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Revista Brasileira de Orientação Profissional

versão impressa ISSN 1679-3390

Rev. bras. orientac. prof vol.16 no.1 São Paulo jun. 2015

 

ARTIGO

 

Significados da educação superior: versão portuguesa do Meaning Of Education (MOE) Questionnaire

 

Meanings of higher education: portuguese version of the Meaning Of Education (MOE) questionnaire

 

Significados de la educación superior: versión portuguesa del Meaning Of Education (MOE) questionnaire

 

 

André M. Monteiro; Carlos M. Gonçalves

Universidade do Porto, Porto, Portugal

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Os significados atribuídos à educação superior pelos estudantes são importantes para que as universidades possam responder aos interesses dos seus estudantes e às novas exigências do mundo do trabalho. A escassez de estudos e de instrumentos de língua portuguesa capazes de avaliar os significados atribuídos à educação superior foi constatada na revisão bibliográfica efetuada. Neste estudo apresenta-se o processo de adaptação e validação do Meaning Of Education questionnaire, a partir dos dados de 712 estudantes do ensino superior português, recolhidos online. Através de análises fatoriais exploratória e confirmatória realizadas conclui-se que o modelo de 10 fatores desenvolvido pelas autoras do instrumento original é confirmado na população portuguesa. A consistência interna das dimensões variou entre ,84 e ,94.

Palavras-chave: ensino superior, trabalho, estudantes, análise fatorial


ABSTRACT

The meanings ascribed by students to higher education are important since they enable universities to respond to their interests and the new demands of the labor market. The literature review conducted highlighted that there is a lack of studies and instruments in Portuguese that can serve to evaluate the meanings attributed to higher education. This study describes the process by which the Meaning of Education questionnaire was adapted and validated based on data gathered from 712 Portuguese higher education students, using an online platform. Results from exploratory and confirmatory factor analysis suggest that the ten dimensions model developed by the authors based on the original instrument is applicable to the Portuguese population. Internal consistency of dimensions ranged between 0.84 and 0.94.

Keywords: higher education, work, students, factor analysis


RESUMEN

Los significados atribuidos a la educación superior por los estudiantes son importantes para que las universidades respondan a los intereses de sus estudiantes y las nuevas exigencias del mundo del trabajo. La escasez de estudios e instrumentos portugueses en condiciones de evaluar los significados atribuidos a la educación superior se encuentra en la revisión bibliográfica realizada. Este estudio presenta la adaptación y validación del Meaning Of Education questionnaire a partir de los datos de 712 estudiantes de educación superior portugués recogidos online. A través del análisis factorial exploratorio y del análisis factorial confirmatorio realizado, se concluye que el modelo de diez dimensiones desarrollado por las autoras del instrumento original es confirmado en la población portuguesa. La consistencia interna de las dimensiones oscilan entre los 0,84 y 0,94.

Palabras clave: educación superior, trabajo, estudiantes, análisis factorial


 

 

A generalização e o crescimento do ensino superior ocorrido em Portugal, desde a década de sessenta do século passado até aos nossos dias (Alves, 2007), têm originado um crescente número de estudantes, o que tem permitido uma maior diferenciação do corpo estudantil (Vasconcelos, Almeida, & Monteiro, 2009). Em 1996 Portugal tinha 81083 estudantes matriculados pela primeira vez no ensino superior ao passo que em 2011 esse número foi de 131505 (PORDATA, 2014), o que representa um aumento de mais de 62% num espaço de uma década e meia. A questão já não é a de regulação do acesso ao status académico de uma minoria, mas a de assegurar uma formação de nível superior a uma população estudantil cada vez mais alargada (Costa & Lopes, 2008) e heterogénea. Se por um lado as expectativas e as aspirações dos estudantes do ensino superior têm sido motivo de estudo (Metz, Fouad, & Ihle-Helledy, 2009), por outro, tem sido escassa a investigação que se tem debruçado no estudo dos potenciais significados que os estudantes do ensino superior podem associar às suas experiências na universidade (Henderson-King & Smith, 2006).

