SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.16 número1EDITORIALOrientación profesional multicultural: enfoques teóricos y las implicaciones para la práctica índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Revista Brasileira de Orientação Profissional

versión impresa ISSN 1679-3390

Rev. bras. orientac. prof vol.16 no.1 São Paulo jun. 2015

 

ARTIGO

 

Variáveis preditoras da indecisividade em estudantes do ensino superior

 

Predictor variables of indecisiveness in college students

 

Variables preditoras de la indecisividad en estudiantes de la enseñanza superior

 

 

Paulo Jorge SantosI; Joaquim Armando FerreiraII

IUniversidade do Porto, Porto, Portugal
IIUniversidade de Coimbra, Coimbra, Portugal

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A indecisividade constitui um tipo de indecisão vocacional que se carateriza por uma dificuldade em efetuar escolhas em vários domínios de vida para além da dimensão da carreira. Pesquisas têm associado à indecisividade um conjunto de caraterísticas psicológicas reveladoras de um menor nível de ajustamento psicológico, como sejam elevados níveis de ansiedade, baixa autoestima, locus de controlo externo e um sentido de identidade pouco desenvolvido. Esta investigação teve como objetivo analisar a capacidade preditiva das variáveis acima assinaladas na indecisividade. Recorrendo a uma amostra de 521 estudantes universitários verificou-se que a equação de regressão explicou 53% da variância da indecisividade. São abordadas implicações para a intervenção com indivíduos indecisivos.

Palavras-chave: indecisividade, ensino superior, orientação profissional, análise de regressão


ABSTRACT

Indecisiveness it is a type of career indecision that is characterized by a pervasive difficulty in making decisions regarding several life dimensions besides just career choice. Research has associated indecisiveness with a set of characteristics that indicates lower levels of psychological adjustment, like high levels of anxiety, low self-esteem, external locus of control and a poorly developed sense of identity. This study aimed to analyze the capacity of the variables mentioned above to predict indecisiveness. Using a sample of 521 college students, it was found that the regression equation accounted for 53% of the variance in the indecisiveness scores. Implications for intervention with indecisive individuals are discussed.

Keywords: indecisiveness, higher education, career counseling, regression analysis


RESUMEN

La indecisividad constituye un tipo de indecisión vocacional que se caracteriza por la dificultad para realizar elecciones en diferentes ámbitos de la vida además de los profesionales. Investigaciones han mostrado asociación entre indecisividad y un conjunto de características psicológicas que revelan un menor nivel de ajuste psicológico, como, por ejemplo, elevados niveles de ansiedad, baja autoestima, locus de control externo y un sentido de la identidad poco desarrollado. Esta investigación tenía como objetivo analizar la capacidad predictiva de las variables de la indecisividad indicadas anteriormente. Mediante una muestra de 521 estudiantes universitarios, se observó que la ecuación de regresión podía explicar el 53% de la varianza de la indecisividad. Se abordan las implicaciones para la intervención con individuos indecisivos.

Palabras claves: indecisividad, enseñanza superior, orientación profesional, análisis de regresión


 

 

A indecisão vocacional, definida por Kelly e Lee (2002) como "a incapacidade de especificar uma escolha educacional ou ocupacional" (p. 322), constitui um tema clássico de investigação e de debate teórico da psicologia vocacional (Crites, 1969; Holland & Holland, 1977; Osipow, 1999; Slaney, 1988). Embora inicialmente a indecisão vocacional fosse considerado um contruto unidimensional, alguns autores começaram a sustentar, desde meados da década de 60, que os indivíduos vocacionalmente indecisos podiam apresentar diferentes perfis de caraterísticas psicológicas (Crites, 1969; Tyler, 1969). A sua distinção seria particularmente importante para realizar intervenções vocacionais adaptadas a clientes com necessidades distintas e, desta forma, aumentar a sua possibilidade de sucesso.

A maioria dos indivíduos experiencia um tipo de indecisão normativa que é adequada no plano do desenvolvimento vocacional. De facto, de acordo com teorias clássicas de escolha e desenvolvimento vocacionais (Super, 1957; Tiedeman, 1961), um período de exploração do self e do contexto constitui uma condição necessária para efetuar uma escolha amadurecida. Quando os indivíduos se encontram envolvidos num processo de exploração vocacional o seu grau de decisão vocacional tende a ser baixo. Este tipo de indecisão foi designada de indecisão de desenvolvimento e pode ser considerada uma fase transitória de um processo normativo de desenvolvimento vocacional.

Todavia, para alguns indivíduos, decidir é uma tarefa difícil para a maioria das escolhas que têm que realizar. A indecisividade, também designada indecisão vocacional crónica (Fuqua & Hartman, 1983; Hartman & Fuqua, 1983), constitui um traço estável de funcionamento psicológico que se encontra presente em outros domínios de vida, não sendo exclusivo da dimensão vocacional. Tendo em conta que nas sociedades contemporâneas as pessoas "enfrentam uma exigência para realizar escolhas que não tem paralelo na história humana" (Schwartz, 2004, p. 43), aqueles que evidenciam graus elevados de indecisividade têm vindo a lidar com um número crescente de situações que lhes colocam sérios desafios à sua capacidade de decisão e de gestão das suas vidas.

