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Pensando familias

versão impressa ISSN 1679-494X

Pensando fam. vol.25 no.2 Porto Alegre dez. 2021

 

ARTIGOS

 

Quais são as relações entre esquemas iniciais desadaptativos, habilidades sociais e satisfação conjugal?

 

Which are the relationships between early maladaptive schemas, social skills and marital satisfaction?

 

 

Loyane Ellen Silva Gomes1; Lucas Guimarães Cardoso de Sá2, I

I Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo investigou as relações entre habilidades sociais, esquemas iniciais desadaptativos e satisfação conjugal. Trata-se de um estudo analítico, observacional, transversal e correlacional. A amostra foi composta por 375 participantes entre 19 e 55 anos (M = 26.45, SD = 5.92), a maioria do sexo feminino, com ensino superior, residentes no Nordeste do Brasil, namorando, sem filhos e em relacionamentos heterossexuais. Foram utilizados o Inventário de Habilidades Sociais Conjugais, a Escala de Satisfação Conjugal e o Questionário de Esquemas Iniciais Desadaptativos e realizadas análises de correlação e mediação. Os resultados indicaram que: (a) maior satisfação conjugal está relacionada a maior repertório de habilidades sociais e menos esquemas iniciais desadaptativos, (b) quanto menos esquemas iniciais desadaptativos, maior o repertório de habilidades sociais, e (c) a influência dos esquemas iniciais desadaptativos na satisfação conjugal é melhor explicada a partir da mediação das habilidades sociais. Conclui-se que o repertório de habilidades sociais tem papel central no estabelecimento de relações conjugais satisfatórias.

Palavras-chave: Habilidades sociais, Satisfação conjugal, Terapia do esquema.


ABSTRACT

This study investigated the relationships between social skills, early maladaptive schemas, and marital satisfaction. This is an analytical, observational, cross-sectional, and correlational study. The sample consisted of 375 participants between 19 and 55 years (M = 26.45; SD = 5.92), majority were women, had higher education, lived in the northeast region of Brazil, were in courtship, with no children, and in heterosexual relationships. They completed The Inventory of Marital Social Skills, the Marital Satisfaction Scale, and the Young Schema Questionnaire. Correlation and mediation analyses were performed. The results indicated that: (a) greater marital satisfaction is related to a greater repertoire of social skills and fewer early maladaptive schemas, (b) the fewer early maladaptive schemas, the greater the repertoire of social skills, and (c) the influence of the early maladaptive schemas on marital satisfaction is better explained from the mediation of social skills. It is concluded that the repertoire of social skills plays a central role in establishing satisfactory conjugal relationships.

Keywords: Social skills, Marital satisfaction, Schema therapy.


 

 

A concretude de um relacionamento amoroso na vida adulta é uma etapa complexa e importante do desenvolvimento humano. A união conjugal, mais que um simples vínculo entre duas pessoas, é uma interação social atravessada por especificidades que cada indivíduo carrega consigo, a partir do entrelaçamento de suas heranças familiares e perspectivas de mundo (Carter & Mcgoldrick, 2011; Rosado & Wagner, 2015).

Um construto que possibilita compreender a qualidade das relações amorosas é a Satisfação Conjugal (SC), definida como uma avaliação subjetiva a respeito do comportamento dos cônjuges e da percepção de sucesso do relacionamento, proveniente do resultado da comparação entre a relação idealizada e a relação real mantida entre os envolvidos (Dela Coleta, 1989). Segundo Dela Coleta (1991), a manutenção de um relacionamento dependeria da satisfação com fatores como companheirismo/amizade, diálogo/comunicação, fidelidade/lealdade, sinceridade/honestidade, sexo, confiança, amor, compreensão, respeito, renúncia/perdão, dentre outros. Lopes (2012) mostrou que quanto maior a satisfação conjugal, maior a satisfação sexual e maiores os valores de dimensões da intimidade, nomeadas como validação pessoal, comunicação, abertura ao exterior e convencionalidade.

Os níveis de satisfação conjugal de um indivíduo parecem ser influenciados por seus esquemas, estruturas cognitivas consistentes que funcionam como um filtro para a maneira como um indivíduo percebe e interpreta os eventos e estímulos a que é submetido (Young, 2003). Os esquemas são formados a partir da interação do indivíduo com o ambiente e, embora tradicionalmente seja dado um foco maior às fases iniciais do desenvolvimento, eles podem ser criados mesmo na vida adulta (Leahy, 2019). De forma semelhante, ainda que eles possam ser adaptativos, maior atenção tem sido dada aos esquemas desadaptativos.