No contexto atual das sociedades ocidentais pós-modernas, os avanços tecnológicos, as transformações radicais do mundo do trabalho e a reestruturação económica induzida pela crise das economias mundiais parecem questionar homens e mulheres, sobretudo as gerações mais novas, sobre as oportunidades profissionais que possam vir a desempenhar num futuro próximo, face às incertezas do presente (Rifkin, 1995). Em simultâneo, as instituições de ensino superior têm, em Portugal, nas duas últimas décadas, lançado milhares de jovens qualificados para o mercado de trabalho elevando os níveis de qualificação da sua população. Para além de serem considerados excedentários, estes jovens enfrentam ainda a possibilidade de verem o seu conhecimento ser encarado, cada vez menos, como uma vantagem, tal a velocidade com que as competências adquiridas perdem a sua vida útil e, por vezes, a perda da sua utilidade é mais rápida do que o tempo necessário para adquiri-las na universidade (Bauman, 2007).

Numa sociedade cada vez mais marcada pelo risco, incerteza e pelo trabalho precário ou inacessível (e.g., Bauman, 1991, 1995, 2001, 2007; Beck, 1992, 2000; Doogan, 2009; Marris, 1996; Martin, Nejad, Colmar & Liem, 2013; Méda, 1999; Rifkin, 1995, 2001; Standing, 2014) vários são os condicionalismos nos percursos de formação e de trabalho e muitos são os obstáculos com que, sobretudo, os mais jovens se verão confrontados. Num contexto de evolução tecnológica contínua, alguns reconhecem já que o número de empregos gerados por algumas inovações e sectores da tecnologia é bem menor do que aqueles que eliminam (Rifkin, 1995), aparentando não estarem só a desaparecer um certo número de empregos, mas o emprego em si mesmo (Bridges, 1994; Méda, 1999; Rifkin, 1995). Todavia, autores como Schnapper (1998), menos catastrofistas, embora aceitem as alterações verificadas no mercado de trabalho, consideram demasiado absurdo apregoar o seu fim e o surgimento das sociedades em que não se trabalha. Porém, esta perspetiva de um emprego cada vez mais difícil e inacessível tem, com certeza, implicações nos momentos em que os jovens são chamados a tomar decisões relativamente aos seus percursos e à sua vida, uma vez que todas as antigas certezas ligadas à formação, educação, valores e aos significados atribuídos ao trabalho estão em questionamento (Gonçalves & Coimbra, 2000).

A educação superior deixou de representar um status prestigiante de uma minoria extremamente reduzida da população, para se constituir numa aquisição certificada de conhecimentos e competências de alta qualificação por parte de um conjunto cada vez mais vasto de pessoas (Costa & Lopes, 2008). Porém, tal alteração não tem tido correspondência ao nível do emprego posterior destes jovens cada vez mais qualificados. Tal cenário poderia afastar os jovens das instituições de ensino superior ou tornar este tipo de formações menos apetecíveis. Como já notou Alves (1998), a partir dos inquéritos realizados à população estudantil portuguesa em 1997, os estudantes portugueses apresentam, cada vez mais, aspirações de frequência e obtenção de um diploma de Ensino Superior. Estas aspirações decorrem de elevadas expectativas de mobilidade social, da crença na posse de um diploma do ensino superior como um escudo protetor face ao desemprego e à precariedade ou como estratégia para neutralizar possíveis trajetórias de desclassificação social (Fernandes, 2014).

