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Pensando familias

versão impressa ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.24 no.1 Porto Alegre jan./jun. 2020

 

ARTIGOS

 

Infidelidade, satisfação sexual e conjugal e habilidades sociais entre casais que passaram por traição

 

Infidelity, sexual and marital satisfaction and social skills among couples who have been betrayed

 

 

Laís Rocha Santos1 ; Elder Cerqueira-Santos2, I

I Universidade Federal de Sergipe

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo averiguou a percepção e compreensão de homens e mulheres sobre infidelidade nos relacionamentos conjugais, além das principais motivações ou fatores envolvidos na infidelidade. As experiências infiéis foram investigadas a partir da satisfação sexual e conjugal, as habilidades sociais conjugais e as atitudes e crenças frente ao fenômeno. Foi realizado um estudo online que contou com 531 respondentes de diversas regiões do Brasil. Utilizou-se um questionário sociodemográfico, bem como quatro escalas que buscaram mensurar a satisfação sexual, atitudes em relação à infidelidade, satisfação conjugal e habilidades conjugais. Foram realizadas análises descritivas e bivariadas de correlação e comparação de médias, onde o grupo de sujeitos que haviam sido infiéis se mostrou menos satisfeito sexual e conjugalmente, apresentou ainda atitudes mais positivas em relação a infidelidade e menos habilidades sociais conjugais. O estudo debate como tais variáveis estão relacionadas às vivências das pessoas que passaram pela infidelidade.

Palavras-chave: Infidelidade, Satisfação, Percepção, Conjugalidade.


ABSTRACT

This study investigated the perception and understanding of men and women about infidelity in marital relationships, in addition to the main motivations or factors involved in infidelity. Unfaithful experiences were investigated based on sexual and marital satisfaction, marital social skills and attitudes and beliefs regarding the phenomenon. An online study was conducted with 531 respondents from different regions of Brazil. A sociodemographic questionnaire was used, as well as four scales that sought to measure sexual satisfaction, attitudes towards infidelity, marital satisfaction and marital skills. Descriptive and bivariate analyses of correlation and comparison of means were performed, where the group of subjects who had been unfaithful proved to be less sexual and conjugal satisfaction, still showed more positive attitudes towards infidelity and less marital social skills. The study discusses how these variables are related to the experiences of people who have been through infidelity.

Keywords: Infidelity, Correlation, Satisfaction, Perception, Conjugality.


 

 

Na atualidade, os relacionamentos se dão de uma forma particular e bastante distinta de tempos atrás, refletindo mudanças históricas de cada sociedade e cultura. Acerca disso, Santos e Oliveira (2018) descrevem que a sociedade encontra-se hoje munida de uma reflexividade que permite que as práticas sociais sejam questionadas, reexaminadas, e reformuladas constantemente. Esse processo se dá através da informação adquirida, processada e divulgada acerca dessas mesmas práticas, num ciclo de renovação, causando alterações e mudanças sobre os comportamentos.

Numa perspectiva ocidental, nenhum sujeito é mais obrigado a permanecer em uma relação contra sua vontade, quando esta passa a não mais satisfazê-lo. Pode-se dizer que o vínculo emocional passa a ser subjetivado, é particular, delimitado pelas expectativas e vivências de cada um, assim como pela sua satisfação diante do que é vivido. Tal vínculo ou parceria podem ser finalizados a qualquer momento que um dos pares assim queira, de forma unilateral. Apesar do vínculo emocional e da intimidade serem fatores fundantes e mantenedores de um relacionamento, este não se encontra imune a problemas que venham a desestruturar tal relação. Hoje, não é possível garantir a durabilidade de uma relação, bem como a exclusividade sexual (Guedes & Assunção, 2006).

A partir da revisão de papéis sociais e sexuais, a perspectiva sobre o quão satisfeito e sobre o sucesso das relações foi repensada (Duarte & Rocha-Coutinho, 2011; Féres-Carneiro, Ziviani, & Magalhães, 2011; Zordan, Wagner, & Mosmann, 2012). Nesse sentido, a possibilidade de se colocar um ponto final numa relação com mais facilidade do que antes também é considerada, na medida em que o olhar para si mesmo ganha força.

