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Mental

versão impressa ISSN 1679-4427versão On-line ISSN 1984-980X

Mental vol.11 no.21 Barbacena jul./dez. 2017

 

ARTIGOS

 

Associação entre o consumo de drogas e a ideação suicida em adolescentes

 

Association between drug use and suicidal ideation in adolescents

 

Asociación entre consumo de drogas y la ideación suicida en adolescentes

 

 

Paula Danielly Queiroz de BarrosI; Ana Alayde Werba Saldanha PichelliII, Karla Carolina Silveira RibeiroIII

IGraduada em Psicologia pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
II
Pós-Doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP); Professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
III
Doutora em Psicologia Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB); Professora do Departamento de Psicologia da Faculdade Maurício de Nassau.

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo objetivou identificar uma possível correlação entre a ideação suicida e o consumo de drogas de abuso por adolescentes. A amostra foi constituída de 816 estudantes da rede estadual de ensino de Campina Grande (PB). O instrumento utilizado foi um questionário autoaplicável, cujas análises foram feitas por estatística descritiva e bivariada. Dentre os participantes, 20,2% pensaram em cometer suicídio, 12,0% fizeram plano suicida e 3,8% tentaram suicídio. Referente ao uso de drogas, 1,6% da amostra utilizou maconha e 5,6% drogas inalantes. Foi identificada correlação de 0,34 (p < 0,05) entre ideação suicida e uso de drogas, e de 0,33 (p < 0,05) entre tentativa de suicídio e uso de drogas. Os resultados apontam para uma emergente necessidade de criação de programas interventivos com atenção voltada à prevenção de suicídios e do consumo de drogas.

Palavras-chave: adolescência; abuso de drogas; ideação suicida; gênero; vulnerabilidade.


ABSTRACT

This study aimed to identify possible correlation between suicidal ideation and the consumption of drugs of abuse by teenagers. The sample was made up of 816 students from State schools from Campina Grande(PB). The instrument used was a self-administered questionnaire, whose analyses were made by descriptive statistics and bivariate. Among the participants, 20.2% thought about committing suicide, 12.0% made a suicide plan and 3.8% of the sample have attempted suicide. Regarding the use of drugs, 1.6% of the sample used marijuana and 5.6% inhalant drugs. A correlation of 0.34 (p < 0.05) has been identified between suicidal ideation and drug use, and of 0.33 (p < 0.05) between attempted suicide and drug use. The results point to an emerging need for outreach programs with attention focused on prevention of suicides and drug consumption.

Keywords: adolescence; consumption of drugs; suicidal ideation; genre; theory of vulnerability.


RESUMEN

Este estudio pretende identificar la posible correlación entre ideación suicida y el consumo de drogas de abuso por adolescentes. La muestra estuvo conformada por 816 estudiantes de las escuelas estatales de Campina Grande (PB). El instrumento utilizado fue un cuestionario autoadministrado, cuyos análisis se hicieron por estadística descriptiva y bi-variado. Entre los participantes, el 20,2% ha pensado suicidarse, el 12,0% ha hecho plan suicida, y el 3,8% de la muestra ha intentado suicidarse. Con respecto al uso de drogas, el 1,6% de la muestra había usado marihuana y el 5,6% drogas inhalantes. Se han identificado correlación de 0,34 (p < 0,05) entre ideación suicida y uso de drogas, y de 0,33 (p < 0,05) entre intentos de suicidio y consumo de drogas. Los resultados señalan una emergente necesidad de programas de extensión con atención centrada en la prevención de suicidios y consumo de drogas.

Palabras clave: adolescencia; el consumo de drogas; ideación suicida; género; teoría de la vulnerabilidad.


 

 

1 INTRODUÇÃO

Numa perspectiva histórica, a adolescência é uma categoria sociocultural, percebível por meio de interpretações e diversos critérios, a depender da cultura na qual o indivíduo a vivencia. É entendida também como parte do processo transitório do desenvolvimento humano entre a infância e a idade adulta, considerando-se as dimensões biopsicológica e social (FERREIRA et al., 2013).

Algumas instituições e documentos de normas jurídicas adotam a cronologia como fator que caracteriza a fase adolescente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) delimita a adolescência como o período entre 10 e 19 anos (WHO, 2005). No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069 (artigo 2o), de 1990, indica que a adolescência corresponde à faixa etária de 12 a 18 anos de idade (EISENSTEIN, 2005). Este trabalho parte de uma perspectiva de análise que considera a adolescência segundo os parâmetros do ECA.

