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Pensando familias

Print version ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.20 no.2 Porto Alegre Dec. 2016

 

ARTIGOS

 

Avós cuidadores e suas funções: uma revisão integrativa da literatura

 

Grandparents caregivers and their functions: an integrative literature review

 

 

Meiridiane Domingues de Deus1, I ; Ana Cristina Garcia Dias2, II

I Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
II Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo teve como objetivo investigar as produções científicas sobre o tema avós, publicadas no período de 2005 a 2015. Realizou-se uma busca de estudos nacionais nas bases de dados SciELO e PePSIC, por meio dos descritores: avós e grandparents e do termo de busca: grandmother. Foram recuperados 139 artigos científicos. Selecionou-se 14 estudos, os quais integraram a amostra final desta revisão integrativa. Os resultados foram divididos em duas categorias: avós cuidadores dos netos e a influência dos avós nas práticas de amamentação. Constatou-se que os avós são figuras importantes no suporte emocional, apoio, carinho e afeto tanto para seus filhos como para os netos. Essas figuras são importantes fontes de apoio no contexto da gravidez na adolescência, de netos com deficiência e do aleitamento materno. Conclui-se a necessidade de elaboração de políticas públicas que abordem questões referentes à saúde física e mental dos avós.

Palavras-chave: Avós, Avó materna, Revisão integrativa.


ABSTRACT

This study aimed to investigate the scientific literature on grandparents’ subject, published from 2005 to 2015. The search was conducted on national databases SciELO and PePSIC using the search term grandparents; grandmother. 139 scientific articles were recovered and 14 studies were selected for the final sample of the present integrative review. The results were divided into two categories: grandparents who take care of grandchildren; and the influence of grandmothers on breastfeeding practices. Grandparents were found to be important figures in emotional care, support, and affection both for their children and for their grandchildren. These figures are important sources of support in the context of teenage pregnancy, grandchildren with disabilities and breastfeeding. The conclusion is that there is a need for development of public policies that address issues related to grandparents’ physical and mental health.

Keywords: Grandparents, Grandmother, Integrative review.


 

 

Introdução

Os avós são fonte de apoio, carinho e afeto para filhos e netos, o que os torna, em muitos casos, amados, admirados e respeitados (Dias, Hora & Aguiar, 2010). Eles podem exercer apoio moral, financeiro e suporte afetivo tanto para os filhos como para os netos (Cardoso, 2011), apoiando e/ou substituindo os pais, contribuindo para que as crianças consigam lidar com a ausência física dos pais.

A partir da década de 80 houve um aumento do interesse da comunidade científica em pesquisar a relação entre avó e neto. Isso ocorreu devido ao aumento da expectativa de vida, o que propiciou o aumento do número de famílias multigeracionais (Cardoso, 2011; Osuna, 2006). Embora seja nos anos 80 que ocorra o aumento de estudos sobre avós, de acordo com Dias e Silva (1999), na década de 60 já era possível entender as especificidades da relação entre avós e netos ao longo do desenvolvimento. Neste período, os avós tinham como função: narrar histórias infantis, mimar os netos e serem cuidadores das crianças na ausência dos pais. Nas décadas de 70 e 80, os estudos sobre avós enfocavam suas funções no contexto familiar. As principais funções descritas eram de suporte financeiro, emocional e cuidadores. Já na década de 90, os estudos buscaram aprofundar como os avós se constituíam em importantes fontes de apoio nos momentos de dificuldades familiar. Os estudos também reconheceram o papel dos mesmos transmissores da história familiar, ao contarem suas histórias de vida aos netos, narrando os acontecimentos da própria infância e a de seus filhos (pais dos netos) (Dias & Silva, 1999). Nos anos 2000, com o reconhecimento do significativo envelhecimento da população mundial, observou-se a existência de um elevado número de bisavós nas famílias. Além disso, foram desenvolvidas pesquisas sobre os avós como responsáveis pelo provimento familiar e na função de cuidadores dos netos (Falcão, 2012).

Atualmente, observa-se que os pais, em função das suas atividades cotidianas, têm cada vez menos tempo para se dedicarem aos filhos, com isso, os avós das crianças efetivamente passam a ser importantes fontes de apoio, segurança, estabilidade e suporte emocional para os seus filhos nos momentos de estresse e/ou dificuldade no grupo familiar (Dias, Hora & Aguiar, 2010; Rabinovich, Moreira & Franco, 2012; Silva, Magalhães & Cavalcante, 2014). Algumas particularidades nas diferentes configurações e dinâmicas familiares (por exemplo: nos casos de separação, demanda de trabalho dos pais, abandono parental, doença e morte de um dos genitores, entre outros) levam os avós a desempenhar a função de pais substitutos e cuidadores (Oliveira, 2011; Pinto, Arrais & Brasil, 2014; Vitale, 2008).