Young et al. (2008) definem Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) como uma uniformidade emocional e cognitiva com padrões autoderrotistas formados por emoções, vivências e memórias negativas. Os EIDs refletem necessidades emocionais fundamentais para o desenvolvimento saudável do indivíduo que não foram supridas durante os primeiros anos de vida, como por exemplo, estabelecer e manter vínculos seguros com outros indivíduos, ter autonomia e sentimento de identidade (Young, 2003; Young et al., 2008). A regularidade dos EIDs possibilita a extensão deles a outras fases do desenvolvimento, levando os indivíduos a recriar de forma não consciente, quando adultos, as condições da infância que lhes foram mais prejudiciais (Young et al., 2008). Deste modo, tornam-se a visão de mundo da pessoa, a forma que ela conhece e utiliza para interagir socialmente, sendo tratados como inquestionáveis e dificilmente percebidos como desadaptativos (Ghisio et al., 2016).

Young (2003) indicou 18 tipos de EIDs, organizados em cinco domínios esquemáticos: a) Desconexão e Rejeição, que inclui esquemas de abandono/instabilidade, desconfiança/abuso, privação emocional, defectividade/vergonha e isolamento social/alienação; b) Autonomia e Desempenho Prejudicados, com os esquemas de dependência/incompetência, vulnerabilidade ao dano e doença, emaranhamento e fracasso; c) Limites Prejudicados, com esquemas de arrogo/grandiosidade e autocontrole/autodisciplina insuficientes; d) Direcionamento ao Outro, que é formado por esquemas de subjugação, autossacrifício e busca de aprovação/reconhecimento; e e) Supervigilância e Inibição, formado por esquemas de negatividade/pessimismo, inibição emocional, padrões inflexíveis e postura punitiva.

Diversos estudos mostram a relação entre EIDs e qualidade dos relacionamentos, avaliada principalmente por níveis de violência conjugal. Scribel et al. (2007) apontaram que a escolha do parceiro está diretamente correlacionada às necessidades fundamentais e insatisfeitas, que os conflitos conjugais estão relacionados ao entrelaçamento dos esquemas individuais de cada cônjuge e que a ativação dos EIDs colabora para a incidência de relações traumáticas e perpetuação de interações desadaptativas. Boscardin e Kristensen (2011) sugeriram a existência de relação entre amor patológico e EIDs, especialmente nos domínios Autonomia e Desempenho Prejudicados, Direcionamento para o Outro e Supervigilância e Inibição. Paim et al. (2012) indicaram que os esquemas de isolamento social, defectividade/vergonha e dependência/incompetência estavam significativamente correlacionados à incidência de violência conjugal. Paim (2014) identificou que os EIDs de isolamento social, dependência/ incompetência, defectividade/vergonha e subjugação são presentes em sujeitos que apresentam padrões de violência física. Paim e Falcke (2016) realizaram um estudo com pessoas com e sem histórico de violência conjugal física e observaram que os EIDs de desconfiança/abuso, de defectividade/vergonha, de dependência/incompetência, de subjugação e de isolamento social apresentam relação com histórico de violência conjugal física. O trabalho de Souza (2017) indicou que o término de uma relação conjugal está diretamente relacionado com os EIDs de abandono e privação emocional dos cônjuges, que compõem o domínio esquemático de Desconexão e Rejeição. Algarves (2018) apontou esquemas de desconfiança/abuso, negatividade/pessimismo, inibição emocional, abandono/instabilidade e vulnerabilidade ao dano/doença em mulheres vítimas de violência perpetrada por parceiro íntimo. Vargas e Pureza (2019) demonstraram que quanto maiores os níveis de EIDs, menores os níveis de ajustamento conjugal.

Outra variável que parece estar relacionada à satisfação conjugal são as habilidades sociais (HS), definidas como um “construto descritivo dos comportamentos sociais valorizados em determinada cultura, com alta probabilidade de resultados favoráveis para o indivíduo, seu grupo e comunidade” (Del Prette & Del Prette, 2017, p. 24). As HS são imprescindíveis, embora não suficientes, para se alcançar os resultados pretendidos em uma interação social, inclusive nas relações conjugais.