Atualmente, a adolescência é considerada uma fase turbulenta, de mudanças fisiológicas e psicológicas, que envolve questionamentos afetivos, familiares e sociais. Além disso, necessidades afetivas e conflitos podem tornar o adolescente vulnerável às influências de seus pares e também do ambiente sociocultural em que vive. Nessa fase da vida, torna-se necessário ao indivíduo o desenvolvimento de sua autocognição, que implica a apreensão da individualidade biológica, psicológica e social (CAMPOS, 2012; SPRINTHALL; COLLINS, 2003).

O adolescente pode experimentar uma autonomia de valores e opiniões, encontrar um leque de alternativas profissionais e ter a possibilidade de inserção entre grupos formais ou informais (BUENO et al., 2010). De acordo com Sprinthall e Collins (2003), a independência almejada pelo jovem reflete o desejo não apenas de liberdade para fazer o que considerar agradável, mas também de respeito por suas opiniões e perspectivas ideológicas. Os adolescentes preocupam-se, ainda, com os papéis sociais que desempenharão em suas vidas, projetando planos referentes a hobbies, estudos, profissão, grupos sociais e outros fatores que contribuem para a construção da identidade (CAMPOS, 2012).

O estabelecimento da identidade constitui parte do processo de crescimento, impulsiona a saída da infância e o ingresso na vida adulta e, por vezes, parece provocar angústia e ansiedade, o que contribui para que os adolescentes apresentem problemas que afetam o seu bem-estar, como uso de drogas, sintomas depressivos e ideação suicida (ORES et al., 2012).

Ainda que a adolescência seja uma fase notadamente marcada pela busca de si, é clara a influência da família, dos colegas e da mídia nessa etapa da vida. Desta forma, observa-se a perspectiva e a avaliação dos outros como importantes fatores para o desenvolvimento social do indivíduo (SPRINTHALL, 2003), que parecem também gerar alguns conflitos interpessoais.

Pratta e Santos (2007) indicam grande possibilidade de crise no meio familiar devido ao aumento da necessidade de autocontrole por parte do adolescente, em detrimento do controle externo colocado pela família. Em contrapartida, a família pode "servir de suporte e continência para as ansiedades existenciais dos seres humanos durante o seu desenvolvimento, auxiliando-os na superação das ‘crises vitais' pelas quais todos os seres humanos passam no decorrer do seu ciclo vital" (PRATTA; SANTOS, 2007, p. 250).

Os colegas têm papel primordial no desenvolvimento de características pessoais para a vida adulta, exercendo, por vezes, influências distantes do alcance familiar (SPRINTHALL, COLLINS, 2003). Oliveira e Pais (2010) sugerem, inclusive, a relevância da pressão dos pares no envolvimento em comportamentos de risco, como o uso de drogas.

1.1 Gênero, Consumo de Drogas e Ideação Suicida

Cumpre ressaltar as diferenças de gênero, dada a importância dessa questão, na vivência da adolescência, bem como no processo de construção de identidade, citado anteriormente. Heilborn (2003, p. 36) define gênero como a "construção social do sexo". Sexo indica "caracterização anátomo-fisiológica dos seres humanos" e a "atividade sexual propriamente dita" (HEILBORN, 2003, p. 200). O processo de construção da identidade inclui representações de gênero especialmente voltadas para a dicotomia feminino/masculino, havendo uma diferenciação em termos de papéis sociais e uma preparação para o cumprimento destes desde a infância (ALBANO; CARVALHO, 2011).

A importância midiática no processo de construção dos papéis de gênero na adolescência, por sua vez, é verificada a partir do cumprimento de seu papel de disseminadora de informações. Segundo Santos e Silva (2008, p. 78), a mídia expande "verdadeiros manuais de como desenvolver uma auto identidade", prescrevendo modos de comportamentos que mantém um padrão de gênero. Ainda segundo as autoras, o padrão tradicional é perpetuado por "ideais de relações entre gêneros" que acarretam práticas em busca do comportamento ideal, por vezes avaliado por intermédio de receitas sobre beleza, sucesso e aceitação social (SANTOS; SILVA, 2008, p. 22). Nesse quesito, os adolescentes são vulneráveis a vários comportamentos que podem trazer danos à sua saúde, tais como o alcoolismo, a promiscuidade, o envolvimento em brigas e até o consumo de drogas ilícitas.

