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Revista Brasileira de Orientação Profissional

versión On-line ISSN 1984-7270

Rev. bras. orientac. prof vol.22 no.1 Campinas ene./jun. 2021

http://dx.doi.org/10.26707/1984-7270/2021v22n107 

10.26707/1984-7270/2021v22n107

ARTIGO

 

Formação profissional em avaliação psicológica: IntegrAÇÃO entre ensino, pesquisa e extensão universitária

 

Professional training in psychological assessment: Integra(c)tion between teaching, research and extension university programs

 

Formación profesional en evaluación psicológica: Integrac(c)ión entre los programas universitarios de enseñanza, investigación y extensión

 

 

Juliane Callegaro Borsa

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A avaliação psicológica (AP) é uma prática complexa que exige rigor ético e domínio técnico e teórico por parte das psicólogas e psicólogos. O presente relato de experiência apresenta uma proposta de integração entre ensino, pesquisa e extensão no âmbito da AP em uma instituição de ensino superior privada brasileira. Discute a relevância de uma formação que articule o conhecimento teórico, obtido em disciplinas básicas, e o treinamento nas técnicas e procedimentos aplicados ao contexto da avaliação psicológica clínica. Apresenta, ainda, a proposta de estágio profissionalizante e oficinas práticas, os quais permitem a interlocução dos saberes e fazeres de estudantes de graduação e pós-graduação. Por fim, salienta que as competências adquiridas por meio de atividades práticas permitem ampliar as possibilidades de inserção profissional, uma vez que aproxima os egressos das demandas sociais e do mercado de trabalho, estabelecendo uma interlocução entre os conceitos teóricos e os dados da realidade.

Palavras-chave: psicologia; avaliação psicológica; ensino superior; formação.


ABSTRACT

Psychological assessment (PA) is a complex practice that requires ethical rigor and technical and theoretical mastery by psychologists. The present experience report presents a proposal for integration between teaching, research, and extension within the scope of AP in a private Brazilian higher education institution. The relevance of training that articulates theoretical knowledge, obtained in basic disciplines, and training in techniques and procedures applied to the context of clinical psychological assessment is discussed. It also presents the proposal for a professional internship and practical workshops, which allow the dialogue and knowledge of undergraduate and graduate students, expanding their professional skills and bringing them closer to the reality and social demands of the community on around. Finally, it is highlighted that the skills acquired through practical activities expand professional insertion possibilities, bringing the graduates closer to social demands and the job market and establishing a dialogue between the theoretical concepts of real data.

Keywords: psychology; psychological assessment; higher education; formation


RESUMEN

La evaluación psicológica (AP) es una práctica compleja que requiere rigor ético y dominio técnico y teórico por parte de las psicólogas y los psicólogos. El presente informe de experiencia presenta una propuesta para la integración entre la enseñanza, la investigación y la extensión dentro del alcance de AP en una institución privada brasileña de educación superior. Se discute la relevancia de la capacitación que articula el conocimiento teórico, obtenido en disciplinas básicas, y la capacitación en técnicas y procedimientos aplicados al contexto de la evaluación psicológica clínica. También presenta la propuesta de una pasantía profesional y talleres prácticos, que permiten el diálogo y el conocimiento de estudiantes de pregrado y posgrado, ampliando sus habilidades profesionales y acercándolos a la realidad y las demandas sociales de la comunidad circundante. Finalmente, se enfatiza que las habilidades adquiridas a través de actividades prácticas amplían las posibilidades de inserción profesional, ya que acerca a los egresados ​​a las demandas sociales y al mercado laboral, estableciendo un diálogo entre los conceptos teóricos de datos de la realidad.

Palabras clave: psicología; evaluación psicológica; enseñanza superior; formación


 

 

A avaliação psicológica caracteriza-se como um processo técnico-científico e estruturado de investigação e interpretação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover as informações necessárias para a tomada de decisão da(o) psicóloga(o) (CFP, 2018). Trata-se de um procedimento que integra informações provenientes de diversas fontes, como testes, técnicas, entrevistas, observações e análise de documentos. Por meio da avaliação psicológica, é possível investigar diferentes características psicológicas como emoção, afeto, cognição, inteligência, motivação, personalidade, atenção, memória, percepção, entre outros (Lins & Borsa, 2017).

