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Pensando familias

versão impressa ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.17 no.2 Porto Alegre dez. 2013

 

ARTIGOS

 

Vínculo em famílias monoparentais com filhos gêmeos

 

Bond in single-parents families with twins

 

 

Gabriela Adamatti Rodrigues1; Helena Centeno Hintz2, I

I Domus – Centro de Terapia de Casal e Família

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo visa apresentar o contexto em que vivem as famílias monoparentais com filhos gêmeos, através de uma pesquisa qualitativa, de estudo de caso único, em que foi realizada terapia familiar de abordagem sistêmica. A família analisada é composta por uma mãe jovem com duas filhas gêmeas de dois anos de idade, moradoras de abrigo. Assim, surge o interesse em investigar: a) como se estabelece o vínculo do progenitor sem cônjuge com filhos gêmeos; e b) se o vínculo estabelecido com cada filho pode influenciar na maneira como se cuida de cada um deles. Além disto, torna-se importante ainda pensar nos vínculos que podem ser construídos fora da família.

Palavras-chave: Vínculo, Gêmeos, Monoparentalidade, Terapia familiar.


ABSTRACT

This study presents the context of living single-parent families with twins, through a qualitative, single study case, which family therapy was performed in a systemic approach. The family analyzed consists about a young mother of twin daughters with two years old, living in a shelter. This way, arises the interest of investigation: a) how the bond is established between parent with no spouse and twins; and b) if the bond established with each child can influence the way that the parent takes care of each one of them. Moreover, it is also important to think about the bonds that can be built outside the family.

Keywords: Bond, Twins, Single parenthood, Family therapy.


 

 

Introdução

Pouco se tem conhecimento científico a respeito de gêmeos no que concerne ao campo da psicologia. Sabe-se que existem algumas complicações médicas mais comuns quando os filhos são gêmeos, e outras desenvolvimentais, que podem se relacionar com a Psicologia, tais como a linguagem (Barbetta, Panhoca & Zanolli, 2008; Rutter & Redshaw, 1991; Vieira & Branco, 2010). No entanto, a literatura sobre famílias monoparentais com filhos gêmeos é muito escassa.

Diferentes pesquisas sobre famílias com gêmeos mostram que os progenitores não recebem informações sobre providências que poderiam tomar para o cuidado e a educação dos filhos, de modo a possibilitar um desenvolvimento mais saudável (Viotto, 1992; Vieira & Branco, 2010, Barbetta, Panhoca & Zanolli, 2008; Lucion & Escosteguy, 2011). O que se percebe, através destes estudos, é que os pais tendem a lidar com os filhos da maneira como entendem ser a mais correta, mas não porque leram sobre isto e sim porque imaginam que é assim que se deve proceder.

Considerando-se a escassez de dados sobre o tema e a falta de informação que os progenitores têm sobre a melhor forma de lidar com filhos gêmeos, surge o interesse pelo tema dos vínculos nas famílias monoparentais com filhos gêmeos, uma vez que há apenas um cuidador para duas crianças que exigem cuidados muito semelhantes em função da mesma idade. Sendo assim, este estudo tem como objetivos investigar: (a) como se estabelece o vínculo do progenitor sem cônjuge com filhos gêmeos e (b) se o vínculo estabelecido com cada filho pode influenciar no cuidado de cada um deles. Além disso, é ideia deste trabalho propiciar conhecimentos tanto para as famílias monoparentais com filhos gêmeos como para os profissionais que vivenciam esta situação.

Vínculo

Segundo Carvalho, Bastos, Rabinovich e Sampaio (2006), um tipo clássico de vínculo é o estabelecido a partir das obras de Bowlby, chamado de apego mãe-filho. Segundo Nichols e Schwartz (2007), a teoria do apego surgiu como um instrumento importante na terapia de casal e família para descrever a dinâmica dos relacionamentos próximos. John Bowlby é um dos pioneiros nos estudos sobre o apego e concluiu que o vínculo entre os bebês e os pais baseava-se em um impulso biológico pela proximidade (Bowlby, 1958, In Nichols & Schwartz, 2007). A função biológica atribuída ao comportamento de apego é a proteção, pois saber estar próximo de alguém que pode nos auxiliar em uma emergência é algo que nos dá segurança (Bowlby, 1989).