Simultaneamente, os indivíduos indecisivos apresentam algumas caraterísticas que sugerem baixos níveis de ajustamento e desenvolvimento psicológicos, podendo concluir-se, portanto, que a indecisividade não deve ser considerada um tipo normativo de indecisão vocacional (Santos, 2007, 2013). O que é descrito com mais frequência inclui níveis elevados de ansiedade (Chartrand, Robbins, Morrill, & Boggs, 1990; Fuqua & Hartman, 1983; Goodstein, 1972; Hartman, 1990; Hartman & Fuqua, 1983; Heppner & Hendricks, 1995; Jones, 1989; Lancaster, Rudolph, Perkins, & Patten, 1999; Lucas & Wanberg, 1995; Wanberg & Muchinsky, 1992), um locus de controlo externo (Fuqua & Hartman, 1983; Hartman & Fuqua, 1983; Johnson, 1990; Salomone, 1982; Wanberg & Muchinsky, 1992), um sentido de identidade pouco desenvolvido (Chartrand et al., 1990; Fuqua & Hartman, 1983; Hartman, 1990; Hartman & Fuqua, 1983; Johnson, 1990; Salomone, 1982) e baixos níveis de autoestima (Chartrand et al., 1990; Crites, 1981; Germeijs & De Boeck, 2002; Lucas & Wanberg, 1995; Salomone, 1982; Wanberg & Muchinsky, 1992). Todavia, é necessário tomar em consideração que na maior parte dos casos esta caraterização resulta da análise de casos clínicos (e.g., Johnson, 1990; Salomone, 1982) e que a sua generalização ao universo dos indivíduos indecisivos permanece por estabelecer.

Numa investigação anterior, realizada com estudantes do ensino médio (Santos, 2001), verificou-se que as variáveis ansiedade, locus de controlo, autoestima, identidade e separação psicológica face às figuras parentais eram preditoras da indecisividade nas direções esperadas, explicando 50% da variância. A ansiedade demonstrou ser o preditor mais forte do conjunto das cinco variáveis.

A presente investigação procurou realizar uma replicação parcial desta investigação utilizando estudantes do ensino superior. O objetivo do presente estudo consiste em analisar a influência de um conjunto de variáveis psicológicas na manifestação da indecisividade. Mais especificamente, antecipamos que níveis mais elevados de ansiedade e de externalidade e níveis mais baixos de autoestima e de identidade vocacional se encontrem relacionados com níveis mais elevados de indecisividade.

 

Método

Participantes

A amostra foi constituída por 521 estudantes do ensino superior oriundos de seis Faculdades da Universidade do Porto, Portugal. A média de idades foi de 22,2 anos (DP = 1,87). A distribuição por género foi desigual, refletindo a maior predominância das mulheres no ensino superior português: 69,9% (n = 364) eram do género feminino e 30,1% do género masculino (n = 157).

Instrumentos

Indecisividade. Para avaliarmos a indecisividade recorremos à Frost Indecisiveness Scale (FIS; Frost & Shows, 1993). Trata-se de uma escala de autorrelato, constituída por 15 itens, que avalia o grau de dificuldade em tomar decisões. Nove itens têm uma orientação negativa (e.g., "Preocupo-me frequentemente em tomar uma má decisão") e seis uma orientação positiva (e.g., "Gosto de me encontrar em situações em que tenha que tomar decisões"). É respondida com uma escala tipo Likert de 5 pontos (1 = discordo fortemente, 5 = concordo fortemente). Os itens de orientação positiva são cotados de forma inversa de modo que os scores mais elevados indicam níveis mais acentuados de indecisividade. Os estudos com a versão original da escala demonstraram níveis de fidegnidade e validade da medida muito positivos (Frost & Shows, 1993; Gayton, Clavin, Clavin, & Broida, 1994; Rassin, Muris, Booster, & Kolsloot, 2008).

A versão portuguesa utilizada na presente investigação demonstrou boas qualidades psicométricas em vários estudos realizados com estudantes do ensino médio e do ensino superior (Santos 1997, 2007; Santos & Ferreira, 2012; Santos, Ferreira & Gonçalves, 2014). Os níveis de consistência interna (alpha de Cronbach) oscilaram entre 0,77 e 0,83. O coeficiente de estabilidade temporal entre duas avaliações separadas por duas semanas foi de 0,85. Foram obtidos índices de validade convergente entre a FIS e diversos indicadores da indecisividade que dão suporte à validade da versão portuguesa (Santos, 1997). No presente estudo a consistência interna (alpha de Cronbach) foi de 0,86.

