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Pensando familias

Print version ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.20 no.2 Porto Alegre Dec. 2016

 

ARTIGOS

 

Infidelidade: uma revisão integrativa de publicações nacionais

 

Infidelity: an integrative review of national publications

 

 

Lais Rocha Santos1 ; Elder Cerqueira-Santos2

Universidade Federal de Sergipe - UFS

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Esta revisão integrativa tem o objetivo de analisar de que forma o fenômeno da infidelidade conjugal vem sendo investigado no cenário científico nacional. Os artigos foram selecionados a partir do uso dos descritores: infidelidade e traição na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS Psi – Brasil), resultando em 207 artigos, sendo que 136 artigos fugiam da temática de análise proposta, 34 duplicados, 23 publicações internacionais e um artigo indisponível para download, totalizando 13 artigos aptos para análise. Estes foram agrupados de acordo com proximidades temáticas; Considerações sobre a infidelidade; Relações e questões de gênero; Infidelidade e outros fenômenos; Infidelidade e possíveis consequências; A infidelidade e o conceito das Relações líquidas. Nota-se que a temática é pouco investigada, as publicações analisadas versam mais sobre causas, repercussões e fenômenos atrelados, principalmente às questões emergentes do cenário contemporâneo, como o debate sobre as novas configurações relacionais e o conceito de liquidez postulado por Bauman (2004).

Palavras-chave: Infidelidade, Traição, Relacionamentos, Modernidade, Revisão integrativa.


ABSTRACT

This integrative review has the objective of analyze the way marital infidelity phenomenon has been investigated on the national scientific scenario. The articles were selected by the use of descriptors: infidelity and betrayal on the Virtual Health Library (BVS Psi-Brasil), resulting on 207 articles, given that 136 articles fled from the suggested analyses theme, 34 duplicated, 23 international publications and one article available for download, involving a total of 13 eligible articles for analysis. These were grouped according to the themes proximities; Considerations on the infidelity; Relations and questions of gender; Infidelity and other phenomena; Infidelity and possible consequences; The infidelity and the concept of the liquid Relations. It should be noted that the theme is little investigated, the analyzed publications discuss more about causes, impacts and liked phenomena, especially the emerging questions of the contemporary scenario, as the debate on its news relational configurations and the concept of liquidity postulated by Bauman (2004).

Keywords: Infidelity, Betrayal, Relationships, Modernity, Integrative review.


 

 

A sociedade muda, os contextos sócio-históricos e culturais sofrem transformações, mas a infidelidade segue enquanto fenômeno permanentemente observado em diferentes meios. Considerada um ato contra as normas da sociedade, contraria a prática monogâmica que sempre teve como base a fidelidade ao cônjuge. Diz respeito a uma violação da exclusividade sexual esperada, implícita ou expressada, quando se inicia um relacionamento, incluiria não somente as práticas de cunho sexual, mas de envolvimento afetivo e de conexões emocionais (Blow & Hartnett, 2005). A infidelidade aparece enquanto o rompimento desse acordo sobre a exclusividade emocional e/ou íntima, quando se compartilha desta com alguém fora da relação primária, sem o consentimento do parceiro (Fife, Weeks & Gambescia, 2008).

O fenômeno da infidelidade também é visto como algo que fere e rompe com os ideais do amor romântico, do comprometimento e da exclusividade na relação, é um rompimento no contrato social que se estabelece quando duas pessoas iniciam um relacionamento. O fenômeno se torna mais complexo e subjetivo, pelo fato de que duas pessoas podem apresentar ideias diferentes do que se constitui uma infidelidade. Sabe-se que a mesma pode se apresentar de diferentes formas e contextos, mas cada um delimita para si e para o seu relacionamento o que de fato a representa (Hertlein, Wetchler & Piercy, 2005). O amor se constituiria nas relações amorosas enquanto um fenômeno que exige um movimento duplo e oposto, no qual o casal vivencia um estado de altruísmo, encantamento e admiração mútua. Esse movimento logicamente também é influenciado por questões particulares e subjetivas de cada sujeito, daí sua oposição, que resulta na própria experiência da relação e desse amor, da forma como é vivenciado.

Essa relação remete a uma vivência em que o sujeito tem sua própria identidade, mas enxerga no outro, na pessoa amada, o desejo de lhe fazer bem, sem esperar algo em troca, o altruísmo já referido (Rosset, 2004). Nesse caso, as relações amorosas também seriam fruto de uma construção social que afeta a todos, mas de formas diferenciadas, baseadas na subjetividade de cada sujeito. Tanto, que Hertleinet et al. (2005), problematiza justamente tal subjetividade das relações, optando por conceber as definições de infidelidade encontradas na literatura sobre o assunto, como insuficientes. Estas não englobariam a complexidade de fatores que estão envolvidos numa relação seja ela física, emocional ou virtual, envolvem um grupo mais diverso de comportamentos não considerados.

