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Revista Brasileira de Orientação Profissional

versión impresa ISSN 1679-3390versión On-line ISSN 1984-7270

Rev. bras. orientac. prof vol.18 no.2 Florianópolis jul./dic. 2017

http://dx.doi.org/10.26707/1984-7270/2017v18n2p233 

ARTIGO

 

Inclinações motivacionais de adolescentes concluintes do ensino fundamental em Manaus a partir do BBT-Br1

 

Motivational inclinations of adolescents completing elementary school in Manaus from BBT-BR

 

Tendencias motivacionales en adolescentes que finalizan la enseñanza básica en Manaus a partir del BBT-BR

 

 

Gisele Cristina Resende; Sonia Regina Pasian

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto-SP, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A conclusão do ensino fundamental é marcante evento na vida do jovem, abrindo caminho para escolhas educacionais e de carreira, requerendo autoconhecimento de si e das profissões. Este estudo objetivou caracterizar inclinações motivacionais de estudantes do nono ano do ensino fundamental da região norte do Brasil, examinando efeito da origem escolar, avaliando-se, pelo Teste de Fotos de Profissões (BBT-Br), 199 estudantes de escolas públicas e particulares de Manaus (AM), de ambos os sexos, com idade média de 14,3 anos. Os resultados apontaram perfil motivacional marcado predominantemente pelo senso social (radical S), criatividade (radical G) e raciocínio lógico (radical V), com especificidades de interesses em função do sexo e da origem escolar. Houve bons indicadores de fidedignidade do BBT-Br nesse nível de ensino.

Palavras-chave: inclinações motivacionais, interesses profissionais, BBT-Br, adolescentes, orientação vocacional


ABSTRACT

The completion of elementary school is an important event in a young person's life, paving the way for educational and career choices, requiring self-knowledge of self and professions. This study aimed to characterize the motivational inclinations of ninth year students of elementary education in the northern region of Brazil, by examining the effect of the school origin, by evaluating, through the Photo of Professions Test (BBT-Br), 199 students of both sexes from Manaus public and private schools (AM), with an average age of 14.3 years. The results showed a motivational profile marked predominantly by the social sense (radical S), creativity (radical G) and logical reasoning (radical V), with specificities of interests according to sex and school origin. There were good indicators of BBT-Br reliability at this level of education.

Keywords: motivational inclinations; professional interests; BBT-Br; adolescents; professional and career guidance


RESUMEN

La finalización de la enseñanza básica es un importante acontecimiento en la vida del joven, abriendo el camino para elecciones de estudio y de carrera que requieren autoconocimiento de sí y de las profesiones. La investigación que presentamos tuvo como objetivo caracterizar las tendencias motivacionales en estudiantes del noveno grado de la enseñanza básica de la región norte de Brasil, evaluándose la determinación del origen escolar. Se aplicó el Test de Fotos de Profesiones (BBT-Br) a 199 estudiantes de ambos sexos procedentes de escuelas públicas y privadas de Manaus (AM), con una edad promedio de 14,3 años. Los resultados apuntaron un perfil motivacional caracterizado predominantemente por el sentido social (radical S), creatividad (radical G) y raciocinio lógico (radical V), con especificidades de intereses en función del sexo y origen escolar. Hubo adecuados indicadores de fidedignidad del BBT-Br en ese nivel de enseñanza.

Palabras clave: tendencias motivacionales; intereses profesionales; BBT-Br; adolescentes; orientación profesional y de carrera


 

 

O término do ensino fundamental tende a se constituir como marcante evento na vida do jovem, representando a conclusão de importante etapa acadêmica. A depender das características pessoais e dos recursos ambientais disponíveis, o jovem poderá optar por realizar o ensino médio regular (com perspectiva futura de ingresso no ensino universitário) ou o ensino médio integrado à formação técnica (que o preparará para ingresso no mercado de trabalho, por meio de uma profissão). Além disso, com o Novo Ensino Médio (Brasil, Lei nº 13.415, de 2017), composto por uma Base Nacional Comum Curricular para todos os estudantes e uma Base Curricular Diversificada com opções para aprofundamento dos estudos em áreas (I - linguagens e suas tecnologias; II - matemática e suas tecnologias; III - ciências da natureza e suas tecnologias; IV - ciências humanas e sociais aplicadas; V - formação técnica e profissional), os concluintes do ensino fundamental precisarão tomar decisões e realizar escolhas formais para os estudos no ensino médio. Dentre as opções de ensino médio (regular ou integrado ao ensino técnico), as escolhas forçadas pelas novas diretrizes nacionais exigem análise e reflexão por parte dos estudantes, o que pode ser facilitado pela conscientização de seus interesses e inclinações profissionais. Nesse sentido, os recursos de avaliação psicológica no campo das motivações profissionais configuram-se como instrumentos úteis para autoconhecimento e reflexão, de modo que o estudante perceba suas potencialidades, reescreva sua história de vida e planeje seu futuro (Ambiel, 2016).

De acordo com Aguiar e Conceição (2009), ao chegarem no ensino médio os jovens esperam se preparar para a vida adulta, tanto no aspecto psicológico para o enfrentamento da vida, quanto no aspecto profissional de inserção no mercado de trabalho. Torna-se importante, então, prepará-los para a diversidade de escolhas a serem realizadas com a entrada no ensino médio e para as escolhas profissionais vinculadas a essa etapa do desenvolvimento.

Na mesma linha de argumentação, Pessoa (2011) confirma a necessidade de atenção especializada a essa faixa etária e a esse nível de formação educacional (conclusão do ensino fundamental e início do ensino médio), pois é uma fase em que os adolescentes terão de lidar com preocupações em relação ao desejo de realização profissional (incluindo interesses e inclinações profissionais) e a futura inserção no mercado de trabalho. Entretanto, há carência de estudos científicos com os alunos do ensino fundamental (em especial do último ano deste ciclo formativo) e sua passagem para o ensino médio no contexto brasileiro. A literatura científica aponta que os estudos na área de Orientação Profissional e de Carreira (OPC) se concentram em estudantes do ensino médio, com reduzida produção sobre discentes do ensino fundamental, principalmente concluintes do nono ano (Aguiar & Conceição, 2012; Ambiel, Campos, & Campos, 2017; Teixeira, Lassance, Silva, & Bardagi, 2007).