Identidade vocacional. Para avaliarmos a identidade vocacional escolhemos a Vocational Identity Scale (VIS) que avalia a identidade vocacional definida como "a posse de uma perceção clara e estável dos objetivos, interesses, personalidade e talentos individuais" (Holland, Daiger & Power, 1980, p.1). A VIS é uma escala constituída por 18 itens que é respondida através de uma alternativa de resposta verdadeiro-falso. Um exemplo de um item é o seguinte: "Decidir-me sobre uma carreira tem sido um problema longo e difícil para mim". As caraterísticas psicométricas da escala no que respeita à fidedignidade têm sido muito positivas (Holland, Johnston & Asama, 1993). Holland et al. (1993), Leong e Morris (1989) e Lucas, Gysbers, Buescher e Heppner (1988) apresentaram estudos empíricos que sustentam a validade da VIS.

Nesta investigação usou-se a versão portuguesa da VIS (Santos, 2010) que, recorrendo à análise fatorial confirmatória, demonstrou que a escala avalia um único fator. Os coeficientes de consistência interna (alpha de Cronbach) variaram entre 0,78 e 0,79. Os resultados da VIS correlacionaram-se negativamente com indicadores da indecisão vocacional e positivamente com medidas de autoestima e clareza vocacional. Neste estudo a consistência interna (alpha de Cronbach) foi 0,81.

Autoestima. A Rosenberg Self-esteem Scale (RSES) foi utilizada para avaliar a auto-estima global, definida como uma "atitude positiva ou negativa relativamente a um objeto particular, a saber o self" (Rosenberg, 1965, p. 30). A RSES é um instrumento constituído por 10 itens, 5 de orientação positiva ("Globalmente, estou satisfeito comigo próprio") e 5 de orientação negativa ("Gostaria de ter mais respeito por mim próprio") que são respondidas numa escala Likert de 4 pontos (1 = discordo fortemente, 4 = concordo fortemente). Os itens de orientação negativa são cotados de forma inversa de modo que os scores mais elevados indicam níveis mais altos de autoestima.

A RSES é a escala de avaliação da autoestima mais usada na investigação psicológica. As suas caraterísticas psicométricas são excelentes e inúmeros estudos atestam a sua validade (ver Blascovich & Tomaka, 1991).

No presente estudo usou-se a versão portuguesa da escala desenvolvida por Santos e Maia (2003). Neste último estudo uma análise fatorial confirmatória indicou que a RSES avalia um único fator. Os valores de consistência interna (alpha de Cronbach) variaram entre 0,84 e 0,90. A validade da escala foi demonstrada através de correlações nas direções esperadas com um conjunto de variáveis teoricamente relacionadas. Foram obtidas correlações positivas estatisticamente significativas com a satisfação com a vida (Freire & Tavares, 2011; Santos & Maia, 2003), autoconceito social e emocional (Santos & Maia, 2003) e sentimentos de felicidade (Freire & Tavares, 2011). Na presente investigação a consistência interna (alpha de Cronbach) foi de 0,88.

Locus de controlo. Para avaliar o locus de controlo recorreu-se à Internal-External Locus of Control Scale (IE; Rotter, 1966). A IE é uma escala constituída por 29 itens de escolha forçada, que inclui 6 itens de despiste, que avalia a externalidade ou a perceção de que os acontecimentos não se encontram relacionados com o comportamento individual, estando, por isso, fora do controlo pessoal. Um exemplo de dois itens da IE que representam uma orientação externa e interna, respetivamente, são os seguintes: (a) "Muitas das coisas infelizes das vidas das pessoas são em parte devidas à má sorte"; e (b) "Os infortúnios das pessoas resultam dos erros que cometem". Resultados mais elevados representam um alto nível de externalidade. As caraterísticas psicométricas da IE são boas e a evidência empírica que sustenta a validade do instrumento pode ser encontrado em Rotter (1966).

Barros, Barros e Neto (1989) adaptaram a IE para o contexto português usando amostras de estudantes universitários e professores adultos. A consistência interna da IE foi de 0,70 e a validade da escala foi demonstrada através de correlações positivas estatisticamente significativas com um instrumento multidimensional de avaliação do locus de controlo, a Levenson Internal, Powerful Others and Chance Scale. Nesta investigação a consistência interna (alpha de Cronbach) foi de 0,70.

Ansiedade. Para avaliar a ansiedade foi usada a Trait Anxiety Scale (TAS) que faz parte do State-Trait Anxiety Inventory (STAI) - Forma Y (Spielberger, Gorsuch, Lushene, Vagg & Jacobs, 1983) que avalia diferenças relativamente estáveis de propensão para a ansiedade. A TAS tem 20 itens (e.g., "Preocupo-me demasiado com coisas que realmente não importam") que são respondidos numa escala Likert de 4 opções (1 = quase nunca, 4 = quase sempre). Um total de 9 itens que indicam ausência de ansiedade (e.g.,"Sou uma pessoa estável") são cotados de forma inversa de modo que os scores mais elevados indicam níveis mais altos de ansiedade. As caraterísticas psicométricas da TAS são excelentes e estudos que suportam a validade da escala podem ser encontrados no manual do inventário (Spielberger et al., 1983).