Esses avós podem apresentar um amor incondicional pelos netos, considerando estes como fontes de renovação de si e da família, concedendo-lhes mimos e caprichos (Pessoa, 2005). De acordo com Oliveira (2011), os avós dificilmente se recusam desempenhar atividades relativas aos cuidados com os netos. Eles parecem assumir um compromisso maior com sua descendência, o que contribui para que eles se responsabilizem pela prole de seus filhos, ainda que essa atividade possa lhes trazer algum prejuízo em suas atividades diárias.

Por outro lado, tornar-se avó/ avô pode não ser um processo representado somente por vivências prazerosas (Vitale, 2008). Há uma idealização dos avós, no sentido de que esses papéis sejam desempenhados por pessoas perfeitas e em condições ideais, o que distancia a possibilidade de existir ambivalências e sentimentos conflituosos no exercício dessas funções (Pinto, Arrais & Brasil, 2014). Os avós podem possuir sentimentos ambivalentes e conflituosos, por vezes, mal elaborados, histórias inacabadas em relação aos próprios pais, que influenciam a sua vivência de tornar-se e o exercício de ser avó (Pinto, Arrais & Brasil, 2014).

O processo de tornar-se avó pode favorecer o surgimento de decepções, pois em algumas situações como a de gestação na adolescência, ao receberem a notícia da gravidez da filha, as avós podem não se sentir felizes com essa nova realidade, o que pode gerar conflitos no relacionamento com as filhas (Kipper & Lopes, 2006). A literatura disponível sobre o tema ressalta que existe uma maior convivência das famílias com as avós, especialmente as maternas (Silva, 2010). As avós maternas são destacadas nas pesquisas como substitutas dos pais nas atividades relacionadas à educação, à criação e ao cuidado dos netos (Oburu, 2005; Triadó, Villar, Solé, Osuna & Celdrán, 2006). Configuram-se como importantes figuras de apoio para as filhas nos períodos perinatal e pós-natal (Iseki & Ohashi, 2014). De fato, uma boa parte das pesquisas reconhece que a responsabilidade de criar as crianças é influenciada por outras mulheres, em especial as avós (Rabinovich, Moreira & Franco, 2012). As funções da mãe e de avó podem, algumas vezes, parecerem difusas, pois às vezes as avós se apropriam das responsabilidades maternas quando os filhos não podem assumir seus próprios filhos (Oliveira, Vianna & Cárdenas, 2010). Essas mulheres possuem participação ativa no ambiente familiar, e sua colaboração pode ser renovada no momento em que se tornam avós (Kipper & Lopes, 2006). A fim de conhecer o que as publicações científicas abordam sobre os avós, funções e diferentes contextos em que estão inseridos, esse estudo objetivou investigar as produções científicas, de modo a conhecer suas perspectivas relacionadas ao tema “avós”.

 

Método

Realizou-se uma revisão integrativa das produções científicas sobre o tema “avós” publicadas entre os anos de 2005 e 2015. A revisão integrativa constitui-se um método de pesquisa que possibilita a busca, o desenvolvimento de uma síntese de múltiplos estudos publicados e a avaliação crítica das evidências relacionadas a determinado tema a ser investigado. Permite a construção de um panorama atual do assunto a ser pesquisado e possibilita a identificação de lacunas que podem tanto direcionar o desenvolvimento de futuras pesquisas como contribuir para a implementação de intervenções efetivas (Mendes, Silveira & Galvão, 2008). Assim, essa forma de revisão se baseia em uma análise ampla da literatura, que tem como características: a busca por rigor metodológico, clareza e coerência na apresentação dos resultados, o que possibilita a identificação das especificidades dos estudos para que o leitor consiga entender a forma como foi realizada a seleção das pesquisas pelo(s) revisor(es) (Lobiondo-Wood & Haber, 2005). Esse método de pesquisa ainda pode permitir a identificação de lacunas nas pesquisas sobre determinado tema, o que pode contribuir para que essas sejam preenchidas com a realização de novos estudos (Polit & Beck, 2006).