Para Ramires e Schneider (2010), o apego é um estado interno que pode ser observado através dos comportamentos de apego, que possibilitam manter a proximidade com a figura de apego, tais como: sorrir, chamar, tocar, chorar, fazer contato visual. O comportamento de apego pode ser mostrado a vários indivíduos, enquanto o laço de apego ou o apego duradouro é restrito a poucos (Bowlby, 1989).

"O conceito de apego diz respeito a uma subvariedade do vínculo afetivo, no qual o senso de segurança de alguém está estreitamente ligado ao relacionamento" (Ramires & Schneider, 2010, p. 27). "O comportamento de apego é qualquer forma de comportamento que resulta em uma pessoa alcançar e manter proximidade com algum outro indivíduo claramente identificado, considerado mais apto para lidar com o mundo" (Bowlby, 1989, p. 38-39).

Segundo Bowlby (1989), quase toda criança escolhe uma pessoa, que geralmente é a mãe, para procurar em situações de desconforto, ou em sua ausência, outra pessoa que seja muito conhecida dela. Para o autor, o conhecimento de que uma figura de apego está disponível fornece um sentimento de segurança que estimula a manter o vínculo com a pessoa. Verdi (2010) afirma que o vínculo que a criança estabelece com a mãe quando bebê vai interferir nas demais relações estabelecidas ao longo da vida, amplificando ou restringindo a capacidade vincular.

Além do vínculo estabelecido entre mãe e filho, o qual chamamos de apego, torna-se importante também lembrar de um outro tipo de vínculo: o da rede social ou rede de apoio. Para Sluzki (1997), "a rede social pessoal pode ser definida como a soma de todas as relações que um indivíduo percebe como significativas ou define como diferenciadas da massa anônima da sociedade" (p. 41-42). Segundo Schneider e Ramires (2007), "apoio social diz respeito aos recursos disponibilizados por outras pessoas em situação de necessidade" (p. 98). Este apoio, segundo as autoras, pode ser instrumental ou emocional. O primeiro se refere a ajudas financeiras, de informações ou divisões de responsabilidades, enquanto o segundo refere-se à afeição, simpatia e preocupação com o outro. Para Crockenberg (1981, In Pontes, Silva, Garotti & Magalhães, 2007) o estresse parental pode ser menos intenso quando se tem uma rede social que ofereça apoio.

Família e filhos gêmeos

Já dizia Bowlby (1989) que ter um filho e cuidar dele é apostar alto. No estudo de Ribas e Kreutz (2009/2010) isto é evidenciado através de exemplos de casais que optam por não terem nenhum filho; estes alegam que assim têm vantagens econômicas, emocionais e maior disponibilidade para se fazer o que se quer. Uma das entrevistadas traz como um dos aspectos que motivou essa escolha, a experiência difícil de uma amiga que teve gêmeos. "Inegavelmente se cuidar de um recém-nascido é um desafio; cuidar de dois simultaneamente torna-se um desafio maior ainda" (Lucion & Escosteguy, 2011). De acordo com Viotto (1992), quando um casal descobre que está prestes a ter filhos gêmeos, as principais sensações são de choque e de pavor. David, Azevedo, Russi, Berthoud e Oliveira (2000) também falam sobre a gravidez gemelar e a intensa ansiedade dela decorrente, afirmando ser o parto um momento de sentimentos ambivalentes.

O nascimento de dois bebês semelhantes pode abalar e desafiar a gama de conhecimento afetivo, interacional e relacional da família. Algumas práticas sociais são comuns de serem vistas em famílias com filhos gêmeos, tais como vestir as crianças com roupas iguais, escolher nomes semelhantes, estabelecer rotinas parecidas quanto à alimentação e ao sono e manter atitudes similares com os dois filhos (Barbetta, Panhoca & Zanolli, 2008). Viotto (1992) constata que os pais não recebem informações sobre providências a serem tomadas nos cuidados com filhos gêmeos. Eles não sabem manifestar motivos para optar por vestir os filhos com roupas iguais ou diferentes ou deixá-los em mesma turma ou separados na escola.

Para Barbetta, Panhoca e Zanolli (2008) há a expectativa de que as crianças gêmeas, por estarem sempre próximas uma da outra, deveriam mostrar proximidade também na área cognitiva e afetiva, desenvolvendo, por exemplo, certas habilidades no mesmo período. Com isto, as autoras informam que se acaba por desrespeitar a individualidade de cada criança e o processo de construção das suas identidades. Elas acrescentam que "é muito mais fácil constituir-se como pessoa estando sozinha do que na companhia do próprio irmão gêmeo" (p. 268).

