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Pensando familias

versão impressa ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.23 no.2 Porto Alegre jul./dez. 2019

 

ARTIGOS

 

Escolha profissional na adolescência: a família como variável influenciadora

 

Professional choice in adolescence: the family as an influencing variable

 

 

Tatiana Petroni Laurito Terruggi1 ; Hugo Ferrari Cardoso2, I; Mário Lázaro Camargo3, I

I Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp/Bauru)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Neste artigo discute-se a influência da família na escolha profissional dos filhos, especificamente na fase da adolescência, período mais comum e adequado para a vivência deste processo. Foi realizado um estudo teórico abordando os temas adolescência, escolha profissional e família. Da análise, emergiu que a influência da família é um fator muitas vezes determinante na escolha. Além disso, a adolescência é uma fase de diversas mudanças e definições que também causam angústia aos jovens, e dentre elas está a escolha profissional, que exige saber sobre a área de atuação, rotina de trabalho, salário e todos os aspectos que acompanham a vida profissional do sujeito no contexto brasileiro contemporâneo. Destaca-se ainda, a importância do terapeuta e da terapia familiar no processo de acompanhamento de famílias que vivenciam a fase da escolha profissional dos filhos, de forma que, atentos ao fato, possam atuar como facilitadores no enfrentamento das mudanças em curso.

Palavras-chave: Orientação profissional, Adolescência, Família.


ABSTRACT

This article discusses the influence of the family on the professional choice of the children, specifically in the adolescence phase, the most common and appropriate period for the experience of this process. A theoretical study was conducted addressing the themes adolescence, professional choice and family. From the analysis, it emerged that family influence is a determining factor in choice. In addition, the adolescence is a phase of several changes and definitions that also cause anguish for the young, and among them is the professional choice, which demands to know about the area of work, work routine, salary and all aspects that accompany the professional life of the subject in the Brazilian and contemporary context. The importance of the therapist and the family therapy in the process of accompaniment of families who experience the stage of the professional choice of the sons, so that, attentive to the fact, they can act as facilitators in facing the changes in course.

Keywords: Professional guidance, Adolescence, Family.


 

 

Introdução

O objetivo do presente artigo é discutir sobre as formas como a família pode se apresentar enquanto variável influenciadora no processo de escolha profissional de seus membros, em especial nos componentes da família que estejam vivenciando a fase do cliclo vital intitulada adolescência. Como método de investigação, utilizamo-nos da pesquisa bibliográfica. Por meio da utilização destes principais descritores “orientação profissional”, “adolecência” e “família”, além de suas possíveis combinações e derivações, foram selecionados artigos científicos produzidos por pesquisadores brasileiros, sem delimitação temporal. O ambiente de busca se constituiu a partir dos principais indexadores eletrônicos [Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME), LILACS e Google Scholar] e a pertinência temática em relação ao objeto de estudo escolhido foi o principal critério para a seleção dos artigos considerados para a análise e fundamentação teórica.

Adotou-se como procedimento no processo de construção do presente artigo e cumprimento dos objetivos previamente estabelecidos, a discussão, embasada na literatura, dos temas nesta sequência: primeiramente a adolescência, suas definições e a associação com o tema da escolha profissional; num segundo momento a instituição família será discutida, e, além de apresentarmos suas definições contemporâneas, também destacaremos sua importância e influência no processo de construção da decisão profissional dos membros que estão na adolescência; e, finalizando nosso processo de construção teórico-reflexiva, discutiremos o papel do terapeuta e da terapia familiar nas intervenções com famílias que vivenciam a fase da escolha profissional dos filhos, de forma que, atentos ao fato, possam atuar como facilitadores no enfrentamento das mudanças típicas deste período do ciclo vital da família, que pode culminar com a saída dos filhos em busca de formação acadêmica-profissional e/ou inserção no mercado de trabalho enquanto início de carreira profissional (Carter & McGoldrick, 2001; Cerveny & Berthoud, 2002; Osório, 2002).

Adolescência e a escolha profissional: um difícil dilema

A adolescência, de acordo com Faht (2011, p. 22) é “a uma etapa do ciclo de vida, de transição entre a infância (fase de desenvolvimento corporal e socialização) para a idade adulta (ápice do desenvolvimento e cidadania)”. Para Papalia e Olds (2013), a adolescência consiste em um período de aproximadamente 10 anos (que se inicia por volta de 11 anos e e termina pouco antes ou depois dos 20 anos de idade), entretanto, o ponto exato de início e término não está claramente definido, podendo ser, para alguns indivíduos, um período mais curto ou mais longo do que a literatura apresenta, de início mais precoce ou tardio, variando em função de um pluralidade de características: pessoais, culturais, sociais e econômicas (Fontenele & Miranda, 2017; Gramani & Scrich, 2012). Em se tratando do termo adolescência no âmbito jurídico, e, em especial, no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Brasil, 1990), Lei 8.069, de 1990, a define como o período de vida entre os 12 e 18 anos de idade.