Assim, apesar das características sociais, das dificuldades em encontrar emprego qualificado e condizente com a formação que alcançam, os jovens portugueses continuam a procurar o ensino superior. Num dos poucos estudos, de cariz qualitativo através de entrevistas semiestruturadas, realizados no âmbito dos significados da educação, realizado com adultos finlandeses de três gerações diferentes, este evidenciou diferenças entre as três gerações (Antikainen, Houtsonen, Huotelin, & Kauppila 1995). Os mais velhos, que vivenciaram maiores dificuldades no acesso à educação, descrevem-na como algo valioso e merecedor de respeito. Os adultos médios, que beneficiaram do aumento das oportunidades de educação, veem a educação como um meio para obter um fim. A geração mais nova tem a vantagem de ter tido um largo leque de opções educacionais, mas essa vantagem coincidiu com o aumento das expectativas de obtenção de graus mais avançados como pré-requisito para a obtenção de emprego. Esta geração dos mais novos re-significa a educação como uma mercadoria e uma fonte de tédio. Enquanto os mais velhos veem a educação como um ideal e merecedor de esforço, os mais novos vêem-na como garantida ou vêem-na como um fardo. Assim, a educação superior tende a ser percecionada de maneira diferente em função dos contextos históricos, sociais e culturais onde se desenvolve.

Numa conjuntura histórica e social das sociedades ocidentais em que o ensino superior não é garantia de obtenção de um emprego e este é cada vez mais um bem escasso e precário, torna-se relevante compreender quais os significados que são atribuídos ao ensino superior na atualidade. Para que as instituições de ensino superior possam responder de forma inovadora aos desafios da contemporaneidade e proporcionarem respostas que contribuam para a transformação das expectativas dos seus estudantes devem priorizar na sua missão e nos seus processos de ensino-aprendizagem o seu desenvolvimento pessoal e social em ordem ao empoderamento pessoal que os capacite para a ação e participação (Monteiro, 2015; Monteiro & Gonçalves, 2011).

Como já foi referido, o estado da arte sobre os significados atribuídos pelos estudantes ao ensino superior é escassa, existindo poucos estudos sobre esta temática (Antikainen, Houtsonen, Huotelin, & Kauppila 1995; Henderson-King & Smith, 2006; Monteiro, 2015). Por isso, os instrumentos que permitem aceder e avaliar os ditos significados são raros (Henderson-King & Smith, 2006), no caso de Portugal inexistentes. Este estudo da adaptação do Meaning Of Education questionnaire à população portuguesa, inserido numa investigação mais alargada1, pretende ser um contributo para a investigação no espaço da lusofonia2 para compreendermos como as novas gerações se posicionam face à sua formação e como constroem significados como oportunidade de desenvolvimento pessoal e social e como instrumento que os capacita para a entrada do mundo do trabalho em transformação.

O Meaning Of Education questionnaire (Henderson-King & Smith, 2006), na sua versão original, resulta de um processo de desenvolvimento em que as autoras entrevistaram 29 estudantes do ensino superior norte-americano. As entrevistas tiveram o seu foco na socialização e nas experiências educacionais dos alunos e incluiu perguntas específicas sobre o significado da educação nas suas vidas. O material recolhido nas entrevistas foi analisado a fim de determinar a variedade de significados que os alunos atribuem à sua educação e foi utilizado como a base para o desenvolvimento de itens do questionário. Assistentes de investigação ajudaram a formular e a rever estes itens e, juntamente com as investigadoras, ajudaram também na criação de itens adicionais, tendo por base as suas próprias experiências da faculdade. O conjunto inicial de 95 itens foi submetido a uma discussão falada com outros estudantes que deram feedback sobre a clareza e pertinência dos itens. Desse processo resultou a supressão de 9 itens. O instrumento, com 86 itens, foi submetido a um estudo com 653 estudantes de universidades públicas do meio-oeste Americano, tendo os participantes respondido a cada item numa escala do tipo Likert de 10 pontos em que 1 significa "nada de acordo" e 10 "concordo muito". Segundo as autoras, análises paralelas prévias, indicavam, para esta temática, uma solução de 10 fatores como sendo mais apropriada. Após a recolha dos dados procederam à análise fatorial de componentes principais com rotação varimax, que forçou os itens em 10 fatores. Posteriormente foram realizadas investigações relativas ao estudo dos significados da educação superior (Henderson-King & Mitchell, 2011; Krypel & Henderson-King, 2010). Para Henderson-King e Smith (2006), os significados da educação superior são definidos como sendo o significado interno que a educação superior tem para os alunos, ou seja, as interpretações ou construções da sua realidade pessoal, no que diz respeito à sua experiência educacional, que pode ou não coincidir com os pontos de vista dos educadores, pais ou colegas. Para as autoras, os significados da educação superior podem incorporar, mas não estão limitados aos, objetivos educacionais dos estudantes. Para alguns alunos o significado da educação pode ser exatamente sobre o cumprimento de metas específicas enquanto, para outros, o que significa tem pouco a ver com a realização de objetivos. Alguns alunos podem pensar sobre a sua educação como o caminho para uma carreira desejada, enquanto outros podem interpretar a educação como fonte de stress nas suas vidas. Nesta visão, cada aluno pode conter vários significados da experiência vivida na universidade como, por exemplo, aprender sobre si mesmo, sobre as suas capacidades para fazer contribuições significativas ou alcançar uma maior independência e autonomia na sua vida (Henderson-King & Mitchell, 2011). No aprofundamento do conhecimento relacionado com os significados atribuídos pelos estudantes universitários à educação superior, Krypel e Henderson-King (2010) constataram, numa investigação desenvolvida com 309 estudantes norte-americanos, que os significados da educação se encontravam relacionados com o stress percebido pelos estudantes, com o seu otimismo e com os seus estilos de coping.