Dessa forma, a infidelidade conjugal aparece enquanto fenômeno relacional. A experiência infiel é subjetiva, considerada um fenômeno múltiplo e perpetrado de características pessoais por quem o pratica e por quem o vive (Hertlein, Wetchler, & Piercy, 2005). Assim, pode-se dizer que as formas de significar tal comportamento variam principalmente de acordo com as crenças de cada sujeito e pela forma como este encara a infidelidade, assim como pelo modelo de relacionamento estabelecido pelo par.

Tal fenômeno é visto sob muitas perspectivas, Goldenberg (2011), por exemplo, defende que a infidelidade não pode ser vista como uma falha individual. No entanto, as pessoas em geral ainda consideram a infidelidade conjugal um comportamento negativo, um fenômeno que prejudica os relacionamentos, além da questão do sofrimento que quase sempre ocorre, ligado a pessoa traída (Viegas & Moreira, 2013). A infidelidade tem sido subdividida principalmente de duas formas, a sexual, através de qualquer carícia, contato sexual ou toque íntimo; e a infidelidade emocional, quando uma conexão inicial é estabelecida com um flerte, por exemplo, mas evolui para um apaixonamento, aproximação íntima e troca de confidências (Ahrndt, 2005; Glass, 2002).

Com base em estudos levantados a partir de uma análise de publicações acerca do tema (Santos & Cerqueira-Santos, 2016), foi possível identificar importantes conceitos e dados referentes à questão da infidelidade, sendo que estes por sua vez foram posteriormente utilizados enquanto variáveis para análise e melhor compreensão do fenômeno. Nas discussões identificadas, estes apareciam com notoriedade envoltos numa ótica relacional e como fatores de influência e relevância diante da experiência infiel. São exemplos os níveis de satisfação no relacionamento, o contexto social contemporâneo, bem como as habilidades dos sujeitos no manejo da relação. No entanto, ainda considerando a questão da subjetividade nesses casos, evoca-se aqui o caráter múltiplo envolvido no fenômeno, bem como diante da satisfação, pois não existe apenas uma polaridade limitada onde o sujeito se encontra plenamente satisfeito ou não satisfeito em sua relação (Santos & Cerqueira-Santos, 2016).

Segundo Del Prette e Del Prette (2014), as habilidades socioconjugais dizem respeito a certos comportamentos que podem contribuir na diminuição de conflitos e colaborar no que tange às questões ligadas à satisfação do casal e ao contexto familiar. Essas habilidades são propulsoras de estabilidade emocional e qualidade de vida e, diante do que se percebe, problemas nesse campo provocam estresse e situações desagradáveis no relacionamento (Cardoso, 2017; Del Prette, Murta, Cangussú, & Del Prette, 2014). Sbicigo e Lisbôa (2009) investigaram as relações entre habilidades sociais e satisfação conjugal em 25 casais, com idades que variavam entre 23 e 69 anos e tempo de união entre sete e 40 anos. Estes sujeitos responderam à Escala de Satisfação Conjugal (ESC) e à Escala Multidimensional de Expressão Social (EMES) - Parte Cognitiva, conseguindo mostrar justamente o quanto os níveis em tais variáveis se mostram correlacionados.

Assim, apesar de ser considerado um tema pouco investigado no meio acadêmico e científico (Santos & Cerqueira-Santos, 2016), estudos de grande relevância buscaram destrinchar o fenômeno aqui analisado, a exemplo de Trindade, Almeida e Rozendo (2008), no qual foram entrevistadas 14 mulheres na faixa etária de 20 a 24 anos, residentes na periferia de Maceió, com o intuito analisar o fenômeno em relação à violência doméstica. Neste estudo, foi possível caracterizar as assimetrias de gênero no grupo investigado, além de trazer à tona a posição de submissão a que essas e muitas mulheres ainda estão sujeitas em seus contextos.