A avaliação psicológica é uma das áreas mais antigas e mais importantes da Psicologia (Anastasi & Urbina, 2000; Primi, 2010). É, por lei, uma prática exclusiva do psicólogo, subsidiando seu trabalho nos mais diversos campos de atuação como a saúde, a educação, o trabalho, o esporte, entre outros (CFP, 2019a; Lins & Borsa, 2017). Recentemente, o Conselho Federal de Psicologia reconheceu a avaliação psicológica como especialidade em Psicologia (CFP, 2019b), uma vez que esta área conta com instrumentos e procedimentos específicos, exigindo dos psicólogos formação teórica e técnica próprias, para além daqueles conhecimentos inerentes a qualquer outro fazer da Psicologia. Assim, a avaliação psicológica, que antes era entendida como "direito" de todo psicólogo, torna-se um campo de atuação a ser "conquistado" mediante formação, experiência e domínio técnico e teórico comprovado.

A avaliação psicológica encontra-se em expansão no Brasil, o que é facilmente verificado no número de publicações, no aumento de cursos de formação continuada e, sobretudo, nas crescentes políticas de regulamentação e fiscalização propostas pelo Conselho Federal de Psicologia (Primi, 2018; Wechsler, Hutz, & Primi, 2019). No entanto, apesar de tais avanços, a qualificação da(o) psicóloga(o) que atua em avaliação psicológica ainda apresenta importantes lacunas, sobretudo associadas à qualidade da formação oferecida nos cursos de graduação em Psicologia. Carga horária insuficiente, docentes sem qualificação, predomínio do ensino de testes em detrimento do ensino do caráter processual da avaliação e ausência de estágios supervisionados são alguns exemplos de lacunas encontradas (Bardagi, Teixeira, Segabinazi, Schelini & Nascimento, 2015; Borsa, 2016; Borsa & Segabinazzi, 2017; Cardoso, & Gomes, 2019; Gouveia, 2019).

O impacto de uma formação inadequada é visivelmente identificado na inserção profissional do(a) psicólogo(a). Nesse sentido, investigar o desenvolvimento de competências profissionais relacionadas ao processo de formação em Psicologia e às necessidades do mercado de trabalho é um aspecto fundamental para a atualização dos programas político-pedagógicos dos cursos de Psicologia (Cruz, & Schultz, 2009).

As lacunas associadas às competências para a prática da avaliação individual e organizacional são apontadas na literatura (Travassos & Mourão, 2018). Por outro lado, o mercado de trabalho para a avaliação psicológica é amplo e em constante expansão, exigindo da(o)s psicólogo(a)s domínio sobre diferentes conhecimentos como, por exemplo, desenvolvimento humano e psicometria, além das teorias e métodos que fundamentam os testes e ferramentas de coleta de dados. Considerando os diferentes campos de inserção da avaliação psicológica, também é importante que o futuro o(a) psicólogo(a) tenha conhecimento sobre o contexto e a demanda específicos do campo profissional em que pretende atuar (ex. clínicas privadas, empresas, escolas, hospitais, instituições de acolhimento, judiciário, entre outros).

É importante salientar ainda que, dada a formação generalista oferecida nos cursos de graduação em Psicologia, tais conhecimentos necessariamente deverão ser adquiridos por meio da formação continuada em nível de pós-graduação (Borsa, 2016). Mesmo assim, entende-se que a formação básica pode ser otimizada com a oferta de atividades práticas, por meio da exposição do aluno às situações de aprendizagem que exijam a capacidade de analisar e realizar julgamentos (Abbad, & Mourão, 2010). Nesse sentido, o ensino da avaliação psicológica pode ser otimizado com a oferta de treinamentos e outras atividades práticas de aplicação, correção e interpretação de testes e técnicas psicológicas (Anastasi & Urbina, 2000; Borsa, 2016; Borsa & Segabinazzi, 2017; Gouveia, 2019; Nunes et al. 2012).