Os resultados do estudo realizado por Barbetta, Panhoca e Zanolli (2008), que tinha como objetivo acompanhar longitudinalmente uma família de gêmeos quanto ao desenvolvimento da linguagem e a constituição da identidade, mostraram que as principais dificuldades apresentadas pelos pais de filhos gêmeos, foram os desdobramentos financeiros, a exigência de maior cuidado e a disposição afetiva do casal em relação aos bebês. De acordo com Viotto (1992), vários estudos levantaram a hipótese de as relações mães-filhos serem menos intensas nos casos de mães de gêmeos em comparação com as mães de filhos unitários pelo fato de serem muito atarefadas. Além disso, o tempo dos progenitores com cada filho gêmeo é menor do que com filhos únicos. Rutter e Redshaw (1991) sustentam que não são as mães que interagem pouco com seus filhos, mas que os discursos não costumam ser feitos de modo individual com cada filho, e que desta forma, estes tendem a ter menos conversas individuais com os pais, além de estas serem mais curtas. David et al. (2000) relatam que muitas das dificuldades que os pais encontram decorrem da falta de tempo para se dedicar aos filhos gêmeos – que também requer mais energia – e a falta de acesso a informação sobre a forma adequada de atender os filhos.

Famílias monoparentais com gêmeos

Grzybowski e Wagner (2009) informam que o status conjugal pode ter implicações no relacionamento pais-filhos. Os pais que não residem com os filhos acabam por se tornar desapegados. No estudo feito por estas autoras sobre o envolvimento parental após o divórcio, todas as mulheres entrevistadas residiam com filhos desta união, enquanto apenas 5% dos pais residiam com filhos da mesma união, o que caracterizou as mães como mais envolvidas com os filhos. No que se refere à figura paterna, outro estudo mostrou que a presença do pai potencializa uma vivência mais rica e mais afetiva da mãe com os filhos (Marin & Piccinini, 2010). Segundo Bowlby (1989) cuidar de uma criança não é tarefa para apenas uma pessoa; para que essa tarefa seja bem feita é necessária uma fonte de ajuda, que geralmente vem do parceiro.

Marin e Piccinini (2010) comentam que a experiência de maternidade das mães solteiras gera tristeza, ansiedade e revolta. Segundo os autores, alguns estudos indicam que de modo geral famílias de mães solteiras têm maior dificuldade com papéis parentais e maiores níveis de comportamento parental negativo em comparação com as mães casadas, pois há menor envolvimento, controle e supervisão dos filhos. Contudo, trazem também outros estudos que indicam que as mães solteiras são contrapostas às casadas por relatarem mais problemas relacionados à baixa renda, ter maior necessidade de apoio de outras pessoas, por passarem mais eventos negativos de vida e terem altos índices de estresse, que pode levar a uma depressão.

Marin e Piccinini (2010) trazem a importância da rede social nas famílias de mães solteiras, citando estudos que comprovam que a ajuda de outros adultos favorece a maternidade e o desenvolvimento infantil. Além disto, as mães que possuíam redes de apoio mais extensas tendiam a ser mais próximas e responsivas com suas crianças, provendo um ambiente mais estimulador.

No estudo de Lucion e Escosteguy (2011), cujo objetivo era analisar a relação dos cuidadores com os bebês gêmeos no primeiro ano de vida, quatro famílias foram acompanhadas desde a gestação dos gêmeos até que estes completassem um ano. Entre as quatro famílias de gêmeos que estudaram a família que mais as preocupou foi a única que era monoparental. A mãe adolescente era pouco envolvida, diferenciava pouco os filhos, era insegura nos cuidados diários e não conversava com eles. Recebia auxílio de sua própria mãe e do padrasto à noite, e durante o dia ficava sempre sozinha com as crianças, as quais se relacionavam melhor com a avó do que com ela. Essa família era constituída por gêmeos de sexos diferentes. A mãe se identificava com a filha e descrevia o filho como sendo igual ao pai. Quanto à divisão dos cuidados com os gêmeos, neste caso que não havia o pai presente, a avó dividiu com seu marido, cada um responsabilizando-se por um dos gêmeos: a avó com a menina e seu companheiro com o menino.