Costa e Cenci (2014) entrevistaram cinco homens heterossexuais que viveram em união estável pelo período mínimo de um ano e tiveram pelo menos um relacionamento extraconjugal durante a relação oficial. A partir dos relatos, os autores destacaram a experiência infiel enquanto um fenômeno que está imerso num universo relacional, inserido no ciclo do desenvolvimento familiar, recebendo influências de diversos fatores, internos e externos.

Por sua vez, Haack e Falcke (2013) concluíram acerca da urgência em pesquisas no que se refere ao tema, além de ressaltarem a questão da infidelidade virtual, já que esta configuração aparece muitas vezes enquanto meio de viabilizar um encontro extraconjugal presencial. Ainda nesta investigação, os autores confrontaram os participantes sobre os relacionamentos amorosos mediados e não mediados pela internet, concluindo que homens e mulheres que se utilizam dessa ferramenta com a finalidade de relação são mais infiéis do que aqueles que se relacionam pessoalmente, principalmente pela facilidade atrelada ao meio virtual, seja para iniciar ou finalizar uma relação.

Diante do exposto, este estudo buscou averiguar como as pessoas têm percebido e compreendido a questão da infidelidade nos relacionamentos conjugais. Buscou-se especificamente compreender a percepção de homens e mulheres diante de tal fenômeno em relação às principais motivações ou fatores envolvidos e proximidades e distanciamentos na questão dos gêneros em relação à prática infiel. Além de investigar e abranger as experiências infiéis a partir dos principais construtos relacionados à satisfação sexual e conjugal, as habilidades sociais conjugais e as atitudes e crenças frente ao fenômeno.

 

Método

Participantes

O estudo foi realizado a partir de uma abordagem online (survey) e teve como participantes 531 sujeitos de todas as regiões brasileiras, perfazendo uma população completamente aleatória, que se identificaram como homens, mulheres, heterossexuais, homossexuais, casados (as) ou em um relacionamento de qualquer tipo. Os participantes tiveram ainda idade igual ou maior que 18 anos.

Em relação ao gênero, 84,2% (n = 447) dos participantes deste estudo eram do gênero feminino e 15,8% (n = 84) masculino, tendo em média 32,5 anos [Desvio Padrão (DP) = 10,72; Mínimo (Min) = 17; Máximo (Max) = 74]. Quanto ao estado civil, a maior parte dos respondentes, 38,0% (n = 202), autodeclaram estarem namorando, seguidos de 36,0% (n = 191) casados, 15,8% (n = 84) em união estável e 10,2% (n = 54) em um relacionamento “não convencional”, sendo que essa opção não era especificada, mas geralmente engloba os relacionamentos abertos, poliamor, swingers. Os participantes tinham em média 84 meses de relacionamento (DP = 88,23). A respeito da religiosidade, 39,4% (n = 209), declarou ser católica, seguidos de 13,6% (n = 72) que declararam ser evangélicos e a maioria, 47,1% (n = 250) enquadraram-se na categoria outros, que englobou as respostas de alta variabilidade. Sobre a escolaridade, 42,4% (n = 225) dos participantes possuíam ensino superior completo, 25,0% (n = 133) havia terminado ou estava cursando pós-graduação, 24,7% (n = 131) tinha ensino superior incompleto e 7,9% (n = 42) possuía escolaridade inferior às citadas. Foram retirados da amostra sete questionários que não apresentaram mais da metade das questões respondidas.

Instrumentos

A presente pesquisa foi composta por um questionário sociodemográfico, com perguntas desenvolvidas para identificação do participante, a exemplo de sexo, idade, estado civil, escolaridade, profissão e renda. Além disso, utilizou-se quatro escalas que buscaram mensurar a satisfação conjugal, atitudes em relação à infidelidade, satisfação sexual e habilidades conjugais.