Assim, o objetivo deste estudo foi adaptar à realidade portuguesa o Meaning Of Education questionnaire, dada a pertinência da temática, a sua atualidade na agenda social e a escassez de instrumentos para a avaliação dos significados atribuídos à educação superior. A opção pelo referido instrumento deu-se em virtude dos bons resultados psicométricos apresentados pelo mesmo em sua versão original.

 

Método

A adaptação e validação da versão portuguesa do MOE, objeto deste estudo, visa ser um contributo para a investigação permitindo aceder a um instrumento que avalia os significados que a educação superior tem para os estudantes que a frequentam. Na sua versão original o MOE é composto por 86 itens distribuídos por 10 subescalas cujas descrições constam na Tabela 1.

A adaptação e validação do MOE iniciou-se com o pedido de autorização às autoras, seguindo-se a tradução realizada por um tradutor. A partir desta, tendo em atenção a necessidade de salvaguardar a tradução adequada das terminologias e da intencionalidade de medida psicológica de cada item, recorreu-se a uma psicóloga expert em língua inglesa e a um investigador sénior, doutorado em psicologia, que supervisionaram a adequação científica da tradução efetuada. Do contributo de cada um resultaram alterações à versão inicial, obtendo-se uma versão intermédia do instrumento. Esta versão foi sujeita a uma reflexão falada com quatro estudantes do ensino superior, com o objetivo de salvaguardar que os estudantes compreendiam cada item com a intencionalidade que se pretendia e assegurar a efetiva adequação dos mesmos à realidade portuguesa. Deste processo resultaram alterações de linguagem em alguns dos itens do instrumento. De seguida, foi sujeito à análise de três investigadores seniores, com doutoramento em Psicologia, com o intuito de garantir a adequabilidade das alterações introduzidas. A partir do seu feedback fizeram-se os reajustamentos que permitiram a obtenção da versão final do instrumento. Com a versão final do instrumento foi realizado um estudo para a adaptação e validação do MOE. Neste estudo, fazendo uso da plataforma de colocação online de questionários, foram recolhidos dados de 712 participantes, estudantes de licenciatura e mestrado de instituições públicas e privadas, universitárias e politécnicas de Portugal.