De acordo com Parker (2002), algumas das subclasses de habilidades necessárias para um relacionamento saudável são: consultar o parceiro previamente sobre a tomada de decisões; estabelecer e manter uma boa comunicação; desenvolver e aprimorar capacidade de lidar com conflitos; priorizar valores como equidade, confiança, respeito e compreensão; desenvolver intimidade sexual. Gottman e Rushe (1995, citado por Villa et al., 2007) identificaram cinco subclasses de habilidades sociais comumente elencadas em terapias conjugais bem-sucedidas: validar a fala do outro; acalmar-se e observar a existência de alterações fisiológicas do outro; ouvir o companheiro de forma não punitiva; atentar-se para as formas de persuasão do parceiro, a fim de evitar que esse comportamento seja fortalecido; e apresentar comportamentos alternativos, impossibilitando o ciclo queixa-crítica. Subclasses e classes de HS, como habilidades de comunicação, assertividade, empatia e de civilidade parecem fundamentais para o estabelecimento e manutenção de satisfação conjugal (Del Prette & Del Prette, 2001; Sardinha et al., 2009)

Estudos explicitam importância das HS para o estabelecimento e manutenção de um relacionamento conjugal saudável. Hellmuth e McNulty (2008) realizaram um estudo com casais que indicou que, aqueles que possuíam habilidades de resolução de problemas em situações de alto nível de estresse, estavam menos propensos a vivenciarviolência por parceiro íntimo. Sardinha et al. (2009) indicaram que a empatia está relacionada com a SC. Os resultados apontam que na medida em que um cônjuge se dispõe a perceber a relação a partir da ótica do outro, observando-o de forma empática, conflitos podem ser evitados ou manejados.

Sbicigo e Lisbôa (2009) indicaram que quanto mais socialmente habilidoso um cônjuge é, bem como encontra-se satisfeito com a relação, mais provável que o outro cônjuge também seja e esteja. Ribeiro et al. (2011) identificaram que a empatia está diretamente ligada aos níveis de SC, ao passo que a expressão de raiva resulta em insatisfação conjugal. Rodrigues (2013) apontou que o respeito, a confiança e o diálogo são fatores preditivos e que contribuem com a incidência de comunicação conjugal positiva. Já a comunicação conjugal negativa é identificada como um fator proveniente de uma comunicação destrutiva, composta por hostilidades, agressividade e imposição. Villa e Del Prette (2013) indicaram que maior repertório de habilidades sociais está consistentemente relacionado a maior satisfação conjugal, tanto geral quanto para fatores específicos; que maior repertório de expressividade/empatia, autocontrole proativo e autocontrole reativo das esposas está relacionado a satisfação conjugal geral dos maridos; e que maior repertório de conversação assertiva, autoafirmação assertiva e expressividade/empatia dos maridos está relacionado a maior satisfação conjugal geral das esposas. Destaca-se a expressividade/empatia, que apresentou correlações significativas com os valores totais de satisfação conjugal para ambos os papeis.

Os resultados de Nascimento (2016) indicaram que treinos de HS para casais em relacionamentos conflituosos possibilitaram o aumento de níveis de SC, bem como a promoção de comportamentos mais funcionais. Durães (2016) constatou que o treino de HS, especificamente da classe de comunicação, aumentou os níveis de SC e auxiliou na melhora da relação de casais que apresentavam distorções cognitivas. LaMotte et al. (2017) observaram que o déficit de habilidades sociais poderia funcionar como mediador da relação entre violência por parceiro íntimo e transtorno de estresse pós-traumático em indivíduos praticantes e recorrentes em situações de violência. Cardoso (2017) indicou que um repertório de HS pode ser protetivo em contextos de relacionamentos violentos, destacando a importância de treino de HS para mulheres em situação de violência, bem como para os seus parceiros, o que resultaria em relacionamentos socialmente competentes e aumento dos níveis de SC. No contexto de relacionamentos violentos, enfatiza-se a importância de treinos de HS, sobretudo da subclasse assertiva. Baytemir et al. (2018) apontaram em seu estudo a importância do desenvolvimento de habilidades sociais, especialmente a habilidade de comunicação, visto que ela parece potencializar que os casais consigam comunicar-se melhor dentro do relacionamento.

Os estudos apresentados até o momento mostram, portanto, que a satisfação conjugal sofre influência dos EIDs e das HS. No entanto, embora seja possível ter noção dessas relações individualmente, não se sabe como elas, mutuamente, podem influenciar a SC. Em realidade, pouco se sabe sobre a relação entre HS e EIDs nas relações conjugais, já que, mesmo em outros contextos, ela parece pouco estudada. Diante disso, foi feita a pergunta: quais as relações entre EIDs, HS e SC? Considerando que os EIDs são formados predominantemente na infância, a hipótese é que as habilidades sociais utilizadas no contexto conjugal na vida adulta podem diminuir o efeito dos EIDs na SC. Assim, os objetivos deste estudo foram verificar (a) a influência individual dos EIDs e das HS sobre a SC; (b) a relação entre EIDs e HS; (c) se as HS são capazes de mediar a relação entre EIDs e SC.