A versão portuguesa da STAI (Silva, 2006) foi usada na presente investigação. A consistência interna (alpha de Cronbach) calculada com amostras de estudantes do ensino médio variou entre 0,88 e 0,90. A consistência temporal, calculada com uma amostra de estudantes do ensino superior e com um mês de intervalo entre avaliações, foi de 0,80. A validade demonstrada pela versão portuguesa do STAI, analisada com amostras de adolescentes, jovens adultos e adultos, incluindo indivíduos normais e indivíduos com perturbações psicológicas, atesta a sua qualidade como instrumento de diagnóstico e investigação no contexto cultural português (Silva, 2006). A consistência interna (alpha de Cronbach) da TAS neste estudo foi de 0,93.

Procedimentos

A administração dos instrumentos teve lugar nos estabelecimentos de ensino em contexto de sala de aula. Os participantes foram informados de que o objetivo geral do estudo consistia em caraterizar a forma como tomavam decisões em vários aspetos das suas vidas. A natureza voluntária da participação foi sublinhada e a confidencialidade dos resultados garantida. Os estudantes autorizaram a utilização dos seus resultados na investigação através da assinatura de um termo de consentimento. No final da aplicação foram explicados com maior detalhe os objetivos do estudo. A ordem pela qual os instrumentos foram aplicados foi objeto de variação de forma a evitar efeitos negativos nos resultados.

 

Resultados

Na Tabela 1 apresentam-se as médias e os desvios-padrão das escalas usadas na presente investigação. Na Tabela 2 apresenta-se a matriz dos coeficientes de correlação entre os scores das escalas.

Para analisar a influência da ansiedade, locus de controlo, autoestima e identidade vocacional na manifestação da indecisividade recorremos a uma regressão simultânea múltipla. De acordo com Wampold e Freund (1987) este tipo de análise de dados constitui uma estratégia adequada quando não existe nenhuma razão teórica para ordenar a entrada das variáveis preditoras. Na análise que realizamos a indecisividade constitui a variável dependente, enquanto as outras variáveis formam o conjunto das variáveis independentes. A equação de regressão foi estatisticamente significativa, F (4, 474) = 135,054, p < 0,0001, tendo explicado 53% da variância da variável critério (R = 0,73, R2 ajustado = 0,53). Uma análise dos testes t para as variáveis individuais indicam que todas as variáveis foram estatisticamente significativas nas direções esperadas (ver Tabela 3). A autoestima e a identidade vocacional apresentam uma relação linear negativa com a indecisividade, enquanto que o locus de controlo e a ansiedade apresentam uma relação linear positiva. As duas variáveis que apresentaram uma maior capacidade preditiva dos scores da indecisividade foram a ansiedade (β = 0,47) e a identidade vocacional (β = - 0,23).

Uma vez que algumas variáveis independentes apresentaram correlações relativamente elevadas entre si, decidimos analisar o grau de multicolinearidade das referidas variáveis. Uma análise dos valores de tolerância e dos fatores de inflação da variância (ver Hair, Anderson, Tatham, & Black, 1995; Pestana & Gageiro, 2003) não detetaram problemas de multicolinearidade suscetíveis de terem afetado substancialmente os resultados da equação de regressão.

 

Discussão

Os resultados demonstraram que cada uma das variáveis preditoras utilizadas na presente investigação predisse a indecisividade e que o modelo, no seu todo, explicou mais de 50% da variância da indecisividade. A relação entre cada variável independente com a indecisividade foram no sentido do que as nossas hipóteses estipulavam. Este resultado vem corroborar as conclusões das investigações de estudos de caso sobre indivíduos indecisivos que pretendíamos testar com o presente estudo (e.g., Hartman, 1990; Heppner & Hendricks, 1995; Johnson, 1990; Salomone, 1982).

A variável mais importante na predição da indecisividade foi a ansiedade. Desde há muito que vários autores têm vindo a chamar a atenção para a forte relação entre as duas dimensões (e.g., Salomone, 1982), ao ponto de levar Fuqua e Hartman (1983) a sustentar, numa altura em que ainda não existiam instrumentos para avaliar especificamente a indecisividade, que a presença de elevados níveis de ansiedade poderia ser o melhor indicador para que um indivíduo vocacionalmente indeciso pudesse ser considerado um indecisivo. A importância da ansiedade no nosso modelo de regressão suporta ainda a tese de Goodstein (1972) quanto ao papel que a ansiedade poderá desempenhar no processo de indecisividade. Para este autor os indivíduos indecisivos têm dificuldades em decidir porque efetuar uma escolha lhes provoca elevados níveis de ansiedade. Evitar decisões implica diminuir a ansiedade associada aos riscos inerentes a qualquer escolha, com especial relevância para as mais importantes e significativas.