Outra família apresentada por Lucion e Escosteguy (2011) também apresentava uma mãe que cuidava sozinha das gêmeas durante o dia, embora tivesse ajuda do pai das crianças à noite. A mãe era cuidadosa, mas se queixava de cansaço e conversava pouco com as filhas gêmeas. Após a inclusão de uma babá as coisas mudaram e a mãe passou a ter uma melhor interação com suas filhas.

 

Método

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada através de um estudo de caso único. Segundo Serralta, Nunes e Eizirik (2011), os estudos de caso possibilitam geração de novas teorias e o teste das já existentes, além de oferecerem uma alternativa para a superação da dissociação entre atividade clínica e atividade científica. Participou deste estudo uma família atendida por mim em coterapia e em espelho unidirecional, em um Centro de Terapia de Casal e Família, em Porto Alegre. A família Costa é constituída por uma mãe de 21 anos, Fabiana, e duas filhas gêmeas de 2 anos e 4 meses, Dafne e Sabrina.

Os instrumentos utilizados para a realização deste artigo foram os relatos dos atendimentos, com os quais foi feita uma análise documental, além das observações diretas de fatos ocorridos nas sessões. Os dados foram coletados através dos relatos dos atendimentos da família Costa, realizados por membros da equipe que acompanhavam a sessão atrás do espelho.

Os dados retirados dos relatos dos atendimentos foram analisados por meio de uma análise de conteúdo, de acordo com Laville e Dionne (1999), que pressupõe um estudo minucioso dos conteúdos após a organização dos dados. Segundo os autores, o princípio da análise de conteúdo consiste em desmontar a estrutura e os elementos do conteúdo para esclarecer suas características e extrair sua significação.

Fabiana assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), indicando que concordava e aceitava participar desta pesquisa juntamente com suas filhas. Os nomes citados ao longo deste estudo foram trocados a fim de preservar a identificação dos mesmos.

 

Análise

História pregressa da família

A família analisada é formada por Fabiana, 21 anos, e suas filhas gêmeas, Dafne e Sabrina, de dois anos. Fabiana morou em abrigo desde os quatro anos de idade, depois foi acolhida pela tia. Morava no interior quando engravidou de João, o qual não quis assumir as crianças, e nem mesmo aceitou dar pensão. Mais tarde, Fabiana se apaixonou por Joaquim e foi morar com ele, dois meses depois, em outra cidade. Este assumiu as crianças, e segundo Fabiana, era um bom pai para elas, no entanto, a agredia. Dafne nestes momentos tentava proteger a mãe e muitas vezes acabou apanhando também. Duas senhoras certa vez assistiram Fabiana ser espancada pelo marido na rua e resolveram acolher ela e suas filhas em sua casa. Mais tarde, Fabiana voltou a morar com Joaquim, até que este veio a falecer de modo brutal. A partir de então buscou um abrigo de famílias, onde está até hoje.

Busca por terapia

A família Costa procurou terapia familiar por encaminhamento do abrigo onde reside em março de 2013. O abrigo encaminhou a família por acreditar que a terapia pudesse ajudar Fabiana a estruturar sua vida junto com as filhas para poder sair da instituição, já que a estadia neste local deve ser temporária.

Dois aspectos chamaram muito a atenção da equipe de atendimento desde o início do tratamento da família. O primeiro é que Fabiana não mantinha contato visual com as terapeutas, mesmo após várias sessões. O segundo dizia respeito ao modo como lidava com suas filhas, sempre muito próxima de Dafne e mais distante de Sabrina. As duas questões, no entanto, estão relacionadas com a vinculação às terapeutas no primeiro caso, e às filhas no segundo.

A família permaneceu em terapia por sete meses, abandonando o tratamento, em função de incompatibilidade de horários com as terapeutas que a atendiam. Fabiana iniciou um curso profissionalizante e não se adaptou ao novo horário combinado, nem aceitou a troca de terapeutas, sendo desligada pelas ausências consecutivas sem justificativa.

Evolução dos atendimentos familiares

Ao longo dos atendimentos, no que diz respeito ao manejo da mãe com as filhas, notamos algumas mudanças. Inicialmente a mãe costumava dar muita atenção para Dafne. Enquanto Sabrina brincava sozinha no chão, Fabiana amamentava sua irmã. Esta era amamentada diversas vezes ao longo de uma hora de sessão. Fabiana já havia feito o desmame de Sabrina. Além disso, Dafne saía do colo da mãe apenas por alguns minutos, mas logo voltava. No momento de entrar na sessão, Fabiana costumava vir com Dafne no colo e Sabrina vinha caminhando de mão dada com a mãe ou no colo de algum funcionário do abrigo. Fabiana ainda alegava que Sabrina era muito agressiva, pois batia em outras crianças do abrigo, e quando perguntamos se existiam momentos em que conseguia controlar as filhas, Fabiana respondia que "a Sabrina não" [sic] ou "é fácil cuidar delas, difícil é fazer a Sabrina não brigar" [sic].