É justamente esse contexto social que Giddens (1993) aponta como sendo resultado de muitas mudanças e transformações ao longo do tempo, basta uma simples análise no que diz respeito às vivências e às questões do amor no passado e atualmente. A modernidade imprime no sujeito uma ansiedade ligada às diferentes formas e perspectivas de se relacionar amorosamente. Consequentemente, essa diversidade representa o contexto atual, as possibilidades foram reconfiguradas, as relações já não se constituem baseadas nas de outrora.

O que também aparece enquanto um reflexo da modernidade nas relações é o caráter cada vez mais superficial e até mesmo banalizado dos relacionamentos e vínculos. Seria uma consequência da maior liberdade que hoje goza o homem ou um posicionamento diante desse social que o promove? De certo, tem-se o que Bauman (2004) apresenta como líquido, a liquidez das relações, da própria modernidade e do amor. Vive-se o tempo do descartável e isso já não se sujeita apenas em sentido material, na atualidade isso é vivenciado e experimentado.

Entende-se que por se tratar de um tema que permeia o imaginário popular e até mesmo de certa polêmica, envolto em tabus e recriminações, ainda é pouco discutido no âmbito acadêmico e científico. Pôde-se constatar essa realidade após uma pesquisa inicial e preliminar sobre o tema na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS Psi – Brasil), que antecedeu a elaboração desta revisão integrativa. Compreender por exemplo, as razões que levam os homens e mulheres a trair é um processo complexo, que vai além das respostas objetivas. Contribuir e facilitar a possibilidade de novos estudos, ampliar e discutir perspectivas acerca do tema é uma necessidade, principalmente diante das múltiplas formas de se relacionar que a modernidade oferece e do que essa discussão pode proporcionar nos relacionamentos.

Optou-se pelo método da análise integrativa, por entender que esta possibilita discorrer acerca do conhecimento atual sobre o tema, identificar, analisar e sintetizar informações extraídas dos estudos previamente levantados. Conhecer o que já se tem enquanto produção nacional e a partir desse movimento, bem como das lacunas identificadas propiciar o surgimento de novas pesquisas no assunto. Mendes, Silveira e Galvão (2008) destacam que esse tipo de estudo proporciona um maior conhecimento aos profissionais que se dedicam a investigar o tema, pois eles encontram na revisão uma síntese completa a respeito desse conhecimento. Beneficiam-se também, de uma descrição do fenômeno e análise do mesmo na atualidade, principais achados e descobertas do meio, bem como vieses de investigação. O intento é contribuir para uma compreensão completa do fenômeno da infidelidade nas publicações nacionais aqui analisadas e principalmente na discussão sobre o tema.

Considerando a importância de se promover um delineamento da produção científica nacional acerca do tema, este estudo teve por objetivo analisar de que forma o fenômeno da infidelidade vem sendo investigado no cenário científico nacional, principalmente no que tange aos debates que a literatura tem feito nos últimos anos sobre questões emergentes no cenário contemporâneo. São estas as problemáticas de gênero, as mudanças vivenciadas nas últimas décadas nas configurações relacionais, os novos formatos de família e o conceito de liquidez apresentado por Bauman (2004) para ilustrar as mudanças que a sociedade tem vivenciado. A partir disso, fazer um recorte das principais contribuições dessas pesquisas, bem como identificar déficits no que tange a análise da temática e as lacunas existentes.

 

Método

Com relação à pesquisa proposta, a busca dos artigos foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS Psi – Brasil), que constitui uma relevante fonte de busca e acervo no cenário científico nacional e da América Latina. No que tange as bases de dados utilizadas, optou-se pela Scientific Electronic Library Online - SciELO e o Periódico Eletrônico de Psicologia - PEPsic. Optou-se também pela busca na plataforma de indexamento LILACS, que também faz parte da BVS Psi – Brasil.

Para o levantamento de material nessas plataformas, foram utilizadas palavras-chave como descritores da temática a ser investigada neste estudo. Nesse contexto, compreendeu-se que o termo infidelidade não apresenta na língua portuguesa muitas variações, mas alguns sinônimos popularmente conhecidos. Assim, foram utilizados dois descritores básicos; infidelidade e traição; que foram empregados no processo de pesquisa de forma independente e não combinada, por conta da escassa produção cientifica a respeito do tema disponível no contexto nacional. Ainda por esse motivo, não foi estabelecido um recorte cronológico, tendo sido encontradas 207 publicações nacionais acerca do tema.

