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Liberabit

versão impressa ISSN 1729-4827

Liberabit vol.17 no.1 Lima  2011

 

ARTÍCULOS

 

Concepções, opiniões e atitudes docentes associadas à Inclusão da pessoa com Deficiência na Educação Física: uma revisão da produção científica brasileira

 

Teachers conceptions related to inclusion of people with disabilities in physical education: a revision of the brazilian scientific production

 

 

Paulo José Barbosa Gutierres Filho*; Maria Dolores Ferreira Monteiro**; Rudney da Silva***; Carla Regiane Vargas****

Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Villa Real, Portugal.

 

 


RESUMO

A presente investigação tem como objetivo desenvolver uma revisão sistemática sobre as concepções, opiniões e atitudes docentes associadas à inclusão das pessoas com deficiência nas aulas de Educação Física do sistema regular de ensino e o seu impacto sobre o movimento de inclusão educacional no Brasil na última década. Realizaram-se buscas nas bases de acesso público e no idioma português, entre os períodos de 1994 a 2010. Treze artigos fizeram parte das análises envolvendo esta temática. Pode-se concluir que as concepções, as opiniões e as atitudes do professores de Educação Física sobre a inclusão educacional estão associadas principalmente à formação acadêmica, às competências percebidas na atuação com pessoas com deficiência, ao tempo de experiência de magistério com pessoas com deficiência, ao gênero do docente e à vinculação administrativa da escola.

Palavras-chave: Alunos com Deficiência, Atitudes, Inclusão Educacional, Professores de Educação Física.


ABSTRACT

This research aims to develop a systematic review of the views, opinions and attitudes teachers for the inclusion of persons with disabilities in physical education classes in regular school system and its impact on the movement of educational inclusion in Brazil in the last decade. There were searches in bases for public access and in the Portuguese language, between the periods 1994 to 2010. 13 articles were part of the analysis involving this issue. It can be concluded that the conceptions, opinions and attitudes of physical education teachers about the educational inclusion are mainly linked to academic training, perceived competence in acting with people with disabilities, on-time teaching experience with disabled persons, gender of the teacher and the school’s administrative attachment.

Key words: Students With Disabilities, Attitudes, Educational Inclusion, Physical Education Teacher


 

 

Introdução

As últimas décadas foram marcadas pelos avanços científicos e tecnológicos na inclusão da pessoa com deficiência, destacando-se principalmente as ações desenvolvidas na área educacional. As mudanças ocorridas a partir da década de noventa modificaram o paradigma da concepção de escola para uma educação inclusiva, a qual consiste em ações políticas, culturais, sociais e pedagógicas que promovem o direito das pessoas com deficiência de estarem juntas, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação (UNESCO, 1994 & Rodrigues, 2003).

A educação inclusiva fundamenta-se na concepção dos direitos humanos, conjugando igualdade e diferença como valores indissociáveis, sendo os educadores os principais agentes de mudança (BRASIL, 2008). Neste sentido, os educadores podem ser considerados os profissionais com maior capacidade para o enfrentamento dos desafios relacionados à inclusão. Pórem, os educadores devem conhecer as propostas do processo inclusivo, as características das deficiências e suas particularidades, assim como o próprio processo de conhecimento e respeito às diferenças humanas (Moisés, 2005).

Os professores devem reconhecer ainda, que a educação é um direito de todos e que existem alunos que estão expostos às condições aumentadas de vulnerabilidade. Deste modo, torna-se fundamental que estes docentes avancem os conhecimentos relacionados à educação inclusiva, superando suas concepções, opiniões, atitudes e comportamentos diante das pessoas com deficiência, independemente do nível educacional de atuação do professor, ou mesmo de sua área de formação básica (Ferreira, 2005 & Falkenbach, 2010).