 

Método

Participantes

Os critérios de inclusão preliminarmente estabelecidos para participar da pesquisa foram ter mais de 18 anos de idade e estar em um relacionamento estável (namoro, casamento, união estável, noivado ou coabitação) há pelo menos um ano. Foi solicitado que pessoas com escolaridade baixa (analfabetos e ensino fundamental) e/ou vivenciando medidas judiciais envolvendo situação de violência não respondessem a pesquisa.

A amostra foi formada por 375 participantes, a maioria do sexo feminino (72.3%), sem filhos (78.4%), em um relacionamento heterossexual (89.6%), predominantemente moradores da região Nordeste do Brasil (90.4%), seguido pelas regiões Sudeste (3,5%), Centro-Oeste (2.4%), Norte (2.1%) e Sul (1.6%). A idade variou entre 19 e 55 anos (M = 26.45; SD = 5.92). Em relação à escolaridade, 18.9% haviam terminado o ensino médio e 81.1% estavam no ensino superior ou já o tinham concluído. O tempo mínimo de relacionamento foi de um e o máximo de 31 anos (M = 4.99; SD = 4.56, Mdn = 4.00). A maioria definiu o status do relacionamento como namorando (61.6%), seguido por casado (21.6%), união estável (9.9%) e outros (6.9%).

Instrumentos

Inventário de Habilidades Sociais Conjugais - IHSC (Villa & Del Prette, 2012).

É uma escala de autorrelato com 32 itens dispostos em cinco fatores:  expressividades/empatia, autoafirmação assertiva, autocontrole reativo, autocontrole proativo e conversação assertiva. O instrumento é contextualizado com situações específicas de um relacionamento conjugal e avalia a frequência com que o respondente se comporta de forma socialmente habilidosa em cada situação. Para isso, utiliza uma escala de resposta tipo Likert de frequência com cinco pontos, pontuada entre zero e quatro. Possui estudos que indicam a validade da sua estrutura interna por meio de análise fatorial, validade convergente com a Escala de Satisfação Conjugal e precisão tanto por consistência interna, com coeficientes alfa entre .56 e .82, quanto por estabilidade temporal com teste-reteste (r  = .64).

Escala de Satisfação Conjugal – ESC (Hernandez et al., 2017).

Desenvolvida no México, foi adaptada primeiramente para o Brasil por Dela Coleta (1989). Neste estudo foi utilizada a versão reformulada de 18 itens, resultante da revisão da estrutura fatorial realizada por Hernandez et al. (2017). Possui três fatores: (a) Satisfação com Interação Conjugal (SIC), composto por 7 itens que avaliam a satisfação que o cônjuge apresenta diante da relação estabelecida com o outro cônjuge; (b) Satisfação com Aspectos Emocionais (SAE), composto por 4 itens que avaliam a satisfação de um cônjuge em relação aos aspectos emocionais do outro e (c) Satisfação com Aspectos Organizacionais e Estruturais (SAOE), composto por 7 itens que medem a satisfação de uma pessoa com a capacidade de organização e seguimento de regras do cônjuge. A escala de resposta se estrutura em três pontos, (0) eu gostaria que fosse muito diferente; (1) eu gostaria que fosse um pouco diferente e (2) eu gosto de como tem sido, em que quanto maior a pontuação, maior satisfação do participante com a relação conjugal. Os estudos psicométricos mostraram evidências de validade de estrutura interna por meio de análises fatoriais exploratórias e confirmatórias e precisão entre .85 e .93.

Questionário de Esquemas Iniciais Desadaptativos - YSQ –S3 (de Young, 2003; em versão adaptada por Souza et al., 2020).

O YSQ-S3 avalia 18 tipos de EIDs que compõem cinco domínios esquemáticos propostos pela literatura (desconexão e rejeição, autonomia e desempenho prejudicados, limites prejudicados, orientação para o outro, e supervigilância e inibição). Possui 90 itens respondidos por meio de uma escala tipo Likert de seis pontos, em que o indivíduo estabelece o grau de veracidade da afirmação, entre (1) completamente falso sobre mim e (6) me descreve perfeitamente. Souza (2019) apresentou uma coleção de evidências de validade de estrutura interna, convergência, além de dados que indicam a precisão do instrumento.