Uma formação adequada nessa área deve considerar uma extensa carga horária de treinamento supervisionado para o uso adequado das ferramentas de coleta de dados, aproximando o conhecimento teórico e prático, tal qual preconizado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Graduação em Psicologia (MEC, 2011; Nunes, Muniz, Reppold, Faiad, Bueno, & Noronha, 2012). Nesse sentido, as clínicas-escola configuram-se como importantes espaços para a otimização do ensino-aprendizado do processo da avaliação psicológica (Borsa, 2016). Trata-se de serviços obrigatórios aos cursos de graduação em Psicologia, que visam oferecer atendimento qualificado à comunidade e, ao mesmo tempo, capacitar o aluno de forma ética, técnica e teórica para o exercício da Psicologia, consolidando e articulando as competências centrais desenvolvidas ao longo da formação (Brasil, 1964).

No Brasil, as clínicas-escolas de Psicologia oferecem diferentes modalidades de atendimento, contudo, o que se pode observar é que nem todos os locais oferecem a prática da avaliação psicológica, fator limitante para a formação dos alunos e preocupante no que se refere à crescente demanda por estes serviços. Considerando o exposto, o presente relato de experiência apresente uma proposta de integração entre ensino pesquisa e extensão no âmbito da AP em uma instituição de ensino superior privada brasileira. Discute a relevância da articulação entre teoria e prática e a interlocução entre graduação e pós-graduação. Por fim, ilustra tais proposições por meio do relato de implementação do Laboratório de Avaliação Psicológica de Crianças e Adolesentes (LAPcriad) e da Oficina de Testes e Técnicas (OfiTT), vinculados ao Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Ensino e Pesquisa em Avaliação Psicológica na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) foi a primeira universidade, no país, a oferecer o curso de graduação em Psicologia, na década de 50 e, também, a primeira a oferecer um curso de Mestrado em Psicologia na década de 60. Atualmente, o Departamento de Psicologia conta com um curso de graduação em Psicologia, um programa de pós-graduação em psicologia clínica (nível mestrado e doutorado), além de diversos cursos de especialização e de extensão. O Departamento conta, também, com o Serviço de Psicologia Aplicada (SPA), que oferece atendimento à comunidade, integrando as atividades de ensino, pesquisa e extensão em nível de graduação e pós-graduação.

Especificamente quanto às disciplinas de avaliação psicológica no curso de graduação, recentes mudanças foram implementadas com o objetivo de ampliar a carga horária e o escopo de conteúdos teóricos práticos oferecidos aos alunos. Atualmente, além de estágio supervisionado, são ofertadas diferentes disciplinas obrigatórias e eletivas, incluindo psicometria, avaliação psicológica I, avaliação psicológica II, laboratório de prática em avaliação psicológica, técnicas de observação e entrevista, entre outras (ver Tabela 1).

 

 

O currículo conta, também, com ensino das técnicas e testes psicológicos em outras disciplinas da grade, uma vez que essas ferramentas são parte inerente ao campo da ciência psicológica como um todo (e não apenas de uma subárea específica). Tal perspectiva é consonante ao referido por Gouveia (2019) no tocante à transversalidade da avaliação psicológica em praticamente todas as áreas de atuação na Psicologia.