A Escala de Satisfação Conjugal (ESC) (Falcke, 2003) ou originalmente The Golombok Rust Inventory of Marital State - GRIMS (Rust et al, 1988), foi traduzida e adaptada à língua portuguesa por Falcke (2003). A mesma mede a qualidade do relacionamento conjugal através de quatro dimensões: satisfação, comunicação, interesses compartilhados, confiança e respeito. É constituída por 28 itens, nos quais o sujeito deve pontuar em uma escala Likert de cinco pontos (Min = 28; Max = 112). Na pontuação da escala, percebe-se que quanto maiores os escores obtidos, mais graves são os problemas no relacionamento conjugal vivenciado. O Alpha de Cronbach (α) do escore bruto da escala foi de 0,88, o que define uma boa confiabilidade.

A Escala de Atitudes em relação à Infidelidade (EARI) construída e validada por (Whatley, 2006) mede as crenças dos sujeitos sobre a infidelidade, apresentando uma melhor compreensão do que as pessoas pensam e sentem sobre questões associadas ao comportamento infiel. De acordo com essa escala, quanto menor a pontuação total (Min = 12) menos o sujeito que a responde aceita a infidelidade; assim como quanto maior a pontuação total (Max = 84), maior a aceitação do mesmo quanto à infidelidade. O nível de confiabilidade da escala foi considerado satisfatório (α = 0,71).

A Escala de Satisfação Sexual (ESS) (Cardoso, Martins, Fávero, Silveira, & Souza, 2009) é formada por uma das nove escalas que compõem o Questionário de Identidade Corporal (QIC). Este instrumento se encontra em fase de validação, sua utilização é autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina, possuindo enquanto número de Referência 40/05. O mesmo representa a opinião da pessoa sobre questões ligadas à vida sexual, variando de 1 (representa pouco) a 6 (representa muito). Tal escala é constituída por 6 itens (Min = 6; Max = 36) e foi escolhida para compor a pesquisa pelo fato de a satisfação sexual ser comumente associada à qualidade de vida e ter sua relevância nos relacionamentos. Tal escala obteve alpha de 0,69.

O Inventário de Habilidades Sociais Conjugais (IHSC) (Vila & Del Prette, 2012) elaborado e validado por estes, mede as habilidades sociais do relacionamento do casal. Tais habilidades sociais conjugais são: comunicação e expressividade (Min = 6; Max = 36), asserção de autodefesa (Min = 6; Max = 36), expressão de intimidade (Min = 5; Max = 30), autocontrole empático (Min = 5; Max = 30), assertividade pró-ativa (Min = 6; Max = 36) e evitação de conflitos (Min = 3; Max = 18). Criou-se o escore da escala geral (Min = 32; Max = 160) e dos seus seis fatores. Os índices de confiabilidade da escala foram 0,68, 0,62, 0,63, 0,60, 0,53 e 0,53, para os fatores 1 a 6, respectivamente. O instrumento foi construído baseado no Inventário de Habilidades Sociais – IHS, (Del Prette & Del Prette, 2001).

Procedimentos de coleta de dados

O link do questionário autoaplicável no Google forms foi enviado por e-mail, mídias e redes sociais, grupos de aplicativos de mensagens (WhatsApp), gerando um repasse para o público alvo da presente pesquisa. Além da divulgação por meio da página de um grupo de estudos e pesquisa sobre sexualidade humana. Foi também estipulado um período de tempo específico para que o mesmo ficasse disponível para acesso e coleta de dados (de 17/12/17 a 08/01/18, total de 22 dias).

Procedimentos de análise de dados

Foram realizadas análises descritivas e bivariadas de correlação (correlação de Pearson)e comparação de médias (ANOVA one-way). A correlação de Pearson foi realizada entre os escores das escalas ESC, EARI, ESS e do IHSC, incluindo seus fatores. Para a realização da ANOVA one-way,criou-se uma variável nominal relacionada à traição (traiu, foi traído, traiu e foi traído, nunca traiu e nunca foi traído) a partir das questões 14 e 16 do questionário sociodemográfico, permitindo a comparação entre os quatro grupos e os escores gerais das escalas ESC, EARI, ESS e do IHSC. Em ambas análises, foi adotado nível de significância menor que 0,05 (p < 0,05).

