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Pensando familias

versão impressa ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.19 no.2 Porto Alegre dez. 2015

 

ARTIGOS

 

Qualidade, ajustamento e satisfação conjugal: revisão sistemática da literatura

 

Marital quality, marital adjustment and marital satisfaction: systematic review of literature

 

 

Juliana Szpoganicz Rosado1,I ; Adriana Wagner2,II,III,IV

IInstituto da Família (INFAPA) em Porto Alegre – RS
IIUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
IIIConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
IVGrupo Dinâmica das Relações Familiares da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

No cenário atual coexistem diversas formas de ser casal. Frente à complexidade dos elementos que circunscrevem a conjugalidade, torna-se importante investigar o que está associado ao ‘ser feliz a dois’. A fim de mapear o que vem sendo estudado como relevante na compreensão desse fenômeno, realizamos uma revisão sistemática da literatura científica sobre satisfação, ajustamento e qualidade conjugal. As bases de dados PsycINFO e BVS-Psi filtraram 99 artigos, entre 2008 a 2013. A revisão permitiu mapear uma pluralidade de temáticas pertinentes ao tema. O panorama revelou, principalmente, estudos dedicados a compreender as disfuncionalidades e conflitos da conjugalidade. Observou-se uma lacuna em pesquisas dedicadas a estudar possibilidades de otimização e potencialização da qualidade e da saúde conjugal, assim como estudos sobre a prática clínica que subsidiem as possibilidades de intervenções na conjugalidade. Estudos com a população brasileira são escassos, comparados à produção internacional.

Palavras-chave: Conjugalidade, Satisfação conjugal, Ajustamento conjugal, Qualidade conjugal, Saúde conjugal.


ABSTRACT

In the present scenario coexist several ways to be couple. Front complexity of elements that circumscribe conjugality, it’s important to investigate what is associated with ‘be happy in a couple’. In order to map what is being studied as relevant to an understanding of this phenomenon, it was realized a systematic review of the scientific literature about satisfaction, adjustment and marital quality. The PsycINFO and BVS-Psi database filtered 99 articles between 2008 and 2013. The revision allowed mapping a plurality of themes associated with the topic. The landscape is mainly characterized by studies devoted to understanding the dysfunctions and marital conflicts. A gapin studies about possibilities of optimization and enhancement of the quality and marital health was observe and also was revealed the lack of empirical research on clinical practice in order to subsidize the possibilities of marital interventions. Studies of the brazilian population are scarce, compared to international production.

Keywords: Marital, Marital satisfaction, Marital adjustment, Marital quality, Marital health.


 

 

Introdução

O estabelecimento de um relacionamento conjugal e do casamento é um marco importante na consolidação de vínculos entre indivíduos. A união conjugal é uma das etapas esperadas ao longo do ciclo de vida e é considerada uma tarefa complexa (Carter & McGoldrick, 2011). Ao unirem-se duas pessoas, entrelaçam-se, minimamente, suas heranças familiares, características pessoais e de contexto (Anton, 2000). Sendo assim, o casamento é muito mais que a união de apenas dois sujeitos (Carter & McGoldrick, 2011).

Atualmente, tem-se ampliado as possibilidades de constituição do vínculo entre cônjuges e também a flexibilidade na configuração das famílias. Encontram-se referências na literatura a respeito de casais de gays e lésbicas (Julien, Chartrand, & Bégin, 1999; Lomando, Wagner, & Gonçalves, 2011), casais heterossexuais e sem filhos (Ávila, Miranda, & Juárez, 2009; Bavel & Kok, 2010; Sohne & Wendling, 2011; Zordan, Falcke, & Wagner, 2009), casamentos informais (Perlin & Diniz, 2005), o “ficar”, a coabitação (Féres-Carneiro & Ziviani, 2009), entre outras.