Participantes

Participaram no estudo 712 estudantes, com uma média de idades de 23,7 anos (desvio padrão de 7,2) de licenciatura e mestrado do ensino superior de Universidades e Institutos Politécnicos, públicos e privados de Portugal. O género feminino foi maioritário, representando 78,4%. No que diz respeito ao tipo de ciclo de estudos frequentado 80,5% frequentavam uma licenciatura, 15,3% frequentavam um mestrado e 4,2% frequentavam um mestrado integrado. Frequentavam uma instituição de ensino pública 88,7% dos estudantes e 39,7% frequentavam uma instituição de ensino superior politécnico. Residiam na região Norte 39,4% dos estudantes participantes, 43,2% na região Centro, 5,3% na região Sul, 10,3% na região autónoma dos Açores e 1,7% na região autónoma da Madeira.

Instrumentos

Foram usados dois instrumentos: (a) Questionário sociodemográfico; (b) Escala dos Significados da Educação Superior (ESES). O questionário sociodemográfico foi construído, no âmbito deste estudo, para recolher dados demográficos, académicos e socioeconómicos dos estudantes. A Escala dos Significados da Educação Superior é o nome em português dado para a adaptação do Meaning of Education questionnaire (Henderson-King & Smith, 2006) realizada neste estudo. Em sua versão original o instrumento é constituído por 86 itens para serem respondidos com uma escala de 10 pontos do tipo Likert.

Procedimentos

A recolha dos dados foi realizada com recurso a uma plataforma informática para colocação de questionários online. Foram contactadas diversas associações e grupos de estudantes de Instituições de Ensino Superior (via telefone ou e-mail) e pedida a colaboração na recolha dos dados. O pedido feito a cada associação/grupo de estudantes passou pela solicitação de reencaminhamento de um e-mail para as suas mailing lists. Neste e-mail constava o pedido de colaboração com a investigação e o link que remetia para o local online onde os participantes podiam responder.

Registe-se que o estudo foi previamente apreciado pela Comissão de Ética da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto que emitiu um parecer favorável acerca do mesmo. Todas as participações na investigação foram voluntárias e foi respeitada a confidencialidade e o anonimato dos participantes. Os dados recolhidos foram utilizados estritamente com objetivos de investigação.

Com os dados recolhidos, utilizando o programa informático PASW (versão 18), foi realizada uma análise fatorial exploratória (AFE), com rotação ortogonal varimax, segundo o método dos eixos principais, admitindo como critério um nível de saturação dos itens > 0,50. Posteriormente optou-se pela realização da análise fatorial exploratória, com rotação ortogonal varimax, segundo o método dos eixos principais, admitindo como critério um nível de saturação dos itens > 0,50, mas retendo 10 fatores, como no estudo original. Tal opção apresentou uma capacidade explicativa dos resultados superior à opção inicial, na qual não havia sido feita restrição do número de fatores (por padrão, foram extraídos fatores com autovalores maiores do que 1).

Foi realizada também, utilizando o programa informático EQS 6.1, a análise fatorial confirmatória (AFC). O modelo especificado na AFC teve, como base, os 10 fatores que emergiram na AFE. Previamente à especificação do modelo procedeu-se à realização de emparcelamentos entre os itens (Little, Cunningham, Shahar & Widaman, 2002) que constituem cada um dos fatores, de modo a que na estimação do modelo fossem incluídos menos parâmetros, o que possibilita a obtenção de um valor de estimação mais estável. Para a criação das parcelas de itens foram calculadas médias de conjuntos de 4/5 itens de cada fator do instrumento, tendo sido estas parcelas aquelas que foram consideradas como variáveis observadas do modelo. A qualidade do ajustamento do modelo foi avaliada com base nas seguintes estatísticas: ratio do χ2 sobre graus de liberdade (χ2/gl), comparative fit index (CFI), standardized root-mean-square residual (SRMR), root mean-square error of approximation (RMSEA). A opção pelo relato do ratio χ2 sobre graus de liberdade (χ2/gl) prende-se com o facto da estatística do χ2 ser muito sensível ao tamanho amostral, de tal modo que a referida estatística pode apresentar valores significativos mesmo quando perante modelos razoáveis, desde que o tamanho amostral seja elevado (e.g., Bentler, 1990; Bentler & Bonett, 1980).