Além dessa questão, devem ser somados ao contexto de formação pessoal e profissional o intenso e rápido avanço tecnológico e as novas formas de produção do conhecimento, elementos que exigem alterações no processo educacional, como apontado por Munhoz e Melo-Silva (2012). Essas alterações são decorrentes da nova perspectiva social acerca do trabalho, que passou a ser oportunidade de realização pessoal. Os processos de OPC passam a favorecer a descoberta e o exercício de competências do indivíduo, de forma que ele saiba localizar oportunidades e refletir sobre sua forma de atuar no mundo e, assim, construir sua carreira profissional (Guichard, 2012).

Diante desse cenário, a preparação do estudante contempla a aquisição de conhecimentos, formação de atitudes, treinamento de habilidades e competências vinculadas aos comportamentos necessários no exercício profissional, incluindo flexibilidade e criatividade para enfrentar desafios. Esses aspectos podem ser trabalhados ao longo do ensino formal, aliados ao autoconhecimento sobre suas necessidades e interesses, no geral aprimorando oportunidades de futura satisfação frente às possibilidades do mercado de trabalho. Dessa forma, o processo de clarificação sobre inclinações motivacionais durante o desenvolvimento infanto-juvenil tende a fortalecer a formação da identidade e da própria personalidade, favorecendo adaptação aos desafios da formação acadêmica e profissional, nos mais variados contextos socioculturais. Torna-se possível realizar escolhas e elaborar um projeto de vida ao explorar a si mesmo e ao mundo (Ribeiro, Uvaldo, Fonçatti, Audi, Agostinho, & Malki, 2016).

Com base nessas premissas, os processos de orientação diante da escolha da profissão e da carreira tornam-se muito promissores com os adolescentes, envolvendo o conhecimento de múltiplas variáveis familiares, educacionais, sociais, econômicas e psicológicas (interesses, habilidades, traços de personalidade, expectativas em relação ao futuro e maturidade para a escolha profissional), como apontado por Bordão-Alves e Melo-Silva (2008). A compreensão de fatores psicológicos, como dinâmica psíquica, inclinações motivacionais e interesses profissionais, favorece o processo de autoconhecimento para a tomada de decisões frente às escolhas que serão necessárias (Munhoz & Melo-Silva, 2012; Okino & Pasian, 2010). Os vários recursos envolvidos em processos de avaliação psicológica podem favorecer o autoconhecimento para a tomada de decisões frente às escolhas e subsidiar processos de Orientação Profissional e de Carreira (Ambiel, 2016; Okino & Pasian, 2010).

Nesse processo de autoconhecimento ganha relevância o construto que Achtnich (1991) denominou como inclinações motivacionais. Elas representam necessidades internas (motivações e disposições afetivas) que se manifestam no comportamento por meio de escolhas de atividades de vida, sejam elas pessoais ou profissionais. São construídas paulatinamente, ao longo do desenvolvimento humano, captando e absorvendo influências ambientais, em termos históricos, sociais, econômico, educativo e familiar (Achtnich, 1991; Nunes, Okino, Noce, & Jardim-Maran, 2008). A satisfação dessas demandas internas (inclinações motivacionais) no exercício profissional fortalece o sentimento de autorrealização, proporcionando equilíbrio psíquico e saúde, minimizando riscos de sofrimento laboral/ocupacional (Welter & Capitão, 2009).

Ao referenciar a importância do conhecimento das inclinações motivacionais, Achtnich (1991) elaborou instrumento específico para sua exploração, intitulado Teste de Fotos de Profissões (BBT), composto por fotos de atividades profissionais representativas de oito fatores básicos que representam as inclinações motivacionais dos indivíduos. De modo sintético, os oito radicais de inclinação motivacional são os seguintes: W (ternura, feminilidade, toque), K (força física, dureza), S (senso social, com duas tendências: Sh - ajuda ao outro, Se - energia, dinamismo e necessidade de movimento), Z (necessidade de mostrar e expor as ideias, estética e artes), V (lógica, raciocínio objetivo, necessidade de conhecimento), G (criatividade, inspiração e inovação), M (matéria, uso de substância material), O (oralidade e comunicação, com duas tendências: Or - fala, comunicação e amabilidade, e On - relação com o alimento, nutrição). As fotos escolhidas pelo indivíduo no BBT representariam suas necessidades prioritárias (inclinações motivacionais), as quais podem ser satisfeitas no exercício profissional.

Esse método projetivo de avaliação psicológica foi adaptado ao Brasil (Pasian, Okino, & Melo-Silva, 2007), passando a se intitular BBT-Br (Jacquemin, 2000; Jacquemin et al., 2006), sendo tema de estudos empíricos que demonstraram possibilidades para sua utilização em contextos variados (Melo-Silva, Pasian, Okino, Marangoni, & Shimada, 2016; Silva & Pasian, 2014). Muitos estudos investigaram as propriedades psicométricas das versões feminina e masculina do BBT-Br (Barrenha 2011; Ferrari, 2015; Okino, 2009), envolvendo verificação de evidências de validade, de precisão e a elaboração de referenciais normativos para embasar seu processo interpretativo.