Ainda de acordo com Papalia e Olds (2013), bem como Osório (1992), em geral considera-se que a adolescência começa com a puberdade, e a partir disso há grandes mudanças físicas, cognitivas e psicossociais nos indivíduos. Ainda de acordo com os mesmos autores, e também Ariès (1981), antes do século XX as crianças entravam no mundo adulto quando era percebido o amadurecimento físico ou pela entrada no mundo do trabalho, entretanto, tais circunstâncias não podem ser aplicadas integralmente nos tempos atuais, uma vez que, se por um lado a puberdade tende a ocorrer mais cedo nos indivíduos, esses mesmos tendem a entrarem mais tardiamente no mercado de trabalho.

É muito difícil o estabelecimento de limites cronológicos, no que diz respeito ao início e ao fim da adolescência. Tal período é marcado por inúmeras mudanças que ocorrem o tempo todo, nas quais o jovem irá experimentar novas situações, comportamentos, vínculos afetivos e fortalecimento de sua autonomia e identidade (Montuano, 2005), sendo uma etapa cercada de dilemas, conflitos, inseguranças, desejos, medos, etc. Como novas situações é possível destacar a mudança biológica, como a puberdade, sendo uma fase de inúmeras alterações hormonais que podem proporcionar inquietação, pois o adolescente precisa aceitar um novo corpo (Papalia & Olds, 2013; Poli & Faissol, 2016). Também pode-se destacar as mudanças no meio sócio-educacional, como a transição do ensino fundamental para o ensino médio, ou da escola para o cursinho, universidade, ou mesmo o mercado de trabalho.

Na adolescência, algumas características podem ser destacadas, tais como, a busca por parte dos indivíduos pelo desenvolvimento do autoconceito, autoestima e de conceitos mais complexos, como a tomada de decisões importantes. Percebe-se também a tendência por um aumento da responsabilidade social e com os familiares no que diz respeito à aprendizagem de normas e conceitos morais. Em outras palavras, o adolescente, em geral, adquire maior capacidade de reconhecer alternativas nas escolhas e encontrar soluções, caminhando para uma maior autonomia e independência dos pais e família. (Baptista, Baptista, & Dias, 2001; Poli & Faissol, 2016; Preto, 2001; Silva, 2015).

Dessa maneira, somado a todas essas mudanças, é na adolescência em que o indivíduo geralmente é social e familiarmente cobrado a escolher uma profissão/carreira. Nesta etapa é possível que o jovem se depare com muitas outras preocupações, como dúvidas e questionamentos em relação a seus interesses pessoais e profissionais, sobre questões econômicas, mercado de trabalho, possibilidades de estudo e aperfeiçoamento, e, principalmente, compara condições de qualidade de vida e de exercícios profissionais de pessoas da família ou membros da comunidade para avaliar suas possíveis limitações e potencialidades, ou seja, procedem um processo de busca por referências (Gramani & Scrich, 2012; Maffei, 2008; Silva, 2016).

Para Santos (2005) é na adolescência que o jovem se depara com a necessidade de fazer muitas escolhas relativas ao seu futuro. Quanto a questões ocupacionais, tal identidade tende a se desenvolver vinculada à identidade pessoal, a partir das percepções que o indivíduo desenvolve sobre os papéis profissionais com os quais teve contato ao longo da vida. Corrobora-se com Bock (2002) na medida em que só se pode pensar na escolha de uma profissão se for compreendido que o indivíduo constrói sua identidade e escolhas a partir do que ele internaliza da sua relação com o meio.

Nesse sentido, Bohoslavsky (2015) salientou que a escolha profissional tende a se apoiar nas relações interpessoais, principalmente nas figuras parentais que servem de modelos de comparação e referência. Para ele, os pais podem exercer influência no processo de escolha profissional dos filhos por intermédio de ações práticas, como apoio financeiro, formação educacional, diálogos e ações subjetivas como aprovação/reprovação, expectativas, cobranças, valores sobre o mundo do trabalho, sonhos, projetos que tem para os filhos, dificuldade no processo de separação, etc.