Procedimentos

A pesquisa foi submetida à Plataforma Brasil (CAAE: 27115919.9.0000.5087) e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Maranhão (parecer 3.809.173). Trata-se de um estudo analítico, observacional, transversal e correlacional. A coleta de dados ocorreu por conveniência, com critério de amostragem não probabilística, utilizando procedimento semelhante ao de bola de neve. Foram selecionados inicialmente, por conveniência, três mulheres e dois homens que atendiam aos critérios de inclusão deste estudo. Os instrumentos da pesquisa foram colocados na plataforma Formulários Google e o link para respondê-los foi enviado aos selecionados por email ou aplicativos multiplataformas de mensagens de voz para telefones celulares, conforme escolha do participante. Os participantes inicialmente liam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e, após concordar com em participar, respondiam aos instrumentos na seguinte ordem:  Inventário de Habilidades Sociais Conjugais (IHSC), Escala de Satisfação Conjugal (ESC) e Questionário de Esquemas Iniciais Desadaptativos (YSQ–S3). Após a participação, solicitava-se que cada pessoa indicasse outro participante para o estudo. Os mesmos procedimentos eram adotados com cada novo participante. A coleta de dados foi encerrada quando não houve mais novos contatos sugeridos e os participantes indicados não responderam ao contato.

 

Análise de Dados

Os dados foram analisados no software JASP 0.13.1 (JASP Team, 2020). Houve o estabelecimento de obrigatoriedade de preenchimento de todos os itens, desta forma não foram registrados erros de preenchimento ou dados ausentes. Foram feitas análises descritivas das características da amostra e análises inferenciais para verificar as relações entre as variáveis do estudo. Para as correlações de Spearman foram adotados os critérios descritos em Ambiel et al. (2011), em que uma correlação é inexistente ou desprezível entre 0 e .19; muito fraca entre .20 e .29; moderada de .30 a .39, forte entre .40 a .69 e muito forte acima de .70. Para a análise de mediação foi utilizado o estimador diagonally weighted least squares (DWLS), obtendo-se os pesos padronizados e não padronizados, com intervalos de confiança de 95% por bias corrected percentiles e bootstraping de 1000 re-amostragens. O critério de significância adotado foi de p < .05

 

Resultados

Os resultados descritivos indicaram que satisfação com aspectos da interação conjugal obteve a maior média de pontuação por item (M = 1.61, SD = 0.41), seguida por satisfação com aspectos organizacionais e estruturais (M = 1.37, SD = 0.44) e aspectos emocionais (M = 1.11, SD = 0.55). Também mostraram que, em habilidades sociais, o fator Expressividade/Empatia obteve a maior pontuação média por item (M = 3.27, SD = 0.65), seguido pelos fatores Autoafirmação Assertiva (M = 3.09, SD = 0.66), Conversação Assertiva (M = 3.01, SD = 0.81), Autocontrole Reativo (M = 2.72, SD = 0.81) e Autocontrole Proativo (M = 2.09, SD = 0.91). Para os esquemas iniciais desadaptativos, o domínio Limites Prejudicados obteve a maior pontuação média por item (M = 3.06, SD = 0.98), seguido pelos domínios Direcionamento ao Outro (M = 2.97, SD = 0.91), Supervigilância e Inibição (M = 2.89, SD = 0.87), Autonomia e Desempenho Prejudicados (M = 2.45, SD = 0.93) e Desconexão e Rejeição (M = 2.38, SD = 0.92).

Conforme apresentado na Tabela 1, todas as correlações entre satisfação conjugal e EIDs são negativas e significativas. Os domínios esquemáticos possuem correlações mais fortes com satisfação com a interação conjugal e satisfação com aspectos organizacionais e estruturais, e mais fracas com aspectos emocionais. Destacaram-se as correlações moderadas obtidas com o domínio esquemático de desconexão e rejeição. Na parte inferior da mesma tabela ainda é possível observar que quase todas as correlações entre SC e HS são positivas e significativas, com destaque para aquelas de moderada intensidade entre satisfação com aspectos organizacionais e estruturais e Expressividade/Empatia e Autocontrole, tanto proativo quanto reativo. Por outro lado, a satisfação com aspectos emocionais apresentou correlações fracas com as habilidades sociais.

 

 

As relações entre habilidades sociais e esquemas iniciais desadaptativos são apresentadas na Tabela 2 e mostram que todas as correlações são significativas e negativas. Ressalta-se o domínio Desconexão e Rejeição, que apresentou as correlações mais fortes com as habilidades sociais, especialmente com os fatores Expressividade/Empatia, Autoafirmação Assertiva e Autocontrole Reativo. E também o fator Autoafirmação Assertiva que, além do domínio de Desconexão e Rejeição, apresentou correlações mais elevadas com os domínios Direcionamento ao Outro e Supervigilância e Inibição.