Assumiram-se os seguintes pontos como critério de inclusão: a) o artigo ser completo, b) estar disponível para download, c) ser um estudo em português, d) pertencer a qualquer área do conhecimento, desde que apresentasse relação com o objetivo deste estudo. Foram excluídos os artigos: a) duplicados, b) que não estavam disponíveis para download, c) publicados em outra língua que não português, d) incompletos, e) que não apresentavam relação com o objetivo deste estudo, f) monografias, dissertações e teses. Assim, foram encontrados na busca a partir dos descritores infidelidade e traição, 207 artigos publicados, sendo que destes 82 publicados no Scielo, 27 no Pepsic e 98 no LILACS, respectivamente. A partir desse montante, foram aplicados os critérios previamente determinados de inclusão e exclusão dos trabalhos, restando 13 artigos considerados aptos para a análise.

Diante desse número, se fazem relevantes algumas considerações: 136 artigos fugiam da temática de análise aqui proposta, 34 estavam duplicados; ou seja, publicados em duas bases de dados; enquanto 23 não eram publicações nacionais e um artigo não estava disponível para download, não sendo possível o acesso ao conteúdo completo do mesmo até a finalização deste artigo.

 

 

Resultados e discussão

Os artigos selecionados representam a forma como o fenômeno da infidelidade vem sendo abordado nos trabalhos e pesquisas no cenário científico nacional. Assim, se faz necessário apresentá-los e analisá-los quantitativamente a partir de dados bibliométricos e posteriormente qualitativamente em eixos temáticos. Um dado importante de análise a respeito dos artigos aqui discutidos refere-se ao ano de publicação. O primeiro artigo analisado foi publicado no ano de 2007, sendo que no ano seguinte de 2008 também foi identificada uma publicação. Nota-se a partir de então um movimento crescente nas publicações nacionais, sendo identificadas duas publicações a cada ano, 2009, 2010, 2012, 2013, 2014, e retornando para uma publicação no ano de 2015.

No que tange às revistas, observou-se que três delas se destacam nas publicações sobre o tema, são elas: Estudos de Psicologia (quatro), Pensando Famílias (três), Junguiana (dois), seguidas pela Ciência y Enfermería (dois), Psicologia Clínica (um) e Psicologia em revista (um). É preciso destacar um adendo quanto a Revista Ciência y Enfermería, a mesma se destina a publicações na área da saúde abrangendo todos os países iberoamericanos. No entanto, os artigos que foram selecionados na mesma são nacionais e foram publicados em português.

No que se refere ao método abordado nos artigos, percebeu-se que seis estudos optaram pelo delineamento do tipo qualitativo, aferindo questões como percepção, atitudes, motivações, etc. Outros quatro estudos se debruçaram sobre o método quantitativo, mensurando em números, classificando e analisando os dados levantados. Três estudos trataram de analisar o fenômeno da infidelidade sobre um viés estabelecido e de interesse dos autores, mas sem delinear um método especifico, apenas discutindo a questão da revisão teórica.

No que tange a análise qualitativa, foi possível agrupá-los também enquanto categorias de acordo com aproximação temática, levando em consideração os conteúdos discutidos, objetos de estudo e arcabouço teóricos, sendo: Considerações sobre a infidelidade; Relações e questões de gênero; Infidelidade e outros fenômenos; Infidelidade e possíveis consequências; A infidelidade e o conceito de Relações líquidas.

A escassez de artigos publicados que abordem essa temática é considerável, o fenômeno da infidelidade ainda é considerado tabu e permeado de polêmicas, muito do que se especula no senso comum sobre o mesmo tramita no plano da fantasia e imaginário das pessoas. Além de um arcabouço baseado principalmente nas experiências pessoais dos sujeitos, mas sem os questionamentos que envolvem o dar sentido ao fenômeno, como as causas e consequências, fatores atribuídos e correlacionados, diferentes contextos e subjetivações.

A partir da leitura íntegra dos 13 artigos e da análise quantitativa realizada, os mesmos foram divididos posteriormente de acordo com as temáticas e áreas abordadas nos estudos, promovendo assim a seguinte análise e discussão qualitativa.