De modo geral, as pesquisas nacionais e internacionais têm revelado que a experiência de ser casal está associada positivamente à promoção de saúde mental, física e profissional dos sujeitos, ou seja, à qualidade de vida dos cônjuges (Fincham, 2009; Gottman & Silver, 2007; Kiecolt-Glas et al., 1987; Neto & Féres-Carneiro, 2010; Norgren, Souza, Kaslow, Hammerschmidt, & Sharlin, 2004; Scorsolini-Comin & Santos, 2010; Wilhelm & Oliveira, 2011). Nesse sentido e, considerando a pluralidade de relações amorosas existentes, os estudiosos da área têm investigado, há décadas, os fatores que aumentam ou diminuem a satisfação e a permanência dos sujeitos nos relacionamentos.

As pesquisas sobre o ‘ser feliz a dois’ discutem esse tema baseadas, principalmente, em três conceitos: satisfação conjugal, ajustamento conjugal e qualidade conjugal (Mosmann, Wagner, & Féres-Carneiro, 2006). Na literatura aparece, ao longo das últimas cinco décadas, uma diversidade de pesquisadores que discorrem sobre esses diferentes termos, como os precursores no estudo dessa temática, Thibaut e Kelley (1959) que consideravam importante nessa avaliação os esforços dos cônjuges para resolver os problemas no relacionamento. Dessa maneira, postularam que os comportamentos positivos do companheiro, geram uma avaliação positiva do casamento, elevando, assim, a satisfação conjugal percebida pelo companheiro na relação. Anos mais tarde, Spanier (1976) apontou que o ajustamento conjugal é um reflexo de processos conjugais (compartilhar ideias, desentendimentos), comunicação e os resultados dessa interação. Nesse sentido, elaborou o instrumento DAS (Dyadic Adjusment Scale), composto por quatro dimensões (coesão, consenso, afeto e satisfação) que indicam se os cônjuges estão em um bom ou mau ajustamento conjugal. Já Karney e Bradburry (1995) definiram a qualidade conjugal como resultante da interação de três fatores: o contexto, os recursos pessoais dos cônjuges e os processos adaptativos. Assim, a percepção de uma maior ou menor qualidade conjugal seria o resultado destas experiências e processos interativos entre o casal.

Em realidade, não está claro se tais construtos são distintos ou dizem respeito ao mesmo conteúdo, pois ora são utilizados como sinônimos, ora como conceitos diferentes (Fincham e Bradburry, 1987; Scorsolini-Comin & Santos, 2011). Essa divergência entre pesquisadores demonstra a dificuldade em compreender o fenômeno, além de revelar a densidade e as múltiplas facetas dos relacionamentos conjugais.

Visto a complexidade do tema, as transformações sociais e a diversidade de elementos que perpassam a vida a dois, esse estudo teve como objetivo explorar o que vem sendo estudado na literatura científica para a compreensão da qualidade, ajustamento e satisfação conjugal nos seis últimos anos. A partir desse mapeamento, buscou-se atualizar o campo de conhecimento sobre a temática e indicar os caminhos de pesquisas e práticas possíveis à área de família e casal.

 

Método

Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados PsycINFO e BVS-Psi com os descritores marital quality, marital satisfaction, marital adjustment e qualidade conjugal, satisfação conjugal e ajustamento conjugal. Optou-se por essas duas bases, pois, sendo a primeira internacional e a segunda latino-americana, pôde-se ter uma visão ampliada do panorama das produções científicas realizadas sobre a temática. Em busca de uma literatura recente considerou-se os trabalhos desenvolvidos nos últimos seis anos de pesquisas. Dessa maneira, a revisão filtrou 203 produções científicas entre 2008 e 2013.

Como critérios de inclusão no estudo, foram apreciados: a) artigos que foram acessados na íntegra, sendo excluídas teses, dissertações e capítulos de livros, b) dados da população adulta, c) estudos que abordavam as temáticas de qualidade, ajustamento e satisfação conjugal nos resultados e discussão dos trabalhos e, d) publicações em português, espanhol e inglês.

No total, 99 artigos foram selecionados, sendo 36 encontrados na BVS-Psi, 51 na PsycINFO e 12 que apareceram em ambas as bases de dados. A leitura deles foi realizada e, a partir da análise, as informações foram organizadas em oito eixos temáticos que reuniram temas afins e pertinentes ao assunto.