Além das atividades de ensino voltadas à graduação, merece nota a fundação, em 2013, do Grupo de Pesquisa em Avaliação Psicológica APlab – Pessoas & Contextos. O grupo de pesquisa desenvolve atividades de investigação, ensino e extensão na área da avaliação psicológica dentro de cinco grandes eixos temáticos: Construção, Adaptação e Validação de Instrumentos Psicológicos para o Contexto Brasileiro; Formação, Fundamentos e Prática em Avaliação Psicológica; Avaliação Psicológica e Saúde Mental e; Avaliação Psicológica de Crianças e Adolescentes. São objetivos do APlab contribuir para a qualidade da formação básica e continuada em avaliação psicológica; construir e adaptar para o contexto brasileiro, instrumentos psicológicos úteis e necessários para o desenvolvimento da avaliação psicológica e; desenvolver pesquisas que visem a investigação da aplicabilidade e da validade de instrumentos e técnicas psicológicas para diferentes demandas e contextos. O grupo de pesquisa conta com a participação de estagiários de pós-doutorado, estudantes de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica, além de alunos de graduação do curso de Psicologia (bolsistas voluntários), estudantes que realizam seus trabalhos de final de curso na área da avaliação psicológica e estagiários do SPA.

O Laboratório Laboratório de Avaliação Psicológica de Crianças e Adolescentes (LAPCRIAD)

Em 2015 foi implementado o Laboratório de Avaliação Psicológica de Crianças e Adolescentes (LAPcriad) junto ao SPA do Departamento de Psicologia da PUC-Rio, com o intuito de oferecer avaliações psicológicas para o público infanto-juvenil, utilizando uma abordagem compreensiva, descritiva e sistêmica. Desde então, o LAPcriad visa oferecer estágio profissionalizante para alunos do curso de graduação em Psicologia da PUC-Rio; proporcionar treinamento prático em avaliação psicológica aos mestrandos e doutorandos do APlab; servir como espaço de coleta de dados para pesquisa com grupos clínicos e; oferecer o serviço qualificado da avaliação psicológica para a comunidade do entorno.

O enfoque da avaliação está na compreensão de diferentes características cognitivas, emocionais e comportamentais e seus possíveis condicionantes contextuais (i.e., fatores de risco e de proteção para o desenvolvimento). Para tanto, utilizam-se diferentes procedimentos e técnicas de coleta de dados, tais como: entrevista de triagem, entrevista de anamnese, hora de jogo, testes psicométricos, técnicas projetivas/expressivas, desenhos, tarefas ecológicas, análise documental, entrevista com familiares e profissionais, entre outros. A aplicação das referidas ferramentas obedece aos pressupostos teóricos e metodológicos descritos nos manuais e na literatura consolidada da área e segue as orientações previstas na Resolução 009/2018 (CFP 2018).

Para a compreensão dos dados coletados no processo de avaliação psicológica, são utilizados os pressupostos da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, desenvolvida pelo psicólogo russo Urie Bronfenbrenner, na década de 1970. Segundo essa teoria, a pessoa em desenvolvimento é compreendida por meio da sua interação com os contextos, pessoas e símbolos ao longo do tempo (Bronfenbrenner, 1996). Sustenta, assim, a existência de quatro componentes dinâmicos e interrelacionados: processo, pessoa, contexto e tempo (Modelo PPCT).

O componente Processo refere-se ao processo proximal estabelecido a partir da interação recíproca e progressiva entre a pessoa em desenvolvimento e outras pessoas, contextos, objetos e símbolos. O componente Pessoa, por sua vez, refere-se às características individuais (biológicas e psicológicas) inatas ou adquiridas ao longo do desenvolvimento (Bronfenbrenner & Morris, 1998; Bronfenbrenner, 2005).

O componente Contexto é subdividido em sistemas interrelacionados: microssistema, mesossistema, exossistema e macrossistema. O Microssistema refere-se ao ambiente imediato em que a pessoa em desenvolvimento está inserida (por exemplo, a casa ou a escola frequentada pela criança). Já o Mesossistema compreende as relações entre os ambientes imediatos (por exemplo, a relação entre os pais e a escola das crianças). O Exossistema, por sua vez, compreende os contextos onde a pessoa em desenvolvimento não está inserida, mas que, mesmo assim, influenciam o desenvolvimento da criança (por exemplo, o trabalho dos pais e seu impacto no ambiente doméstico e nas relações parentais). O Macrossistema diz respeito aos valores, normas, crenças, regras e códigos sociais pertencentes ao contexto sociocultural em que a criança está inserida (por exemplo, o Código Civil Brasileiro e o Estatuto da Criança e do Adolescente). Por fim, o componente Tempo (ou Cronossistema) diz respeito tanto à duração de uma atividade ou processo proximal (por exemplo, uma brincadeira entre pais e filhos) quanto, também, as particularidades de um determinado tempo histórico (por exemplo, as crianças nascidas em uma determinada década e pertencentes a uma determinada geração) (Bronfenbrenner & Morris, 1998; Bronfenbrenner, 2005).