No âmbito da Educação Física, deve-se apontar que durante as últimas décadas, no Brasil, as pessoas com deficiência permanceram à margem das atividades desta área por não possuírem determinadas aptidões, ignorando a diversidade humana presente no contexto educacional (Tolocka, 2008). Entretanto, se por um lado a Educação Física ainda se caracteriza por práticas seletivas e segregadoras, por outro se apresenta como uma promissora disciplina à inclusão escolar (Falkenbach, 2010).

Segundo Pedrinelli (2002), os professores de Educação Física que apresentam dificuldades na educação inclusiva, baseiam-se, entre outros, na crença de que são desprovidos de conhecimentos suficientes para atuar com a deficiência. Entretanto, constata-se que ainda existem lacunas científicas sobre os comportamentos, as intenções, as atitudes e as crenças na literatura brasileira relacionadas à inclusão educacional (Rizzo, 1984, 1988, 1993; Hodge, Murata & Kozub, 2002; Kudlaeek, Valkova, Sherrill, Myers & French, 2002; Hodge, Tannehill & Kluge, 2003; Kozub & Lienert, 2003; Hodge, Ammah, Casebolt, Lamaster, & O'sullivan, 2004; Sato, Hodge, Murata & Maeda, 2007; Block & Obrusnikova, 2007; Tripp, Oh, Chung, So, Rizzo, 2007 & Obrusnikova, 2008).

Historicamente estas lacunas têm origem no atendimento às pessoas com deficiência do início do século 20 com as limitações da segregação institucional domiciliar existente no Brasil daquele período (Mendes, 2006). A integração escolar, que predominou até início da década de 90 no Brasil, apesar do princípio da normalização que propunha ambientes os mais próximos possíveis da realidade cotidiana da população em geral, ainda apresentava limitações principalmente relacionadas à sua abrangência, muitas vezes restrita a turma ou escola da pessoa com deficiência (Mendes, 2006; Capellini & Rodrigues, 2009; Piccolo, 2009).

Na inclusão educacional, formalizada na Declaração de Salamanca de 1994, prevalecem os princípios da equidade e da democracia que visam o desenvolvimento de uma educação para todos, pressupondo uma colaboração integral dos envolvidos e exigindo esforços coletivos para a construção de uma escola que contemple toda a diversidade humana (UNESCO, 1994). Entretanto, Mantoan (2005) manifesta que existem obstáculos à inclusão que geralmente escondem razões complexas. Mendes (2006) aponta que as resistências atuais estão relacionadas principalmente ao processo de inclusão total, como por exemplo, à satisfação com os serviços especializados, às restrições e segregações existentes na escola regular e à indisposição ou incapacidade docente para o trabalho com pessoas com deficiência, entre muitos outras.

Assim, considerando a relevância de pesquisas revisionais sobre o exposto, este estudo tem como objetivo desenvolver uma revisão sistemática sobre as concepções, opiniões e atitudes docentes associadas à inclusão das pessoas com deficiência nas aulas de Educação Física do sistema regular de ensino e o seu impacto sobre o movimento de inclusão educacional no Brasil na última década.

 

Métodos de Busca e Inclusão de Artigos

Esta pesquisa, caracterizada como um estudo bibliográfico e documental desenvolvido através de revisão sistemática da literatura especializada (Laville & Dione, 1999; Alves-Mazzotti & Gewandsznajder, 2002), realizou o levantamento, extração, identificação, seleção e análise da produção científica brasileira publicada em idioma português entre 1994 e 2010, disponível na rede mundial de computadores, em bases de dados de acesso público, neste caso, no Scholar Google e na Scientific Electronic Library Online (SCIELO), e em sítios eletrônicos de periódicos indexados no sistema Qualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior, nas áreas de educação, educação especial e educação física que atendessem os critérios de inclusão e exclusão.

