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Pensando familias

versão impressa ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.20 no.1 Porto Alegre jul. 2016

 

EDITORIAL

 

A revista Pensando Famílias, em seu propósito de trazer questões que apontem novas ideias e reflexões para uma melhor qualidade nos relacionamentos amorosos e familiares, apresenta nesse número vários estudos sobre parentalidade, maternidade, vida com avós e outros temas muito interessantes.

A existência da violência filho parental leva à constatação de um fenômeno complexo, que se diferencia da tradicional violência que mais conhecemos. A estrutura familiar fica desconfigurada hierarquicamente, uma vez que o filho fica em uma posição acima dos país, usando básicamente relações de duplo vínculo, podendo passar de vitimário dos país à vítima dos mesmos. Este é o tema que Marcelo Cebério escreve em seu artigo.

É bem oportuno que se entenda como as funções paternas são percebidas atualmente pelos profissionais que precisam lidar com as relações familiares em seu trabalho diário. A nova forma como os homens estão vivendo sua paternidade é rica e se diferencia da exercida em décadas passadas. Atualmente a tendência é a preservação dos vínculos entre pais e filhos em uma separação do casal. São as questões trazidas por Dorian M. Arpini, Sabrina D. Cúnico e Amanda P. Alves.

Junto a essa visão atualizada da paternidade, a possibilidade dos casais optarem em não gerar filhos contribui para uma transição demográfica com uma progressão de casais sem filhos, embora acarrete uma série de questões importantes a serem entendidas. Entre elas, a possibilidade de enfrentamento de estigmas sociais por não serem compreendidos pela escolha de não descendência. Sobre este assunto escrevem Carolina Caetano, Maristela S. Martins e Romilda C. Motta.

Rovana Bueno, Mauro L. Vieira e Maria A. Crepaldi apresentam um estudo sobre a experiência de ser pai antes, durante e depois da realização de uma adoção, e a conclusão de que os pais adotivos vivem um grande envolvimento emocional com os filhos que adotam.

Edgmara G. Camicia, Stefany Bischoff da Silva e Beatriz Schmidt escrevem sobre a importância da terapia individual sistêmica no tratamento de pessoas que buscam uma qualidade de vida melhor e de relacionamentos mais saudáveis, permitindo elaborar de forma eficiente questões de transgeracionalidade que se encontram desadaptados na história de vida pessoal,

Jana G. Zappe, Maria A, M. Yunes e Débora D. Dell'Aglio relatam que as imagens sociais que famílias com crianças e adolescentes institucionalizadas são mais desfavoráveis e ou negativas em relação a famílias sem estas características. Essa questão leva à necessidade de refletir sobre as consequências dessas percepções.

Milena Manente e Olga R. Rodrigues investigam aspectos bastante importantes para a mulher na gestação e puerpério sobre a conjugalidade, direitos, apoio social e depressão pós-parto, propiciando maior conhecimento sobre essa fase na vida da mulher.

As avós, no contexto ambiental atual, são figuras de apoio e muito afeto nas relações familiares. São apresentadas aqui como cuidadoras dos netos e influentes nas práticas de amamentação, sendo que as autoras Meiridiane D. de Deus e Ana Cristina G. Dias apontam a necessidade de que recebam cuidados especiais referentes à sua saúde mental e física através de elaboração de políticas públicas.

O tema dependência química, fenômeno presente em algumas famílias, está retratado através de filmes comerciais/ficcionais onde os autores, Tales V. Santeiro, Vanessa A. Menezes e André A. Bravin, examinam a presença de diversos conflitos internos, familiares ou no contexto laboral e as consequências nos relacionamentos pessoais.

Tatiane O. Zanfelici, Ana L. R. Aiello e Aline A. T. de Carli fizeram um estudo com o objetivo de sistematizar a adaptação transcultural do Questionnaire on Resources and Stress – Short Form - QRS-F para o Brasil.

Através desses artigos, temos a oportunidade de "visitar" relações conjugais, familiares, e refletir sobre os vários temas apresentados. Boa leitura a todos!

 

Helena Centeno Hintz

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