 

Considerações sobre a infidelidade

O fenômeno da infidelidade de acordo com Feldman (2005), diz respeito para a maioria das pessoas ao ato de se estabelecer uma nova relação amorosa (ou relações amorosas), quando já se está comprometido em uma relação anterior com vínculo de afeto. No entanto, observa-se também, que esse ato não está vinculado apenas a um novo relacionamento amoroso, um caso de infidelidade pode se dar através de relações apenas de cunho sexual, como encontros casuais ou até mesmo o sexo virtual, ou seja, atualmente o fenômeno ganha novas configurações e formas de ser vivenciado.

Cabe a cada sujeito estabelecer para si e em seu relacionamento, o que está implicado numa traição, o que de fato para ele é considerado uma infidelidade, pois a ideia do senso comum e propagada socialmente pode adquirir novos significados dependendo da forma como essa relação se estabelece, além das crenças do próprio sujeito. Na análise de Almeida (2007), uma tentativa de se esclarecer pontos importantes no que tange ao fenômeno da infidelidade aparece, principalmente a respeito de suas possíveis causas e contextos que as promovem. O binômio da “fidelidade-infidelidade”, ou seja, porque alguns sujeitos conseguem se manter fiéis, enquanto outros acabam traindo seus parceiros também é investigado.

Uma consideração importante em sua análise diz respeito ao lugar da infidelidade numa relação, pois segundo o mesmo, cada sujeito dará sentido ao fenômeno de determinada forma. É possível, por exemplo, que depois de um caso extraconjugal, os parceiros permaneçam mais íntimos e a relação até mais satisfatória, pelo fato de que o contrato de confiança e cumplicidade é redefinido após o caso. O mesmo ainda ressalta que nem sempre isso é possível, existem os casos em que o ocorrido não é esquecido, as experiências emocionais são muito variadas e pessoais, cada sujeito reage de uma forma e esse movimento está longe de ser óbvio, o ritmo de elaboração e assimilação diante do ocorrido é muito pessoal.

Jorge (2015) apresenta uma reflexão diferente e até impactante sobre a questão da infidelidade, quando observa que desde a saída do ser humano do útero materno, a traição já está predestinada a ocorrer. Acontece que os pais projetam e criam expectativas para com aquele filho, que muitas vezes não serão cumpridas, enquanto os que não conseguem por sua vez se libertar dessa prisão psíquica, acabam por trair a si mesmos.

Além disso, considera a traição numa visão simbólica como um desígnio, traímo-nos ou traímos aos outros. Essa questão, segundo a autora, está ligada ao fato do processo de individuação e desenvolvimento psíquico do sujeito, que não aparece somente nas relações amorosas, mas no contexto do trabalho, das amizades, dos vínculos no geral. Quando se vive na tentativa de representar a fantasia do outro, o que é do sujeito é roubado, a individualidade do mesmo se perde. A traição representaria algo de que a pessoa ainda não se deu conta em si mesma e no seu relacionamento. No movimento inconsciente de trair a si mesmo, ocorre uma tentativa também inconsciente de retirar-se da unilateralidade vivenciada, uma espécie de libertação.

A traição nesse argumento pode ocorrer na fantasia, quando se cria uma projeção ideal ou na literalidade, ocasionando nas duas formas consequências importantes. No entanto, é possível compreendê-la ainda como algo que não necessariamente precisa ser considerada de todo ruim, pois a forma como esta será experienciada e significada poderá até mesmo favorecer a relação, como também foi colocado por Almeida (2007) em seu estudo.

Relações e questões de gênero

O fenômeno da infidelidade, quando analisado sob esta ótica, ganha interpretações diferenciadas, pois se entende que existem influências importantes e um repertório sociocultural que conferem ao ato de trair particularidades e distinções. Aparecem principalmente as questões em torno de uma legitimação, pois apesar da infidelidade ser um fenômeno experimentado por homens e mulheres, os caminhos percorridos por ambos tendem a ser completamente diferenciados. Tais diferenças aparecem nas relações afetivo-sexuais, sustentadas justamente por uma construção social dos gêneros, fomentada por estereótipos de gênero. Pode-se dizer que tais questões modelam as práticas sexuais, as formas de relacionamento e romper com esse constructo ainda se mostra uma tarefa árdua.

Isso foi percebido no estudo de Arent (2009), quando a mesma analisa a questão de mulheres frequentadoras de um “Clube das Mulheres”, que encontram na transgressão das normas socialmente tradicionais e destinadas a seu gênero certa libertação, um estado de prazer mesmo sem a concretização do ato da infidelidade. A análise gira também em torno de uma infidelidade no campo da fantasia, da fabricação de um desejo, mas muitas vezes sem sua consumação. Existe um movimento de ocultação e clandestinidade, que confere a esse ambiente uma aura de mistério. Algumas mulheres conseguem romper com os preceitos mais normativos e iniciar relacionamentos nesse contexto, viver um caso extraconjugal ou relacional.