Aspectos éticos

Os participantes foram informados anteriormente sobre sua contribuição para a pesquisa através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), pois no mesmo ficou claro que poderiam participar da pesquisa os sujeitos manifestassem desejo e disponibilidade, bem como estivesse de acordo com a mesma. Neste estudo, o TCLE foi atrelado a uma página na qual o clicar no botão ‘aceito’ para continuação do questionário, significava a concordância da participação, pois o mesmo foi realizado virtualmente através de questionário online.

Além disso, cabe ressaltar que todos os sujeitos foram informados sobre a possibilidade de desistência na participação da pesquisa, a qualquer momento do processo de coleta de dados, lhe sendo garantido o direito ao anonimato e a confidencialidade, como preconiza as diretrizes éticas pré-estabelecidas para a prática da pesquisa científica envolvendo seres humanos, conforme a nova Resolução nº 466\12 e nº 510/16 (Brasil, 2012). O estudo em questão foi ainda submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CAEE 43223915.9.0000.5546, aprovado em novembro de 2017).

 

Resultados

Acerca das escalas, os participantes pontuaram em média 28,2 pontos (DP = 12,76) na Escala de Atitudes em Relação à Infidelidade, 24,4 pontos (DP = 5,03) na Escala de Satisfação Sexual, 80,5 pontos (DP = 13,71) na Escala de Satisfação Conjugal e 121,30 pontos (DP = 13,61) no escore geral do Inventário de Habilidades Sociais Conjugais. Sendo nesta última em média 25,3 pontos (DP = 3,78) no fator comunicação e expressividade, 23,6 pontos (DP = 3,74) no fator asserção de autodefesa, 20,5 pontos (DP = 3,14) no fator expressão de intimidade, 17,0 pontos (DP = 2,96) no fator autocontrole empático, 22,0 pontos (DP = 3,64) no fator assertividade pró-ativa e 10,6 pontos (DP = 2,54) no fator evitação de conflitos.

No que tange à infidelidade e proximidade com o assunto, 53,7% (n = 285) dos sujeitos que responderam à pesquisa, declararam conhecer pessoas que traem e 50,8% (n = 270) declarou conhecer pessoas que são ou já foram traídas por seus parceiros. Quanto ao desejo e ato de trair ou ter sido traído (a), 62,1% (n = 330) dos respondentes afirmam sentir vontade de trair e 36,3% (n = 193) pensa que poderia trair. Além disso, 8,7% (n = 46) dos participantes já cometeu traição, 40,3% (n = 214) já foi traído, 27,9% (n = 148) nunca traiu ou foi traído e 23,2% (n = 123) já passaram por ambas as situações.

Houve diferença significativa referente a ANOVA, analisando os grupos relacionados à traição nas seguintes classificações (traiu, foi traído, nunca traiu e nunca foi traído, traiu e foi traído) e as médias das escalas utilizadas neste estudo. Para a Escala de Satisfação Conjugal, o que se obteve foi F(3,524) = 19,74, p < 0,001; para a Escala de Satisfação Sexual, F(3,527) = 6,00, p < 0,001; sobre a Escala de Atitudes em Relação à Infidelidade, F(3,527) = 66,19, p < 0,001 e para o Inventário de Habilidades Sociais Conjugais, F(3,527) = 4,00, p = 0,008). Em relação aos fatores do IHSC comunicação e expressividade, obteve-se F(3,527) = 6,05, p < 0,001; no fator asserção de autodefesa, F(3,527) = 6,34, p < 0,001; no fator expressão de intimidade, F(3,527) = 5,19, p = 0,002; fator autocontrole empático, F(3,527) = 3,24, p = 0,022 e quanto ao fator assertividade pró-ativa, F(3,527) = 3,24, p = 0,022). Observou-se que o único fator que não apresentou significância foi evitação de conflitos (p > 0,05).