 

Resultados e discussão

No exame dos 99 artigos foram encontradas duas produções nacionais e 97 internacionais, sendo uma em espanhol, duas em português (Portugal) e as demais 94 em língua inglesa. Esse dado aponta para a baixa produção brasileira sobre o tema, em comparação com o alto número de estudos científicos de outros países, especialmente os Estados Unidos, Canadá e Holanda. Congruente a esses achados, notou-se que o número de produções científicas se manteve constante ao longo dos anos, visto que entre 2008 e 2010 foram produzidos 50 artigos e entre 2011 a abril de 2013 produziram-se 49. Essa frequência ratifica a importância dos cientistas em estudar o que circunscreve as relações amorosas e os fatores que aumentam ou diminuem a qualidade dos relacionamentos ao longo do tempo. No entanto, percebe-se neste trabalho, que o investimento de estudos que buscam investigar a saúde da díade conjugal ocorre com prevalência no âmbito internacional. Observa-se, assim, que há uma carência de pesquisas que reflitam as idiossincrasias e demandas da população do Brasil.

Na análise minuciosa dos 99 trabalhos organizaram-se oito eixos com conteúdos afins associadas à qualidade, ajustamento e satisfação conjugal. De fato, percebe-se na Tabela I (Anexo A), a diversidade de categorias que aparecem relacionadas ao ‘ser feliz a dois’ nos últimos anos. São elas: saúde física e mental (43 artigos), determinantes da qualidade conjugal (18 artigos), relação pais-filhos (17 artigos), instrumentos (8 artigos), intervenção na conjugalidade (6 artigos), conjugalidade positiva (3 artigos), clínica de casal (2 artigos) e outros (2 artigos).

 

 

O eixo temático saúde física e mental incluiu 44% dos trabalhos e envolveu temáticas tais como doenças e aspectos de conflito na díade. Neste eixo, a maioria dos trabalhos abordou as doenças como fator que afeta negativamente a qualidade do relacionamento conjugal. Como exemplos, podem-se citar os trabalhos de Brito e Pereira (2012) e Wattsa et al. (2011) que enfocaram a temática do câncer como negativamente associado à satisfação na conjugalidade. Além disso, outros trabalhos indicaram vestibulite velvar (Smith & Pukall, 2011), trauma cerebral (Godwin, Kreutzer, Aranjo-Lasprilla & Lehan, 2011) e transtorno de personalidade borderline (Bouchard, Sabourin, Lussier & Villeneuve, 2010) como fatores prejudiciais a saúde dos relacionamentos. Chama atenção que a maioria das pesquisas analisadas dizia respeito aos aspectos disfuncionais e patológicos associados à qualidade conjugal dos sujeitos. Sabe-se que as enfermidades e elementos de conflitos entre os cônjuges são algumas das variáveis que influenciam na saúde conjugal (Beach, Katz, Sooyeon, & Brody, 2003; Belsky, 1984; Uebelacker, Courtnage, & Whisman, 2003). Todavia, nota-se que ainda há um maior interesse em conhecer o que não funciona, em detrimento daquilo que funciona na conjugalidade. Sair do foco da doença é estudar os recursos saudáveis que a relação conjugal oferece e que pode contribuir para melhorar o funcionamento da díade conjugal. Como aprimorar o que já funciona? Quais fatores positivos podem impulsionar uma relação estável e com melhores níveis de bem-estar? A literatura disponível ainda não respondeu tais questionamentos.