Ao oferecer relevantes informações para clarificar inclinações motivacionais do indivíduo, o Teste Fotos de Profissões (BBT-Br) ocupa lugar de destaque como instrumento auxiliar em processos de Orientação Profissional e de Carreira (Melo-Silva et al., 2016; Pasian, Okino, & Melo-Silva, 2007). Ao pesquisar os interesses profissionais em adolescentes do ensino médio do interior paulista (n = 1582 estudantes, sendo 862 do sexo feminino e 720 do sexo masculino), Barrenha (2011) identificou efeito da origem escolar (escola particular ou pública) sobre os resultados nas duas versões do BBT-Br. No caso da forma feminina do BBT-Br, as estudantes de escolas particulares evidenciaram preferência por atividades envolvendo senso social, dinamismo, apreciação pelo belo e estético, necessidade de comunicação e cuidado nutritivo, marcados pelos radicais S, Z, O. Enquanto isso, as estudantes de escolas públicas apresentaram inclinações para atividades profissionais também voltadas para o senso social e de ajuda ao outro, atividades relacionadas ao contato, cuidado nutricional e comunicabilidade, bem como atividades com o cuidado corporal e uso da sensibilidade e do tato, expressos pelos radicais S, O, W. Na versão masculina do BBT-Br a estrutura de inclinação primária positiva dos estudantes de escolas particulares e públicas foi marcada por interesses prioritários em atividades de ajuda social e cuidado com o outro (radical S), atividades criativas e com uso da imaginação (radical G), atividades com o uso da lógica e da mensuração (radical V) e atividades relacionadas à comunicabilidade e cuidado nutritivo (radical O). Esses radicais se alternaram apenas na ordem de preferência dos estudantes, sendo que nas escolas particulares houve prioridade por atividades comunicativas e de cuidado nutricional (radical O) e nas escolas públicas pelas atividades marcadas pela racionalidade, objetividade e mensuração (radical V). Houve diferenças estatisticamente significativas nos indicadores de produtividade ao BBT-Br, sendo que estudantes de escolas particulares tiveram maior rejeição pelas fotos comparando-se aos estudantes de escola pública, que demonstraram maior abertura para as escolhas. Esses achados indicaram diferenças entre as motivações e os interesses profissionais de acordo com a origem escolar dos estudantes, que é marcada pelo contexto educacional e socioeconômico das referidas instituições de ensino.

Em complemento a esses achados, estudos com outros instrumentos de avaliação psicológica apontaram diferenças nos interesses profissionais também associados ao sexo. Su, Rounds e Armstrong (2009) realizaram metanálise focalizando a magnitude e a variabilidade das diferenças sexuais nos interesses vocacionais segundo os tipos Realista, Investigativo, Artístico, Social, Empreendedor e Convencional de Holland (1997). Também avaliaram as dimensões propostas por Prediger's (1982): Dados-Ideias, Pessoas-Coisas e as áreas de interesse STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Foram utilizados os resultados técnicos de 47 inventários de interesses aplicados em 503.118 entrevistados. Os resultados mostraram que homens preferem trabalhar com as coisas e mulheres preferem trabalhar com pessoas, produzindo um grande tamanho de efeito (d = 0,93) na dimensão Coisas-Pessoas. Os homens mostraram maiores interesses Realistas (d = 0,84) e Investigativos (d = 0,26), e as mulheres apresentaram fortes interesses Artísticos (d = -0,35), Sociais (d = -0,68) e Convencionais (d = -0,33). As diferenças de sexo que favorecem os homens também foram encontradas para medidas mais específicas de Engenharia (d = 1,11), Ciências (d = 0,36) e interesses de Matemática (d = 0,34). Em suas conclusões apontaram o importante papel dos interesses profissionais nas escolhas ocupacionais, com clara influência do sexo, variável a ser considerada nas avaliações e intervenções em processos de Orientação Profissional e de Carreira.

Ao retomar os trabalhos empíricos realizados com o BBT-Br, nota-se que os grupos pesquisados focalizaram, prioritariamente, estudantes do ensino médio (Barrenha, 2011; Bordão-Alves & Melo-Silva, 2008; Ferrari, 2015; Noce, 2008; Okino, 2009; Pasian & Jardim-Maran, 2008), justamente aqueles que frequentemente constituem o grupo de maior demanda de ajuda nos serviços de Orientação Profissional (Aguiar & Conceição, 2012; Melo-Silva, Leal, & Fracalozzi, 2010; Teixeira et al., 2007). Porém, a realidade contemporânea exige revisão nesses cuidados aos estudantes, devendo-se antecipar processos de orientação e de formação pessoal e profissional (Munhoz & Melo-Silva, 2012). Atenção especial deve ser dada ao encerramento do ciclo de ensino fundamental, em especial em seu último ano (Aguiar & Conceição, 2009; Pessoa, 2011).

Dentro dessa realidade, até o momento não foram identificados estudos com o BBT-Br em estudantes do final do ensino fundamental (nono ano), exatamente quando esses adolescentes concluem o ensino obrigatório mínimo vigente no Brasil e precisam realizar escolha do percurso a seguir. Nesse contexto é que a contribuição do autoconhecimento adquirido e estimulado poderá traçar desfechos desenvolvimentais diferenciados aos adolescentes, justificando-se o investimento em estudos de suas necessidades, suas motivações e suas inclinações profissionais, ainda pouco pesquisadas no Brasil, sobretudo na região norte, especificamente em Manaus. O Pólo Industrial de Manaus - PIM (antiga Zona Franca) foi criado em 1967 com a perspectiva de favorecer o desenvolvimento econômico e industrial na Amazônia (Araújo, 2009). Isso contribuiu para o avanço socioeconômico, desafiando o Estado do Amazonas a educar sua população e formar profissionais para a crescente industrialização, exigindo cuidados educacionais para bem orientar esses jovens em suas carreiras.

Além disso, nos últimos anos, a busca por ensino superior e formação profissional de nível técnico tem despertado o interesse dos jovens que visualizam a perspectiva de melhores condições de vida. Os dados do Censo Escolar de 2014 do Brasil, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), demonstraram elevação dos índices de conclusão do ensino fundamental na idade esperada (até 16 anos), recebendo destaque a região sudeste e apresentando menores índices as regiões norte e nordeste (Todos pela Educação, 2016). A taxa percentual brasileira de conclusão do ensino fundamental até os 16 anos de idade foi de 73,7%, sendo que no Estado do Amazonas o índice foi de 60,6% (Brasil, 2017), reafirmando a importância de ações educacionais e de orientação profissional aos concluintes do Ensino Fundamental dessa região.