Um outro resultado que devemos destacar diz respeito ao papel da identidade vocacional. Os indivíduos indecisivos evidenciam um baixo nível de identidade vocacional. É necessário considerar que a dimensão vocacional desempenha um papel central na formação da identidade quando comparado com outros domínios do construto da identidade. Como Erik Erikson (1968) afirmou: "Geralmente é a incapacidade de optar por uma identidade ocupacional que mais perturba os jovens" (p. 132). De acordo com Skorikov e Vondracek (1998) o desenvolvimento no domínio vocacional parece ser a força motriz do desenvolvimento da identidade dos jovens no contexto dos países industrializados. Por outras palavras, os resultados da presente investigação demonstram que os indivíduos indecisivos apresentam um baixo nível de desenvolvimento da identidade avaliada pelo domínio vocacional.

Embora os resultados referentes à capacidade preditiva da autoestima e do locus de controlo tenham apresentado resultados estatisticamente significativos nas direções esperadas, estas duas variáveis preditoras apresentam baixos níveis de predição, especialmente o locus de controlo, tal como se pode inferir da análise dos coeficientes beta (ver Tabela 3).

A presente investigação teve como objetivo replicar parcialmente um estudo realizado com estudantes do ensino secundário (Santos, 2001). Com a exceção de uma variável independente que não incluímos nesta investigação, todas as outras variáveis integraram ambas os estudos. O que deve ser realçado é a notável semelhança entre os resultados. No primeiro estudo (Santos, 2001) a variância explicada foi de 50%, enquanto que no presente foi de 53%. A ordem pela qual as variáveis independentes influenciam a variável-critério foi exatamente igual nos dois estudos: em ambos os casos a ansiedade foi a variável com maior poder preditivo, seguido da identidade vocacional, da autoestima e do locus de controlo. A coincidência dos resultados permite sustentar que o modelo de predição da indecisividade que escolhemos é robusto e que se manifesta de igual modo em estudantes do ensino médio e do ensino superior. Este resultado sugere que as variáveis preditoras assumem um caráter estrutural na indecisividade de adolescentes e jovens adultos. Os resultados permitem ainda corroborar as conclusões dos estudos de caso que foram sendo publicados sobre as caraterísticas indicadoras de menor ajustamento psicológico por parte dos indivíduos indecisivos (e.g., Salomone, 1982) e que constituem um fator diferenciador entre a indecisividade e a indecisão de desenvolvimento.

Os nossos resultados foram ao encontro das conclusões de um estudo recente. Lo Cascio, Guzzo, Pace e Pace (2013) analisaram um modelo preditivo, com uma amostra de adolescentes, tendo como variável critério a indecisividade e como variáveis preditoras a ansiedade, a autoestima e a comunicação familiar. O modelo explicou 34% da variância dos scores da indecisividade e a ansiedade foi o preditor mais forte seguido da autoestima e da comunicação familiar.

Os resultados do nosso estudo sustentam que a indecisividade não deve ser confundida com uma indecisão vocacional normativa e que uma distinção entre as duas situações é uma condição indispensável para conceber programas de intervenção que visem responder a situações muito distintas. No que respeita à indecisividade vários autores têm sustentado que a intervenção se deve focar nas dimensões psicológicas negativas que caraterizam os sujeitos indecisivos antes de se abordar a questão da escolha vocacional. Assim, é plausível que o processo de consulta vocacional seja mais prolongado do que um processo de consulta com indivíduos normativamente indecisos, uma situação corroborada por um estudo de caso realizado por Heppner e Hendricks (1995). Esta investigação fundamentou, pela primeira vez, a necessidade de se realizar um diagnóstico diferencial entre a indecisão de desenvolvimento e a indecisividade e apoiou, no plano empírico, a necessidade de um processo de consulta mais prolongado e abrangente no que diz respeito aos clientes indecisivos.

A intervenção junto desta população deve focar-se na capacitação dos clientes para ultrapassarem as caraterísticas psicológicas negativas que impedem que uma escolha vocacional seja concretizada. Em particular, a ansiedade, a identidade e, em menor grau, a autoestima, devem constituir-se como objetivos de intervenção que um orientador deve privilegiar. Fazer com que os clientes funcionem de modo mais adaptativo nestas dimensões é suscetível de limitar as dificuldades de decisão. Embora estudos sobre a eficácia de intervenções vocacionais com indivíduos indecisivos sejam praticamente inexistentes, existe alguma evidência empírica que apoia a utilização de estratégias de consulta baseadas nas terapias familiares sistémicas (ver Lopez, 1983; Omer & Dar, 2007).

No que respeita às limitações da presente investigação deveremos sublinhar que os instrumentos usados são de autorrelato e que por isso as respostas dos participantes poderão ter sido afetados por mecanismos de desejabilidade social. Por outro lado, dado o design de investigação que foi empregue não é possível fazer inferências de natureza causal.