Não é objetivo aqui pormenorizar a Teoria Bioecológica que é bastante complexa e envolve diferentes conceitos e definições. Porém, é importante destacar que a perspectiva de compreender a pessoa a partir de uma perspectiva biopsicossocial é plenamente consonante com a proposta da avaliação psicológica, enquanto processo que visa "analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo (...)" (CFP. 2003, p. 3). Ou seja, avaliar não se trata de meramente aplicar instrumentos cientificamente respaldados, tampouco refere-se unicamente às qualidades técnicas e teóricas das ferramentas e do profissional que as utiliza. Trata-se, sobretudo, de um olhar humano, de caráter sistêmico e contextualizado, sobre a pessoa, seus contextos e suas demandas. Como refere Bicalho e Vieira (2018), a avaliação psicológica deve contemplar:

(...) a história das condições que possibilitam a interferência de forças sociais diversas, em contextos específicos e condições histórico-sociais concretas, que impulsionam, retardam ou, de algum modo, modificam o desenvolvimento e a efetividade prática dos direitos humanos na sociedade, produzindo diferentes modos de humanos. " (p. 155).

Assim a avaliação psicológica, tal qual conduzida pelo LAPcriad, parte da premissa de que os dados coletados ao longo do processo só poderão fazer sentido se articulados com a história de vida e as informações do contexto no qual a criança está inserida. Apenas a partir dessa compreensão, ao mesmo tempo idiossincrática e sistêmica, é que será possível compreender quais características individuais e contextuais atuam como fator de risco ou de proteção para a promoção de efeitos de competência ou de disfunção. Por fator de risco entende-se os eventos negativos ocorridos ao longo da vida que aumentam a chances da ocorrência de dificuldades físicas ou psicossociais (eg. pobreza, conflito intrafamiliar). Fator de proteção, por sua vez, refere-se aos eventos que otimizam as respostas da pessoa diante dos fatores de riscos (eg. níveis elevados de autoestima, presença de rede de apoio social e afetiva) (Poletto & Koller, 2008). O impacto dos fatores de risco e de proteção vão depender da forma como são percebidos por cada pessoa (Koller & De Antoni, 2004) e, nesse sentido, é essencial considerar o caráter subjetivo das experiências por ela vivenciadas. Por exemplo, os escores obtidos por meio de instrumentos psicométricos indicam os efeitos de competência (eg. habilidades sociais) e de disfunção (eg. agressividade) apresentados pela criança e precisam ser interpretados e compreendidos a partir das características biopsicossociais que atuam como fatores de risco ou de proteção para desenvolvimento. A partir desta lógica de compreensão da criança e de seu contexto, o processo de avaliação psicológica desenvolvido no LAPcriad envolve diferentes etapas que vão desde a aplicação dos instrumentos e técnicas até a interpretação e integração dos dados coletados, conforme descrito na Figura 1.

 

 

OFICINA DE TESTES E TÉCNICAS (OfiTT): Uma proposta de articulação entre graduação e pós-graduação

Conforme mencionado, as atividades do LAPcriad envolvem práticas de ensino, pesquisa e extensão e integram estudantes da graduação em Psicologia e estudantes de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da PUC-Rio. Os alunos de graduação têm a possibilidade de realizar suas práticas de estágio profissional no LAPcriad no último ano da sua formação. Para tanto, candidatam-se às vagas ofertadas anualmente e participam do processo seletivo que, dentre os critérios, considera o interesse pela área e o desempenho nas atividades vinculadas às disciplinas prévias de avaliação psicológica.