Através da análise de Tukey para a Escala de Satisfação Conjugal, encontrou-se um valor maior na média do grupo que foi traído [Média (M) = 81,4; DP = 13,81] em relação ao grupo dos que traíram (M = 75,5; DP = 13,64, p = 0,027) e ao grupo dos que traíram e foram traídos (M = 74,4; DP = 12,96; p < 0,001).  Do mesmo modo em relação ao grupo dos que nunca traíram nem foram traídos (M = 85,8; DP = 11,67) diante dos que já traíram (p < 0,001), que já foram traídos (p <0,010) e que já traíram e foram traídos (p < 0,001). É importante destacar que nesta escala, quanto maior a pontuação, menor a satisfação. Ou seja, as pessoas traídas são as mais insatisfeitas.

Quanto aos resultados para a Escala de Satisfação Sexual, foi possível identificar maior média do grupo que foi traído (M = 24,9; DP = 4,76) em relação aos sujeitos que já traíram (M = 22,08; DP = 6,07; p =0,002)e do grupo que nunca traiu nem foi traído (M = 25,06; DP = 5,02) também em relação ao grupo que já traiu (p = 0,002).

Sobre a Escala de Atitudes em Relação à Infidelidade, obteve-se enquanto média do grupo dos sujeitos que já traíram (M = 42,0; DP = 13,42), demonstrando assim uma maior média em relação a todos os outros três grupos (para os que foram traídos M = 24,3; DP = 9,69; p < 0,001, para os que traíram e foram traídos M = 36,0; DP = 13,50; p = 0,010 e para os que nunca traíram ou foram traídos M = 22,9; DP = 9,15; p < 0,001). O grupo dos sujeitos que já traíram e foram traídos teve maior média quando comparados aos que foram traídos (p < 0,001) e aos que nunca traíram ou foram traídos (p < 0,001).

Sobre o Inventário de Habilidades Sociais Conjugais, considerado o escore geral, a análise a posteriori de Tukey mostrou que o grupo que já foi traído (M = 121,5; DP = 13,90) teve maior média em relação ao grupo que já traiu (M = 115,7; DP = 14,36; p = 0,042), assim como o grupo que nunca traiu ou foi traído (M = 123,4; DP =13,04) também teve maior média em relação ao grupo que já traiu (p = 0,005). Ainda sobre este Inventário, em relação ao fator comunicação e expressividade, foi encontrada maior média no grupo dos sujeitos que foram traídos (M = 25,6; DP = 3,72) em relação ao grupo dos que já traíram (M = 23,6; DP = 3,95, p =0,008), assim como no grupo dos que nunca traíram ou foram traídos (M = 25,9; DP = 3,50) em relação aos grupos dos respondentes que já traíram (p = 0,002) e dos que traíram e foram traídos (M = 24,6. DP = 3,89; p =0,027).

Quanto ao fator asserção e autodefesa do IHSC, foi encontrada maior média no grupo dos sujeitos que foram traídos (M = 23,7; DP = 3,69) em relação aos que já traíram (M = 22,1; DP = 3,68, p = 0,037). No grupo dos que nunca traíram ou foram traídos (M = 24,5; DP = 3,38) também foi identificada maior média em relação aos grupos dos que já traíram (p = 0,001) e dos que já traíram e foram traídos (M = 23,1; DP = 4,02; p = 0,011). Sobre o fator expressão de intimidade, o grupo dos que foram traídos (M = 20,7; DP = 3,19) e dos que nunca foram traídos nem traíram (M = 20,9; DP = 2,91) tiveram maior média em relação ao grupo dos sujeitos que já traíram (M = 19,0; DP = 3,46; p = 0,006 e p = 0,002 para a diferença de médias relacionada ao grupo dos que foram traídos e dos que nunca foram traídos nem traíram, respectivamente).