Diante do exposto, objetivou-se nesse trabalho avaliar as estruturas de inclinação motivacional de estudantes concluintes do ensino fundamental (nono ano), de escolas públicas e particulares da cidade de Manaus, na região norte do Brasil. Buscou-se identificar o perfil de interesses desse nível de ensino a partir dos indicadores do BBT-Br, examinando-se possíveis especificidades de acordo com a origem escolar dos estudantes. Levantou-se, por fim, dados relativos à fidedignidade do teste BBT-Br aplicado a esse nível de ensino na região norte do Brasil, comparando-os com achados disponíveis na literatura científica relativa a esse método projetivo de avaliação psicológica.

 

Método

Esse estudo foi desenvolvido com base em delineamento quantitativo, a partir de recursos de avaliação psicológica. Seu recorte foi transversal, descritivo-comparativo e interpretativo sobre os indicadores técnicos encontrados.

Participantes

Foram avaliados199 estudantes (100 do sexo feminino e 99 do sexo masculino), regularmente matriculados na rede de ensino pública e particular da cidade de Manaus (AM), finalistas do ensino fundamental (nono ano). Foram critérios de inclusão no estudo: idade entre 13 e 18 anos, de ambos os sexos e suficiente frequência escolar. A partir da acessibilidade de contato, quatro instituições educacionais de Manaus (AM) foram convidadas e aceitaram o estudo, sendo duas escolas particulares e duas escolas da rede pública estadual de ensino, com turmas no período matutino e vespertino. Nas instituições participantes existiam e foram convidadas ao estudo oito turmas de discentes (duas por escola), com 25 alunos em média por sala, visto que todos preenchiam os critérios de seleção. Do conjunto de 200 estudantes contatados, todos aceitaram participar da pesquisa, porém houve falta de um discente (de escola pública) na data de aplicação dos instrumentos.

A amostra foi constituída por conveniência, dividida equitativamente em função do sexo e entre estudantes de escolas particulares (n = 100) e escolas públicas (n = 99). A média etária dos participantes foi de 14,32 anos (DP = 0,84), sem diferenças estatisticamente significativas nessa variável entre os subgrupos público e particular de ensino, sendo, portanto, comparáveis.

Materiais

Os dados desse estudo derivaram das versões feminina e masculina do Teste de Fotos de Profissões BBT (Achtnich, 1991), adaptadas ao Brasil por Jacquemin (2000, forma masculina) e por Jacquemin et al. (2006, forma feminina). Esse instrumento de avaliação psicológica possui natureza projetiva e proporciona, a partir da frequência de distribuição de escolhas positivas, negativas e neutras de fotos e dos radicais (representados em cada foto), a elaboração das estruturas de inclinação motivacional (primária e secundária, positiva e negativa) do indivíduo. As versões masculina e feminina do BBT-Br são compostas por 96 fotos que representam diferentes profissionais em situação de trabalho. Cada foto representa um fator motivacional principal (letra maiúscula - motivação profissional) e um radical secundário (letra minúscula - ambientes e objetos de trabalho), derivados dos radicais propostos por Achnitch, a saber: W, K, S, Z, V, G, M e O.

Pode-se examinar os índices de produtividade no BBT-Br (número de escolhas positivas, negativas e indiferentes) e também as estruturas de inclinação motivacional (positivas e negativas/ primárias e secundárias), buscando-se a clarificação e a identificação das necessidades a serem satisfeitas no âmbito profissional e, ao mesmo tempo, as áreas de rejeição ocupacional. Faz-se também a comparação dos resultados individuais com o respectivo grupo normativo, objetivando verificar especificidades de produção e marcadores do perfil de inclinações motivacionais, o que pode revelar elementos inconscientes e auxiliar em processos de Orientação Profissional e de Carreira.

O BBT-Br, na versão feminina e na versão masculina, apresenta positivas evidências de validade e de fidedignidade em estudantes do ensino médio e em universitários no Brasil (Barrenha, 2011; Shimada, 2016). Até o momento não se encontram disponíveis parâmetros normativos específicos para o Ensino Fundamental, o que também motivou o presente trabalho com estudantes voluntários do nono ano, incluindo análise da precisão do BBT-Br nesse nível de ensino na região norte do Brasil.

Procedimentos

O projeto de pesquisa foi devidamente apreciado por um Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, recebendo parecer favorável para sua realização (CAAE nº 26144114.3.0000.5407). Somente após esses cuidados, quatro escolas de Manaus (AM) foram procuradas pela primeira autora deste trabalho, sendo duas públicas e duas particulares, todas com ensino fundamental regular (não supletivo), selecionadas por viabilidade prática. A partir da autorização das instituições de ensino, os alunos de nono ano, de turno matutino e vespertino (horários em que as escolas ofereciam essa modalidade de ensino) foram convidados ao estudo em suas respectivas salas de aula. Participaram do trabalho apenas os voluntários que concordaram com a proposta investigativa, autorizados por seus pais e/ou responsáveis.

A coleta de dados foi realizada com aplicação coletiva do BBT-Br (apresentado por meio de equipamento multimídia) no próprio ambiente escolar, seguindo-se suas especificações técnicas. Dado que esse instrumento de avaliação psicológica possui versão específica em função do sexo do respondente, os estudantes foram realocados nas salas de aula das escolas em turmas femininas e masculinas. Os dados foram colhidos em sessão com duração média de 40 minutos, nas diferentes turmas, realizadas pela primeira autora deste trabalho em companhia de um auxiliar (estagiário de Psicologia devidamente treinado para a atividade).

Em data posterior e devidamente agendada, foi oferecida, aos estudantes e aos interessados das escolas colaboradoras, uma palestra sobre o tema "Escolha da Profissão", seguida de debate público sobre o tema. Essa atividade foi positivamente apreciada pelos participantes, com vários comentários espontâneos nessa direção.