A busca ocorreu no mês de novembro de 2015, nas bases de dados: The Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC). Optou-se por essas bases de dados pela possibilidade de acesso ao texto completo de publicações nacionais. Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão na amostra desse estudo: (1) o acesso aos resumos e textos integrais de artigos publicados em periódicos anexados, (2) ter sido publicado no período de 2005 a 2015, (3) ser um trabalho empírico, (4) estar relacionado ao cuidado dos avós com netos em diversos contextos. Optou-se por esses critérios pelas seguintes razões: (1) acessibilidade aos artigos, (2) literatura mais atual sobre o tema (últimos 10 anos), (3) investigar estudos que apresentam dados empíricos e (4) artigos que abordam o cuidado dos avós com netos.

Para a seleção dos artigos, foram utilizados os descritores por meio do acesso a Terminologia em Psicologia da BVS-Psi, encontrou-se as palavras: avós e grandparents. Optou-se também pelo uso do termo de busca: grandmother, em função da necessidade de conhecer as publicações científicas referentes às avós nas bases de dados citadas. A literatura sobre o tema ressalta que as avós maternas têm maior convivência com os netos (Silva, 2010). Além disso, elas são destacadas nas pesquisas como substitutas dos pais na educação, criação e cuidado dos netos (Oburu, 2005; Triadó, Villar, Solé, Osuna & Celdrán, 2006). Assim, optou-se por realizar uma busca através dos descritores “avós e grandparents” e no termo grandmother, a fim de entender as funções dos avós cuidadores, bem como das avós cuidadoras. Foram recuperados 139 artigos.

A busca dos artigos na base de dados SciELO, utilizando o descritor - avós, método “integrado”, escolhendo como local o “Brasil”, recuperou 82 artigos. Realizada a primeira filtragem, optando pelo período: “últimos 10 anos”, restaram 61 artigos. Na segunda filtragem delimitando as áreas temáticas sobraram 48 artigos. Para o descritor - grandparents foram recuperados 51 artigos. Na primeira filtragem optando pelos artigos do período: “últimos 10 anos” restaram 37 artigos, que foram reduzidos ao se limitar algumas áreas temáticas, resultando em 26 artigos. Ao se utilizar o termo – grandmother - selecionou-se 40 artigos. Na filtragem dos estudos nos “últimos 10 anos” foram selecionados 29 estudos. Posteriormente, ao restringir as áreas temáticas foram recuperados 24 artigos científicos. No total, selecionou-se 98 estudos.

No Banco de dados PePSIC, ao utilizar o descritor – avós - foram recuperados 20 artigos. Realizada a delimitação por meio do ano de publicação, período: “últimos 10 anos”, – restaram 18 artigos. A utilização do descritor - grandparents recuperou 14 artigos. Já o termo de busca - grandmother - buscou nove artigos. Esses artigos integraram a amostra final dessa base de dados representada por 41 artigos.

Dos 139 artigos encontrados, 52 artigos foram excluídos por estarem duplicados. Dos 87 estudos restantes, 53 artigos foram excluídos (15 eram revisões de literatura e 38 artigos empíricos). Os artigos de revisão tratavam de temas como a análise da figura dos avós na literatura infantil (Fernandes, 2013; Ramos, 2015). Os artigos empíricos excluídos, por sua vez, abordavam temas que não aqueles relacionados ao papel dos avós, como: a adoção de práticas alimentares de crianças desnutridas menores de dois anos de idade (Chuproski, Tsupal, Furtado & Mello, 2012); exposição e proteção solar de estudante de medicina (Purim & Wroblevski, 2014); treinamento esfincteriano de crianças com idade de três a seis anos (Miranda & Machado, 2011), o uso da mamadeira no primeiro ano de vida (França et al, 2008), entre outros.

A figura 1 descreve o processo de seleção das produções científicas nas bases referidas. Desse total, foram selecionados 14 artigos. Esses artigos irão compor a revisão integrativa.

 

 

A construção das categorias ocorreu após a leitura na íntegra dos artigos. Para a descrição dos resultados dos estudos foram delimitadas categorias analíticas, cuja categorização ocorreu por meio da análise de conteúdo temático-categorial, conforme proposta de Oliveira (2008). A elaboração das categorias obedeceu aos seguintes critérios: (1) classificação e diferenciação do conteúdo dos artigos, (2) adequação ou pertinência do conteúdo ao objetivo do estudo e (3) agrupamento dos temas afins. Os artigos foram agrupados nas seguintes categorias: (1) Avós cuidadores dos netos, e (2) A influência dos avós nas práticas de amamentação.