 

Resultados

Da AFE com rotação ortogonal varimax, segundo o método dos eixos principais, admitindo como critério um nível de saturação dos itens > 0,50, sem restrição do número de fatores, resultou um conjunto de fatores mais elevado do que aquele que foi encontrado pelas autoras do instrumento original. Este aumento implicou uma maior dificuldade de interpretação dos dados. Num segundo momento, optou-se pela realização da AFE com rotação ortogonal varimax, segundo o método dos eixos principais, admitindo como critério um nível de saturação dos itens > 0,50 e retendo-se 10 fatores, como no estudo original do instrumento. Esta opção acabou por demonstrar uma adequabilidade maior, apesar de serem percebidas algumas diferenças do instrumento original. Catorze itens foram eliminados por não saturarem segundo o critério utilizado ou por apresentarem valores baixos de comunalidades (utilizou-se como critério a eliminação de itens com valores inferiores a 0,50). A distribuição dos itens efetuou-se, quase na totalidade, com a mesma configuração verificada no instrumento original (ver Tabela 2). De entre os 14 itens eliminados encontram-se os três referentes à subescala Futuro, que acabou por desaparecer. Uma vez que se seguiu o critério original de 10 fatores, resultou um novo fator a partir do desdobramento da subescala Preparação para o Trabalho/Profissão que viu os seus 11 itens darem origem a duas subescalas. A primeira, que manteve a mesma denominação de Preparação para o Trabalho/Profissão, foi composta por cinco itens e a segunda subescala, com quatro itens, a que foi dado o nome Económica, emergiu como um novo fator.

A consistência interna de cada um dos fatores resultantes da AFE apresenta valores elevados, compreendidos entre .84 e .94. Quando se efetua uma análise escala a escala constata-se que em quase todas se assiste a um ligeiro aumento quando se compara os valores da consistência interna do estudo atual com os valores encontrados pelas autoras no estudo original, tal como se pode verificar na Tabela 3.

Após a realização da AFE, foi realizada uma AFC com recurso ao software EQS 6.1 (Bentler, 2005). A AFC foi realizada sobre os dados, restringindo 30 variáveis observadas para carregar em 10 fatores em função dos resultados item a-factor da análise fatorial exploratória anterior. O modelo testado apresentou um bom ajustamento tal como é possível verificar pelos valores obtidos: [χ2(360) = 1057.22, p < .01; CFI = 0.96; RMSEA = 0.05; SRMR = 0.03]. Além disso, os pesos fatoriais dos itens nos fatores mostraram valores bastante adequados, os quais variam entre 0.81 e 0.98. Segundo Hu e Bentler (1999) um CFI > 0.95, SRMR < 0.08 e RMSEA < 0.06 refletem valores que traduzem um bom ajustamento do modelo.

 

Discussão

Esta investigação objetivou adaptar e validar o Meaning Of Education questionnaire. O instrumento original, composto por 10 fatores, não encontrou correspondência total na AFE realizada inicialmente, sem qualquer restrição do número de fatores, isso pode ocorrer devido as dificuldades de se explicar os resultados. Em função da dispersão dos itens e fatores se optou por testar o modelo de 10 fatores propostos pelas autoras originais. Constata-se que a organização dos itens obedece, na sua maioria, à organização original, embora, não na sua totalidade. Assim o modelo original parece ser, na sua generalidade, confirmado. O desaparecimento, por não saturação dos seus itens, da subescala Futuro fica, em nosso entender, a dever-se sobretudo ao facto deste fator estar relacionado com a importância que a educação superior tem para a definição do futuro académico e para as opções formativas a serem realizadas. Assim, se num contexto americano, onde o instrumento originalmente foi desenvolvido, tal situação pode ser pertinente dado o carácter abrangente do Ensino Superior, marcado por um tronco comum e, só posteriormente, marcado pela especialização dos estudos, no contexto português, tal não se verifica. Na verdade, no caso português, um estudante quando ingressa no Ensino Superior fá-lo, desde logo, para um curso específico. Assim, no contexto português, o fator Futuro apresenta pouca adequação.