Além das inúmeras mudanças vivenciadas no período da adolescência e das exigências do mundo do trabalho, o processo de escolha profissional encontra-se numa complexa rede de fatores que atuam influenciando o adolescente. Tais fatores são inúmeros, como: características pessoais, convicções políticas, religiosas, valores, crenças, contexto socioeconômico e família, sendo este último apontado como um dos principais aspectos que podem ajudar ou atrapalhar nesse momento de decisão (Almedia & Pinho, 2008; Gramani & Scrich, 2012; Nepomuceno & Witter, 2010).

De acordo com Cardoso, Duarte e Sousa (2016) e Cattani, Teixeira e Ourique (2016), nas últimas décadas foi possível perceber uma maior preocupação por parte dos pesquisadores em relação à influência que a família desempenha no processo de escolha e planejamento de carreira de seus membros (Faria & Ponciano, 2018; Tessaro & Schmidt, 2017). Alguns estudos nacionais realizaram análise da literatura (Andrade, Maranhão, Barbosa, Batista & Santana, 2016; Silva & Pacheco, 2016) e, por meio dos resultados encontrados, fica evidente que a família é um fator de grande importância nos estudos de Orientação Profissional e de Carreira (OPC).

Em um destes estudos, Andrade et al. (2016) realizaram uma análise de literatura acerca dos fatores que exercem influência na escolha profissional do adolescente. Para tanto, a partir de três descritores (Orientação Profissional; Escolha Profissional; e Adolescência) os autores buscaram nas bases de dados Scientific Eletronic Library (Scielo) e Google Acadêmico, artigos que estivessem relacionado com o interesse da pesquisa e publicados entre 2005 e 2014. Das 20 publicações que foram analisadas pelos autores, pode-se perceber a relevância da instituição familiar, uma vez que a mesma apareceu em 11 artigos analisados.

Já na pesquisa de Silva e Pacheco (2016) foi realizada uma análise da literatura sobre o tema escolha profissional na adolescência. As fontes utilizadas para a busca dos materiais (artigos, teses e dissertações) foram os acervos digitais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), da Scielo e Google Acadêmico. Do total de 2.448 publicações encontradas, apenas 17 cumpriram os critérios do estudo. A análise dessas 17 publicações sobre escolha profissional na adolescência também evidenciou a importância da família para os jovens, uma vez que a mesma se fez centralmente presente em três publicações.

Conforme visto, a adolescência é uma fase do desenvolvimento humano caracterizada por diversas mudanças que requerem amadurecimento e adaptações por parte dos jovens. A escolha profissional, em grande parte dos jovens, ocorre de forma mais intensa nesta fase, permeada por muitas dificuldades e incertezas, sendo que família pode ser considerada uma fonte de apoio, assim como uma variável dificultadora para os jovens (Frabetti, Thomazelli, Feijó, Camargo, & Cardoso, 2015). Olhemos mais demoradamente para este fenômeno com o objetivo de compreendê-lo melhor.

Família: a instituição que pode contribuir e também dificultar no processo de escolha profissional dos jovens

A família é considerada uma das principais bases de formação do indivíduo, e em geral, a referida instituição transmite valores, hábitos e costumes aos seus membros (Rozemberg, Avanci, Schenker, & Pires, 2014). Segundo Calil (1987), Cerveny e Berthoud (2004) e Osório (2002) a família pode e precisa ser entendida como um sistema que atua em processos de influência recíproca ou que funciona pelo princípio da interdependência entre seus membros e destes com o seu entorno ou espaços de convivência e relação, ou seja, considerando os outros sistemas humanos (escola, trabalho, comunidades religiosas, bairro, cidade, instituições, etc.), a família neles influencia e é por eles influenciada. Com base em Fagundes, Aquino e Paula (2010), é pela vivência familiar que a criança provavelmente desenvolve as representações internas que irão influenciar seu comportamento no futuro e o modo como lidam com problemas e escolhas. Ademais, é na família também que se encontram depositadas as expectativas quanto ao futuro profissional, amadurecimento e independência dos membros (Preto, 2001).

Para Freitas e Barbosa (2006), a família é considerada um dos principais fatores que auxiliam ou interferem no processo de escolha profissional dos jovens. Nessa mesma direção, os referidos autores sinalizaram acerca da pertinência em se promover reflexões não somente em relação aos projetos profissionais dos jovens, mas também deve-se considerar os projetos dos pais em relação aos filhos. Almeida e Pinho (2008) e Tessaro e Schmidt (2017) corroboram com tais afirmações, pois acreditam que as expectativas familiares podem aparecer no processo de escolha profissional como uma revivência dos dilemas vivenciados pelos pais quanto às suas escolhas, ou seja, já ao nascer, o indivíduo traz consigo as expectativas, desejos e fantasias dos pais, que, por inúmeras razões podem ter experimentado prazer e realização com a vivêcia profissional fruto de suas escolhas, ou, pelo contrário, sofrimento e frustração suficientes para não desejarem o mesmo a seus filhos. Por diversas vezes os pais projetam em seus filhos os sonhos profissionais que eram seus e que não puderam realizar, não se dando conta de que acabam por transferir responsabilidades aos filhos de escolher uma profissão que não puderam seguir (Santos, 2005).