No entanto, ainda é percebível que a conduta destas é regida principalmente pelo preceito da heteronomia, ou seja, a infidelidade aparece enquanto uma reação, vingança ou atitude baseada em um comportamento inicialmente do parceiro, como uma espécie de resposta. Allen and Baucom (2004) debatem no que tange a justificativa das mulheres para o ato infiel, estas parecem mais motivadas para a traição quando desejam maior proximidade numa relação ou se sentem rejeitadas, negligenciadas por seus parceiros da relação primária.

Ainda no que tange a pesquisas realizadas com mulheres, aparece a desenvolvida por Trindade, Almeida e Rozendo (2008), que busca analisar a infidelidade masculina, mas sob a ótica das mulheres.Estas enquanto companheiras e vítimas de violência física e psicológica por parte de seus parceiros muitas vezes infiéis. Nesse contexto, fica muito notória a questão da relação enquanto uma forma de dominação por parte desse homem, a subjugação e desvalorização da mulher companheira, posta numa realidade que a obriga muitas vezes a permanecer num estado de passividade, simples receptora de uma relação desigual.

A pesquisa apresenta ainda a dificuldade da mulher para denunciar os atos de violência sofridos contra elas. Ao mesmo tempo que existe um sentimento de revolta muito grande, elas enfrentam as dificuldades impostas por um contexto social desigual, uma realidade vivenciada pelas mesmas nesse contexto familiar que não as permite que decisões em seu benefício sejam tomadas, permanecendo assim num ciclo de violência e desrespeito no casamento.

Na pesquisa efetivada por Costa e Cenci (2014), realizada com homens, percebe-se justamente um movimento contrário, principalmente no que tange ao aspecto da transgeracionalidade contribuindo para a perpetuação do comportamento infiel. Crenças ligadas ao machismo e patriarcado, no que diz respeito a um direito de o homem ser infiel, de sua natureza, enquanto algo que legitima e justifica o ato. No entanto, destacam ainda que é possível que cada sujeito ou casal, ressignifique em suas relações o que lhes foi transmitido socialmente, em contexto familiar ou que foi aprendido. Quebrando assim um círculo de transmissão e se obtendo um maior equilíbrio e reflexão diante do fenômeno.

Infidelidade e outros fenômenos

As vivências da infidelidade são várias, assim como as questões secundárias envolvidas nesse fenômeno. Nos estudos aqui considerados, foram identificados contextos, situações e objetos que foram analisados conjuntamente ao fenômeno da traição; são especificamente os casos de infidelidade mediados pela internet, a questão do ciúme no relacionamento, da prática do swing, da infecção ao HIV/AIDS e das expressões artísticas. Ou seja, observa-se que são demandas e objetos bastante diferenciados, mas que de alguma forma ligam-se ao ato de trair, merecendo assim serem investigados e discutidos em tais estudos, contribuindo para as discussões acerca da temática.

No que se refere à internet, tem se observado que a mesma aparece enquanto uma ferramenta que ganha cada vez mais espaço no dia a dia das pessoas, aumentando assim sua importância e utilidade da mesma nos mais variados contextos e situações. Esse avanço chegou aos relacionamentos, hoje é possível se relacionar com alguém num nível de intimidade afetivo e emocional, a partir de um contato virtual de cunho sexual, por exemplo. Cabe ressaltar, que nesse sentido, é importante o contrato estabelecido entre o casal para o que compreendem enquanto um ato de infidelidade, pois no contexto da internet, nem sempre a relação virtual se concretiza no encontro físico. Assim, para algumas pessoas, esse flerte virtual já se configura enquanto uma traição, enquanto para outras, a mesma só se configura em meio físico, no toque, nas relações sexuais, beijos, etc.

Haack e Falcke (2013)apontam que existe uma necessidade de novas pesquisas qualitativas que investiguem essa temática, pois a infidelidade virtual aparece muitas vezes como um meio de viabilizar um encontro extraconjugal presencial. Em sua investigação sobre relacionamentos amorosos mediados e não mediados pela internet, percebeu que os sujeitos que se relacionam dessa forma são mais infiéis do que aqueles que se relacionam pessoalmente. Tal fato se justifica pela facilidade em iniciar e finalizar tal relação, sem complicações ou entreveros.