Foram inicialmente incluídos todos os estudos que atendessem aos seguintes critérios: 1) abordar concepções, opiniões e atitudes; 2) tratar de inclusão educacional de pessoas com deficiência; 3) ser publicado em língua portuguesa; 4) ser publicado no período de 01 janeiro de 1994 a 31 de maio de 2010. Justifica-se a inclusão de estudos com mais de cinco anos pela relevância do período delimitado a partir da Declaração de Salamanca (1994) que representou uma mudança de paradigma no atendimento educacional da pessoa com deficiência no sistema regular de ensino (UNESCO, 1994). Após a aplicação do filtro das buscas com as palavras chaves que atendiam estes critérios de inclusão, foram encontrados 383 estudos. (Figura 1)

Foram posteriormente excluídos os estudos que se enquadrassem nos seguintes critérios: 1) ser publicado através de revisão de literatura, monografia, dissertação, tese, livro, citação, editorial; 2) tratar da inclusão educacional no ensino superior (universitário) ou ensino especial; 3) investigar alunos e professores de licenciaturas diferentes de Educação Física. Deste modo, foram excluídos 370 estudos que se enquadraram nestes critérios de exclusão, como pode ser observado na Figura 1.

 

 

 

Considerando os procedimentos realizados na Figura 1, foram selecionados 13 estudos que fizeram parte da revisão da presente pesquisa. Os principais resultados destes estudos estão resumidos na Tabela 1, sendo analisados principalmente quanto ao título, autores e ano de publicação, objetivos, tipos de estudo, sujeitos estudados, instrumentos utilizados e principais resultados.

 

Resultados e Discussão

Quanto à formação acadêmica e à competência percebida

As análises empreendidas permitiram constatar que dos 13 estudos selecionados, onze relacionam concepções/ opiniões/atitudes à formação acadêmica dos professores de Educação Física que foram alvo destas pesquisas, além das competências auto-percebidas por estes indivíduos para atuação com pessoas com deficiência (Freitas & Araújo, 2004; Filus & Martins Jr., 2004; Palla & Castro, 2004; Gorgatti, Penteado, Pinge & De Rose Júnior, 2004; Aguiar & Duarte, 2005; Godoy, Seabra Junior, Nabeiro & De Paula, 2005; Falkenbach, Battistelli, Medeiros & Apellaniz, 2007a; Falkenbach, Chaves, Nunes & Nascimento, 2007b; Barbosa, Cesário & Bento, 2009; Gorgatti & De Rose Jr., 2009; Souza & Boato, 2009).

Os resultados demonstram a carência e até mesmo a inexistência de disciplinas relacionadas às pessoas com deficiência na formação em Educação Física, apontando principalmente que os professores não se sentem preparados para atuação com qualidade na educação inclusiva (Freitas & Araújo; Filus & Martins Jr., 2004; Gorgatti et al., 2004; Palla & Castro, 2004; Aguiar & Duarte, 2005; Falkenbach et al., 2007a; Falkenbach et al., 2007b; Barbosa, Cesário & Bento, 2009; Gorgatti & De Rose Jr., 2009; Souza & Boato, 2009), e que os alunos com deficiência participam apenas eventualmente das aulas de Educação Física (Falkenbach et al., 2007b). Entretanto, os resultados apontam o crescimento de professores que cursaram a disciplina de educação física adaptada ou que a tiveram como complementação e que, deste modo, posicionam-se favoravelmente à inclusão educacional (Godoy et al., 2005). Outro fator identificado nos resultados refere-se à carência de formação especializada para atuação com pessoas com deficiência (Cruz & Ferreira, 2005), a qual provoca insuficiência de subsídios teóricos consistentes sobre o paradigma da inclusão (Aguiar & Duarte, 2005) e desencandeia um distanciamento entre a prática e a teoria sobre o processo inclusivo (Oliveira & Rodrigues, 2006).