Como sugestões para futuras investigações gostaríamos de ver outros investigadores a aprofundarem a via aberta por Germeijs, Verschueren e Soenens (2006) que realizaram o primeiro estudo longitudinal tendo a indecisividade como principal variável. Nesta investigação ficou demonstrado, pela primeira vez, que a indecisividade poderia ser considerada um traço, uma vez que evidenciava um elevado grau de estabilidade no decurso de um período de oito meses. Estudos longitudinais posteriores (Germeijs & Verschueren, 2011a) permitiram concluir que a indecisividade constitui um fator de risco, a médio e a longo prazo, para o investimento e a estabilidade da escolha vocacional. Simultaneamente, a indecisividade apresentava uma correlação elevada com alguns dos fatores do modelo de personalidade dos cinco fatores (Costa & McCrae, 1992) conhecido por Big Five (Germeijs & Verschueren, 2011b). Mais especificamente apresentava uma forte correlação positiva com o neuroticismo e uma correlação negativa com a extroversão e a escrupulosidade. Detetou-se ainda uma correlação positiva pequena, apesar de estatisticamente significativa, com a abertura à experiência. A sociabilidade não se correlacionou com a indecisividade.

O fato de se ter optado nestes estudos por um design longitudinal permitiu analisar a capacidade preditiva da indecisividade em várias tarefas de decisão vocacional, ao mesmo tempo que se avaliou a evolução de variáveis que teoricamente se lhe encontram associadas. Outros autores já tinham chamado a atenção para a necessidade de se optar por metodologias longitudinais na investigação dos problemas de decisão vocacional (Guay, Ratelle, Senécal, Larose, & Deschênes, 2006), em particular os que dizem respeito à distinção entre indecisividade e indecisão vocacional. Apesar de serem estudos com uma metodologia exigente, estamos convictos de que os resultados obtidos compensam largamente o investimento em termos de esforço por parte dos investigadores, pelo que importa prosseguir este investimento.

 

Referências

Barros, J. H., Barros, A. M., & Neto, F. (1989). Adaptação da escala de locus de controlo de Rotter. In José F. Cruz, Rui A. Gonçalves, & Paulo P.P. Machado (Eds.), Psicologia e educação: Investigação e intervenção (pp. 337-350). Porto: APPORT.         [ Links ]

Blascovich, J., & Tomaka, J. (1991). Measures of self-esteem. In J. P. Robinson, P. R. Shaver, & L. S. Wrightsman (Eds.), Measures of personality and social psychological attitudes (Vol. 1, pp. 115-160). San Diego, CA: Academic Press.         [ Links ]

Chartrand, J. M., Robbins, S. B., Morrill, W. H., & Boggs, K. (1990). Development and validation of the Career Factors Inventory. Journal of Counseling Psychology, 37, 491-501. doi: 10.1037/0022-0167.37.4.491        [ Links ]

Costa, P. T., Jr., & McCrae, R. R. (1992). Revised NEO Personality Inventory (NEO-PI--R) and Neo Five-Factor Inventory: Professional manual. Odessa, FL: Psychological Assessment Resources.         [ Links ]

Crites, J. O. (1969). Vocational psychology. New York: McGraw-Hill.         [ Links ]

Crites, J. O. (1981). Career counseling. New York: McGraw-Hill.         [ Links ]

Erikson, E. H. (1968). Identity: Youth and crisis. New York: Norton.         [ Links ]

Freire, T., & Tavares, D. (2011). Influência da auto-estima, da regulação emocional e do género no bem-estar subjectivo e psicológico de adolescentes. Revista de Psiquiatria Clínica, 38, 184-188.         [ Links ]

Frost, R. O., & Shows, D. L. (1993). The nature and measurement of compulsive indecisiveness. Behavior Research Therapy, 31, 683-692. doi: 10.1016/0005-7967(93)90121-A        [ Links ]

Fuqua, D. R., & Hartman, B. W. (1983). Differential diagnosis and treatment of career indecision. Personnel and Guidance Journal, 62, 27-29. doi: 10.1111/j.2164-4918.1983.tb00112.x        [ Links ]

Gayton, W. F., Clavin, R. H., Clavin, S. L., & Broida, J. (1994). Further validation of the Indecisiveness Scale. Psychological Reports, 75, 1631-1634.         [ Links ]

Germeijs, V., & De Boeck, P. (2002). A measurement scale for indecisiveness and its relationship to career indecision and other types of indecision. European Journal of Psychological Assessment, 18, 113-122. doi: 10.1027//1015-5759.18.2.113        [ Links ]

Germeijs, V., & Verschueren, K. (2011a). Indecisiveness: Specificity and predictive validity. European Journal of Personality, 25, 295-305. doi: 10.1002/per.786        [ Links ]

Germeijs, V., & Verschueren, K. (2011b). Indecisiveness and Big Five personality factors: Relationship and specificity. Personality and Individual Differences, 50, 1023-1028. doi:10.1016/j.paid.2011.01.017        [ Links ]