A OMS, ao analisar as vulnerabilidades a que os adolescentes estão sujeitos, destaca algumas prioridades, dentre elas: a depressão; o suicídio; as psicoses; os transtornos de ansiedade, de conduta e alimentares; abuso de substâncias; e as condições médicas associadas, como diabetes e epilepsias (WHO, 2005). Neste estudo, enfatizaremos prioritariamente o consumo de drogas de abuso (maconha, crack, ecstasy, ansiolíticos/barbitúricos, inalantes, entre outras) e a ideação suicida.

Alguns estudos indicam que o primeiro contato com as drogas ocorre na adolescência (MARQUES; CRUZ, 2000; PRATTA; SANTOS, 2007) e seu uso está também significativamente associado à ideação suicida (JUAN et al., 2010; SOUZA, 2010) – outro problema que afeta a saúde dos adolescentes. Nos últimos anos, informações sobre consumo de drogas na adolescência têm sido notórias, visto que se trata de um problema de saúde pública. Alguns dados do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD) indicam que há 14 milhões de adolescentes no Brasil, país apontado como uma das nações emergentes nas quais o consumo de algumas drogas tem se elevado (enquanto na maioria dos países o consumo está diminuindo). Os dados representativos da proporção de indivíduos que utilizaram determinada substância alguma vez na vida apontam que a maconha teve a maior prevalência de uso, equivalente a 4,3% dos adolescentes (n = 597,510). 2,3% dos jovens utilizaram cocaína (n = 316,040), 2% alegaram uso de solventes (n = 275,460), 0,8% o uso do crack (n = 108,867), e 0,5% utilizaram ecstasy (n = 70,985) (LARANJEIRA et al., 2014).

Na cidade de Campina Grande, local em que este estudo foi realizado, a população é composta por aproximadamente 400 mil habitantes, – 17% dos quais são jovens de 10 a 19 anos de idade (IBGE, 2013). Outra pesquisa, realizada na cidade no ano de 2006, identificou que as drogas predominantemente utilizadas por adolescentes eram maconha, crack, cocaína e heroína, e que o uso dessas substâncias esteve associado à prática de pequenos delitos (MEIRA et al., 2006). Vale lembrar que o próprio consumo de tais substâncias configura-se como um ato ilícito, de acordo com o artigo 28 da Lei 11.343, vigente no Brasil desde 2006 (BRASIL, 2006a).

A ideação suicida, por sua vez, refere-se ao pensamento ou à ideia de se matar. Segundo Borges e Werlang (2006) a ideação inclui planos, atitudes e desejos do indivíduo sobre a própria morte. No presente trabalho, utilizaremos, assim como Botega (2009), a perspectiva de que o comportamento suicida inclui principalmente três segmentos, a saber: ideação, plano e tentativa.

Em 2006, foi desenvolvido um manual intitulado Prevenção do suicídio: manual dirigido a profissionais das equipes de saúde mental. Essa publicação apontou como fatores de risco para o comportamento suicida: sexo masculino, faixa etária dos 15 aos 35 anos, transtornos de humor, perdas recentes, perdas de figuras parentais na infância, dinâmica familiar conturbada, personalidade com traços significativos de impulsividade, agressividade, dentre outros (BRASIL, 2006b). Outros estudos apontam a ideação suicida de adolescentes como predominante no sexo feminino; já o sexo masculino, na mesma faixa etária, apresenta maior índice de consumação do suicídio (BOTEGA et al., 2009; BRAGA; DELL'AGLIO, 2013).

Se, por um lado, o adolescente passa pelas complexas alterações inerentes a essa etapa do ciclo vital, por outro sofre também com as peculiaridades do gênero mencionadas anteriormente, como: cobranças acerca do papel social esperado para o homem e para a mulher; cobranças no contexto escolar; transformações corporais; iniciação sexual; cuidados contraceptivos; gravidez inesperada; e violência no contexto familiar. Isso pode incrementar a ideação suicida como fator preditor para tentativas e consumação de suicídio (BOTEGA, 2009; SOUZA, 2010; ORES et al., 2012).

Braga e Dell'Aglio (2011) realizaram um estudo buscando identificar um modelo de preditores para ideação e tentativas de suicídio. Os resultados encontrados possibilitaram o delineamento de um modelo preditivo para o comportamento suicida que abarcou as variáveis: sexo feminino, exposição à violência intra e extrafamiliar, eventos estressores e uso de drogas.