O desdobramento da subescala Preparação para o Trabalho/Profissão em duas subescalas como resultado do critério de 10 fatores adotado na análise fatorial exploratória apresenta também sustentabilidade na medida em que os quatro itens que originam a nova subescala Económica têm uma intencionalidade diferente dos restantes sete itens que se mantêm na subescala Preparação para o Trabalho/Profissão. Assim, enquanto os itens que compõem a nova escala têm um cariz mais económico/financeiro, os restantes têm um cariz mais profissional. No contexto americano, a vertente profissional pode ser vista como o meio pelo qual se chega à vertente económica, enquanto no contexto português, parece emergir a ideia que os estudantes não encontram relação direta entre trabalho/profissão e a obtenção de dinheiro, podendo este ser alcançado por outras vias, diferentes do investimento no trabalho e na carreira.

A migração de um dos itens da subescala Autoconhecimento para a subescala Aprendizagem é compreensível dada a ambiguidade do item em questão e pelo facto do autoconhecimento implicar, per si, uma aprendizagem. A migração de um dos itens da subescala Independência para a subescala Stress é compreensível pela mesma razão, pois as tarefas inerentes à independência tendem a implicar stress.

O modelo de 10 fatores proposto e identificado na análise fatorial exploratória é corroborado pelos resultados obtidos na análise fatorial confirmatória. Estes resultados suportam a consistência do modelo e a sua adequabilidade para a interpretação dos significados da educação superior no contexto do ensino superior português.

Em conclusão, a adaptação e validação do Meaning of Education questionnaire, ao contexto português, é importante dada a ausência de instrumentos capazes de medir os significados que os estudantes do ensino superior atribuem à formação que frequentam. Este processo de adaptação e validação insere-se num projeto de estudo mais vasto, inserido num projeto de doutoramento, em que se pretende caracterizar os significados atribuídos pelos estudantes do ensino superior português à educação superior, ao trabalho e à transição universidade-trabalho. Sendo uma etapa deste processo mais alargado, ela não deixa de ser fundamental, na medida em que, por um lado, permite cumprir um dos seus objetivos primordiais de dotar o contexto português de um instrumento capaz de medir os significados atribuídos à educação superior pelos seus estudantes. Por outro lado, permitiu a realização de um estudo mais alargado de compreensão dos significados atribuídos à educação superior, ao trabalho e à transição universidade-trabalho e das relações existentes entre estas três dimensões (Monteiro, 2015).

Num contexto em que o ensino superior não é garantia de obtenção de um trabalho e o trabalho é um bem tão escasso, perceber quais os significados que são atribuídos ao ensino superior, pelos estudantes que o frequentam, é extremamente pertinente para a investigação e de enorme relevância do ponto de vista histórico e social, para que as instituições de ensino superior possam apresentar as respostas mais adequadas, contribuindo para a transformação das expectativas dos seus alunos, focalizando-se na relevância da formação superior como um direito de todos os cidadãos e como um recurso empoderante no seu desenvolvimento pessoal e social (Monteiro & Gonçalves, 2011).

Numa sociedade marcada pelo risco, medo, incerteza e pelo trabalho precário ou inacessível (e.g., Marris, 1996; Rifkin, 1995; Standing, 2014), os estudantes podem ser confrontados com um dilema quando concluem a sua formação: ou realizarem a sua expetativa de ingressarem no mundo do trabalho, integrando a classe média, ou adiarem este projeto, em que investiram, por falta de oportunidades no mundo do trabalho, integrando o grupo dos jovens que alimentam o contingente do desemprego (Chickering & Reisser, 1993). Perante estas possibilidades, realistas e fundamentadas, parece-nos claro que estes novos desafios e as mudanças originadas pela Pós-Modernidade deverão merecer uma reflexão profunda no contexto académico, de modo a clarificar a missão do ensino superior enquanto contexto de desenvolvimento e de cidadania daqueles que o frequentam. Neste sentido, o conhecimento relativo aos significados atribuídos à educação superior tem um papel fulcral pois as instituições de ensino superior devem ter a preocupação de providenciar atividades que ajudem os estudantes a integrar diversas perspetivas, pressupostos e valores (Chickering & Reisser, 1993) de modo a torná-los capazes e mais imersos de espírito crítico (Almeida & Franco, 2011), em tempos cada vez mais marcados pela incerteza, pelo efémero, pela fluidez e pela transitoriedade.