 

 

Analisando a relação integrada entre EIDs, HS e SC, a partir dos resultados não padronizados, foi possível observar que: (a) o efeito total do modelo dos EIDs impactando em SC foi de b = -.032, 95% CI [-.041, -.021], z = -4.87, p<.001; (b) o efeito direto dos EIDs impactando SC foi de b = -.015, 95% CI [-.024, -.011], z = -3.70, p < .001; (c) o impacto da variável EIDs sobre a variável dependente HS foi de b = -.07; (d) o impacto da variável HS sobre a variável SC foi de b = .24.

Portanto, considerando o produto de (c) e (d), ou seja, EIDs impactando SC, passando pela mediação de HS, temos que (e) o efeito indireto do modelo foi b = -.017 95% CI [-.024, -.011].

A Figura 1 ilustra essas relações e apresenta os valores padronizados. As habilidades sociais mediaram 54.04% da relação entre EIDs e SC, valor maior que os 45.96% da relação direta entre EIDs e SC, o que mostra sua relevância para o modelo.

 

 

Discussão

Os primeiros resultados obtidos mostraram que Desconexão e Rejeição apresentou a menor pontuação entre os domínios esquemáticos. Como estar em um relacionamento exige conexão e aceitação e necessidade de estabelecimento de vínculos seguros, bem como confiar nos sentimentos dos cônjuges e aceitar o merecimento de receber afeto, proteção e compreensão em suas relações conjugais, o resultado pode ser considerado esperado.

Já em relação à satisfação conjugal, foi encontrada uma maior satisfação dos participantes com interação conjugal, ou seja, a capacidade do cônjuge, na rotina diária, se mostrar atento e expressar afeto e carinho em forma de gestos e palavras. A expressão de sentimentos entre os cônjuges, não somente de maneira privada, mas também publicamente, é uma prática amplamente difundida e valorizada na cultura. Assim, são comportamentos aprendidos mais facilmente. Por outro lado, a satisfação com aspectos emocionais apresentou o menor valor entre os fatores analisados. Ao contrário da satisfação com a expressão de sentimentos positivos, que é reforçadora para o casal, lidar com sentimentos negativos do outro envolve componentes mais aversivos. Saber expressar e saber tolerar sentimentos como tristeza, chateação, mau humor e preocupação, empatizar com eles e reagir diante deles, exige grande maturidade cognitiva, emocional e comportamental. Além de não serem comportamentos culturalmente valorizados, ensinar e aprender as habilidades necessárias para expressar e lidar com sentimentos negativos é uma tarefa mais complexa, o que pode ser responsável pelos menores índices de satisfação identificados.

Foi possível observar consistência nas relações entre EIDs e SC. Quanto menores os níveis de EIDs, maiores os níveis de SC. Reis e Andriolla (2019) destacaram que relações adaptativas são mais frequentes na medida em que os EIDs são menos presentes, dado consonante com o resultado obtido neste estudo. Destaque para o domínio Desconexão e Rejeição, que apresentou as correlações mais fortes com satisfação conjugal, o que pode sugerir que uma pessoa que apresenta menos esquemas iniciais desadaptativos de desconexão e rejeição é capaz de estabelecer uma interação conjugal adaptativa, visto que possivelmente acreditará ser merecedora de vivenciar tal vínculo amoroso. Esse indivíduo pode ter maior probabilidade de alcançar uma percepção mais positiva de si, onde reconhece que merece ser amado e acredita na permanência das pessoas em sua vida ao se conectar com elas, sem temor à rejeição. Indivíduos em que EIDs de Desconexão e Rejeição são menos presentes provavelmente se desenvolveram em um núcleo familiar que atendeu suas necessidades emocionais voltadas à frustração, insegurança, compartilhamento de sentimentos e aceitação, o que reflete em relacionamentos mais satisfatórios na vida adulta. EIDs pautados no individualismo e isolamento podem prejudicar e interferir na interação conjugal, especialmente nas habilidades de empatizar e validar sentimentos dos cônjuges, podendo resultar em níveis menores de satisfação conjugal. Como observado no estudo realizado por Scribel et al. (2007), a escolha do parceiro possui correlação com as necessidades fundamentais do indivíduo, indicando que o núcleo familiar, quando desadaptativo, colabora para a frequências de relações traumáticas e semelhantes às vividas nos estágios iniciais da vida.