Fabiana reclamava que as pessoas que conheciam sua família sempre opinavam sobre o modo como cuidava das filhas e diziam que ela tratava Sabrina mal. Fabiana ficava muito brava em sessão quando falava deste assunto e insistia em afirmar que tratava as duas igualmente, uma vez que ambas estavam sempre bem cuidadas, asseadas e bem alimentadas.

Com o tempo, percebemos que esta diferenciação em relação às filhas ocorria não só pelo modo como a mãe agia, mas principalmente pelo modo como as filhas agiam, fazendo com que a mãe não encontrasse outro modo de lidar com as situações que envolviam as crianças. Segundo Mondardo e Valentina (1998), o sentimento e o comportamento da mãe em relação a seu bebê são influenciados por suas experiências prévias com seus próprios pais. No entanto, Pontes et al. (2007), trazem a perspectiva de que a sensibilidade materna não é mais considerada apenas como influenciada pelos vínculos afetivos anteriores da mãe, mas também pela capacidade da criança de sinalizar suas necessidades. Desta forma, passa-se a entender a relação de apego não só pelas características maternas, mas também pelas características infantis, considerando assim, ao invés de aspectos individuais, os aspectos relacionais da díade.

Não é possível tratar duas crianças do mesmo modo, pois elas se comportam de maneiras diferentes (Harris, 2007, In Vieira & Branco, 2010). As personalidades das meninas eram muito diferentes; Dafne era muito ambiciosa, lutava pelo o que queria (colo, mamar, brinquedos) e, para isto, usava o choro exaustivo ou gritos altos, além de se debater no colo da mãe. Sabrina, ao contrário, não reagia quando não conquistava seus objetivos, se tivesse que ficar sem sua chupeta ou sem colo, por exemplo, não reclamava, mesmo que este fosse seu desejo. Brincava tranquila e conversava com os demais funcionários do abrigo, que às vezes participavam de uma parte da sessão. Também vinha no nosso colo e interagia com a nossa equipe quando os encontrava. Já Dafne ficava apenas com a mãe. Segundo Bowlby (1969/1990), "durante o segundo ano de vida, a grande maioria dos bebês dirige seu comportamento de apego para mais de uma figura discriminada e, com frequência para muitas delas" (p. 322). Pensando desta forma, podemos concluir que Sabrina apresenta, portanto, um comportamento mais saudável que Dafne.

O fato de morar em um abrigo, onde outras pessoas estão responsáveis pelo o que acontece no local, fazia com que cada vez que Dafne chorasse e gritasse, as pessoas do abrigo viessem socorrer pensando que algo sério pudesse estar acontecendo. Isto deixava Fabiana muito brava, uma vez que entendia esta atitude como desconfiança do abrigo em relação a sua capacidade de cuidar de suas filhas. Com isto, entendemos que o fato de Fabiana colocar Dafne no colo e lhe dar de mamar era uma estratégia para evitar o choro alto da filha e, consequentemente, a supervisão permanente das pessoas com as quais convivia na instituição.

A partir deste entendimento, intervimos com a família e com o abrigo no sentido de mostrar que as atitudes de Fabiana em sempre estar mais próxima de Dafne que de Sabrina se justificava pelo desespero no momento da gritaria e também por perceber que Dafne exigia mais cuidados, uma vez que Sabrina interagia também com outras pessoas e Dafne não. Mostramos ainda que o fato de Sabrina sentir-se à vontade para ir para o colo de outras pessoas, além da mãe, mostrava que se relacionava bem e que conseguia estabelecer vínculos externos, o que era muito positivo.