 

Considerações finais

A adaptação ao contexto português do Meaning of Education questionnaire deixa em aberto a possibilidade de futuras investigações nesta área, a realizar por outros investigadores com interesse pelo estudo do ensino superior em Portugal. Tendo em conta que esta investigação teve como um dos objetivos específicos a adaptação de um instrumento de avaliação dos significados da educação superior, será importante prosseguir este trabalho de desenvolvimento e depuração rigorosa do mesmo, melhorando as suas qualidades psicométricas e a sua sustentabilidade concetual. Embora apresente boas qualidades psicométricas, torna-se necessário desenvolver e testar mais o instrumento, num futuro próximo, com a realização de estudos focados na sua validade convergente e discriminatória. Neste sentido, é importante a realização de novos estudos que permitam o seu desenvolvimento e adequação à população portuguesa de estudantes do ensino superior. E, ainda, alargar estes estudos a populações de estudantes do ensino superior de outros países, nomeadamente, pela sua proximidade linguística e cultural, aos países da lusofonia.

Por fim, apresentamos uma reflexão sobre as vantagens e desvantagens associadas ao processo de recolha de dados através de uma plataforma online. Esta tem a vantagem de contornar a morosidade e burocracia das instituições de ensino perante pedidos efetuados para administração presencial, assim como pelo dispêndio temporal que tal processo de recolha implica. Para além disso, esta forma de recolha de dados parece ser considerada mais atrativa para a população-alvo quer ao nível do tempo despendido para o preenchimento quer ao nível do conforto e comodidade do próprio preenchimento (o estudante pode fazer o preenchimento na altura que lhe for mais conveniente). A facilidade com que os estudantes de ensino superior manuseiam as novas tecnologias e a Internet são aspetos considerados como facilitadores da opção pela recolha em plataforma online, permitindo assim a recolha de um grande conjunto de dados num curto espaço de tempo. Como desvantagens identificam-se as dificuldades em controlar a existência de respostas múltiplas dadas por um mesmo estudante ou a impossibilidade de controlar as características dos estudantes que respondem de modo a obter uma amostra mais representativa da população estudantil portuguesa, sendo de estudar, no futuro, mecanismos que permitam contornar, dentro do possível, estas limitações. Todavia, apesar destas desvantagens, a utilização de uma plataforma online para recolha de dados parece-nos ter mais aspetos positivos que negativos ao nível da investigação.

 

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Endereço para correspondência:
André M. Monteiro
Centro de Desenvolvimento Vocacional e Aprendizagem ao Longo da Vida
Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto
Rua Alfredo Allen, 4200-392, Porto, Portugal
Fone: 351 226 079 700
E-mail: pdpsi10035@fpce.up.pt

Recebido 08/06/2014
1ª Revisão 30/05/2015
Aceite Final 01/06/2015

 

 

Sobre os autores
André M. Monteiro é Psicólogo, Doutor em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Membro do Centro de Desenvolvimento Vocacional e Aprendizagem ao Longo da Vida da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.
Carlos M. Gonçalves é Professor Auxiliar da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Coordenador do Centro de Desenvolvimento Vocacional e Aprendizagem ao Longo da Vida da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.
1 Este trabalho inseriu-se num projeto mais vasto em que se pretendeu caracterizar os significados atribuídos à educação superior, ao trabalho e à transição da educação superior para o trabalho.
2 Decorrem contactos com uma investigadora da Universidade Federal do Amazonas para a adaptação do instrumento ao contexto brasileiro.

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