São demandas dos estagiários: apresentar semanalmente o andamento das atividades conduzidas; entregar relatos, resumos e relatórios sempre que solicitado; elaborar os documentos decorrentes da avaliação psicológica, conforme orientações da Resolução 006/2019 (CFP, 2019c); manter todos registros pertinentes, conforme regras institucionais e orientações da supervisora; zelar pelos materiais de trabalho, mantendo o sigilo e o resguardo dos mesmos, conforme orienta o Código de Ética do Psicólogo (CFP, 2005); aprofundar o conhecimento teórico e técnico sobre avaliação psicológica e teorias pertinentes, mediante estudo individual e em grupo; reunir-se semanalmente com a equipe para o estudo e treinamento das técnicas, testes e instrumentos utilizados no processo da avaliação; relacionar-se com colegas, funcionários e clientes com respeito, ética e extremo rigor profissional.

O primeiro mês de atividades do estágio é dedicado aos estudos teóricos, familiarização com o ambiente de estágio e com o material técnico e administrativo.Após essa etapa, iniciam a triagem e entrevistas iniciais dos casos a serem avaliados pela equipe. As supervisões são obrigatórias e semanais e são conduzidas pela coordenadora do APlab e do LAPcriad. Por vezes, participam das supervisões os mestrandos e doutorandos do grupo de pesquisa que, dada sua expertise, auxiliam em alguma demanda específica dos casos em avaliação.

Além das atividades de avaliação e das supervisões semanais, os estagiários da graduação também precisam cumprir uma carga horária semanal de treinamento em testes e técnicas psicológicas na OfiTT. Trata-se de uma atividade que objetiva capacitar os estagiários na aplicação, correção e interpretação dos testes psicológicos infantis. Também visa instrumentaliza-los para a condução das observações e entrevistas (iniciais, lúdicas e devolutivas) e para a adequada redação dos documentos decorrentes da avaliação psicológica. Para tanto, realiza-se estudos teóricos e utiliza técnicas de simulação (role-playing) e feedback. O uso de simulações são importantes estratégias de aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem, pois permite aos estudantes vivenciar situações fictícias semelhantes às situações reais em um ambiente seguro e sob supervisão ativa da supervisora (Borsa & Segabinazi, 2017).

As atividades da OfiTT são ministradas por psicólogas e psicólogos que desenvolvem suas pesquisas de mestrado e doutorado no APlab e que, além de possuírem experiência na administração de instrumentos psicológicos em suas pesquisas, também desenvolvem atividades de ensino nas disciplinas de avaliação psicológica ofertadas na graduação em Psicologia. Assim como a OfiTT, a participação em sala de aula faz parte das demandas da disciplina de Estágio de Docência, de caráter obrigatório no currículo dos programas de mestrado e doutorado em Psicologia Clínica da PUC-Rio.

Quanto aos estagiários da graduação, é apresentado um cronograma anual das atividades da oficina e seus respectivos ministrantes. Os encontros acontecem sempre em horário e local pré-determinado e os materiais são reservados previamente para a utilização nas datas previstas. Ao longo dos quatros anos de OfiTT, diversos conteúdos e materiais foram apresentados aos estagiários, sempre enfatizando a avaliação psicológica, enquanto processo muito mais amplo e complexo que a mera aplicação de testes e técnicas psicológicas. A Tabela 2 apresenta alguns dos temas frequentes nos treinamentos da OfiTT.

 

 

Como se pode observar, a OfiTT permite a articulação entre as atividades desenvolvidas na graduação e na pós-graduação. Além dos estagiários, mestrandos e doutorandos, os alunos de iniciação científica do APlab também são encorajados a participar da oficina, desde que tenham cumprido as disciplinas obrigatórias de avaliação psicológica presentes na grade curricular. Assim, a OfiTT articula o conhecimento teórico e dos fundamentos da avaliação psicológica, adquiridos nas disciplinas básicas, às experiências de pesquisa, ensino e extensão.