Análise de dados

Nesse trabalho foram realizadas análises específicas dos resultados da aplicação do BBT-Br em função da versão (feminina ou masculina), seguindo pressupostos de Achtnich (1991) e os padrões normativos brasileiros (Jacquemin, 2000; Jacquemin et al., 2006). Foram sistematizadas as estruturas de inclinação motivacional dos estudantes, a saber: estruturas positivas e negativas, primárias e secundárias.

Os dados foram digitados em uma planilha computacional do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) para Windows (versão 17.0) para a realização das análises estatísticas. Inicialmente foram realizadas análises descritivas das estruturas primárias e secundárias positivas das inclinações motivacionais dos estudantes do nono ano, comparando-se os dados do grupo feminino e do grupo masculino. Posteriormente foi realizada análise comparativa dos achados das duas versões do BBT-Br em função da origem escolar dos estudantes (escola pública ou particular). Recorreu-se ao teste t de Student (p 0,05) para análise comparativa dos dados médios dos radicais de inclinação motivacional (oito fatores) do BBT-Br. A análise da magnitude do efeito das análises comparativas realizadas nesse trabalho foi efetivada por meio do cálculo de d de Cohen (Cohen, 1988).

Por fim, foram examinados indicadores de precisão (consistência interna) do BBT-Br por meio da extração do Alfa de Cronbach. Isso foi realizado para cada versão do teste (feminina ou masculina), incluindo os oito radicais de inclinação motivacional deste instrumento de avaliação psicológica.

 

Resultados

As estruturas de inclinação motivacional positiva e negativa (primária e secundária) foi elaborada para cada versão do BBT-Br. Esses dados compõem a Tabela 1.

No grupo feminino de estudantes do nono ano do ensino fundamental a estrutura de inclinação primária positiva (que indica as motivações profissionais) ficou composta por tendências principais nos radicais S, G e V. Caracterizaram preferência por atividades voltadas para o senso social, isto é, disponibilidade para ajudar, dinamismo e atividades que envolvam relacionamentos interpessoais (radical S), criatividade, inovação e imaginação (radical G), mas também racionalidade, pensamento lógico e objetividade (radical V). No tocante aos achados das preferências pelos ambientes e objetos de trabalho, derivados da estrutura secundária positiva de inclinação motivacional, destacaram-se os radicais w, s, g. Esses achados sugerem que as adolescentes finalistas do ensino fundamental aspiram por realizar atividades em ambientes e com objetos que ofereçam a possibilidade de contatos pessoais voltados para servir e cuidar de pessoas (w), em que se possa ajudar e servir as pessoas com dinamismo (s), preferindo atuar em locais fechados, como consultórios, laboratórios e que requeiram a criatividade e a inovação (g).

Em relação ao grupo masculino de estudantes, a estrutura primária positiva foi composta prioritariamente pelos radicais G, S e V. Os alunos sinalizaram preferência por atividades ligadas à pesquisa, criatividade e inovação (radical G), àquelas que requerem o contato social e relações interpessoais e de ajuda (radical S) e também que exijam o uso da racionalidade e objetividade (radical V). Na estrutura secundária positiva para o sexo masculino (s, k, v) percebeu-se maior número de escolhas por ambientes de trabalho como instituições de ajuda e educação (s), locais como oficinas e indústrias (k) e locais vinculados a instrumentos de mensuração e raciocínio lógico (v).

Foi, a seguir, realizada comparação estatística dos resultados médios da versão feminina e a masculina do BBT-Br em relação aos radicais primários e secundários (positivos e negativos) de inclinação motivacional. Esses dados são apresentados na Tabela 2.

As análises comparativas apontaram diferenças estatisticamente significativas nos radicais W e K nas estruturas de inclinação primária positiva, ambas com moderado tamanho de efeito (respectivamente d = 0,58 e d = 0,55). Nas estruturas de inclinação primária negativa também W e K apresentaram resultados estatisticamente diferentes, com magnitude elevada em W (d = 0,84) e mediana magnitude em K (d = 0,51). Assim, os estudantes do nono ano indicaram especificidades motivacionais no tocante a atividades voltadas ao cuidado corporal, uso do tato e sensibilidade nos contatos (radical W foi prioritário no grupo feminino) e em relação a atividades que envolvem trabalhos manuais e uso da força física (radical K foi maior no grupo masculino).

Não foram detectadas diferenças estatisticamente significativas entre as versões feminina e masculina do BBT-Br nos radicais secundários positivos e negativos. Em outras palavras, pode-se apontar, em termos gerais, que as inclinações motivacionais positivas dos estudantes do nono ano do ensino fundamental foram bastante similares, com interesses comuns nessa faixa etária, embora a força dos radicais W e K tenha se marcado como específica, respectivamente, para o grupo feminino e para o grupo masculino, reproduzindo expectativas socialmente atribuídas aos sexos.

Em seguida fez-se a comparação de resultados médios das duas versões do BBT-Br em relação à origem escolar (escolas particulares e públicas). Os dados envolveram a análise dos oito radicais de inclinação motivacional positiva (áreas de interesse, evidenciadas pela estrutura primária positiva) e são apresentados na Tabela 3. Os dados relativos à estrutura primária negativa (áreas de rejeição) compõem a Tabela 4.

Após verificar-se a distribuição das dimensões da estrutura primária positiva e negativa do BBT-Br em função da origem escolar, não se encontraram severas violações à normalidade, apesar da variabilidade dos resultados (expressa pelos valores de desvio padrão obtidos). Na versão feminina do BBT-Br percebeu-se diferença estatisticamente significativa em função da origem escolar das estudantes no radical W (d = 0,40) e no radical K (d = 0,48) nas estruturas primárias positiva e negativa, ambas consideradas de magnitude mediana (Cohen, 1988). As estudantes de escolas públicas apresentaram média superior nesses dois radicais motivacionais, sinalizando maior intensidade em sua preferência por atividades vinculadas ao cuidado ao outro, disponibilidade para servir e sensibilidade (W) e em atividades que exijam força física e/ou energia psíquica (K) comparativamente a suas colegas de escolas particulares. Essas especificidades nos interesses de concluintes do Ensino Fundamental de Manaus podem estar associadas a seu contexto de vida, mostrando maior abertura para o exercício profissional nas estudantes de escolas públicas, interessadas em áreas ocupacionais vinculadas ao cuidado e a disponibilidade para estar a serviço do outro (W), mas também por atividades que exijam força física e/ou dinamismo (K), eventualmente para a busca de melhores condições socioeconômicas.