 

Resultados e discussão

Avós cuidadores dos netos

Nesta categoria serão discutidos aspectos relativos aos avós cuidadores dos netos. Os artigos selecionados para essa categoria tratam de temas como: as implicações dos avós na criação dos netos (Mainetti & Wanderbroocke, 2013), a relação entre avós e netos (Dias, Hora & Aguiar, 2010; Oliveira, Vianna & Cárdenas, 2010), o cuidado dos netos (Cardoso & Brito, 2014), o lugar da avó no apoio parental (Pinto, Arrais, & Brasil, 2014), o relacionamento intergeracional e as práticas de cuidado em famílias com crianças com necessidades especiais (Matsukura & Yamashiro, 2012), a interação entre avós e netos em situação de acolhimento infantil (Silva, Magalhães & Cavalcante, 2014), as relações familiares de adolescentes primíparas de baixa renda e suas mães (Falcão & Salomão, 2005) e o processo de tornar-se avó (Kipper & Lopes, 2006).

O estudo realizado por Mainetti e Wanderbroocke (2013), com 10 mulheres com idade entre 52 e 72 anos, que teve como objetivo investigar as implicações da criação de netos pelos avós, abordou o lugar da mulher na sociedade contemporânea. Este estudo demonstra que prevalece a ideia de que cabe a mulher a responsabilidade de assumir a criação dos filhos, sendo que as funções de mãe e avó podem, algumas vezes, tornarem-se difusas. Os resultados indicam que as avós podem assumir o cuidado dos netos por diferentes motivos: pela sobrecarga de trabalho dos filhos, por questões financeiras, por deficiência física ou mental dos filhos, por morte de um dos genitores, por desconhecimento da paternidade, por dependência química dos filhos, por situação de recasamento da(o)(s) filha(o)(s), por abandono dos netos e por abuso infantil e/ou negligência.

Dias, Hora e Aguiar (2010), ao realizaram um estudo com 43 netas e 35 netos, com a finalidade de investigar como os jovens criados por avós e pai percebem e vivenciam tal situação, encontraram que os netos são cuidados pelos avós em função de questões de trabalho e/ou financeira dos genitores, por questões de trabalho e/ou viagem de um dos pais. Ao assumir a responsabilidade pelos cuidados dos netos, algumas avós podem contribuir para que as mães e os pais não assumam ou apenas se responsabilizem parcialmente por suas funções parentais.

A relação entre avós e netos também foi investigada por Oliveira, Vianna e Cárdenas (2010), por meio da realização de uma pesquisa com 17 avós e netos que buscou avaliar a relação entre avós e netos no período da infância. Através das entrevistas, as participantes destacaram que mantêm uma relação emocional próxima com os netos, na medida em que os educam, protegem e decidem questões relativas à sua vida. Elas descrevem se sentirem satisfeitas com essa participação. Na perspectiva dos netos, a relação que estabelecem com as avós é baseada em momentos de diversão, afeto, carinho, alegria, satisfação. Eles expressam sentimentos de orgulho referentes a essas figuras parentais. Mas, salientam como aspectos negativos, o sentimento de inferioridade em relação aos outros netos que não são cuidado pelas avós, como por exemplo, seus primos e irmãos (Oliveira, Vianna & Cárdenas, 2010).

Um estudo realizado por Dias (2008) observa que a relação entre avós e netos pode ter influência negativa na vida das crianças, principalmente quando os avós mimam em excesso os netos e/ou estes criticam seus filhos em relação à criação dada as crianças. Por outro lado, um estudo realizado por Cardoso e Brito (2014), com 12 avós, com objetivo de compreender como as avós cuidam dos netos para que os pais trabalhem, descreve que o engajamento nos cuidados com os netos desperta nas avós sentimentos diversos como: amor incondicional, alegria, gratificação, prazer e obrigação de cuidar os netos. Algumas avós podem considerar os netos como companheiros auxiliares nas atividades e nos momentos difíceis de suas vidas. Essas experiências podem possibilitar o surgimento de sentimentos de gratificação, renovação e companhia.