O fantasma de todo relacionamento amoroso, sem dúvidas, é a ameaça da chegada de uma terceira pessoa. Esta é vista como a figura de um rival, seja real ou não, sendo assim a fonte e o ponto de partida do desenvolvimento de um segundo fenômeno também analisado aqui conjuntamente com a traição; o ciúme. Segundo Almeida (2012), o ciúme na relação pode justamente atuar de duas formas, aproximando ou afastando o parceiro a quem se dirige tal preocupação. É nesse afastamento que surge a possibilidade da infidelidade, pois o parceiro não cogita ainda uma separação, mas enxerga a possibilidade e apresenta o desejo de se relacionar com outra pessoa. O ciúme ou o pensamento de ter sido traído pelo parceiro representariam ainda uma possibilidade de vivenciar situações de estresse tanto entre o casal, como no contexto familiar. Além da possibilidade de pensamentos e comportamento violentos (Harris, 2003).

O grande foco de análise no trabalho de Almeida (2012) é a investigação no que tange a possibilidade do ciúme atuar enquanto profecia autorrealizadora da infidelidade, ou seja, tal atitude levaria a um desgaste e consequente perda da qualidade na relação amorosa, induzindo uma das partes a buscar fora desse relacionamento, as vantagens que já não encontra na mesma. Destaca ainda, que mulheres tendem a investir em relacionamentos mais emocionais, enquanto os homens quando insatisfeitos tendem a buscar aventuras de natureza sexual.

Uma aventura sexual aparece muitas vezes como um meio de resolver ou desviar o foco de uma relação já conflituosa ou enquanto fantasia, desejo de conhecer e tentar algo novo. As novas formas e configurações relacionais de certa forma auxiliam nesse sentido, hoje com maior liberdade, o sujeito pode usufruir de certos prazeres, que talvez em outro tempo não fosse possível, muitas vezes pelo fato do parceiro não estar de acordo, por exemplo. O swing é uma prática que representa bem esse contexto, reflete o ato sexual a partir da troca de casais em ambientes destinados para tal fim, geralmente casas de show específicas. O sexo é praticado e assistido, existe o que se pode chamar de um espetáculo em torno do produto final, um jogo de sedução que se inicia já no ambiente, estimula a troca dos casais e culmina com a prática compartilhada.

A partir das considerações feitas por Weid (2010), compreende-se que a prática do swing se apresenta como algo que vai além da simples satisfação sexual momentânea, uma crua maneira de consumir prazer e logo descartá-lo. Os frequentadores expuseram uma realidade que vai além, descobrem uma faceta do sexo com uma terceira pessoa que não o parceiro habitual, como algo da esfera da intimidade, algo positivo que diz muito a respeito da liberdade que se apresenta e experimenta.

O que aparece muito em voga é a diferenciação e separação entre sexo e amor, os praticantes do swing mantém essa distinção muito clara, pois os mesmos pretendem manter a fidelidade amorosa e experimentar uma infidelidade sexual, em suas palavras. Essa infidelidade é nomeada de consentida justamente pelo fato do contrato e negociação da relação por cada casal. Essa discussão traz à tona, ainda, questões paradoxais como o binômio liberdade e controle, por exemplo. É vivenciar sua sexualidade e usufruir de um prazer e fantasia até certo ponto, existe um limite negociável no universo swinger, para que essa infidelidade não deixe de ser consentida.

A vivência da sexualidade com maior liberdade, muitas vezes está atrelada a troca de parceiros ou as relações sexuais com múltiplos parceiros. Esse movimento acaba por acionar um gatilho no que diz respeito aos cuidados com as doenças sexualmente transmissíveis, caso certas atitudes não sejam priorizadas. Existe uma influência cultural no que tange a vivência da sexualidade masculina que está ligada ao fenômeno da infidelidade.

Segundo Pinheiro et al (2012), a permissividade com relação a infidelidade masculina ainda se mostra real em nossa sociedade, até mesmo no contexto da família. No entanto, o comportamento infiel desprotegido é um risco e requer uma reflexão acerca do cuidado com o outro, do contrato afetivo e compromisso no relacionamento. Assim, no estudo realizado, o comportamento masculino infiel aparece como potencializador quanto à vulnerabilidade ao HIV/AIDS na família.

Como visto, por se tratar de um fenômeno ainda considerado polêmico e uma espécie de tabu, as pessoas aparentemente não costumam conversar sobre a traição, a não ser quando vivenciam ou conhecem alguém que experienciou tal realidade. No entanto, o mesmo se mostra comum na sociedade, sendo retratado de muitas formas através de meios que atingem justamente o senso comum, a maioria das pessoas, como nas expressões artísticas.