Na versão masculina do BBT-Br foram identificadas diferenças estatisticamente significativas em função da origem escolar nos radicais K (atividades com uso de força física e energia psíquica) e V (atividades com o uso da racionalidade, que trabalhem com mensuração) nas estruturas primárias positiva e negativa. Diante desses radicais os estudantes de escolas públicas obtiveram médias mais elevadas, com efeito da magnitude alto para o radical K (d = 0,76) e com efeito mediano para o radical V (d = 0,40). Esses dados reforçaram suas preferências por atividades vinculadas à força/energia vital e à racionalidade, em comparação com seus pares de escolas particulares, provavelmente derivadas das necessidades mais prementes de seu contexto de vida e socioeconômico, exigindo perfil mais assertivo para enfrentar os desafios de sua realidade.

Por fim, para avaliar indicadores da precisão dos achados das duas formas do BBT-Br foi realizada análise de sua consistência interna. Para tanto, calculou-se o valor do Alfa de Cronbach para os radicais positivos ponderados da estrutura primária de inclinações motivacionais, cujos resultados compõem a Tabela 5.

Percebeu-se que os coeficientes de Alfa de Cronbach dos oito radicais de inclinação motivacional do BBT-Br apresentaram valores entre 0,82 a 0,86, indicando bom nível de consistência interna nas duas versões (feminina e masculina) desse teste psicológico. O índice geral de consistência interna também foi elevado (0,85 na versão feminina e 0,86 na versão masculina). Esses achados empíricos constituem índices de boa fidedignidade do BBT-Br aplicado aos estudantes do nono ano do Ensino Fundamental da cidade de Manaus (AM).

 

Discussão

A caracterização das inclinações motivacionais constitui recurso auxiliar relevante em processos de Orientação Profissional e de Carreira de estudantes em diversos níveis de ensino, inclusive para concluintes do ensino fundamental, pois irão tomar decisões e realizar escolhas decisivas para o percurso profissional, ainda que num momento bastante precoce da vida. Achtnich (1991) postulou que a clarificação das inclinações motivacionais possibilita busca ativa por atividades ocupacionais e profissionais satisfatórias a necessidades internas, viabilizando realização pessoal e saúde mental.

No atual estudo foi possível identificar a estrutura das inclinações motivacionais positivas dos estudantes da cidade de Manaus pertencentes ao nono ano do ensino fundamental. As principais motivações do grupo feminino envolveram atividades profissionais vinculadas a contato interpessoal e ajuda ao outro (S), pensamento criativo e abstrato (G), raciocínio lógico e pensamento organizado (V). Ao balizar esses dados em relação aos parâmetros normativos de estudantes do ensino médio (Jacquemin et al., 2006), percebeu-se acentuada similaridade no tocante ao radical S (interesses marcados pelo senso social e necessidade de relacionamentos interpessoais e ajuda ao outro), parecendo marcar interesse bastante forte no grupo feminino, desde estudantes do nono ano do ensino fundamental até o final do ensino médio, tanto na região sudeste quanto norte do Brasil. Esses achados reafirmam a preferência por atividades profissionais vinculadas ao senso social e ajuda ao outro, apontada por Shimada e Melo-Silva (2013), como marcadora dos interesses em estudantes do sexo feminino.

Na estrutura secundária positiva (que revela preferência por ambientes, locais e objetos de trabalho) as estudantes apontaram apreciar locais que ofereçam possibilidade de contato interpessoal e trabalhos com objetos suaves e utilizando o tato (w), instituições de ajuda (educacional ou de saúde) e disponibilidade para o cuidado ao outro e/ou que requeiram energia psíquica (s), mas também locais fechados em que se possa expor a criatividade e agir com espontaneidade (g). A similaridade entre essas preferências e os padrões normativos (Jacquemin et al., 2006) se deu apenas no radical w, sugerindo que, no grupo feminino, existe tendência a preferir locais que favoreçam o contato humano, o cuidado e que utilize o toque e a sensibilidade, seja em estudantes do ensino médio do sudeste do país ou em estudantes do nono ano do ensino fundamental de Manaus (AM).

Para o grupo masculino as inclinações profissionais se caracterizaram pelo pensamento criativo, curiosidade, pesquisa e abstração (G), relacionamentos interpessoais e ajuda ao outro (S) e raciocínio lógico e organizado (V). Contrapondo-se esses achados com o grupo normativo (Jacquemin, 2000), percebeu-se similaridade nos radicais S, G, V, alterando-se apenas a ordem de apresentação dos mesmos na composição da estrutura primária. Na estrutura secundária masculina, que revela as preferências por locais e objetos de trabalho, as preferências sugeriram locais como instituições de ajuda (s), oficinas e indústrias e trabalho com materiais resistentes (k) e que utilizem a comunicabilidade e o trabalho em interação com outras pessoas (o). Esses achados sugerem um perfil masculino de inclinações profissionais que se mostrou próximo entre o norte e o sudeste do país e também similar entre estudantes de diferentes níveis de ensino (concluintes do ensino fundamental e estudantes do ensino médio).