Articulados entre si, gênero, consumo de drogas e ideação suicida parecem compor um tripé cujas investigações relacionais podem complementar o estudo das vulnerabilidades na adolescência. Tal fato pode ser observado principalmente no tocante às dificuldades que os adolescentes enfrentam e nos fatores que acarretam agravos a sua saúde e consequente comprometimento de seu bem estar, afetando o contexto social de diversas maneiras, sendo inclusive alvo de associações para configurar preditores desses comportamentos, que podem afetar de forma encadeada não só os adolescentes, como toda uma rede vinculada a eles (BOTEGA et al., 2009; SOUZA, 2010; BRAGA, DELL'AGLIO, 2011; ORES et al., 2012).

1.2 Teoria da Vulnerabilidade

Com base no exposto, percebem-se as influências do meio social no desenvolvimento do adolescente, como também na sua vulnerabilidade ao consumo de drogas, suicídio, transtornos alimentares, depressão, gravidez não planejada, dentre outros (SCHENKER; MINAYO, 2005; JUAN et al.; ORES et al., 2012; BOTEGA, 2009). Assim, apreende-se que a população adolescente é predisposta à vulnerabilidade social. Essa vulnerabilidade pode ser entendida como a chance de exposição das pessoas ao adoecimento, não apenas individualmente como também coletivamente, ocasionando maior suscetibilidade "ao adoecimento e, de modo inseparável, maior ou menor disponibilidade de recursos de todas as ordens para se proteger de ambos" (BRETAS, 2010, p. 90).

Cabe ressaltar, ainda, a necessária oposição entre o conceito de "vulnerabilidade social" e o de "grupos de risco", como lembram Morais, Koller e Rafaelli (2010). "Grupos de risco" relaciona-se à individualização da dificuldade vivenciada e à responsabilização da adversidade; em outras palavras, a culpa recai sobre o indivíduo em uma redução do problema a uma prática deste, sem serem consideradas suas condições de vida ou o suporte social recebido.

Já a "vulnerabilidade social" parece inerente à adolescência, posto que os adolescentes precisam de atenção e proteção em diversos sentidos, já que no decorrer de seu desenvolvimento, costumeiramente, encontram-se sob risco de sofrer danos. Ainda no tocante à vulnerabilidade, há que se destacar que, além do componente social, a teoria abarca outros dois segmentos, a saber: vulnerabilidade individual e programática. Enquanto a vulnerabilidade social diz respeito ao acesso às informações, uso das informações e possibilidade de incorporação em mudanças práticas na vida cotidiana (sendo associada diretamente a recursos materiais e instituições sociais como a escola), a vulnerabilidade individual inclui aspectos cognitivos, sob a forma da disposição de informações aos indivíduos e capacidade de elaboração de tais dados, além de aspectos comportamentais, por meio de competência, interesse e desenvoltura, para modificar preocupações com atitudes e ações protegidas e protetoras.

A vulnerabilidade programática, por seu turno, remete-nos à junção dos componentes social e individual, correspondendo, de maneira geral, ao uso de indicadores – dentre outros recursos – para a avaliação de realidades sociais (AYRES; FRANÇA JR.; CALAZANS; SALLETTI FILHO, 2003). Assim, ressalta-se que a compreensão das vulnerabilidades às quais os adolescentes estão expostos pode ser captada a partir do entendimento da interligação dos componentes supracitados.

Essa pesquisa teve como objetivo geral identificar possível associação entre o consumo de drogas de abuso e a ideação suicida por adolescentes, em amostra composta por estudantes do ensino médio da cidade de Campina Grande (PB). Como objetivos específicos, o estudo pretende analisar relações entre o uso de drogas e outros comportamentos ligados ao suicídio (planejamento e tentativa) e verificar se há diferenças significativas de gênero em relação ao consumo de drogas e suicídio, na forma de ideação, plano e tentativa. A partir da literatura acerca do tema, foram levantadas as seguintes hipóteses:

1. O uso de drogas é um preditor de suicídio.

2. As motivações e o uso de drogas estão relacionados ao gênero do indivíduo.

3. Adolescentes do sexo feminino apresentam níveis mais elevados de suicídio (ideação, planejamento e tentativa).

 

2 MÉTODO

2.1 Tipo de pesquisa

A presente pesquisa de campo possui cunho exploratório, descritivo e corte transversal, o que possibilita identificar a correlação entre o consumo de drogas de abuso e a ideação suicida por adolescentes, verificando ainda possíveis diferenças de gênero em relação ao uso de drogas e ideação suicida na população estudada.