O grupo dos sujeitos que foram traídos (M = 17,2; DP = 2,64) e dos que nunca traíram ou foram traídos (M = 17,3; DP = 3,13) também mostraram maior média quando comparados ao grupo dos que já traíram quanto ao fator autocontrole empático. (M = 15,9; DP = 3,26; p = 0,038 e p = 0,027 para o grupo que já foi traído e o que nunca traiu ou foi traído, respectivamente). No fator assertividade pró-ativa, o grupo dos que nunca traíram ou foram traídos (M = 22,6; DP = 3,50) teve maior média em relação apenas ao grupo dos que já traíram (M = 20,8; DP = 3,60; p = 0,017). Por fim, para o último fator, evitação de conflitos, nenhum grupo demonstrou significância estatística na análise de Tukey (p > 0,05).

Na análise de correlação entre as escalas, a maioria mostrou significância estatística (ver Tabelas 1 e 2), sendo que as correlações da EARI com as demais escalas foram negativas (ver Tabela 1), denotando que quanto maior a pontuação e, consequentemente, a aceitação da infidelidade, tendem a diminuir as pontuações da ESC (mais satisfação conjugal), da ESS (menos satisfação sexual) e da IHSC tanto geral quanto fatores (menos habilidades sociais conjugais).

 

 

 

Discussão

Não se pode dizer que satisfação sexual e conjugal se mostra como preditor ou como causa para a infidelidade. Este é um caminho muito diminuto e restritivo diante da amplitude do fenômeno aqui analisado e dos fatores relacionados, sendo que o intuito neste estudo não é esse. No entanto, a partir das análises feitas, fica perceptível que a relação entre tais variáveis existe e são consideráveis; ou seja, a satisfação está associada negativamente à infidelidade. De acordo com Andrade, Garcia e Cano (2009), a relação amorosa está envolta em grandes expectativas, cada sujeito devota ao seu parceiro e ao que vivenciam juntos suas perspectivas referentes a, principalmente, seu bem-estar e sua felicidade. Ainda diante disso, os mesmos autores explicam que tais satisfações se encontram enquanto pilares fundamentais nas considerações pessoais a respeito do estado relacional do casal. Trudel (2002) corrobora nesse sentido ao identificar também tais questões enquanto elementos vitais à relação amorosa.

Neste estudo, os mesmos sujeitos que foram infiéis apresentaram uma maior atitude positiva referente ao fenômeno da infidelidade em comparação aos sujeitos que foram traídos e aos que já traíram e foram traídos. Em relação à EARI, a média desta amostra foi 28,2 (DP = 12,76), valor próximo ao encontrado por Ashoori, Karajvandani e Kokaneh (2015) em seu estudo (M = 34,21; DP = 16,02). Neste, os autores investigaram a relação entre intimidade sexual e qualidade de vida com atitudes positivas em relação à infidelidade conjugal em 330 mulheres, casadas há no máximo dez anos. Tais atitudes positivas se referem a pensamentos, crenças e julgamentos que estes fazem diante do fenômeno da infidelidade, ou seja, para tais sujeitos um ato infiel não seria considerado algo tão grave como costumeiramente é difundido socialmente. Alguns estudos citam tais atitudes positivas enquanto preditoras do comportamento infiel, ainda que esta perspectiva não seja adotada aqui, mas sua relevância é considerável, principalmente no que tange às diferenças de gênero (Afonso, 2011; Wilson, Mattingly, Clark, Weidler, & Bequette, 2011).

O grupo de pessoas que foram traídas, apresentou menos atitudes positivas em relação ao comportamento infiel, principalmente em relação aos que traíram e aos que nunca traíram e nunca foram traídos em algum momento. Sattler, Tavares e Silva (2017) demonstram como se faz relevante o entendimento a respeito desse fator, da forma como o sujeito vê a infidelidade e da sua atitude em relação à mesma, numa perspectiva de melhor entender o envolvimento ou não destas em comportamentos de infidelidade.