Seja direta ou indiretamente, o fato é que a família influencia na tomada de decisão frente à carreira profissional de seus membros (Tessaro & Schmidt, 2017). Existem casos em que a escolha profissional é feita levando-se fortemente em consideração as expectativas familiares e, nessas circunstâncias, o jovem pode ou não se identificar com o que foi imposto ou esperado para ele. Tal influência pode ser de forma tão direta que há casos de jovens que ingressam em determinadas carreiras sem ter clareza do processo que culminou em tais escolhas (Almeida & Melo-Silva, 2011; Almeida & Pinho, 2008; Barros & Murgo, 2017; Fernandes, Brasilino, Fávero & Túlio, 2011; Preto, 2001; Silva & Pacheco, 2016; Silvia, Quina & Santos, 2015).

Como forma de apresentar ao leitor a relevância da família, como variável influenciadora no processo de decisão profissional em adolescentes, a seguir serão apresentados estudos já publicados na literatura nacional fazendo-se um recorte dos resultados para tal relevância.

Santos (2005) procurou verificar as percepções dos adolescentes quanto à influência da família na escolha profissional. Fizeram parte da amostra 16 ex-orientandos que participaram de processos de orientação profissional entre setembro e novembro de 1999. Dos resultados, foi percebido que o jovem, no momento de escolha, tende a considerar o conhecimento que tem de si mesmo, dos projetos dos pais, a identificação e o sentimento de pertencimento à família e o valor dado às profissões pelo grupo. Neste sentido, “a escolha profissional é uma oportunidade de provar lealdade à família e de cumprir com a sua missão não apenas individual, mas familiar” (p. 59). Em geral, a expectativa dos pais em relação ao futuro dos filhos vai além da escolha profissional, pois esperam que os mesmos estudem, adquiram status social, formem uma família, conquistem um bom emprego e tenham realização pessoal e profissional.

Fagundes et al. (2010) em estudo com o objetivo de compreender as principais relações entre o processo de escolha profissional e manifestação de estresse em alunos formandos do Ensino Médio, conduziram um programa de OPC em um grupo de 20 adolescentes, provenientes de escolas públicas e privadas. Identificaram que a cobrança dos pais/responsáveis, possivelmente esteve relacionada à insegurança desses pais, visto que os mesmos também são cobrados quanto ao futuro de seus filhos. Constataram também diferenças entre o direcionamento das cobranças de pais de filhos de escola pública e pais de filhos de escola privada, no que tange a direcionamento do projeto de futuro. De forma mais específica, nos alunos de escolas públicas percebeu-se que há a cobrança dos pais no que diz respeito ao adolescente conseguir um emprego remunerado e assim arcarem com os custos financeiros da educação superior, além de contribuírem com a economia doméstico-familiar em casos de maior vulnerabilidade social. Já os alunos de escola privada são cobrados para que busquem uma identificação profissional, ingressarem em cursos superiores (em geral tais adolescentes não são cobrados pelas famílias no sentido de arcarem com os custos da educação superior, posto que se almeja o ingresso em instituições de ensino superior públicas) para depois se inserirem no mercado de trabalho somente a partir da conclusão do curso escolhido.

Também levando em consideração adolescentes de escolas públicas e privadas, Nepomuceno e Witter (2010) investigaram as possíveis influências familiares em jovens. Participaram da pesquisa 58 alunos, com idades entre 16 e 19 anos, que responderam a um questionário sobre a influência famíliar em tal processo. Dos resultados, os pais de alunos de escolas privadas apresentaram nível de instrução variando entre ensino fundamental e superior, ao passo que de escolas públicas variaram entre a condição de analfabeto e ensino superior. Em relação à escolha profissional percebeu-se que, embora a família influencie nesse processo, os adolescentes não relataram conflitos mais severos advindos dessa questão. O estudo apresenta dados separados por tipo de escola e gênero, sendo que o grupo feminino de escolas privadas foi o que mais sinalizou a interferência familiar quanto ao futuro profissional. Por sua vez, o grupo feminino de escolas públicas apresentou menor frequência de respostas em relação às interferências familiares nesse quesito, quando comparado aos demais grupos.