2.2 Participantes

Participaram desse estudo 816 estudantes da rede estadual de ensino da cidade de Campina Grande (PB). Em relação às características sociodemográficas, 40,9% são do sexo masculino e 59,1% do sexo feminino. A média de idade dos participantes foi de 16,32 anos (DP = 1,35), variando de 13 a 18 anos.

Instrumento

Foi utilizado um questionário autoaplicável com questões biodemográficas e relacionadas ao uso de drogas (maconha, inalantes, injetáveis e outras drogas), idade do primeiro uso e motivação para o uso, bem como ao suicídio (ideação, planejamento e tentativa suicida), construído com base nos estudos de "The Behavioral Risk Factor Surveillance System" (BRFSS) (USDHHS, 1999); De Bem (2003); Azevedo (2007) e Amaral (2007).

2.3 Procedimentos

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), protocolo n° 0908, e autorizada pela Secretaria Estadual de Educação, buscando respeitar todos os aspectos éticos que tratam da pesquisa com seres humanos. Após essa etapa, entrou-se em contato com a direção das três instituições (uma localizada no bairro da Prata, outra no Catolé e a última no Jardim Paulistano), solicitando a autorização das mesmas e dos responsáveis legais dos adolescentes que tinham idade inferior a 18 anos, como também dos próprios participantes. A partir dos consentimentos, foram agendadas visitas às escolas. A aplicação do questionário foi realizada por pesquisadores devidamente treinados e se deu de forma coletiva em ambiente de sala de aula. Para proceder ao levantamento das informações, inicialmente os estudantes foram informados sobre os objetivos da pesquisa e que as informações fornecidas seriam mantidas em sigilo (de modo que não influenciariam seu desempenho escolar e só seriam utilizadas para fins de pesquisa). Além disso, os alunos foram orientados a não se identificarem no questionário.

2.4 Análise de Dados

Os dados foram digitados na forma de banco de dados do software, para Microsoft Windows, Statistical Package for Social Science (SPSS), e efetuaram-se análises descritivas (Medidas de Posição e Variabilidade) para delinear o perfil sociodemográfico da amostra. Na sequência, utilizou-se estatística não-paramétrica (teste do χ2) e testes bivariados (teste t de Student e correlação) a fim de verificar a existência ou não de associações entre as variáveis do estudo.

 

3 RESULTADO E DISCUSSÃO

3.1 Uso de drogas

Para avaliar a prevalência do uso de drogas, foram calculadas as médias de consumo das substâncias na população adolescente e o ano de sua iniciação. Vale destacar que estes dados limitam-se à utilização da maconha, drogas injetáveis e inalantes. A prevalência dos adolescentes que afirmaram ter utilizado maconha foi de 1,6%. A média de idade da primeira experimentação da maconha entre os estudantes de Campina Grande foi de 15,67 anos. Cumpre salientar que, conforme Parada (2013), a precocidade do consumo de substâncias configura-se enquanto um preditor do agravamento de dependência futura e problemas psiquiátricos e clínicos.

Acerca das drogas inalantes, 5,6% dos adolescentes afirmaram ter utilizado, especificamente: lança perfume ou loló (73,9%), tinta ou esmalte (13%), cola (4,3%), acetona (4,3%), spray (2,2%) e outras (2,2%). Este dado parece relevante à medida que representa um padrão de consumo diferente do que ocorre na realidade nacional observada no II LENAD (LARANJEIRA et al., 2014), que apresenta a maconha como substância ilícita mais utilizada pelos adolescentes (4,3%). Tal informação serve de alerta quanto à possibilidade de um padrão distinto do nacional no consumo de substâncias em Campina Grande, com ênfase para os tipos de drogas que estão ganhando maior visibilidade entre os adolescentes, o que requer ainda mais atenção. Sobre o uso de outras drogas, 0,5% dos indivíduos afirmaram ter usado outras substâncias, tais como crack (33,3%), ecstasy (33,3%) e ansiolíticos/barbitúricos (33,3%).