Germeijs, V., Verschueren, K., & Soenens, B. (2006). Indecisiveness and high school student's career decision-making process: Longitudinal associations and the mediational role of anxiety. Journal of Counseling Psychology, 53, 397-410. doi: 10.1037/0022-0167.53.4.397        [ Links ]

Goodstein, L. D. (1972). Behavioral views of counseling. In B. Stefflre & W. H. Grant (Eds.), Theories of counseling (2nd ed., pp. 243-286). New York: McGraw-Hill.         [ Links ]

Guay, F., Ratelle, C. F., Senécal, C., Larose, S., & Deschênes, A. (2006). Distinguishing developmental from chronic career indecision: Self-efficacy, autonomy, and social support. Journal of Career Assessment, 14, 1-17. doi: 10.1177/1069072705283975        [ Links ]

Hair, J. F., Jr., Anderson, R. E., Tatham, R. L., & Black, W. C. (1995). Multivariate data analysis (4th ed.). Upper River, NJ: Prentice Hall.         [ Links ]

Hartman, B. W. (1990). Endless unacceptable alternatives: The case of Sondra. Career Development Quarterly, 39, 40-43. doi: 10.1002/j.2161-0045.1990.tb00234.x        [ Links ]

Hartman, B. W., & Fuqua, D. R. (1983). Career indecision from a multidimensional perspective: A reply to Crites. School Counselor, 30, 340-346.         [ Links ]

Heppner, M. J., & Hendricks, F. (1995). A process and outcome study examining career indecision and indecisiveness. Journal of Counseling and Development, 73, 426-437. doi: 10.1002/j.1556-6676.1995.tb01776.x        [ Links ]

Holland, J. L., Daiger, D. C., & Power, P. G. (1980). Manual for My Vocational Situation. Palo Alto, CA: Consulting Psychologists Press.         [ Links ]

Holland, J. L., & Holland, J. E. (1977). Vocational indecision: More evidence and speculation. Journal of Vocational Behavior, 24, 404-414. doi: 10.1037/0022-0167.24.5.404        [ Links ]

Holland, J. L., Johnston, J. A., & Asama, N. F. (1993). The Vocational Identity Scale: A diagnostic and treatment tool. Journal of Career Assessment, 1, 1-12. doi: 10.1177/106907279300100102        [ Links ]

Johnson, D. P. (1990). Indecisiveness: A dynamic, integrative approach. Career Development Quarterly, 39, 34-39. doi: 10.1002/j.2161-0045.1990.tb00233.x        [ Links ]

Jones, L. K. (1989). Measuring a three-dimensional construct of career indecision among college students: A revision of the Vocational Decision Scale - The Career Decision Profile. Journal of Counseling Psychology, 36, 477-486. doi: 10.1037/0022-0167.36.4.477        [ Links ]

Kelly, K. R., & Lee, W. C. (2002). Mapping the domain of career indecision problems. Journal of Vocational Behavior, 61, 302-326. doi:10.1006/jvbe.2001.1858        [ Links ]

Lancaster, B. P., Rudolph, C. E., Perkins, T. S., & Patten, T. G. (1999). The reliability and validity of the Career Decision Difficulties Questionnaire. Journal of Career Assessment, 7, 393-413. doi: 10.1177/106907279900700405        [ Links ]

Leong, F. T. L., & Morris, J. (1989). Assessing the construct validity of Holland, Daiger, and Power's measure of Vocational Identity. Measurement and Evaluation in Counseling and Development, 22, 117-125.         [ Links ]

Lo Cascio, Guzzo, G., Pace, F., & Pace, U. (2013). Anxiety and self-esteem as mediators between family communication and indecisiveness in adolescence. International Journal for Educational and Vocational Guidance, 13, 135-149. doi: 10.1007/s10775-013-9243-1        [ Links ]

Lopez, F. G. (1983). A paradoxical approach to vocational indecision. Personnel and Guidance Journal, 61, 410-412. doi: 10.1111/j.2164-4918.1983.tb00056.x        [ Links ]

Lucas, E. B., Gysbers, N. C., Buescher, & Heppner, P. P. (1988). My Vocational Situation: Normative, psychometric, and comparative data. Measurement and Evaluation in Counseling and Development, 20, 162-170.         [ Links ]

Lucas, J. L., & Wanberg, C. R. (1995). Personality correlates of Jones's three-dimensional model of career indecision. Journal of Career Assessment, 3, 315-329. doi:10.1177/106907279500300305        [ Links ]

Omer, R., & Dar, R. (2007). Comparing decision counseling to strategic counseling for individuals with personal dilemmas. Psychotherapy Research, 17, 600-612. doi: 10.1080/10503300701216280        [ Links ]

Osipow, S. H. (1999). Assessing career indecision. Journal of Vocational Behavior, 55, 147-154. doi:10.1006/jvbe.1999.1704        [ Links ]

Pestana, M. H., & Gageiro, J. N. (2003). Análise de dados para as ciências sociais (3rd ed. rev.). Lisboa: Edições Sílabo.         [ Links ]