No entanto, Lopes, Neri e Park (2005) reconhecem que a tarefa de cuidar dos netos também se associa a aspectos negativos como: a existência de conflitos com os filhos em função de concepções sobre a criação dos netos, a queda na qualidade da saúde física e emocional das avós, as interferências vividas pelos avós em suas vidas social e familiar em função do cuidado dos netos, a sobrecarga financeira e a vivencia de sentimentos como esgotamento emocional e cansaço.

Um estudo de caso realizado por Pinto, Arrais e Brasil (2014) com uma adolescente de 15 anos, estudante de uma escola do Distrito Federal, com objetivo de identificar e discutir o lugar da avó como apoio parental demonstra que o exercício das avós no papel de mães substitutas pode gerar sofrimento psíquico e sobrecarga física e emocional. Isso ocorre por que seus filhos podem ter dificuldades em exercer a função parental. As avós, nestes casos, cuidam dos netos e conciliam suas atividades pessoais (exemplo: cuidados pessoais, passeios, trabalho).

Algumas avós, por vezes, possuem a atribuição de serem mães substitutas das crianças, na medida em que assumem a responsabilidade e o cuidado integral dos netos (Cardoso & Brito, 2014; Pinto, Arrais & Brasil, 2014). Outras avós desejam apenas ocupar o lugar de cuidadoras, e enquanto algumas avós afirmam realizar essa atividade por imposição dos filhos, para que estes possam trabalhar (Cardoso & Brito, 2014).

Destaca-se que para as participantes do estudo de Cardoso e Brito (2014), ser avó é melhor do que ser mãe, visto que já possuem mais experiência e por isso, conseguem lidar melhor com os problemas familiares, principalmente aqueles que envolvem os netos. Dias, Hora e Aguiar (2010) descreve que algumas avós se consideram como coeducadoras dos netos, pois não assumem somente para si as responsabilidades da criação dos netos, mas compartilham com os próprios filhos esse papel. Em muitas famílias, as avós colaboram com a educação, a saúde, na vida escolar e nos cuidados diários dos netos (Mainetti & Wanderbroocke, 2013). Elas podem desempenhar atividades como: brincar, ver televisão, ajudar nas tarefas escolares independentemente da faixa etária dos netos (Oliveira, Vianna & Cárdenas, 2010), contar histórias e passear do mesmo, revivendo momentos do que faziam com os filhos (Cardoso & Brito, 2014).

Na literatura, as avós também são descritas como figuras importantes no auxílio de famílias com crianças com deficiência. O estudo realizado por Matsukura e Yamashiro (2012) desenvolvido com cinco mães, cinco avós e cinco irmãos de criança com necessidades educacionais especiais, que tinha como objetivo investigar o relacionamento intergeracional e as práticas de apoio presente no cotidiano de famílias de crianças com deficiência, destacou que as avós podem ser agentes terapêuticos de seus netos. Nesse sentido, elas exercem uma influência positiva na vida dos mesmos. Elas podem auxiliar a família tanto oferecendo suporte afetivo e material (atividades domésticas e ajuda financeira) como cuidando das crianças. De fato, essas mulheres ao terem conhecimento da deficiência do(a) neto(a) podem apresentar uma dupla preocupação: a primeira em relação ao próprio filho no momento de descoberta do neto(a) com deficiência, e posteriormente, com a criança e suas condições. O suporte emocional dado pelas avós relaciona-se ao apoio e ajuda nos cuidados diários dos netos e da família e no estabelecimento de uma relação baseada no respeito e no afeto.

Silva, Magalhães e Cavalcante (2014), ao realizarem uma pesquisa com 25 avós e 31 crianças da região metropolitana de Belém, que tinha como objetivo descrever aspectos relativos às interações entre avós e netos em situação de acolhimento institucional, também reconhecem que os avós possuem uma relação afetuosa e lúdica com os netos. Os autores descrevem que os avós são importantes fontes de apoio nos momentos de dificuldades no contexto familiar, exercendo influência positiva na vida dos seus descendentes, contribuindo para o seu desenvolvimento. A presença das avós favorece o desenvolvimento do bem-estar, fortalecimento dos vínculos e (re)aproximação da criança no ambiente familiar. Esse estudo contribui para que se compreenda a importância dos avós no contexto do acolhimento infantil, como também, sua influência no processo de retorno dos netos ao meio familiar.