Seguindo este raciocínio, entende-se que os EIDs podem interferir também no repertório de HS. Os resultados corroboraram esta hipótese e mostraram que quanto menos frequentes os EIDs, maiores os repertórios de HS. Nessa interação, também foi possível observar o papel destacado dos esquemas de Desconexão e Rejeição, especialmente suas relações com Expressividade/Empatia e Autocontrole Reativo. Ambas são habilidades que envolvem lidar com sentimentos, seja expressá-los ou controlá-los diante de situações positivas e/ou negativas, mantendo o autocontrole a fim de preservar o vínculo conjugal. Um indivíduo com menos EIDs de Desconexão e Rejeição teria a capacidade de se relacionar de forma mais adaptativa em suas interações sociais, visto que obteve um vínculo seguro no contexto familiar, sem privação de modelos de empatia e de resolução de problemas.  Nessa direção, Paim e Falcke (2016) indicaram que indivíduos com mais EIDs de Desconexão e Rejeição apresentavam maior propensão de realizar violência conjugal física e Souza (2017) relatou que a presença de EIDs desse domínio esquemático pode estar relacionada ao término das relações. Portanto, uma menor frequência de esquemas pertencentes a Desconexão e Rejeição, como observado no presente estudo, parece aumentar a probabilidade de relações mais adaptativas, contribuindo para a qualidade de vida dos indivíduos.

O papel das HS nessa relação entre EIDs e SC é ainda mais destacada quando se analisa o resultado de que quanto maior o repertório de habilidades sociais, maior a satisfação conjugal. Villa (2005) e Villa e Del Prette (2013) já haviam observado correlações estatisticamente significativas entre HS e SC, afirmando a contribuição do repertório de habilidades no contexto conjugal para um relacionamento satisfatório. Freitas e Ribeiro (2018) também apresentaram resultado semelhante e indicaram que a duração das relações conjugais está ligada a satisfação dos cônjuges e também ao repertório de habilidades de cada um. Norgren et al. (2004) relatam que indivíduos em relacionamentos duradouros também vivenciam conflitos conjugais, mas a forma adequada como se comportam diante deles é um dos fatores que mantém o vínculo que os aproximou emocionalmente.

Nesta interação destacaram-se as relações mais fortes indicando que quanto maiores os repertórios de Expressividade/Empatia e Autocontrole Proativo e Reativo, maiores os diferentes fatores de satisfação conjugal. Embora as relações sejam sobrepostas e integradas em certo nível, é possível supor que a capacidade de expressar sentimentos positivos em uma relação poderia ser responsável por aumentar a satisfação com a interação conjugal, a empatia poderia fazer o mesmo com a satisfação com aspectos emocionais e a capacidade de reagir adequadamente frente às situações desagradáveis ou que fogem do que foi acordado no contexto conjugal poderia ser um componente importante para o aumento de níveis de satisfação com aspectos organizacionais. Villa e Del Prette (2013) já haviam relatado que Expressividade/Empatia e Autocontrole Proativo e Reativo são dimensões importantes das habilidades sociais para a satisfação conjugal, por apresentarem correlações significativas com a satisfação conjugal do cônjuge, especialmente o repertório das mulheres influenciando a satisfação dos maridos com a relação.

Falcone (2000) já apontava a empatia como uma das classes de habilidades sociais que promove satisfação conjugal. Ela torna os vínculos mais prazerosos e duradouros, bem como evita a ocorrência de conflitos e separações (Falcone, 1999; Villa, 2005). Por isso, os cônjuges, quando empáticos, têm a capacidade de compreender as diferenças existentes entre si e seu parceiro, assim como maior facilidade de compreender, durante discussões, os descontentamentos expostos pelo parceiro, facilitando a resolução de problemas conjugais. Tanganelli (2003) sugere que a dificuldade de compreender o parceiro aumenta a possibilidade de um relacionamento fracassar e Falcone e Ramos (2005) que a empatia prediz positivamente a resolução dos conflitos conjugais, especialmente por viabilizar uma escuta mais qualificada e um diálogo adequado entre os cônjuges.

Já um repertório elevado de autocontrole proativo pode trazer maior satisfação conjugal na medida em que um indivíduo, ao ser capaz de perceber como o próprio comportamento verbal e não-verbal abala emocionalmente o parceiro, passa a se comportar adequadamente frente as situações conflituosas, fazendo com que o seu cônjuge o entenda corretamente (Villa & Del Prette, 2012). Segundo Sardinha et al. (2009), o Autocontrole Proativo é um fator importante para a satisfação conjugal, visto que a sensação de ser compreendido e validado por seu parceiro prediz aceitação e valorização conjugal. De forma semelhante, o autocontrole reativo aumentaria os níveis de satisfação conjugal ao, diante do adequado manejo de situações potencialmente estressantes, diminuir a frequência de conflitos e consequentemente preservar a relação.