Rassin, E., Muris, P., Booster, E., & Kolsloot, I. (2008). Indecisiveness and informational tunnel vision. Personality and Individual Differences, 45, 96-102. doi:10.1016/j.paid.2008.03.006        [ Links ]

Rosenberg, M. (1965). Society and the adolescent self-image. Princeton: Princeton University Press.         [ Links ]

Rotter, J. B. (1966). Generalized expectancies for internal versus external control of reinforcement. Psychological Monographs, 80, 1-28. doi: 10.1037/h0092976        [ Links ]

Salomone, P. R. (1982). Difficult cases in career counseling: II -The indecisive client. Personnel and Guidance Journal, 60, 496-500. doi: 10.1002/j.2164-4918.1982.tb00703.x        [ Links ]

Santos, P. J. (1997). Adolescência e indecisão vocacional. Dissertação de Mestrado não publicada. Universidade do Porto, Porto.         [ Links ]

Santos, P. J. (2007). Dificuldades de escolha vocacional. Coimbra: Almedina.         [ Links ]

Santos, P. J. (2001). Predictors of generalized indecision among Portuguese secondary school students. Journal of Career Assessment, 9, 381-396.         [ Links ]

Santos, P. J. (2010). Adaptação e validação de uma versão portuguesa da Vocational Identity Scale. Revista Galego-Portuguesa de Psicoloxía e Educación, 18, 147-162.         [ Links ]

Santos, P. J. (2013). Indecisividade: Definição, investigação e intervenção vocacional. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 14, 255-265.         [ Links ]

Santos, P. J., & Ferreira, J. A. (2012). Career decision statuses among Portuguese secondary school students: A cluster analytical approach. Journal of Career Assessment, 20, 166-181. doi: 10.1177/1069072711420853        [ Links ]

Santos, P. J., Ferreira, J. A., & Gonçalves, C. (2014). Indecisiveness and career indecision: A test of a theoretical model. Journal of Vocational Behavior, 85, 106-114.         [ Links ]

Santos, P. J., & Maia, J. (2003). Análise factorial confirmatória e validação preliminar de uma versão portuguesa da Escala de Auto-Estima de Rosenberg. Psicologia: Teoria, Investigação e Prática, 8, 253-268.         [ Links ]

Schwartz, B. (2004). The paradox of choice. New York: HarperCollins.         [ Links ]

Silva, D. R. (2006). O Inventário de Estado-Traço de Ansiedade (STAI). In Miguel M. Gonçalves, Mário R. Simões, Leandro S. Almeida & Carla Machado (Eds.), Avaliação psicológica: Instrumentos validados para a população portuguesa (2nd ed, Vol. 1, pp. 45-60). Coimbra: Quarteto.         [ Links ]

Skorikov, V. B., & Vondracek, F. W. (1998). Vocational identity development: Relationship to other identity domains and to overall identity development. Journal of Career Assessment, 6, 13-36. doi:10.1177/106907279800600102        [ Links ]

Slaney, R. B. (1988). The assessment of career decision making. In W. B. Walsh & S. H. Osipow (Eds.), Career decision making (pp. 33-76). Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum.         [ Links ]

Spielberger, C. D., Gorsuch, R.L., Lushene, R. E., Vagg, P. R., & Jacobs, G. A. (1983). Manual for the State-Trait Anxiety Inventory (Form Y). Palo Alto: Consulting Psychologists Press.         [ Links ]

Super, D. E. (1957). The psychology of careers. New York: Harper & Row.         [ Links ]

Tiedeman, D. V. (1961). Decision and vocational development: A paradigm and its implications. Personnel and Guidance Journal, 40, 15-20. doi: 10.1002/j.2164-4918.1961.tb02078.x        [ Links ]

Tyler, L. E. (1969). The work of the counselor (3rd ed.). Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall.         [ Links ]

Wampold, B. E., & Freund, R. D. (1987). Use of multiple regression in counseling psychology research: A flexible data-analytic strategy. Journal of Counseling Psychology, 34, 372-382. doi: 10.1037/0022-0167.34.4.372        [ Links ]

Wanberg, C. R., & Muchinsky, P. M. (1992). A typology of career decision status: Validity extension of the vocational decision status model. Journal of Counseling Psychology, 39, 71-80. doi: 10.1037/0022-0167.39.1.71        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência:
Paulo Jorge Santos
Faculdade de Letras
Universidade do Porto
Via Panorâmica, s/n
4150-564, Porto, Portugal
Fone: +351 226 077 100
Fax: +351 226 091 610
E-mail: pjsosantos@sapo.pt

Recebido 17/05/2014
1ª Revisão 23/04/2015
Aceite Final 29/04/2015

 

 

Sobre os autores
Paulo Jorge Santos é Doutor em Psicologia, na especialidade de Orientação Vocacional. Atualmente é Professor Auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Joaquim Armando Ferreira é Professor Catedrático na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

Creative Commons License