O eixo determinantes da qualidade conjugal, representado por 18% dos trabalhos, apontou os fatores biosociodemográficos relacionados à qualidade da experiência amorosa. Dessa forma, indica-se o trabalho de Saxbe, Repetti e Nishina (2008) os quais investigaram que o aumento do nível de cortisol no sangue dos parceiros aumenta a percepção positiva que eles têm da relação conjugal. Ademais, o nível de educação, tempo de duração da relação e idade dos cônjuges também foram fatores associados positivamente ao ajustamento da qualidade conjugal nos estudos de Allendorf e Ghimire (2013) e Bertoni e Bodenmann (2010). Estes achados vão ao encontro da literatura já existente, a qual aponta a relevância do contexto, os motivos para a escolha do cônjuge, a idade, e o nível socioeconômico (Falcke, 2003; Ferreira, 2003; Griffin, 1993), entre outras variáveis, como importantes na constituição e na manutenção da relação amorosa. Nessa perspectiva, ressalta-se a importância de estudar esse fenômeno de forma circunscrita às características específicas de seu contexto, pois somente dessa forma as investigações poderão resultar em conhecimentos possíveis de gerar intervenções mais afinadas às reais demandas de cada população.

Os estudos que verificam a interação do subsistema conjugal a outros subsistemas também são frequentes e, neste trabalho, 17% das produções científicas versaram sobre o eixo relação pais-filhos, ou seja, sobre o núcleo familiar. Como exemplo, podem se citar os trabalhos de Stroud, Durbin, Wilson e Mendelsohn (2011) e Hakyoort, Bos, Van Balen e Hermanns (2010) que investigaram a interferência do efeito spillover3 no desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes da família. Ademais, a reverberação que as doenças dos filhos têm na saúde da díade também foi objetivo dos estudos de Ma (2011) e Long e Marsland (2011). Entre outras pesquisas desta categoria, Erich, Kanemberg, Case, Allen e Bogdanos (2009) enfocaram a temática da adoção por casais homo e heterossexuais, na qual não se observou diferença significativa na satisfação conjugal entre os grupos. Partindo do construto teórico de que as partes do sistema familiar se inter-relacionam e se interferem mútua e constantemente (Minuchin, 1982), a relação pais-filhos e sua reverberação na conjugalidade apareceu com regularidade nos trabalhos, o que reitera o quanto essa interação é importante para o desenvolvimento dos indivíduos ao longo da vida (Braz, Dessen, & Silva, 2005; Fincham, 2009; Garcia, Marín, & Currea, 2006; Mosmann, 2007; Silva & Lopes, 2012).

Entre os temas estudados, 8% dos artigos versaram sobre as qualidades psicométricas dos instrumentos existentes para a mensuração do ajustamento conjugal (Graham, Diebels, & Barnow, 2011; Lawrence et al., 2011; Renshaw, Mcknight, Caska, & Blais, 2010). Como exemplo desse eixo, os pesquisadores Gomez e Leal (2008), Santos-Iglesias, Vallejo-Medina, e Sierra (2009) e Shek e Cheung (2008) realizaram pesquisas utilizando o instrumento DAS (Dyadic Adjustment Scale), nas línguas portuguesa, espanhola e chinesa, respectivamente. Já Renshaw et al. (2010) demonstraram, através de um estudo empírico, que a escala RAS (Relationship Assessment Scale) pode ser utilizada em outros tipos de relacionamentos que não os conjugais. A partir desses achados, fica evidente a utilização de escalas produzidas em língua inglesa e o esforço dos pesquisadores em adaptá-las a outros idiomas e culturas, em detrimento da construção de instrumentos que atendam as diversidades culturais de cada contexto. Nessa perspectiva, torna-se evidente a escassez de ferramentas nacionais de mensuração que investiguem a temática na população brasileira. De fato, os instrumentos que são utilizados com a nossa população são adaptações e validações à nossa língua, como por exemplo, o GRIMS (The Golombok Rust Inventory of Marital State, Rust, Bennun, Crowe & Golombok, 1986) traduzido e adaptado para o Brasil por Falcke (2003) e também o DAS (Dyadic Adjustment Scale, Spanier, 1976), traduzido e validado por Hernandez (2008). Visto que o cenário nacional apresenta uma multiplicidade de contextos, valores, crenças e tradições (Rios & Gomes, 2009), sugere-se a necessidade de construção e desenvolvimento de escalas que apontem elementos que representam as idiossincrasias da nossa população (Wagner & Mosmann, 2008). Chama atenção que o DAS é uma das ferramentas de avaliação que mais aparece nas pesquisas sobre a temática, no entanto, a sua construção se deu no ano de 1976. Talvez instrumentos mais atuais pudessem refletir de forma mais fidedigna outros componentes que integram a dinâmica conjugal dos casais contemporâneos de nosso contexto.