Também foi preciso trabalhar a paciência da mãe com o choro e os gritos de Dafne para que não fizesse sempre sua vontade, lembrando que Sabrina também tinha preferências e acabava ficando em desvantagem por não gritar. Em uma sessão, Sabrina tinha trazido a sua chupeta e Dafne não, pois não costuma usá-la. Em certo momento, Dafne retirou da boca de Sabrina a chupeta e colocou na sua. Sabrina resmungou, mas logo encontrou um brinquedo para se entreter. Intervimos então, para que a mãe pudesse devolver a chupeta para Sabrina já que era dela e tinha optado por usar naquele momento. A mãe devolveu para Sabrina e Dafne iniciou o choro intenso que perdurou até o final da sessão. Seguimos conversando em meio à gritaria, o que também exigiu a nossa paciência – minha, da minha coterapeuta e da equipe que acompanhava a sessão atrás do espelho. Dafne novamente tentou retirar a chupeta da irmã. Neste momento, Sabrina reagiu segurando o prendedor da chupeta. Esta reação de Sabrina parece ter sido devido as nossas intervenções, pois após agirmos a seu favor, autorizou-se a permanecer com a sua chupeta, ao invés de ceder aos desejos da irmã.

Nas sessões que se seguiram não se precisou mais trabalhar a diferença nos cuidados com as meninas, pois a mãe passou a dar mais atenção a Sabrina, inclusive entrando com ela no colo, enquanto Dafne entrava com o funcionário do abrigo que as acompanhava. Nessas sessões, a mãe comentou que quando saía com as duas filhas, "Dafne faz escândalo se é contrariada e Sabrina, entende" [sic]. Falou ainda que se culpava por excluir Sabrina, mas que agora entendia que fazia isso porque ela estava melhor que Dafne. Logo, a suposta agressividade de Sabrina desapareceu. Sabrina começou a reivindicar pelo colo da mãe, fazendo com que esta tivesse que dividir o colo para as duas filhas e Dafne aceitasse dividir seu espaço com a irmã. Contudo, foi possível perceber que isto também aproximou mais as meninas, pois elas também começaram a brincar mais juntas, saíam do colo da mãe e se divertiam brincando de escorregar no sofá da sala de atendimento. Contudo, Lucion e Escosteguy (2011) informam que os bebês gêmeos, mesmo quando são próximos, parecem não perceber um ao outro e que a busca deles é pelo adulto. Isto, mais uma vez evidencia uma maior exigência sobre os cuidadores no caso de gêmeos e a necessidade dos filhos de serem nutridos de afeto por cuidadores adultos.

Segundo Viotto (1992), há a necessidade dos progenitores de diferenciarem seus filhos gêmeos. Com isso, cada progenitor projeta em um dos gêmeos características próprias, o que ajuda na diferenciação das crianças. Rutter e Redshaw (1991) acreditam que ter dois filhos ao mesmo tempo faz com que os progenitores comparem os filhos, o que os conduz a uma preferência ou atitude protetiva a uma das crianças ou a um empenho compensatório para tratar os dois de forma igualitária. Vieira e Branco (2010) citam estudo de Lytton et al. (1995), que aponta que a preferência da mãe por um dos gêmeos traz benefícios, uma vez que isso demonstra que a mãe é sensível a individualidade de cada criança.

Na família Costa por ter apenas a mãe junto às crianças essa preferência, talvez inconsciente, precisa ser negada. Além disto, a ausência do pai se dá em função de morte, a qual as meninas já compreendem, com a ajuda da terapia; afirmam que o "papai tá no céu" [sic]. Fabiana dizia ter medo de contar para as filhas que o pai havia falecido e que então cada vez que elas perguntavam onde estava o papai, ela dizia que ele tinha ido embora ou que ela já ia voltar. Trabalhamos a importância de não as confundir, uma vez que ele não voltaria. Fabiana encontrou então a alternativa de explicar sobre a morte contando que o papai estava no céu, o que parece ter sido bem compreendido pelas crianças.

Na pesquisa de Lucion e Escosteguy (2011) as quatro famílias estudadas apresentaram uma divisão dos cuidados com os filhos entre os progenitores, ficando cada um deles mais responsável por um dos gêmeos. Essa divisão, segundo as autoras, geralmente estava associada a uma preferência discreta do cuidador.

Novamente a ausência do pai na família Costa dificulta a divisão dos cuidados com as filhas. Era frequente ouvir a mãe justificar seus problemas, afirmando que "eu sou sozinha" [sic], isto é, sem cônjuge. Marin e Piccinini (2010) afirmam que as famílias de mães solteiras exigem recursos adaptativos intensos devido à ausência paterna e que há uma sobrecarga de tarefas para essas mulheres, especialmente para aquelas em situações de carência econômica, social e afetiva e com os filhos nos seus primeiros anos de vida, como é o caso de Fabiana. Era com o abrigo que Fabiana dividia os cuidados com as filhas. Segundo ela, não seria possível ir para a praça sozinha com as duas meninas, pois não conseguia segurar as duas se elas corressem. Lucion e Escosteguy (2011) destacam o benefício de os gêmeos terem dois ou mais cuidadores para atenderem as suas necessidades e terem um cuidado individualizado. Portanto, Fabiana necessitava do auxílio do abrigo, embora quisesse se ver independente.