Outro contexto em que as avós se destacam como uma fonte importante de apoio, refere-se ao da maternidade adolescente. Falcão e Salomão (2005), ao realizarem uma pesquisa na cidade de João Pessoa, com 25 adolescentes primíparas e suas mães (avós maternas dos bebês), observaram a repetição de uma história intergeracional. Dezoito das vinte e cinco mães também engravidaram no período da adolescência. Este estudo descreve que as relações familiares antes da situação de gravidez das adolescentes eram difíceis sendo observados sentimentos de rejeição e solidão das adolescentes em relação à família. Algumas avós assumiam a função de tentar amenizar o estresse familiar gerado pela notícia da gestação. Na busca por um equilíbrio funcional da família, algumas orientaram suas filhas a praticarem o aborto, já outras descreveram que a vinda de uma criança possibilitou a união dos membros da família.

Um estudo de caso coletivo, realizado por Kipper e Lopes (2006), com 11 avós maternas, que tinha como objetivo investigar a experiência de tornar-se avó e sua importância no processo de individuação destaca que esse processo pode ter diferentes sentidos. Para algumas mulheres, o momento de tornar-se avó pode ser algo aguardado, renovador e maravilhoso. Para outras, é um período de decepção, pois não esperavam que as filhas engravidassem. Algumas avós afirmaram terem se surpreendido com a notícia da gravidez, e sendo este momento permeado por conflitos.

Os estudos selecionados destacam os seguintes temas para como sugestão de novas pesquisas: o significado do envelhecimento para os avós, as diferenças entre o papel da avó e do avô no ambiente familiar (Oliveira, Vianna & Cárdenas, 2010), o impacto da vida conjugal e social das avós e suas implicações na vida dos netos adultos criados pelas avós (Mainetti & Wanderbroocke, 2013), a relação entre avós, filhos e netos (Dias, Hora & Aguiar, 2010), a necessidade de atenção especializada aos membros da família com crianças com deficiência (Matsukura & Yamashiro, 2012) e a realização de estudos longitudinais sobre o tornar-se avó desde o período gestacional da filha. Além de estudos que contemplem as avós paternas e maternas como forma de analisar as peculiaridades dessas figuras parentais (Kipper & Lopes, 2006).

Outra questão que merece destaque é o desenvolvimento de pesquisas sobre o processo de tornar-se avó no contexto da gravidez adolescente. Esse momento representa uma transição importante na vida de uma mulher, pois pode despertar sentimentos positivos, proporcionar crescimento pessoal, mas também, angústias e aumento dos gastos na família (Shlomo, Ben-Ari, Findler, Sivan & Dolizki, 2010). Neste contexto, as avós dos bebês tendem a compartilhar dos cuidados com netos junto as suas filhas nos primeiros meses, período em que a adolescente está aprendendo e desenvolvendo capacidades e competências (Oberlander, Black & Starr, 2007). Isso se justifica pela ideia de que diante de novas circunstâncias, é fundamental contar com o apoio e experiências de pessoas mais experientes (Falcão & Salomão, 2005).

A influência dos avós nas práticas de amamentação

Essa categoria apresenta os artigos relacionados à influência dos avós nas práticas de amamentação. Além de destacar as implicações positivas e negativas no envolvimento e no auxílio das avós dos bebês nas práticas de amamentação das filhas. Os artigos que compõem essa categoria referem-se aos seguintes temas: as práticas alimentares de lactentes (Gross, Sand, Girardon-Perlini & Cabral, 2011), as representações sociais sobre amamentação (Moreira, Nascimento & Paiva, 2013), o desenvolvimento motor de lactentes de mães adolescentes (Oliveira, Chiquetti & Santos, 2013), a influência das avós na prática do aleitamento materno (Susin, Giugliani & Krummer, 2005) e o modelo de cuidar e o processo de amamentação de mulheres (Teixeira & Nitschke, 2008).

O aleitamento materno é uma prática que envolve relação de ensino e aprendizagem entre gerações no espaço familiar. As mulheres necessitam de modelos de pessoas mais experientes que já vivenciaram essa prática (Moreira, Nascimento & Paiva, 2013, Teixeira & Nitschke, 2008). Para Teixeira e Nitschke (2008), que realizaram um estudo com três mulheres-avós que acompanharam suas filhas, noras e netas durante o processo de amamentação, as mães e as avós são percebidas como figuras de saber, ou seja, detentoras de muitos conhecimentos que podem contribuir para implementação de cuidados necessários durante o processo de amamentação.