Torres (2014) faz uma amplificação simbólica do retrato do fenômeno em letras de música, poesias, obras de dramaturgia e cinema. Em conjunto, oferece ainda uma análise com viés psicológico, abordando a questão do processo de individuação e dos desafios enfrentados na luta entre o manter-se fiel a si mesmo e ao outro numa relação. Esse aparece como um ponto crucial num relacionamento segundo a autora, pois quando o casal consegue respeitar tais espaços fantasmas, como o da traição, podem perder espaço.

A partir de tais artigos analisados, percebe-se que o fenômeno da infidelidade deixou de ser apenas um ato ligado a um prazer sexual, envolve outras instâncias, um sujeito que é múltiplo, as questões de gênero, de cultura, crenças pessoais, ideológicas e religiosas, por exemplo.

Infidelidade e possíveis consequências

Para Pittman (1994), a traição é algo difícil de ser compreendido, seja enquanto fenômeno ou quando experiência vivenciada. O próprio termo traição, comumente utilizado para se referir à relação de infidelidade traz consigo uma conotação negativa. Assim, é diante dessa visão compartilhada pela sociedade em geral, de que a traição é algo imoral e condenável, pois vai de contra algo que foi instituído, que Tokumaru et al (2010) e Viegas e Moreira (2013) se lançaram a pesquisar efeitos e consequências desse ato a partir de julgamentos realizados por terceiros e o efeito da infidelidade na atratividade facial de terceiros, respectivamente. Ou seja, ter conhecimento de que uma pessoa foi infiel em algum momento muda a forma como esta é vista socialmente? Essa visão é diferenciada quando destinada a homens ou mulheres, heterossexuais ou homossexuais?

Como já dito, o acordo estabelecido e discutido pelo casal, quando se inicia um relacionamento é de veras importante no sentido de estabelecer o que ambos consideram uma traição, mas em todo caso, a sociedade já toma para si essa responsabilidade, quando deixa claro o que é considerado ou não um ato de infidelidade. Nesse sentido, Viegas e Moreira (2013) criaram um questionário com cenários hipotéticos, a fim de se averiguar como os participantes avaliariam tais situações, se constituíam ou não uma infidelidade, bem como o nível de gravidade da mesma.

Foi possível constatar que o comportamento infiel homossexual foi tão penalizado quanto o heterossexual, assim como encontros de envolvimento sexual continuado teve maior gravidade atribuída do que no cenário de uma única relação sexual. Os sujeitos mais religiosos foram os que mais atribuíram gravidade aos cenários apresentados, reforçando a ideia de que a infidelidade é algo que viola uma norma de exclusividade, de um juramento de fidelidade perante algo maior, ligados ao conservadorismo religioso e valores tradicionais das normas sociais.

Nesse argumento, Tokumaru et al (2010) analisaram a questão da influência de um fator não físico e específico sobre a questão atratividade facial, nesse caso a informação de que o sujeito representado numa foto teria sido infiel, sob os participantes do estudo. Assim, foi percebido que ao acrescentarem tal fato houve uma influência maior nas mulheres no que se refere as pessoas retratadas nas imagens, ressaltando a ideia de que homens e mulheres apresentam diferentes expectativas quanto ao relacionamento. A pesquisa recai também sobre um debate já proposto nesse sentido, referente às questões de gênero, principalmente quanto a permissividade da infidelidade masculina.

Infidelidade e o conceito de relações públicas

Um ponto em comum percebido nos estudos aqui discutidos que analisam e ampliam a questão do fenômeno da infidelidade, diz respeito a uma característica moderna dos relacionamentos. Este foi descrito por Bauman (2004), como uma espécie de ambiguidade dos tempos atuais, as dificuldades e ao mesmo tempo facilidades diante das relações, as mesmas se apresentam cada vez mais frágeis e flexíveis. O homem goza de uma liberdade que ao mesmo tempo o angustia e o faz dependente do outro, daí seu caráter ambíguo.

Observa-se que essa liberdade hoje é experimentada como nunca antes, a modernidade oferece esse recurso, no entanto existe um preço a ser pago. As pessoas se encontram cada vez mais inseguras e ansiosas frente aos relacionamentos e, nesse movimento, buscando muitas vezes por relações ideais se encontra um drama. Hoje se entra e sai de um relacionamento com uma facilidade considerável, a impressão que se tem é a de um tempo que corre, como se logo fosse preciso encontrar outro relacionamento que dê certo. O sujeito muitas vezes se esconde atrás dessa atitude, evitando questionamentos, reflexões e o enfrentamento de questões pessoais, de seu interior, muitas vezes complexas, da lida com o que é do humano.