Dantas, Nascimento, Monteiro, Oliveira e Sobrinho (2014) apresentaram um relato de experiência acerca de um projeto de orientação profissional com alunos do ensino médio de uma escola pública rural. Foram conduzidos seis encontros, de três horas cada, tendo como principal objetivo a reflexão acerca de escolhas profissionais, visando torná-las mais autônomas para os jovens. Quanto aos resultados referentes à família e escolhas profissionais, os jovens afirmaram que é comum haver divergência entre o projeto dos pais e os desejos e projetos profissionais dos adolescentes e que as histórias familiares constituem e fatores altamente influenciadores nas escolhas dos jovens e no modo como eles as vivenciam. Segundo os mesmos autores, o modo como o jovem se apropria dos dados familiares e do valor atribuído às profissões são vistas como essenciais no processo de escolha de profissão.

A transmissão de comportamentos, escolhas e valores familiares é de grande importância para a formação da identidade do indivíduo. Muitas vezes, mesmo antes de nascer, já é projetado no indivíduo uma história e um lugar que ele possivelmente ocupará, como, por exemplo, a carreira que irá seguir. Almeida, Magalhães e Féres-Carneiro (2014) conduziram uma investigação cujo objetivo foi analisar o processo de transmissão geracional de profissões em famílias. Para tanto, realizaram uma pesquisa qualitativa com cinco famílias (com três gerações que seguiram a mesma profissão, totalizando 15 sujeitos entrevistados). As profissões encontradas foram advogados, médicos, músicos, atores e psicólogos. Dos resultados, foram percebidos relatos de que a repetição da escolha profissional na família tende a ser vista, pela própria família e sociedade, como um processo naturalizado. Embora nenhum dos entrevistados tenha relatado que foi forçado pelos familiares a efetuar tais escolhas, os mesmos salientaram acerca da responsabilidade em se escolher a mesma carreira de seus familiares, uma vez que nesses casos o sobrenome é socialmente vinculado à carreira. As informações supracitadas corroboram com a afirmação sobre a importância dos vínculos familiares na escolha profissional, os quais foram bastante estudados no passado por autores considerados clássicos, como Andrade (1997), Bohoslavsky (2015), Levenfus e Soares (2010) e Lisboa (1997).

Ventura e Noronha (2014) verificaram a predição das crenças de autoeficácia para a escolha profissional em um grupo de 142 jovens do ensino médio de escolas públicas e privadas. Foram aplicados instrumentos que avaliaram a percepção de autoeficácia para a escolha profissional (Escala de Autoeficácia para a Escolha Profissiona – EAE-EP), o suporte familiar percebido pelos jovens (Inventário de Percepção de Suporte Familiar – IPSF) e estilos parentais percebidos (Escalas de Reponsividade e Exigência). Em relação aos achados entre escolha profissional e família, maior percepção de apoio familiar e estilo parental positivo, em especial a responsividade materna, formaram o modelo de maior predição de percepção de crenças de autoeficácia para a escolha profissional.

Os jovens constantemente apresentam dúvidas frente à escolha profissional, seja por incertezas, falta de conhecimento acerca da realidade do mundo do trabalho e influências familiares. No caso de famílias de baixa renda, muitas vezes os jovens começam a trabalhar precocemente, inclusive para auxiliar financeiramente a família. Neste contexto, Sousa et al. (2014), por meio de um projeto de extensão, conduziram quatro grupos de orientação profissional com jovens, totalizando em torno de 70 orientandos, que participavam de uma instituição formadora de aprendizes. Ao longo dos grupos, informações sobre a influência familiar no processo de escolha foram identificadas, como o fato de que alguns familiares não concordavam com determinadas profissões de interesse dos aprendizes e, além disso, houve uma constatação de que os orientandos esperavam grande apoio familiar e de sua rede social no que tange a questões educacionais e profissionais, ou seja, de acordo com os aprendizes participantes do projeto, os pais deveriam acompanhar de forma mais próxima seus filhos no processo educacional, o que, muitas vezes, não ocorria.