A aproximação dos alunos da graduação às atividades mais complexas desenvolvidas na pós-graduação permite aos estudantes o aprimoramento do seu pensamento crítico sobre as teorias e métodos da Psicologia e, sobretudo, sobre a importância do conhecimento científico para uma atuação ética e responsável. Na outra via dessa relação, permite aos alunos da pós-graduação a experiência docente, tão necessária para sua formação e pouco enfatizada nos cursos stricto sensu que, muitas vezes, direcionam seus esforços para formar pesquisadores (e não professores). Por fim, a possibilidade de atuação em uma atividade de extensão permite a todos os envolvidos o entendimento de que o conhecimento teórico, a competência instrumental e a responsabilidade social são pilares da atuação da(o) psicóloga(o), tanto nas clínicas, empresas e demais instituições como nas práticas de docência e pesquisa nas universidades.

 

 

Considerações Finais

O presente artigo apresentou uma proposta de ensino em avaliação psicológica, por meio da integração entre ensino pesquisa e extensão, articulando atividades desenvolvidas no curso de graduação em Psicologia e de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da PUC-Rio. O desenvolvimento das competências necessárias para o exercício da avaliação psicológica envolve o aprendizado de diferentes teorias, fundamentos e instrumentais. Exige o conhecimento amplo de diferentes áreas da Psicologia e requer competências que extrapolam o conteúdo das disciplinas de sala de aula. Nesse sentido, a oferta de atividades práticas é de extrema importância, uma vez que complementa o conhecimento teórico adquirido e que, obviamente, também é essencial para a adequada atuação em avaliação psicológica.

Ademais, a oferta de estágios profissionalizantes permite aproximar os alunos da realidade e das demandas sociais da comunidade do seu entorno, reforçando seu compromisso ético e social com esse público que, usualmente, recorre às clínicas-escolas devido à falta de assistência oferecida pela rede pública de saúde. As oficinas, por sua vez, auxiliam os alunos na compreensão dos conteúdos teóricos previamente aprendidos e os capacita para a aplicação, correção e interpretação das ferramentas especificas da avaliação psicológica, ao mesmo tempo em que permitem a integração e familiarização com as atividades desenvolvidas na pós-graduação. Assim, espera-se que esse relato de experiência permita ampliar a discussão sobre a formação da avaliação psicológica nos cursos de graduação em Psicologia, auxiliando outros docentes e instituições na implementação de estratégias pedagógicas que permitam a interlocução entre atividades de ensino, pesquisa e extensão em nível de graduação e pós-graduação. Por fim, entende-se que o recente reconhecimento da avaliação psicológica como uma especialidade CFP (2019b), não suprime a relevância de uma formação básica que, além das competências técnicas básicas necessárias para o adequado exercício da avaliação psicológica fomente, também, o pensamento crítico e o entendimento humano e social intrínseco ao exercício da Psicologia.

 

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Endereço para correspondência:
Juliane Callegaro Borsa
Rua Marquês de São Vicente 225
Edifício Cardeal Leme, 2º Andar - Sala 201
Gávea, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
CEP: 22451-900
Email: juliborsa@gmail.com

Recebido: 28/05/2020
1ª reformulação: 08/02/21
Aceito: 27/04/21

 

 

Nota da autora:
Meu especial agradecimento à direção do Departamento de Psicologia, à Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos e à Vice-Reitoria para Assuntos Administrativos da PUC-Rio pelo apoio logístico e financeiro que permitiram a criação e a manutenção dos espaços físicos destinados a todas a atividades aqui mencionadas.
Sobre a autora:
Juliane Callegaro Borsa é Psicóloga. Professora Adjunta do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Avaliação Psicológica APlab - Pessoas & Contextos e do Laboratório de Avaliação Psicológica de Crianças e Adolescentes (LAPcriad), vinculado ao SPA/PUC-Rio. E-mail: juliborsa@gmail.com

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