O eixo intervenção na conjugalidade representou 6% das pesquisas sobre o tema e reuniu trabalhos que descreviam diferentes intervenções com sujeitos que vivenciavam uma relação amorosa. Como exemplo, Bullard et al. (2010) e Morrisa, McMillanb, Duncanc, e Larsonc (2011) investigaram que os casais que buscam as intervenções são aqueles que têm baixa autoestima, insatisfação com o parceiro e problemas frequentes na comunicação. Além disso, os pesquisadores Owen, Rhoades, Stanley & Markman (2011) verificaram a importância do vínculo formado entre os instrutores das oficinas e os casais, resultando em uma associação positiva entre aliança terapêutica e satisfação dos cônjuges. Estes resultados, ainda que não tão abundantes, revelam a importância do desenvolvimento de intervenções e estratégias que possibilitem a potencialização da saúde conjugal. Nessa perspectiva entre os trabalhos analisados, 3% diziam respeito a conjugalidade positiva, que descrevia as variáveis otimizadoras da satisfação conjugal. Com exemplos, Lawrence et al. (2008) e Stapleton et al. (2012) indicaram o apoio emocional do parceiro como fundamental na avaliação positiva do relacionamento. Além disso, a colaboração em tarefas domésticas e atividades conjuntas de lazer do casal também foram estratégias positivas encontradas no estudo de Berg, Schindler, Smith, Skinner, e Beveridge (2011).

O eixo clínica de casal abordou 2% dos trabalhos envolvendo a temática do tratamento clínico de casais. Dessa maneira, os pesquisadores Rowe, Doss, Hsueh, Johnson e Mitchell (2011) indicaram uma associação negativa entre depressão e ansiedade no tratamento clínico dos cônjuges com a saúde da díade. Já Rowe et al. (2011) compararam dois grupos, um baseado na terapia de casal e utilização de Viagra para aumento da satisfação conjugal e outro enfocando apenas a utilização de Viagra, sem terapia. Os resultados apontaram para uma maior qualidade na relação quando ocorre o uso concomitante do remédio e do acompanhamento terapêutico. Esse baixo número de estudos revela o distanciamento, ainda existente, entre a academia e o setting terapêutico. Essa dicotomia entre psicólogos clínicos e pesquisadores da área somente retardam o avanço que se pode fazer nesses dois campos da psicologia, que têm caminhado de forma paralela (Piccinini, 1996). Nesse sentido, fomentar pesquisas científicas que representem o que acontece nos consultórios e atendimentos torna-se fundamental na ampliação da compreensão sobre a conjugalidade e de como ela se expressa em diferentes contextos. Esse empreendimento, certamente, reverberaria na transformação e atualização de teorias que iluminam a compreensão dos relacionamentos amorosos na atualidade.

Por fim, o eixo outros reuniu dois artigos com temáticas isoladas. Scorsolini-Comin e Santos, (2010) investigaram a literatura a respeito do conceito de satisfação conjugal. A partir dos resultados ficou claro que a maioria dos trabalhos tenta definir um conceito, todavia, ainda não há consenso entre os estudos a respeito desse construto. Frente a isso, é essencial que pesquisadores da área especifiquem em seus trabalhos, tanto de abordagens quantitativas quanto qualitativas, qual termo que consideram representar o ‘ser feliz a dois’ e quais elementos que estão sendo investigados como proeminentes nas pesquisas da saúde e funcionalidade conjugal.