Os fatores encontrados como motivadores para o uso da maconha entre os adolescentes indicam maior prevalência de "aceitação e influência do grupo de amigos" (63,6%), "elevar simpatia, alegria e animação" (9,1%), além de "tornar tudo mais fácil" (9,1%). Esses fatos revelam uma busca por aceitação, influência dos pares, necessidade de melhorar o humor, bem como comportamento de fuga, evidenciado na ideia de que o uso da droga pode tornar tudo mais fácil. Tais achados condizem com a noção apresentada anteriormente de que a adolescência é uma fase conflituosa (SPRINTHALL, 2003), na qual a perspectiva e a avaliação alheias são primordiais, podendo adquirir aspectos negativos como nos casos de pressão dos pares para o uso de drogas, conforme ressaltam Oliveira e Pais (2010).

No que diz respeito às outras drogas (inalantes e injetáveis), os principais motivadores para o consumo são: "elevar simpatia, alegria e animação" (41,2%) e "esquecer coisas ruins" (11,8%), corroborando com o estudo de Mulinari (s.d.), que afirma que o consumo de drogas atinge o circuito de recompensa, "estimulando sua atividade com força e persistência maiores do que qualquer recompensa natural"; ou seja, a busca pelo prazer é ativada, o que configura um importante fator para a manutenção do comportamento de uso além de propiciar momentos de fuga ao adolescente.

3.2 Gênero e uso de drogas

Outro fator diz respeito às diferenças de gênero. Entre as motivações para o uso de maconha, "aceitação e influência do grupo de amigos" foi resposta comum a meninos e meninas. Portanto, a perspectiva social permanece, já que diversas pesquisas demonstram a importância do grupo de amigos e da aceitação nessa fase permeada por conflitos e insegurança (SPRINTHALL; COLLINS, 2003; OLIVEIRA; PAIS, 2010). Em contrapartida, "elevar simpatia, alegria e animação" e "tornar tudo mais fácil" foram respostas prevalentes dos meninos, podendo refletir a posição em que tais adolescentes são colocados, posto que são submetidos a pressões peculiares do gênero, como lembram Taquette e Vilhena (2006), a saber: socialização que enfatiza a autossuficiência e independência, ocultação de emoções e ausência de busca por ajuda em momentos de sofrimento – o que pode nos indicar a busca do adolescente por outras vias que o conduzam ao bem estar, ainda que momentâneo.

A motivação para o uso de inalantes e injetáveis foi semelhante entre os dois grupos, no que diz respeito a "elevar simpatia, alegria e animação", enquanto "esquecer coisas ruins" foi representativo apenas do grupo masculino. Assim, a hipótese 2 foi confirmada parcialmente, à medida que foram observadas as diferenças supracitadas entre as motivações de acordo com o gênero. No entanto, foram identificadas semelhanças em algumas motivações. Ainda assim, o padrão de consumo de drogas de abuso não representou indicativo de alterações conforme gênero (teste t de Student, p > 0,05).

3.3 Suicídio (Ideação, plano e tentativa suicida)

Quanto ao suicídio, na forma de ideação, plano e tentativa, os resultados explicitados na Tabela 1 indicam que, entre os adolescentes: 20,2% afirmaram ter pensado em cometer suicídio; 12,0% fizeram plano suicida; e 3,8% já tentaram se matar.

Salienta-se a necessidade de estudos investigativos voltados para a causalidade de tais comportamentos, já que estes podem ditar graves repercussões na saúde física e psicológica em outras fases da vida do indivíduo, dificultando o seu bem-estar.

Nesta amostra não foram encontradas diferenças significativas entre gênero e ideação suicida, o que difere do observado na literatura (BRAGA; DELL'AGLIO, 2013). Por conseguinte, a hipótese 3 não foi confirmada, já que o fator gênero não representou diferenças significativas na amostra estudada. Isso nos permite compreender que os adolescentes que compuseram a amostra estão vulneráveis ao suicídio independentemente das peculiaridades do gênero, conforme é explicitado na Tabela 2.

3.4 Consumo de drogas de abuso e ideação suicida

Tendo como propósito identificar a associação entre uso de drogas e ideação suicida, utilizou-se o cálculo de correlação de Pearson (r) para verificar o grau de convergência entre esses fatores. Foi identificada correlação positiva de 0,34 (p < 0,05) apresentada entre ideação suicida e uso de drogas (inalantes e injetáveis), o que corrobora com a associação entre ideação suicida e uso de drogas, problematizada e hipotetizada neste estudo.