Desta forma, pode-se pensar que o abrigo assumia o lugar do pai nos cuidados com as meninas, ficando mais responsável por Sabrina, enquanto a mãe se responsabilizava mais por Dafne. Fabiana informou-nos que quando o pai era vivo Sabrina era mais apegada a ele, enquanto Dafne era mais ligada a mãe. Com isto, foi possível perceber que Sabrina se vinculava mais às pessoas do abrigo, chamando pelo nome dos funcionários e querendo ir para o colo delas, pois se sentia observada também por essas pessoas. Já Dafne estava satisfeita apenas com a atenção da mãe. Bowlby (1989) afirma que:

Quando um indivíduo (de qualquer idade) está se sentindo seguro, ele tende a explorar para longe de sua figura de apego. Quando alarmado, cansado ou sentindo-se mal, sente urgência da proximidade ... Uma criança saudável sente-se suficientemente segura para explorar, quando sabe que seus pais estão acessíveis e serão receptivos quando requisitados (p.119).

A partir disto, pode-se pensar então que Sabrina se sente segura para interagir com outras pessoas, provavelmente por ter conseguido estabelecer um apego seguro com a mãe. Talvez Dafne não tenha conseguido o mesmo, já que não se afasta da mãe. Uma hipótese pode ser o fato de ter presenciado mais de perto as agressões que Fabiana sofria do marido, e desenvolvido então o choro alto e os gritos como sintoma para preservar a mãe de outras possíveis agressões, já que estando por perto poderia defendê-la, como fazia quando o pai era vivo.

Depois de trabalhadas as questões de manejo com as filhas, percebemos a necessidade de investir na rede de apoio de Fabiana, afinal sua estadia no abrigo era temporária, o que acarretaria em não ter mais com quem dividir os cuidados com as filhas. Isso, no entanto, não foi possível até o final da terapia. Fabiana optou por iniciar um curso profissionalizante para ter maiores chances de conseguir um emprego e poder se sustentar fora do abrigo. Com isso, houve incompatibilidade de horários para dar seguimento à terapia.

Era difícil encontrar pessoas com quem Fabiana tivesse estabelecido alguma relação sólida. Não mantinha contato com ninguém de sua família, mas também não tinha interesse em reativar os laços, pois se via em melhores condições que os irmãos, os quais estavam envolvidos com uso de drogas, o que via como um perigo para as suas filhas. Quando era perguntado sobre amigos ou pessoas a quem ela pudesse recorrer, Fabiana afirmava que fazia amizade muito fácil, mas que não podia confiar em nenhuma delas. Perguntando quem eram essas pessoas, Fabiana respondia que eram pessoas que conheceu e trocou algumas palavras. Isto demonstrou que seu relacionamento estava mesmo restrito às filhas. Fabiana chegou a comentar em sessão que a companhia das filhas a ajudava a se controlar quando ficava muito irritada e que quando ficava muito triste pelas filhas que procurava. Segundo Sluzki (1997), a rede social pressupõe diversos tipos de funções: a de companhia social, o de apoio emocional, a de ajuda material e de serviços, a de regulação ou controle social, o de guia cognitivo e de conselhos e o de acesso a novos contatos. Parece que Fabiana encontrava nas suas filhas a companhia social, o apoio emocional e a regulação ou controle social. No entanto, além de as filhas serem crianças com muita responsabilidade sobre os cuidados com a mãe, ainda assim Fabiana ficava prejudicada pela ausência de pessoas de quem pudesse receber ajuda material, conselhos e acesso a novos contatos após a sua saída do abrigo.

Assim, fez sentido também o fato de Fabiana não nos olhar nos olhos, pois talvez nunca tenha aprendido a fazer amizades, estabelecer vínculos; e por isso também demorou a estabelecer conosco. Quando faltava às sessões de terapia, justificava na sessão seguinte que sua ausência se devia ao fato de ter ficado muito brava no abrigo naquele dia, e isso nos chamava atenção, pois o espaço da terapia não era visto como um local para recorrer nos momentos difíceis, o que pode ser visto como uma ausência de vínculo, ou um vínculo ainda muito fraco. Com o passar do tempo Fabiana, algumas vezes, começou a fazer contato visual conosco e já estava falando mais, e assim entendemos que o vínculo estava surgindo.