Quanto às habilidades socioconjugais, os sujeitos que já traíram apresentaram menos habilidades nesse sentido em relação aos grupos dos que foram traídos e aqueles que já traíram e foram traídos, respectivamente. No IHSC, os sujeitos pontuaram em média 121,3 pontos (DP = 13,61), sendo em média 25,3 pontos (DP = 3,78) para o fator 1, 23,6 pontos (DP = 3,74) para o fator 2, 20,5 pontos (DP = 3,14) para o fator 3, 17,05 pontos (DP = 2,96) para o fator 4, 22,0 pontos (DP = 3,64) para o fator 5 e 10,6 pontos (DP = 2,54) para o fator 6. Del Prette et al. (2008) buscaram testar a estabilidade do instrumento a partir de alguns indicadores de precisão estabelecidos em outros estudos, os mesmos encontraram valores um pouco mais baixos tanto para a escala geral (M = 78,2; DP = 12,40), como para todos os fatores.

Na atualidade, a ideia de manter um relacionamento de forma saudável pode ser considerada sinônimo da capacidade de uma boa resolução de conflitos. Além disso, segundo Cardoso e Del Prette (2017), alguns construtos nesse sentido são elencáveis, tais como habilidades emocionais, autorregulação e comunicação, responsividade ao parceiro(a), resolução de problemas e comunicação, resolução de problemas e expressão de afetividade e habilidades sexuais. Dessa forma, tais habilidades são mecanismos que podem trazer certo ajustamento para os casais, mediando a relação entre a satisfação e a traição.

 

Considerações finais

Este estudo buscou investigar como as pessoas têm percebido e compreendido a questão da infidelidade nos relacionamentos conjugais no contexto atual, bem como compreender a percepção destas diante de tal fenômeno, buscando atentar por meio de uma análise quantitativa para as principais motivações ou fatores envolvidos. O debate analisou também as proximidades e os distanciamentos na questão dos gêneros em relação à prática, através das experiências infiéis e a partir dos principais construtos relacionados à satisfação sexual e conjugal dos participantes.

Assim, pôde-se constatar que, mesmo optando por não seguir um caminho onde preditores e causas fossem elencadas, questões importantes ligadas ao fenômeno da infidelidade foram observadas, com destaque para as atreladas à conjugalidade, aspectos ligados à satisfação, sexual e conjugal, crenças prévias e pensamentos sobre o fenômeno e suas práticas, além da própria modernidade e seus reflexos nos relacionamentos e a questão do sexo facilitado.

Mesmo que as correlações indiquem uma afinidade importante entre os níveis de insatisfação e a infidelidade, o contexto atual e a facilidade com que a informação e o mundo virtual se propagam e invadem as relações também representam um importante fator. O que se quer salientar a partir disto é que mesmo estando satisfeito em seus relacionamentos, sujeitos podem sucumbir a um caso extraconjugal devido a forma como este se apresenta em suas vidas, cotidianos e experiências, ainda que estejam satisfeitos conjugal e sexualmente.

Este estudo teve algumas limitações metodológicas que devem ser destacadas. O número limitado da amostra criou um desequilíbrio entre a quantidade de indivíduos em cada grupo investigado conforme as experiências com a traição. Ou seja, tais grupos não foram emparelhados para outras variáveis, o que não permite a análise de tais aspectos, como reanda, escolaridade, tempo de relacionamento. Outra limitação é a baixa capacidade de análises estatísticas refinadas com os dados coletados. No entanto, aspectos positivos dos achados devem ser destacados, como o destaque que ganha a variável de habilidades socioconjugais, que pode ser uma importante ferramenta de intervenção e prática clínica com casais. Sugere-se que futuros estudos realizem análises que possam testar a função mediadora das habilidades socioconjugais entre a satisfação conjugal e a traição.

 

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Endereço para correspondência
Laís Rocha Santos
E-mail: laisrocha_17@hotmail.com

Enviado em: 06/12/2019
1ª revisão em: 25/03/2020
Aceito em: 07/05/2020

 

 

1 Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Sergipe. Endereço para correspondência: PPG Psicologia Social, Universidade Federal de Sergipe.
2 Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Sergipe. Doutor em Psicologia pela UFRGS.

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