Percebeu-se semelhança nos radicais que compõem a estrutura de inclinação motivacional feminina e masculina dos concluintes do ensino fundamental (G, S, V), apenas com alteração na ordem de aparecimento de cada um deles. Entretanto, em relação aos ambientes, locais e objetos de trabalho (expressos nos radicais da inclinação secundária positiva) foi possível notar preferências particulares em função do sexo, sendo w z m para as adolescentes de sexo feminino e s k v para os adolescentes do sexo masculino. Esses resultados evidenciam especificidades nas escolhas por atividades profissionais em função do sexo nesses estudantes, visto que, apesar da inclinação motivacional semelhante, o que caracterizará a escolha da profissão é o pareamento entre os radicais da estrutura primária e secundária positiva (Achtnich, 1991; Barrenha, 2011; Okino, 2009). Além disso, Shimada e Melo-Silva (2013) evidenciaram que o sexo feminino se interessa por atividades profissionais relacionadas à ajuda e ao senso social (demonstrados pelo radical S), características apontadas pela literatura como socialmente esperadas para o papel feminino, como a maternagem e o cuidado. O radical motivacional mais rejeitado no grupo feminino, segundo as referidas pesquisadoras, é K (relacionado a atividades com o uso do corpo e da força física, como em trabalhos manuais e corporais), como encontrado no atual estudo. Esse fator motivacional do BBT-Br também se diferenciou na comparação entre os sexos, marcando tendência de interesse masculino, talvez associado a um treino sociocultural. Esse tipo de evidência foi destacado por Su, Rounds e Armstrong (2009) como ponto central para ser compreendido e analisado nas investigações a respeito dos interesses profissionais, favorecendo intervenções mais adequadas às necessidades dos indivíduos.

Outro aspecto analisado no presente estudo foi a influência da origem escolar nas inclinações motivacionais dos estudantes de nono ano, compreendendo-se que o ambiente no qual o estudante está inserido e o sistema de ensino (público ou privado) pode influenciar suas inclinações e interesses profissionais nessa faixa etária examinada. Nesse sentido, viu-se que as estruturas de inclinação primária positiva (para os sexos feminino e masculino) sofreram alterações na posição dos radicais conforme a origem escolar. Assim, no grupo feminino da escola pública a estrutura de interesses foi prioritariamente marcada pelos radicais S, G e V, enquanto para as estudantes de escola particular foi G, S e O. Assim, as estudantes de escolas públicas evidenciaram motivações voltadas para atividades de ajuda e senso social, com uso da criatividade e inovação, seguidas de racionalidade e objetividade, enquanto nas escolas particulares a ênfase se deu em atividades profissionais que utilizam criatividade e pensamento imaginativo, com o senso social de ajuda ao outro ou dinamismo, e com o uso da oralidade e da comunicabilidade. No grupo masculino de estudantes de escola pública, os radicais que compuseram prioritários da estrutura primária positiva foram G, V e S, valorizando atividades profissionais relacionadas com a criatividade e com a inovação, raciocínio lógico, matemático e senso social. Para os estudantes de escola particular as preferências recaíram sobre os radicais S, G e O, motivando-se com atividades profissionais relacionadas à ajuda ao outro e ao senso social, à criatividade e inovação e a comunicabilidade e oralidade. O que se notou foi que o ambiente escolar pode diferenciar as motivações, por isso os radicais se apresentaram em ordem diferenciada. Esse aspecto pode se encontrar associado às necessidades derivadas dos ambientes dos estudantes e por suas expectativas em relação à profissionalização, onde as condições materiais e as opções viáveis aos adolescentes são bem variadas, como também seus estímulos socioculturais e a própria valorização e reconhecimento diferenciado de cada tipo de atividade profissional.

No estudo de Barrenha (2011), as estruturas de inclinação motivacional de estudantes do ensino médio do interior do estado de São Paulo foram analisadas de acordo com a origem escolar e os resultados também evidenciaram algumas diferenças estatisticamente significativas. Há que citar também a investigação de Oliveira e Melo-Silva (2010) realizada com estudantes universitários, demonstrando que a origem escolar (instituição privada ou pública) frequentada pelos estudantes ao longo de sua história acadêmica tende a influenciar o processo de escolha da carreira e da universidade, escolha fundamentada a partir das vivências e do contexto educacional.

O presente estudo desenvolvido na cidade de Manaus traz indicadores empíricos da influência da origem escolar (e do contexto econômico e sociocultural que a acompanha) nas inclinações motivacionais, já na conclusão do ensino fundamental. Os achados reforçaram os argumentos de Achtnich (1991) relativos às influências de características regionais e culturais nas inclinações motivacionais, na medida em que as estruturas positivas (primárias e secundárias) sinalizaram particularidades ao se diferenciarem dos estudos desenvolvidos e dos parâmetros normativos elaborados com estudantes do ensino médio da região Sudeste do Brasil.

Embora não seja o foco central desse estudo, os achados podem ser considerados estímulos para se pensar em instituir processos de Orientação Profissional e de Carreira para esse grupo etário (final do ensino fundamental), uma vez que os processos de orientação tendem a ocorrer apenas no ensino médio (Aguiar & Conceição, 2012; Melo-Silva et al., 2010; Teixeira et al., 2007). É sabido que, ao final do ensino fundamental, muitos adolescentes precisarão tomar decisões que envolvem as inclinações e motivações profissionais. A literatura na área de Orientação Profissional e de Carreira aponta que esse processo pode ser iniciado na infância e desenvolvido ao longo da escolarização, pois permitirá que o indivíduo adquira maturidade e conhecimento sobre suas potencialidades, necessidades e oportunidades para a escolarização e desenvolvimento de uma carreira, a partir de experiências vivenciadas intra e extra classe (Munhoz & Melo-Silva, 2012) para a elaboração de projetos de vida (Ribeiro et al., 2016).