 

 

 

Assim, confirma-se a hipótese 1 de que o consumo de drogas (inalantes) pode ser um preditor da ideação suicida. Verificou-se ainda correlação positiva de 0,33 (p < 0,05) entre tentativa de suicídio e uso de drogas (inalantes e injetáveis), adicionalmente confirmando a associação entre tentativa suicida e uso de drogas na amostra.

Os dados expostos confirmam a associação entre o uso de drogas e ideação suicida anunciada como objetivo central da pesquisa. Tal informação remete-nos à vulnerabilidade social à qual os adolescentes de Campina Grande estão expostos, podendo-se combiná-la às motivações mais frequentes, especificamente relatadas por consumidores de inalantes (cuja prevalência de uso foi maior neste estudo), refletindo uma necessidade de esquecer coisas ruins e ter alegria de alguma maneira. No que se refere aos usuários de maconha, os relatos são de que o uso está motivado pela necessidade de aceitação social e influência de amigos, e não especificamente por questões que parecem ter cunho emocional. Assim, observa-se que estes dados estão relacionando-se com o perfil suicida delineado em algumas pesquisas e assemelhando-se ao perfil de adolescentes usuários de drogas.

 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa objetivou identificar uma possível associação entre o consumo de drogas de abuso e a ideação suicida por adolescentes. O estudo teve, como objetivos específicos, analisar relações entre o uso de drogas e outros comportamentos ligados ao suicídio (planejamento e tentativa) e verificar se há diferenças significativas de gênero em relação ao consumo de drogas e suicídio (ideação, plano e tentativa).

Quanto às três hipóteses sugeridas: a hipótese 1 ("O uso de drogas pode ser um preditor de suicídio") foi confirmada; a hipótese 2 ("As motivações e o uso de drogas estão relacionadas ao gênero do indivíduo") foi parcialmente confirmada; e a hipótese 3 ("Adolescentes do sexo feminino apresentam níveis mais elevados de suicídio – ideação, planejamento e tentativa") não foi confirmada.

As informações acerca do suicídio, na forma de ideação, plano ou tentativa, são importantes, já que 20,2% da amostra afirmou ter pensado em cometer suicídio, 12,0% desenvolveu um plano e 3,8% afirmou ter tentado se matar, demonstrando o valor de outros estudos investigativos voltados para a causalidade de tais comportamentos. Também foi possível perceber que, como afirmam Giusti, Sañudo e Scivoletto (2002), a literatura sobre diferenças no padrão de uso de drogas entre adolescentes conforme gênero ainda é escassa. O conhecimento desse padrão é primordial no estudo das vulnerabilidades do adolescente, bem como no desenvolvimento de estratégias preventivas.

Faz-se necessário salientar a possibilidade de um viés informacional dos dados, posto que alguns alunos podem não ter informado sobre o uso de drogas por alguns fatores, como: "autocensura, desconfiança nas autoridades escolares, erro de memória, sentimento de culpa ou outros motivos inibitórios". Assim, algumas informações "podem ser interpretadas como estimativas mínimas dos valores verdadeiros mais altos", como afirmam Baus et al. (2002, p. 104).

A presente pesquisa procurou ainda fazer jus à relevância que o tema possui para estudos na área da Saúde Pública e contribuir com a literatura sobre adolescência, drogas de abuso, ideação suicida e gênero. Os dados obtidos indicam a existência de correlações positivas entre o uso de substâncias (inalantes e injetáveis) e ideação suicida, bem como do uso das mesmas substâncias com a tentativa suicida, sem que fossem encontradas correlações ou diferenças significativas com o aspecto gênero.

A partir do exposto, verifica-se a importância de aperfeiçoar métodos para estabelecimento de prognósticos seguros e confiáveis no campo da saúde do adolescente, conscientizar profissionais de saúde e população acerca dos efeitos do consumo de drogas de abuso, inclusive enquanto preditor de comportamento suicida, e desenvolver tratamentos que abarquem a prevenção de tais comportamentos, considerando a possibilidade de tais relações. Faz-se necessário, ainda, enfatizar a relevância do desenvolvimento de outros estudos que fomentem a literatura sobre adolescência, drogas de abuso, ideação suicida e gênero, e que contribuam para a emergente necessidade de criação de programas interventivos com atenção voltada à prevenção de suicídio e de consumo de drogas na adolescência.

 

REFERÊNCIAS

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Artigo recebido em: 07/08/2016.
Aprovado para publicação em: 13/12/2016.

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