Verguine, Basso e Soares (2014) conduziram oficinas de OPC em um grupo de adolescentes que participam do programa Primeiro Emprego. Ao todo foram realizadas quatro oficinas de quatro horas cada e devolutivas individuais, totalizando 20 horas de atuação. Dentre as atividades abordadas no processo, algumas diziam respeito à família dos orientandos, sendo que alguns resultados importantes puderam ser evidenciados. Ao analisarem o nível de escolaridade dos pais foi percebido que, em geral, este não era elevado e, dessa forma, muitos orientandos relataram que buscariam maior aprimoramento em termos educacionais do que os pais, uma vez que acreditavam ser um caminho para obterem melhores condições de trabalho. A exemplo de tal informação, uma jovem destacou que em sua família as mulheres se casaram muito novas e deixaram de estudar para se tornarem donas de casa, história essa que a jovem estava rompendo, pois já possuía maior escolaridade que grande parte das mulheres de sua família e que pretendia trabalhar no mercado formal a ser dona de casa. Ao refletirem sobre as profissões executadas pelos familiares houve uma conclusão semelhante, ou seja, grande parte decidiu seguir carreiras diferentes às encontradas na família. Apenas um jovem optou por uma carreira – motorista de ônibus – que era exercida tanto por seu pai como seu avô.

Na mesma direção, Silva e Pacheco (2016), com o objetivo de compreender o processo de escolha de profissão dos alunos do ensino médio de uma escola estadual, aplicou um questionário com perguntas fechadas sobre escolha profissional em 17 alunos. Dos dados referentes à influência familiar no processo de tomada de decisão ficou evidenciado que a maioria dos jovens apresentaram preferências por profissões, tendo levado em consideração o que acreditavam que as famílias esperavam deles para o futuro.

Barros e Murgo (2017) relataram a experiência de uma intervenção em OPC com 30 adolescentes usuários de um Centro de Referência, a qual contou com oito encontros. Quanto às informações condizentes à influencia familiar no processo de escolha dos jovens, alguns participantes verbalizaram que seus interesses profissionais estavam relacionados a profissões cujos familiares desempenhavam, ou seja, os membros da família foram percebidos como figuras de referência no processo de escolha profissional.

Como visto, a influência familiar pode tanto contribuir quanto dificultar uma escolha autônoma dos adolescentes. Quando o vínculo pais-filhos é harmonioso, as opiniões dos pais são valorizadas e a família é sentida como fonte de apoio. Gonçalves e Coimbra (2007), investigaram que a qualidade dos projetos profissionais dos adolescentes tem relação positiva com contextos familiares que viabilizam possibilidades aos filhos, principalmente em questões ligadas a suporte, de ordens emocional, material e informacional.

Em síntese, não é possível pensar a escolha profissional como uma parte da vida do indivíduo, mas sim como um processo estruturado ao longo de sua história de vida. Percebe-se que a família exerce influência neste processo, direta ou indiretamente, tendo tal instituição grande relevância para a construção de um referencial ligado à identidade, pessoal e profissional, do sujeito. Dias (1995) e Soares, Sestren e Ehlke (2002) consideram importante incluir a família no processo de OPC, visto que os membros tendem a se mostrarem ansiosos e com dúvidas em como auxiliar seus membros no processo de escolha profissional. Portanto, é importante considerar as influências que os adolescentes recebem quanto à escolha profissional e, principalmente, à forma como se posicionam diante de todas essas variáveis, esclarecendo pontos importantes no processo de decisão.

O papel do terapeuta e da terapia familiar nos processos de intervenção com famílias vivenciando a escolha profissional dos filhos

Assim como é possível, tanto quanto necessário, falar de ciclo vital numa perspectiva de desenvolvimento humano individual, e considerar suas fases em processos terapêuticos ou de orientação profissional, especialmente na passagem da adolescência para a fase adulta, também é possível falar de um ciclo vital da família (Carter & McGoldrick, 2001; Cerveny & Berthoud, 2004) e considerar o escopo dos estudos desenvolvidos acerca do tema para subsidiar análises, diagnósticos e planos de intervenção em famílias com filhos vivenciando o processo de escolha profissional e construção de projetos de vida. Em se tratando do grande tema de nosso interesse – a escolha profissional e a influência que a família exerce sobre seus membros durante este período – importa-nos averiguar e discutir a vivência, para a família, desses dois momentos destacados pela literatura sobre seu ciclo vital: a fase da adolecência e a fase da saída dos filhos de casa.

A transição da infância para a adolescência vivenciada pelos filhos implica em um paralelo processo de amadurecimento dos pais, e, a consequente chegada dos filhos à fase da escolha profissional e decisão em relação a planos para o futuro, pode suscitar uma série de sentimentos, fomentar conflitos, provocar tensões, afastamentos e mudanças relacionais significativas (Cerveny & Berthoud, 2004; Faria & Ponciano, 2018). Essas mudanças ou conflitos, por vezes, podem levar à quebra da harmonia e do equilíbrio relacional e, consequentemente, motivar a família à busca por ajuda terapêutica, assim como também, remeter os filhos à busca por processos de orientação profissional e de carreira. Nesse sentido, tornam-se importantes presenças, enquanto apoiadores das famílias, a terapia familiar e a figura do terapeuta (Tessaro & Schmitd, 2017).