Os pesquisadores Kerkhof, Finkenauer, e Musses (2011) abordaram a temática do uso da internet. Em seu trabalho observaram que o uso compulsivo da ferramenta repercute negativamente na qualidade de vida conjugal e familiar dos usuários. Esse trabalho nos revela o quanto esse ‘novo’ meio de comunicação, mesmo que virtual, surge como um espaço real na vida dos indivíduos (Recuero, 2009) e pode reverberar negativamente nas relações amorosas, dependendo da forma em que é utilizado. Nesse sentido, é importante que os sujeitos e casais se dêem conta dos próprios motivos e do que buscam através do uso da internet, para que o mesmo não prejudique os vínculos já constituídos ou os afete de forma irreversível.

 

Considerações finais

Esse trabalho contribuiu para a reflexão a respeito do que vem sendo investigado sobre o ‘ser feliz a dois’ na literatura científica. A partir das informações geradas por essa revisão, buscou-se organizar e estruturar o amplo corpo de conhecimento até então produzido, além de indicar as lacunas e alternativas possíveis de estudo sobre essa temática que diz respeito à conjugalidade.

Foi possível perceber que há uma escassez de investigações nacionais sobre a temática da qualidade, ajustamento e satisfação conjugal. Mesmo utilizando uma base latino-americana e descritores na língua portuguesa, mais de 90% dos trabalhos encontrados foram internacionais. Além disso, os instrumentos utilizados nas pesquisas, normalmente, são construídos por autores estrangeiros e são poucas as referências de escalas de origem nacional. Nesse sentido, pode-se dizer que esses resultados não abarcam a realidade dos casais brasileiros. Assim, considera-se urgente a investigação das características e demandas deste subsistema, visto as diferenças culturais e também sociais que a nossa realidade contrasta com outros países. Só assim é que se podem construir políticas e estratégias de promoção de saúde que realmente façam sentido para o contexto dos nossos casais.

Quanto às temáticas que têm sido estudadas com maior frequência, percebeu-se que existem mais estudos referentes aos aspectos disfuncionais da conjugalidade do que aqueles dedicados a estudar a saúde e funcionalidade conjugal. Já está comprovado que a união conjugal funciona como fator de proteção a riscos e prejuízos à saúde dos cônjuges, portanto, sugere-se um aumento no número de pesquisas e, consequentemente, intervenções que visem revelar e potencializar os recursos de saúde do relacionamento amoroso.

Além disso, foi possível perceber a distância entre teoria e prática, pesquisa e intervenção na área de conjugalidade. Nesta perspectiva, reflete-se que investir nessa intersecção, certamente, beneficiaria conhecer melhor as nuances das diferentes formas de relacionar-se como cônjuges. Ademais, tal investimento pode ampliar a gama de intervenções possíveis, não só na perspectiva terapêutica como também preventiva da saúde dos casais.

Por fim, a partir do mapeamento do panorama científico, que descreve as pesquisas a respeito do relacionamento conjugal, pode-se detectar algumas lacunas no conhecimento sobre a vida a dois. Nesse sentido estudos que visam olhar o que já está feito, abrem possibilidades para seguir fazendo e construindo novas práticas. Sendo assim, entende-se que, revisar o passado é poder, no presente, reformular e construir os novos passos a serem dados no futuro, visando, neste caso, uma melhor educação, saúde e funcionalidades para as relações conjugais e familiares.

 

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Endereço para correspondência
Juliana Szpoganicz Rosado
E-mail: julianasrosado@gmail.com

Adriana Wagner
E-mail: adriana.wagner@hotmail.com

Enviado em: 09/09/2014
1ª revisão em: 01/04/2015
2ª revisão em: 07/09/2015
Aceito em: 12/11/2015

 

 

1 Psicóloga pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Aluna de especialização do Instituto da Família (INFAPA) em Porto Alegre – RS.
2 Doutora em Psicologia pela Universidad Autonoma de Madrid, Professora Adjunta do Instituto de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pesquisadora do CNPq e Coordenadora do Grupo Dinâmica das Relações Familiares – UFRGS.
3 Efeito Spillover: Relação de influência positiva e/ou negativa entre a qualidade da relação conjugal e o relacionamento pais-filhos (Erel & Burman, 1995).

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