Por meio de análises individuais, foi possível observar que os EIDs estão relacionados a SC e que as HS estão relacionadas a ambos. Indo além, a análise integrada das variáveis mostrou que as HS são importantes mediadoras entre EIDs e SC. Ou seja, a SC é melhor explicada quando as HS estão presentes que quando não estão, indicando que esta é uma variável importante para entender a SC. Os dados revelaram a presença de um efeito direto negativo dos EIDs em HS, já as HS apresentaram efeito direto positivo sobre SC. Quanto menos EIDs mais HS e quanto mais HS, mais SC. Na ausência das HS, o efeito negativo dos EIDs na SC é maior que quando as HS estão presentes. Ainda que com as HS o efeito seja negativo, ele tem menor peso.

Com isso, percebe-se a relevância das HS para diminuir o efeito dos EIDs na SC. Considerando que as HS são aprendidas, é possível ensiná-las em qualquer período do desenvolvimento vital, indicando que se trata de uma importante ferramenta para a diminuição ou controle dos níveis de desadaptação apresentado pelos cônjuges. Dessa forma, é possível supor que se os cônjuges passarem por um treinamento de HS e, com isso, aumentarem seu repertório, talvez consigam se inserir e/ou se manter de forma adaptativa nas relações que estabelecem, levando a relações conjugais mais satisfatórias.

 

Considerações Finais

Ao perceber que os relacionamentos amorosos são interações sociais importantes e complexas, torna-se necessário compreender como eles podem ser estabelecidos de forma satisfatória para os casais. Para tanto, os resultados responderam a pergunta sobre qual a relação entre esquemas iniciais desadaptativos, habilidades sociais e satisfação conjugal mostrando que quanto maiores os níveis de EIDs, menores os níveis de SC; que quanto maior o repertório de HS, maiores os níveis de SC; que níveis menores de EIDs estão relacionados a maior repertório de habilidades sociais e que as HS atenuam a influência dos EIDs sobre a SC, levando a crer que elas são importantes e fundamentais no estabelecimento de relações satisfatórias.

Espera-se que os resultados deste estudo possam auxiliar na aplicação da Terapia do Esquema (TE) na prática clínica e psicossocial com casais com conflitos conjugais. Almeja-se também que o psicoterapeuta que atende famílias e casais possa ter maior embasamento científico para propor um Treinamento de Habilidades Sociais (THS), uma vez que se observou que um maior repertório de habilidades sociais poderia atenuar a influência dos EIDs sobre a SC, juntamente com realização da TE, onde seria possível minimizar os EIDs.

Entre as limitações deste estudo, pode-se destacar as desigualdades de proporção amostral nas variáveis de gênero, escolaridade, estado civil, número de filhos, tipo de relacionamento e região do Brasil, o que impossibilita a generalização da amostra, devido a suas características não serem equilibradas. Diante disso, considera-se importante que novos estudos possam corrigir esta distorção e avancem por novos caminhos, como a inclusão de variáveis de gênero e étnico-raciais, que se apresenta como necessária para a literatura.

Sugere-se a realização de novas investigações que sejam capazes de indicar que outras variáveis se correlacionam, medeiam ou moderam a satisfação nos relacionamentos conjugais, colaborando para uma melhor avaliação e intervenção para resolução de problemas nesse contexto. Como exemplos, poderiam ser verificados os papeis dos aspectos da personalidade, dos estilos de enfrentamento, das distorções cognitivas e dos padrões de vida autoderrotistas.

Conclui-se que, embora os EIDs sejam uma replicação crônica de padrões maléficos, que foram estabelecidos na infância e reverberados ao longo do desenvolvimento vital do indivíduo, os resultados apresentados neste estudo fornecem evidências para o trabalho em HS nos conflitos conjugais. Isso poderia contribuir para o estabelecimento de uma relação adaptativa, capaz de compensar o padrão comportamental prejudicial mantido pela ativação de EIDs ao longo da vida.

 

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Endereço para correspondência
Loyane Ellen Silva Gomes
E-mail: loyane.gomez@gmail.com

Enviado em: 16/02/2021
1ª revisão em: 13/04/2021
Aceito em: 26/07/2021

 

 

1 Psicóloga, graduada pela Universidade Federal do Maranhão. Possui interesse nas áreas de Habilidades Sociais, Terapia do Esquema e Psicologia da Saúde.
2 Professor Adjunto do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Psicometria e Avaliação Psicológica (GEPPAP/UFMA).

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