A preparação para a vida profissional e o ingresso no mercado de trabalho, implica, na maioria das vezes, na ida dos filhos para os cursos de ensino técnico ou superior (faculdade, universidade, e posteriormente à fase da graduação, os cursos de pós-graduação) e, portanto, no gradativo processo de saída dos mesmos de casa, sobretudo se considerarmos o fato de que a escolha pelo curso ou carreira profissional dos filhos pode ser dar por ofertas localizadas em cidades e até mesmo países diferentes. A qualidade das relações intrafamiliares, os níveis de maturidade emocional tanto de pais quanto de filhos, o contexto socioeconômico em que se insere a família e o tipo de escolha profissional feita, ditam o teor dos conflitos que podem surgir nesta fase ou, na melhor das hipóteses, as estratégias de enfrentamento que a família lançará mão para se adaptar à eminente mudança (Carter & McGoldrick, 2001; Faria & Ponciano, 2018).

Ao recorrerem à terapia familiar, famílias vivenciando essa demanda precisam ser acompanhadas por profissionais que estejam qualificados para uma análise fundamentada do contexto – sistemicamente, de preferência – e lançando mão dos referenciais que permitem a intersecção teórica entre os constructos relativos ao ciclo vital do indivíduo, ou seja, sua psicologia do desenvolvimento, e o ciclo vital da família, para compreender a importância dessa vivência para os indivíduos envolvidos, tanto quanto para a estrutura familiar que passa por mudança, em especial protegendo as autonomias construídas e valorizando o processo de desenvolvimento da família que tem, na partida do filho para a vivência de seu projeto individual de vida, um positivo sinal de adequação (Cerveny & Berthoud, 2004; Faria & Ponciano, 2018; Tessaro & Schmitd, 2017).

Cabe ao espaço da terapia familiar e ao terapeuta a responsabilidade por ajudar os membros da família lidarem com seus medos, expectativas, eventuais conflitos e dificuldades no processo de adaptação às mudanças resultantes da escolha profissional dos filhos. Em especial, é tarefa importante da terapia familiar e do terapeuta intervindo em famílias com filhos em fase de escolha profissional, ajudar no reconhecimento das influências que os filhos podem receber, intencional ou inconscientemente por parte de seus pais, tanto quanto das influências advindas do meio social no qual se encontram inseridos, fortalecendo nos filhos sua capacidade de exercício, autonomia e planejamento de carreira, bem como, falicitando para os pais o processo de aceitação e respeito às decisões dos filhos (Tessaro & Schmitd, 2017).

 

Considerações finais

O momento de escolha profissional é um período de ansiedade para a maioria dos indivíduos, sobretudo por ser uma decisão muito importante e por estar, o sujeito, envolto por expectativas pessoais, familiares e sociais. Além disso, o período da adolescência, em que normalmente ocorre tal escolha, é uma fase de diversas mudanças e definições que também causam angústia aos jovens.

Como parte dessas mudanças a serem vividas, está, como dito anteriormente, o processo de escolha profissional, que exige do adolescente, saberes mais elaborados e amadurecidos sobre temas como: as diferentes áreas de atuação profissional (ciências exatas, humanas, biológicas, sociais, da terra, etc.); as diferentes profissões e, subsequentemente, seus respectivos processos de formação (escolha de curso e instituição de ensino, vestibular, cursinho, etc.) e desenvolvimento de carreira (as exigências para se constituir profissional da área “x” e possibilidades de desenvolvimento de carreira, desde o início/ingresso até seu ápice e desfecho/aposentadoria); rotina de trabalho no exercício da profissão; as formas de ingresso no mercado de trabalho relativas as diferentes profissões (concurso público, processo seletivo, empreendedorismo individual, etc.); exigências de formação em nível técnico, de ensino superior e, por vezes, de pós-graduação que acompanham o exercício de algumas profissões; nível de valorização e reconhecimento social conectado às representações das populações e comunidades em relação às profissões; posições econômicas referentes às profissões e suas expectativas de ganhos financeiros; prognósticos de nível de qualidade de vida para o indivíduo e sua família decorrente da profissão escolhida, ou seja, garantias ou inseguranças advindas do tipo de atuação profissional e expectativa de sucesso profissional; dentre outras questões que, ou como fantasias ou como fatos concretos observados e analisados, participam das reflexões e processos de discernimento dos jovens frente ao tema escolha profissional.

