais dimensões da exploração vocacional (a exploração de si próprio e a exploração do meio). Por outras palavras, os resultados deste estudo indicam que uma intervenção vocacional breve pode ser eficaz no incremento da atividade exploratória dos alunos envolvidos na realização de uma experiência de estágio. O facto de os maiores ganhos terem ocorrido na exploração do self e na exploração do meio está, de certa forma, de acordo com os objetivos e com as atividades desenvolvidas no programa. Efetivamente, no conjunto das seis sessões, o como explorar a informação (exploração sistemática-intencional) foi a estratégia com menor presença no leque das atividades desenvolvidas. Além disso, e atendendo a que a exploração do meio e a exploração do self são duas dimensões do mesmo processo (Jordaan, 1963; Taveira, 1997), que correlacionam positivamente (Bartley & Robitscheck, 2000; Taveira, 1997), não é de negligenciar um possível efeito recíproco entre a exploração do contexto de estágio (exploração do meio) e a análise das competências, dos interesses e dos valores (exploração do self) (Greenhaus et al., 2000).

 

Considerações finais

Numa época em que os recursos em educação são limitados, designadamente naqueles que são dedicados à intervenção psicológica nas escolas, é crucial, como sugerem Whiston e Buck (2008) e Whiston e Sexton (1998), que consigamos produzir documentação e estudos que apontem os efeitos positivos que a intervenção vocacional tem nos estudantes, nomeadamente, em tópicos ou questões que se revestem da maior importância para os seus percursos pessoais e profissionais. Para um grande número de estudantes, o estágio representa a sua primeira experiência de trabalho estruturada e supervisionada, pelo que a importância desta atividade reside no impacto que o desempenho de um novo papel (o de estagiário), num novo contexto de vida (instituição de acolhimento), possa vir a ter no seu desenvolvimento vocacional e pessoal (Herr, Cramer, & Niles, 2004; Watts, 1996).

Por conseguinte, e tendo por base os resultados encontrados neste estudo, defendemos que a atividade exploratória deve ser sistematicamente estimulada nos momentos de preparação, de realização e de reflexão / integração da experiência de estágio, uma vez que a exploração vocacional, porque aumenta a consciência de si e das exigências do meio, favorece o desenrolar de estratégias de ação adequadas, sobretudo, nos períodos de transição na carreira (Blustein, 1997; Jordaan, 1963; Kalakoski & Nurmi, 1998; Savickas, 2005; Taveira, 2001, 2005). Nesta linha de pensamento, a promoção da atividade exploratória, através da implementação de programas de orientação vocacional direcionados para os estagiários dos cursos Tecnológicos, pode ser uma das modalidades de apoio ao desenvolvimento vocacional dos alunos em contexto escolar, sobretudo ao nível da aprendizagem das competências necessárias ao sucesso nos principais momentos de transição ecológica (Krumboltz, 2002; Lent, 2004; Lent, Hackett, & Brown, 2004; Savickas, 2005).

No que se refere ao contexto português, desconhecemos a existência de estudos que se debrucem especificamente sobre a intervenção vocacional junto de alunos em situação de estágio, apesar da sua relevância estar evidenciada em diversos ensaios teóricos e sustentada por vários estudos empíricos (Brooks, Cornelius, Greenfield, & Robin, 1995; Lent et al., 2004).

O programa apresentado neste estudo surge-nos como uma primeira base de trabalho no desenho de uma intervenção vocacional de apoio e acompanhamento dos estágios, devendo por isso beneficiar de uma discussão mais alargada entre os diferentes agentes direta e indiretamente envolvidos na sua implementação.

Por último, são de assinalar as limitações do estudo apresentado, uma vez que as mesmas podem ter algumas implicações na leitura e interpretação dos resultados. Em primeiro lugar, não foi possível controlar a participação dos elementos do grupo de controlo em outras atividades de orientação escolar e profissional desenvolvidas na escola (e.g., consulta a material informativo). Por esta razão, acreditamos que os elementos do grupo de controlo possam ter beneficiado de apoio pontual ou pesquisado informação para responder às suas questões de natureza vocacional. Esta situação pode ter diminuído as diferenças esperadas entre os grupos de controlo e experimental nas medidas do processo de exploração vocacional. Em segundo lugar, faltou, efetivamente, uma distribuição aleatória dos participantes. O facto de o estudo se ter desenvolvido numa única escola secundária, impossibilitou a equivalência dos grupos no que se refere ao curso frequentado. Neste sentido, a validade interna dos futuros estudos pode ser melhorada se os grupos experimental e de controlo forem constituídos com alunos provenientes da mesma área de formação. Por último, convém salientar que este estudo considera apenas os ganhos mais imediatos da intervenção. Este facto também poderá constituir uma limitação porque, como se sabe, existe uma diferença entre aquilo que os indivíduos recebem da orientação vocacional e o que mais tarde poderão vir a fazer quando tomam decisões ao longo da sua carreira (Killeen, 1996). Nesta linha de pensamento, importa ainda sublinhar que, sendo a exploração vocacional um construto multidimensional, é de admitir que as dimensões das crenças de exploração, porque envolvem facetas mais atitudinais, necessitem de um registo temporal mais alargado, do que as dimensões processuais, para que se possa notar as eventuais mudanças ocorridas.

 

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Recebido: 06/04/2011
1ª Revisão: 09/07/2011
Aceite final: 03/08/2011

 

 

Sobre os autores
Vitor Gamboa é Professor Auxiliar na Universidade do Algarve, onde lecciona nas áreas da Psicologia Vocacional e do Aconselhamento de Carreira. É membro do Instituto de Psicologia Cognitiva e Desenvolvimento Vocacional e Social (IPCDVS)(Unidade de I&D).
Maria Paula Paixão é Professora Associada da Universidade de Coimbra. Lecciona unidades curriculares no Mestrado Integrado e no curso de Doutoramento em Psicologia da Educação. É membro do Instituto de Psicologia Cognitiva e Desenvolvimento Vocacional e Social (Unidade de I&D).
Saúl Neves de Jesus é Professor Catedrático de Psicologia da Universidade do Algarve e coordenador da linha de investigação "Saúde e Bem-Estar em Contextos Educativos e Profissionais" do IPCDVS (Unidade de I & D).

1 Endereço para correspondência: Departamento de Psicologia da FCHS da Universidade do Algarve. Campus de Gambelas, 8005-139, Faro, Portugal. Fone: 351 289 800914. E-mail: vgamboa@ualg.pt

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