Essa busca incansável pela vivência de algo genuinamente verdadeiro nas relações acarreta como dito anteriormente, uma facilidade no desligar-se, colocar um fim quando já não se está mais satisfeito. O que se acredita ser genuíno na verdade parece estar mais ligado a algo raso, sem profundidade, que nesse sentido abre espaço para as “relações de bolso”, em rede ou a própria infidelidade. Segue-se assim na busca pela satisfação dos desejos, os riscos parecem controlados, somam-se a isso novos meios de favorecimento nesse sentido, como os relacionamentos virtuais tão comuns nos dias de hoje.

No entanto, é possível conceber que tal característica moderna dos relacionamentos de certa forma interfere na capacidade de construção e preservação de laços em longo prazo. A imediação física já não garante proximidade, o não aprofundamento dos vínculos emocionais abre espaço para novas configurações relacionais, encontra-se diante de um afrouxamento das relações humanas. Esse movimento permite que se desfrute dos momentos prazerosos da relação, mas que a qualquer momento isso seja desfeito, sem dor ou peso na consciência.

 

Considerações finais

Apesar de se constatar que a infidelidade é um fenômeno antigo, relatado desde os tempos bíblicos, que acompanha o homem em sua história e não deixa de ser atual em nenhum contexto, o mesmo ainda é pouco pesquisado. Existem tabus e polêmicas em torno das questões que o envolvem, ao mesmo tempo que é muito retratado em conversas informais, principalmente quando se discute sobre alguém que vivenciou uma traição. No entanto, suas causas, repercussões, formas de se dar e fenômenos atrelados, ainda que identificados nos trabalhos aqui analisados, são pouco visados pelo meio acadêmico e científico. As discussões não se aprofundam, não abrangem ao que de múltiplo está atrelado ao fenômeno.

Esse trabalho destinou-se a análise da publicação nacional acerca do fenômeno da infidelidade, bem como a forma com que o mesmo vem sendo pesquisado e os principais conceitos que aparecem atrelados em tais análises. Estes, principalmente no que se refere às questões mais emergentes do cenário contemporâneo atual, pois entende-se que estão em voga e em consonância com o fenômeno aqui discutido, estabelecem relações, parâmetros de conformidade. São exemplos disso, as temáticas referentes às discussões de gênero, debate sobre novas configurações relacionais e modelos de família, além do conceito de liquidez postulado por Bauman (2004), que muito confere a temática da infidelidade nos dias de hoje.

Dessa forma, diante dos resultados obtidos nessa revisão integrativa, foi possível observar, além da já referida escassez de publicações nacionais, que os artigos encontrados englobam questões e percorrem vieses muito diferenciados. A maioria explana sobre a questão em adesão a um segundo fenômeno ou conceito; internet, ciúmes, práticas de swing, HIV/AIDS, violência doméstica, arte. É necessário que novos estudos referentes às questões de gênero sejam realizados, principalmente em vista ao contexto da sociedade atual, onde o feminismo e as questões culturais têm sido tão discutidas. Quanto aos delineamentos metodológicos, percebeu-se que os pesquisadores se utilizaram de uma gama de instrumentos bastante variada, sem que estes ficassem presos a somente determinada forma. As pesquisas se distribuíram em sua maioria entre o método quantitativo e qualitativo.

Assim, sugere-se que mais estudos de revisão sejam realizados, já que este apresenta enquanto lacuna o fato de só analisar a publicação nacional a respeito do tema, seguindo ainda determinados critérios de inclusão e exclusão que permitiu a não análise de certo material publicado. Assim, analisar a literatura internacional, monografias, teses e dissertações também se faz importante, para que o conhecimento a respeito do tema seja compartilhado, auxiliando novas produções nacionais e delineamentos de pesquisa, por exemplo.

 

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Endereço para correspondência
Lais Rocha Santos
E-mail: laisrocha_17@hotmail.com

Enviado em: 05/09/2016
1ª revisão em: 17/10/2016
Aceito em: 24/11/2016

 

 

1 Psicóloga Graduada pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – AGES. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social – Universidade Federal de Sergipe (UFS). Endereço para correspondência: PPG Psicologia Social, Universidade Federal de Sergipe, Av. Marechal Rondon, Didática II, Rosa Else, São Cristóvão, SE, 49100-000.
2 Doutor em Psicologia pela UFRGS e professor do PPG em Psicologia Social da Universidade Federal de Sergipe.

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