Outro achado secundário desse estudo relaciona-se a especificidade de alguns indicadores do BBT-Br em estudantes da cidade de Manaus (AM), fortalecendo a relevância de estudos regionais com instrumentos de avaliação psicológica na realidade do Brasil, de modo a permitir visualizar o padrão de respostas de diferentes indivíduos que vivem em condições ambientais diversas, como preconiza o Conselho Federal de Psicologia. No tocante aos indicadores de precisão (consistência interna) do BBT-Br aplicado aos estudantes do nono ano do ensino fundamental foi possível encontrar ótimos resultados de fidedignidade, com Alfa de Cronbach de 0,82 a 0,86 para ambas as versões do teste. Assim, os resultados relativos aos indicadores de precisão do BBT-Br dessa pesquisa fortalecem as possibilidades de reconhecimento da qualidade técnica desse instrumento no contexto brasileiro, em especial com estudantes finalistas do ensino fundamental na região norte.

Estudos prévios sobre a precisão do BBT-Br encontraram resultados similares aos atuais, a partir de amostras de estudantes do interior do Estado de São Paulo (Barrenha, 2011; Okino, 2009). Ao estudar estudantes das três séries do ensino médio, Barrenha (2011) encontrou alfas entre 0,57 a 0,80 para o sexo feminino e de 0,71 a 0,82 para o sexo masculino. Okino (2009) focalizou seu trabalho em estudantes da terceira série do ensino médio e verificou indicadores de razoável consistência interna nas duas versões do BBT-Br (Alfa de Cronbach de 0,57 a 0,80 para o sexo feminino e, para o sexo masculino, entre 0,61 a 0,80). A coleção dos achados nacionais sobre esse método, a partir de diversificadas amostras constituídas por indivíduos de vários anos escolares e diferentes instituições educacionais, fortalece essa qualidade psicométrica (fidedignidade) do BBT-Br (Barrenha, 2011).

As análises realizadas permitiram encontrar dados empíricos que podem fortalecer as hipóteses teóricas implícitas no Teste de Fotos de Profissões (BBT-Br) a respeito das inclinações motivacionais de Achtnich (1991). Foi possível reunir indicadores relativos a especificidade das inclinações motivacionais em função do contexto escolar de estudantes do nono ano do ensino fundamental da região norte do Brasil. Pode-se também afirmar que se trata de instrumento com bons indicadores de validade para avaliar inclinações motivacionais no contexto brasileiro, apesar das diferenças socioculturais regionais. Esse aprimoramento de instrumentos psicológicos, como o BBT-Br, para a região norte do Brasil, é fundamental para a evolução da área da avaliação psicológica. Essa necessidade técnica tem sido apregoada pelo Conselho Federal de Psicologia e autores da área (CFP, 2013; Urbina, 2007), acompanhando os avanços técnico-científicos internacionais da área de avaliação psicológica.

 

Considerações Finais

Pode-se concluir, a partir dos atuais achados, que os estudantes do nono ano do ensino fundamental possuem inclinações motivacionais específicas de sua faixa etária e pertinentes ao seu nível de ensino. A partir do conhecimento de suas motivações poder-se-á favorecer a estruturação de processos de Orientação Profissional e de Carreira que os auxiliará em escolhas e planejamento dos estudos, visualizando contemplar e conciliar possibilidades existentes em seu contexto social e suas próprias necessidades psíquicas derivadas do exercício de autoconhecimento possibilitado pelo BBT-Br. Essa interface entre os instrumentos de Avaliação Psicológica (como o BBT-Br) e a elaboração de serviços de Orientação Profissional e de Carreira voltados para a faixa etária e nível de ensino (estudantes finalistas do ensino fundamental na região norte do país) aqui considerados mostra-se promissora, embora ainda pouco pesquisada no Brasil. Estudos anteriores com o BBT-Br centraram-se prioritariamente em estudantes do ensino médio e universitários da região sudeste (Barrenha, 2011; Bordão-Alves & Melo-Silva, 2008; Ferrari, 2015; Noce, 2008; Okino, 2009; Pasian & Jardim-Maran, 2008; Shimada, 2016), o que pode ser ampliado no presente estudo.

No entanto, cabe destacar que o grupo examinado possui limitação em termos de representatividade do nível fundamental de ensino, sobretudo diante da dimensão territorial da região norte do Brasil. Envolveu amostra de conveniência e numericamente limitada, tendo em vista a viabilidade prática do trabalho, exigindo novas investigações científicas para certificação dos achados. Os estudantes foram examinados em um único momento de seu desenvolvimento (recorte transversal do estudo), o que também impõe limites às evidências empíricas. Novos estudos nessa área poderão examinar outras variáveis relacionadas às inclinações motivacionais de concluintes do ensino fundamental, como, por exemplo, maturidade para a escolha profissional, influência da escolaridade dos pais na escolha de cursos ao finalizar o ensino fundamental, além da possibilidade de delineamentos longitudinais de investigação das escolhas ocupacionais. Poder-se-ia, dessa forma, ampliar e aprimorar recursos técnicos no campo da Orientação Profissional e de Carreira, bem como, auxiliar na capacitação de profissionais psicólogos em instrumentos de avaliação psicológica auxiliares nessa área.

 

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Endereço para correspondência:
Sonia Regina Pasian
Departamento de Psicologia, FFCLRP/USP
Avenida Bandeirantes, 3900, Monte Alegre
14040-901, Ribeirão Preto, SP
E-mails: srpasian@ffclrp.usp.br, gisele.resendefs@gmail.com

Recebido: 06/05/2017
1ª reformulação: 31/01/2018
Aceite final: 08/02/2018

 

 

Sobre as autoras
Gisele Cristina Resende é Doutora em Ciências/Psicologia em Saúde e Desenvolvimento pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São Paulo (USP) em 2017. Mestre em Psicologia na Universidade Federal do Amazonas em 2011. Atualmente é psicóloga na Prefeitura Municipal de Manaus, atuando no Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil (CAPSi).
Sonia Regina Pasian é Psicóloga e Professora Associada da Universidade de São Paulo no Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), onde é Coordenadora do Centro de Pesquisas em Psicodiagnóstico e Presidente da Comissão de Pós-Graduação da FFCLRP-USP, Membro titular do Conselho de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP e de sua Câmara Curricular.
1 Agradecemos a FAPEAM por auxílio financeiro parcial para o desenvolvimento dessa pesquisa.

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