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Pensando familias

versão impressa ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.25 no.1 Porto Alegre jun. 2021

 

EDITORIAL

 

 

Helena Centeno Hintz1

 

 

Este número da Pensando Famílias é dedicado em homenagem aos 30 anos do Domus, Instituição dedicada desde o início ao estudo e ensino sobre a Família e suas relações. No início, éramos seis colegas sócios que vislumbraram juntos poder ampliar o conhecimento sobre Família. Neste percurso, muitos desafios foram sendo vencidos e todas as atividades que atualmente compõem o Domus tiveram seu desenvolvimento ao longo destes 30 anos, tais como os diversos Cursos de Especialização, Workshops, Jornadas, e outros Cursos que não são de especialização.

Em 2015 novas colegas passaram a integrar a sociedade, ampliando a equipe de coordenação do Domus, contribuindo muito com seus conhecimentos, entusiasmo e dedicação para a expansão de nossa Instituição. Desde então, seguimos com um grupo de colegas sócias, embaladas com uma amizade crescente, fortificada pelos mesmos ideais.

A Pensando Famílias vem acompanhando o crescimento do Domus desde 1999, publicando artigos em que o indivíduo é entendido em seus relacionamentos dentro de seu contexto familiar. Assim, há uma ampla gama de estudos sobre indivíduos, casais e famílias com um enfoque expressivo na perspectiva sistêmica nos 39 números já publicados durante os seus 22 anos de existência.

Neste número da Pensando Famílias, temos a satisfação de apresentar artigos de autores de reconhecimento internacional. Junto a estes autores, temos artigos de algumas das coordenadoras de nossa Instituição, uma vez que este número é dedicado aos 30 anos do Domus.

Iniciamos com Carlos Sluzki, notável precursor da Terapia Familiar. Quem não o conhece? Sluzki, que desde os primórdios da Terapia Familiar tem contribuído com estudos magníficos, apresenta um artigo onde traz a evolução da Terapia Familiar, interligando o estabelecido e o novo. Sluzki diz que as bases conceituais continuam a evoluir em sequência dinâmica ao longo dos anos da prática da Terapia de Família vindo a formar novas facetas que se expandiram pelo mundo.

A seguir, nosso mestre Maurizio Andolfi apresenta um trabalho em que a pauta é sobre o envolvimento de pais na terapia de família e a necessidade de manter respeito pleno pelos filhos. Traz a importância de aprofundar sobre a trigeracionalidade na psicoterapia como forma de trabalhar com as relações entre pais e filhos. Andolfi mostra como intervir em um processo terapêutico, a fim de alcançar a harmonia relacional entre pais e filhos.

Raúl Medina, Esperanza Vargas, Remberto Castro e Raquel Domínguez, da Universidade de Guadalajara, México, apresentam uma investigação clínica sobre adolescentes que, através de condutas antissociais, mostram seu mal-estar no contexto em que vivem, como um desafio à autoridade familiar. No trabalho, os autores propõem intervenções no processo terapêutico de como lidar com os jovens e seus pais, buscando recursos em suas próprias histórias relacionais, com a finalidade de repensar e solucionar o mal-estar criado.

Roberto Pereira, da Escuela Vasco-Navarra de Terapia Familiar, Bilbao, Espanha, traz maneiras de inovar o ensino da Terapia de Família utilizando a Internet e suas possibilidades, ampliando o conhecimento entre os professores e alunos, possibilitando a estes maior autonomia. Roberto mostra como organizar um curso on-line de formação em terapia sistêmica, fundamentando-se no curso on-line criado em 2003 na EVNTF.

Marli Kath Sattler nos apresenta um tema relevante e atual pertencente aos relacionamentos conjugais: a infidelidade. A ideia de que ao acontecer uma infidelidade entre o casal, os parceiros necessariamente devem se separar já não acontece da forma que se acreditava que deveria ser. Hoje se procura entender qual é a interação do casal e os comportamentos que levaram à infidelidade. Marli relata que casais que têm a intercorrência de infidelidade estão buscando por terapia de casal para repensarem seu relacionamento e a possibilidade de continuarem juntos ou não. Marli também refere a neurociência como um fator importante no processo terapêutico.

Helena Centeno Hintz escreve sobre as mudanças significativas que casais vivenciam no desenrolar de sua convivência, tanto mudanças internas como externas. O evoluir destas mudanças pode provocar discórdias entre os casais, chegando a conflitos intensos, causando sofrimento aos cônjuges. O que leva um casal a estes desentendimentos? O objetivo deste trabalho é refletir sobre as possíveis origens destes conflitos.

Melina C. Trindade apresenta um estudo sobre a integração da partilha social das emoções (PSE) com a conjugalidade, ao avaliar a qualidade do PSE na satisfação conjugal, buscando, também, identificar possíveis diferenças entre homens e mulheres. Os participantes da investigação responderam a vários instrumentos de pesquisa, obtendo resultados que ligaram a qualidade da PSE à satisfação conjugal, ficando demonstrado que homens e mulheres não manifestaram diferenças significativas em relação ao impacto da PSE na satisfação conjugal.

Lirene Finkler, Mateus Cunda, Cláudia Giongo, Helena Rosa e Julia Obst têm o objetivo de relatar a experiência vivida com a estratégia pedagógica da Intervisão na formação de profissionais que se interessam no trabalho com famílias e comunidades. Os autores, inicialmente, fazem uma revisão teórica e conceitual e após relatam a experiência na formação em curso de especialização.

Ângela Rorato, Cláudia Giongo e Simone Fleischmann trazem o tema mediação em conflitos com a finalidade de apresentar e refletir sobre a construção da mediação no Brasil e qual pode ser o processo da mediação judicial e o da mediação emancipadora.

Boa leitura!

 

 

1 Psicóloga, Terapeuta Individual, de Casal e Família. Editora da Pensando Famílias. Sócia fundadora do Domus e membro da equipe de coordenação, docente e supervisora do Domus.

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