Entretanto, e não obstante à possível autonomia de escolha por parte do jovem, vimos que a influência da família é um fator, muitas vezes, determinante neste processo. Dessa forma, procurou-se com a presente pesquisa levantar a produção científica existente no contexto nacional acerca do tema com o objetivo de compreender mais profundamente este fenômeno.

Encontrou-se que a escolha profissional é multifatorial, influenciada por aspectos econômicos, psicológicos, sociais, dentre outros, sendo a influência exercida pelos pais e familiares a que mais pesa na decisão do adolescente. Observou-se, segundo os estudos apresentados, que a família é fonte de informação a respeito das profissões e que a história familiar influencia as escolhas dos jovens e o modo como eles as vivenciam. É na vivência familiar que o sujeito desenvolve representações internas que irão influenciar seu comportamento no futuro e o modo como lidam com problemas e escolhas. Além disso, é na família também que se formam as expectativas quanto ao futuro profissional e onde os primeiros traços de um projeto de vida começam a ser desenvolvidos.

Tendo o processo de reflexão sobre o tema nos permitido tais entendimentos, dedicamo-nos a pensar sobre o papel do terapeuta e da terapia familiar enquanto facilitadores do processo de enfrentamento das mudanças relativas à escolha profissional e construção de projetos de vida por parte dos filhos e suas consequentes ressonâncias para a família. Entendemos que o espaço de diálogo, reflexão e troca de experiências e conhecimentos proporcionado pela terapia familiar, orientada por um profissional capacitado ao reconhecimento das intersecções entre o ciclo vital do indivíduo e o ciclo vital da família, pode representar um significativo apoio à conquista de autonomia dos filhos e à aceitação/adaptação dos pais frente às mudanças típicas desta etapa.

Considerando que a principal limitação do trabalho foi o fato de o mesmo se caracterizar como um estudo teórico, sugerimos que mais estudos empíricos na área em questão sejam desenvolvidos, como importantes contribuintes para a compreensão qualitativa do fenômeno em si e para o desenvolvimento de evidências que possam embasar futuras intervenções dirigidas à população. A produção de mais pesquisas também justifica-se pela escassez de artigos sobre o tema encontrados durante este estudo, principalmente produções mais atuais e vinculadas à realizade nacional. Assim, e se por um lado, fica-nos a clareza quanto a importância e influência da família no processo de escolha profissional do adolescente, por outro lado, fica-nos um conjunto de outras perguntas: como ajudar adolescentes e suas respectivas famílias em processos de escolha profissional de forma que se reconheçam como, ora influenciados, ora influenciadores?; que recursos metodológicos (provavelmente advindos da Psicologia, Pedagogia ou Orientação Profissional) podem ser empregados para facilitar o processo de construção de autonomia nos adolescentes em fase de escolha profissional sem que isso implique na desqualificação da participação de seus familiares nesta importante etapa do ciclo vital?; como instrumentalizar famílias e adolescentes para o reconhecimento das influências positivas e negativas que dirigem ou recebem na vivência deste processo?

Como hipótese a ser confirmada, consideramos que há um potencial de produção de respostas assertivas a tais questões proveniente das chamadas práticas de orientação profissional e carreira, lugar de importante presença e atuação de psicólogos e pedagogos. Pelo fato da escolha profissional não ser um momento de baixa complexidade e, portanto, de fácil resolução para a maioria dos jovens, em especial devido às significativas transformações e transições típicas da adolescência, o Psicólogo e o Pedagodo, por meio da Orientação Profissional e de Carreira, podem, além de auxiliar o adolescente no processo de autoconhecimento, busca de informações profissionais e processo de escolha profissional, também pode auxiliar os pais e familiares que estão passando por este momento de decisão de seus filhos e membros. Além disso, o orientador profissional, deve auxiliar o sujeito a compreender os fatores que influenciam suas decisões quanto à escolha e construção de projetos de vida e carreira, posto que reside em tal reconhecimento, a possibilidade de um posicionamento mais autônomo e protagonista na construção de seu futuro.

 

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Endereço para correspondência
Tatiana Petroni Laurito Terruggi
E-mail: tterruggi@gmail.com

Hugo Ferrari Cardoso
E-mail: hfcardoso@fc.unesp.br

Mário Lázaro Camargo
E-mail: mario.camargo@fc.unesp.br

Enviado em: 14/01/2019
1ª revisão em: 27/06/2019
2ª revisão em: 19/08/2019
Aceito em: 24/10/2019

 

 

1 Psicóloga, Graduada em Psicologia pela Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp/Bauru).
2 Psicólogo, Docente do Curso de Psicologia da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp/Bauru).
3 Psicólogo, Docente do Curso de Psicologia da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp/Bauru).

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