Observa-se que o aleitamento materno é valorizado culturalmente, sendo seus significados e práticas influenciados e transmitidos intergeracionalmente (Batista, Farias & Melo, 2013; Gross, Van der Sand, Girardon-Perlini & Cabral, 2011; Moreira, Nascimento, & Paiva, 2013; Teixeira, Nitschke & Silva, 2011). De fato, a cultura familiar possibilita a construção de significados de nutrição, proteção, integração e afeto relacionados a tal prática (Teixeira, Nitschke & Silva, 2011).

As avós podem exercer uma influência direta na decisão das filhas em relação à alimentação das crianças, principalmente se tiverem um contato diário com as mesmas (Susin, Giugliani & Kummer, 2005). No entanto, nem sempre observa-se uma concordância entre os desejos das mães e as atitudes das avós em relação a esse processo, o que pode gerar conflitos. Gross, Van der Sand, Girardon-Perlini e Cabral (2011), descrevem que na situação de mães jovens, devido à dependência financeira e/ou emocional em relação à família de origem, essas mulheres acabam se subordinando e as vontades e crenças de suas mães em relação aos cuidados com seu filho.

O apoio das avós pode favorecer sentimentos positivos como, por exemplo, de segurança e conforto em relação à amamentação (Gross, Van der Sand, Girardon-Perlini & Cabral, 2011). Ele pode também contribuir para o desenvolvimento motor das crianças, como são os casos descritos no estudo realizado por Oliveira, Chiquetti e Santos (2013), que objetivou caracterizar o desenvolvimento motor e as oportunidades ambientais de lactentes de mães adolescentes, comparando o desenvolvimento motor de crianças lactentes que moram com as avós com aquelas que moram apenas com os pais. Embora esse estudo tenha como limitação a amostra (17 avós) foi possível constatar que os lactentes de mães adolescentes que moram com as avós possuíram melhor desempenho motor em relação aos que moram apenas com os pais, apesar não ser observadas associações entre influências ambientais e desempenho motor.

As avós também podem influenciar negativamente nas práticas alimentares de uma criança, pois, muitas vezes, em razão da sua experiência, desejam passar os seus conhecimentos para as filhas, mas essas recomendações podem ir de encontro ao que é aconselhado para o desenvolvimento das crianças (Susin, Giugliani, & Kummer, 2005). Exemplo dessa situação são as recomendações do uso de chás, consideradas positivas e recomendadas pelas avós, que podem interferir negativamente no período de amamentação exclusiva da criança (Gross, Van der Sand, Girardon-Perlini, & Cabral, 2011). A inclusão de novos alimentos e líquidos (água e chás), receitas caseiras passadas de mãe para filha, além do uso da mamadeira são situações frequentes relacionadas ao aleitamento materno que podem reduzir ou mesmo inibir o mesmo (Grassley & Eschiti, 2008; Tamborindeguy et al, 2008). Um estudo realizado por Susin, Giugliani e Kummer (2005) com mães adultas constatou que algumas avós introduziram líquidos na alimentação das crianças, como água, chá e/ou outro leite, o que pode contribuir significativamente para o abandono da amamentação exclusiva no primeiro mês de vida do bebê. Gross, Van der Sand, Girardon-Perlini e Cabral, (2011) também constataram que quando as mães estão com problema mamário ou quando as crianças adoecem, as avós orientam as noras e filhas a introduzirem na alimentação da criança outros tipos de alimentos.

A amamentação constitui-se um aspecto a ser incentivado, ensinado e aprendido pela sociedade como um todo, tanto por profissionais de saúde como pela família (Batista, Farias & Melo, 2013). Configura-se como um cuidado cultural familiar que possibilita a construção de significados de nutrição, proteção, integração e afeto (Teixeira, Nitschke & Silva, 2011). Nesta perspectiva, cada família com suas particularidades influencia o processo de amamentação por meio de trocas de experiências e conhecimentos que priorizem o sucesso do aleitamento materno (Teixeira, Nitschke & Silva, 2011).

O estudo realizado por Susin, Giugliani e Kummer (2005) constatou que as avós maternas ajudam as mães com mais frequência que as paternas no período da amamentação. Por outro lado, em relação às orientações prestadas às filhas, Gross, Van der Sand, Girardon-Perlini e Cabral (2011) afirmam que nem sempre as avós maternas aconselham suas filhas, sendo essa função também desempenhada pelas avós paternas. Em uma situação ou outra, as avós podem recomendar as filhas e noras que ofereçam o leite materno para os bebês por acreditarem ser o mais adequado para o crescimento e desenvolvimento da criança. Para efetivação dessa prática, a alimentação das filhas e noras pode ser monitorada, pois é considerada uma aspecto importante no êxito do aleitamento materno.