Esta dificuldade de Fabiana pode ser entendida como um prejuízo decorrente da falta de rede de apoio. Segundo Giongo (2001) a rede social, por seu primeiro nome dá a ideia de proteção (como a rede de dormir) e de controle (como a rede que separa as quadras em um jogo de vôlei). Assim, desenvolver em terapia a busca por uma rede de apoio pode fazer com que a família se sinta protegida e satisfatoriamente controlada. Essa combinação por sua vez, tende a levar a uma maior autonomia, uma vez que se a família precisar ajuda poderá recorrer ao seu grupo de relações; e contatando com seus iguais, poderá lembrar-se de características potenciais e reconstruir sua história de vida.

 

Considerações finais

Pode-se dizer que Sabrina desenvolveu o sentimento de apego pela mãe, pois se sentia segura para se aproximar de outras pessoas, estando longe da mãe. Ao mesmo tempo, quando chorava conseguia também voltar para sua figura de apego, pedindo o colo da mesma. Já Dafne, talvez não tenha ainda estabelecido esse vínculo seguro com a mãe, já que não consegue ficar longe dela e clama por sua atenção constantemente.

A partir disto, foi possível ainda pensar em prognósticos para as meninas, imaginando que Sabrina provavelmente conseguirá se relacionar bem com outras pessoas, desenvolvendo laços de amizade e boas relações, porém terá que estar atenta a suprir as suas vontades. Dafne, no entanto, nos preocupou por ser uma menina muito difícil de lidar desde bebê, o que poderá acarretar em maiores dificuldades em estabelecer relações e problemas de convívio na escola, já que costumava ter suas necessidades sempre atendidas em detrimento das da irmã.

Esperamos, contudo, que as intervenções realizadas em terapia de família ajudem Fabiana a lidar de maneira mais igualitária com as meninas, atendendo também aos desejos de Sabrina, e suportando o choro de Dafne, como uma forma de lhe dar limites para que possa se desenvolver de maneira mais saudável. Segundo David et al. (2000), é importante os pais estarem atentos à forma adequada de tratar os filhos afim de contribuir para uma vinculação satisfatória e um desenvolvimento mais saudável.

Segundo Bowlby (1969/1990), a criança pequena que teve uma mãe estimulante, que lhe deu apoio e um pai que mais tarde lhe mostrou um senso de dignidade e um modelo favorável para formar futuros relacionamentos, permitindo explorar o ambiente com confiança, terá tido experiências que promovem o senso de competência. Se os relacionamentos da família permanecerem favoráveis, a personalidade da criança se tornará cada vez mais estruturada para agir de maneira controlada e resiliente, mesmo em circunstâncias adversas.

Uma única ressalva considero importante fazer sobre o dito acima por Bowlby. O papel do pai ou da mãe, se for substituído por outra pessoa de referência para as crianças, pode ter também um efeito tão positivo sobre a construção da figura de apego e todas as conseqüências que isso envolve. Desta forma, a família monoparental, pode obter sucesso no estabelecimento do apego seguro e no consequente desenvolvimento da criança. Porém, para isso é imprescindível que haja uma rede social que esse progenitor possa acessar para ter êxito na criação dos filhos, especialmente quando se trata de família com filhos gêmeos.

Assim, entende-se que o vínculo que o progenitor sem cônjuge com filhos gêmeos estabelece com seus filhos é diferente com cada um deles, pois tende a se identificar mais com um do que com outro, o que influencia no modo como lida com cada um. Porém, nestas famílias, monoparentais, essa preferência, consciente ou não, por um dos filhos, exige uma negação e auxílio de terceiros, o que torna mais difícil a criação e o convívio.

 

Referências

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Endereço para correspondência
Gabriela Adamatti Rodrigues
E-mail: gabi.ar@terra.com.br

Recebido em: 03/12/2013
Revisado em: 16/12/2013
Aceito em: 27/12/2013

 

 

1 Psicóloga, acadêmica de Pedagogia, especialista em Terapia Familiar.
2 Psicóloga, orientadora da pesquisa, professora e coordenadora do Domus – Centro de Terapia de Casal e Família.