 

Considerações finais

Este estudo objetivou investigar as produções científicas e suas perspectivas sobre o tema “avós”. Os principais resultados destacam que as avós têm exercido a função de fontes de apoio e suporte emocional, carinho e afeto para os seus filhos nos momentos de estresse e/ou dificuldade no grupo familiar (Dias, Hora & Aguiar, 2010; Silva, Magalhães & Cavalcante, 2014). Os artigos destacaram que as avós podem ter como funções: ser coeducadoras (Dias, Hora & Aguiar, 2010), mães substitutas dos netos (Cardoso & Brito, 2014; Pinto, Arrais & Brasil, 2014), serem responsáveis pela educação, saúde, vida escolar e cuidados diários dos netos (Mainetti & Wanderbroocke, 2013).

Salienta-se a importância da realização de mais pesquisas sobre as avós em outras perspectivas (como por exemplo, no contexto de privação de liberdade, gravidez e maternidade adolescente, amamentação, separação, recasamento e crianças com deficiências ou doenças). Destaca-se a necessidade de estudos que contemple suas funções no meio familiar, bem como sua interação com seus filhos, genros e noras, e implicações para sua saúde física e mental. No contexto da gravidez adolescente, destaca-se a necessidade estudos que contemplem as funções das avós e avôs, bem como suas reações e percepções sobre esse evento.

É necessário criar meios de inclusão das avós em programas de promoção do aleitamento materno, afim de melhor capacitá-las para que possam influenciar positivamente na amamentação de suas filhas e /ou noras (Susin, Giugliani & Kummer, 2005). Além disso, possibilitar a realização de novas pesquisas que deem voz às avós em relação às interações com as filhas e/ou noras e os cuidados com a alimentação dos netos (Gross, Van der Sand, Girardon-Perlini & Cabral, 2011), com também, investigar a contribuição intergeracional e a influência na prática de amamentar (Moreira, Nascimento & Paiva, 2013). O estudo de Moreira, Nascimento & Paiva (2013) destacou que há uma escassez de estudos com o tema das representações sociais influenciada pela intergeracionalidade nas práticas de amamentação.

Sugere-se também a realização de estudos que contemplem as sugestões da prática de aborto às gestantes dadas pelas suas mães. Além desse contexto, destacar a situação da maternidade adolescente, onde pode ser possível identificar as funções de cuidado que as avós desempenham neste momento da vida das filhas. Além disso, ressalta-se a necessidade de elaboração de políticas públicas que incluam os avós e suas especificidades no meio familiar, como também questões relativas ao seu autocuidado.

Em relação às avós e a amamentação destaca-se a necessidade de ações de promoção de saúde que capacitem a avós em relação à importância do aleitamento materno e da amamentação exclusiva. Assim como estudos que relacionem as crenças e práticas de amamentação reproduzidas no meio familiar ao longo das gerações.

Este estudo não tem a pretensão de promover generalizações, visto que os artigos foram analisados em somente duas bases de dados (SciELO e PePSIC), mas permite alertar a comunidade científica para importantes questões práticas e de pesquisa com foco nos avós. Além disso, possibilitar reflexões sobre fatores podem estar associado ao cuidado dos avós aos netos, como por exemplo, a falta de vagas nas creches, principalmente em regiões de interesse social. Além disso, destacar a necessidade de ampliação de vagas nas instituições de ensino infantil para que os pais (mãe e pai) possam deixar os seus filhos e com isso, não sobrecarregariam os avós. Abordar esse tema também reforça que a ampliação de pesquisas pode contribuir para a prática e capacitação de profissionais de saúde que trabalham direta ou indiretamente com avós, como também, estimular políticas públicas que abordem questões referentes aos avós como a sua saúde física e mental.

 

Referências

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Endereço para correspondência
Meiridiane Domingues de Deus
E-mail: meiridomingues@hotmail.com

Enviado em: 30/03/2016
1ª revisão em: 15/07/2016
Aceito em: 20/07/2016

 

 

1 Psicóloga, Especialista em Gestão de Organização Pública em Saúde pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mestre em Psicologia (UFSM). Discente de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
2 Psicóloga, Doutora em Psicologia (USP), Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

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