Molina Neto (1997) mostra que a insegurança é uma consequencia do despreparo dos professores de educação física típica de uma formação inicial insuficiente que, ao transmitir apenas conhecimentos básicos, estimula uma forma de pensar e um modo de trabalhar que necessitam ser supridos pela experiência, pela prática e pela formação permanente. Rodrigues (2003) salienta que a formação inicial dos professores de Educação Física contempla conteúdos sobre alunos com deficiências, itens programáticos relacionados com a caracterização da deficiência e dos aspectos institucionais, mas que são pouco relacionados com práticas e metodologias que facilitem a inclusão. Melo y Martins (2004) salientam que a existência de sentimentos de medo, insegurança e incompetência ocorrem rotineiramente, pois ainda existem desconhecimento e preconceito em relação à deficiência e ao sujeito, e que dificultam o processo inclusivo. Portanto, com base em Rizzo y Kirkendall (1995), pode-se sugerir que o ensino de professores de Educação Física não deve ser restrito apenas a uma disciplina na formação de base, ao contrário, deve-se procurar dotar o curriculum com infusões de conhecimentos e experiências ao longo da trajetória acadêmica.

Os resultados demonstram ainda a ocorrência de concepções e atitudes de alguns professores de educação física como favoráveis ao processo de inclusão educacional, e de alguns compatíveis com respostas segregacionistas, revelando deste modo, resultados contraditórios quanto à competência percebida para atuação na educação inclusiva (Souza & Boato, 2009). As atitudes negativas sobre a percepção de competência para ensinar pessoas com deficiência estão relacionadas à indiferença sobre o próprio comportamento e à determinação para ministrar aula para este alunado. Estes posicionamentos refletem a negligência na formação às situações reais de ensino de alunos com deficiência, pois os resultados apontam que a formação inicial não lhes possibilitou competência para a inclusão (Palla & Castro, 2004; Falkenbach et al., 2007b).

Monteiro (2008) afirma que os professores que se sentem mais competentes face ao ensino de alunos com deficiência, desenvolvem atitudes mais favoráveis em relação à inclusão educacional. Por outro lado, Monteiro (2008) lembra que os professores, pelo fato de apresentarem uma percepção maior de competência alicerçada na experiência e formação acadêmica, apresentam uma menor necessidade de realizar formações. Isto ocorre principalmente entre os professores que se sentem muito bem e os professores que não se sentem nada à vontade face ao ensino de alunos com deficiência.

Meijer (2003) aponta que as atitudes docentes relacionadas aos alunos com deficiência, seus posicionamentos quanto às diferenças e a disponibilidade para lidar com estas questões de forma eficaz, são os principais aspectos na efetivação da educação inclusiva. Já Van Der Veen, Smeets y Derriks (2010) afirmam que o fator mais significativo na análise das características dos professores que atuam no contexto inclusivo refere-se às atitudes docentes em relação às crianças com deficiência no ensino regular. Pode-se afirmar ainda, com base em Rizzo y Vispoel (1991); Rizzo y Kirkendall (1995); Kowalski y Rizzo (1996); Kudlaeek et al., (2002); Tripp et al., (2007) que dentre as variáveis relacionadas às atitudes dos professores, destacase principalmente a competência percebida.

Quanto à vinculação administrativa da escola

As análises realizadas permitiram verificar que dos 13 estudos selecionados, quatro associam concepções/ opiniões/atitudes à vinculação administrativa institucional, neste caso, inerentes às discussões sobre as escolas públicas e privadas que fizeram partes destas pesquisas (Gorgatti et al., 2004; Falkenbach et al., 2007b; Barbosa, Cesário & Bento, 2009; Gorgatti & De Rose Jr., 2009)

Os resultados apontam diferenças nas opiniões dos professores de educação física oriundos do ensino público e privado, demonstrando que os que atuam no ensino público se mostraram desfavoráveis às práticas de educação inclusiva devido principalmente à falta de capacitação docente e suporte governamental, e os que atuam no ensino privado mostraram-se favoráveis à inclusão educacional, principalmente pelo atendimento das exigências básicas para atuação no contexto inclusivo (Barbosa, Cesário & Bento, 2009). Os resultados demonstram também, que mesmo com a oferta de cursos preparatórios pelo governo, independemente da vinculação administrativa da escola, o sentimento de despreparo docente para lidar com alunos com deficiência em suas aulas ainda prevalece (Gorgatti et al., 2004). Os resultados mostram ainda, que o conhecimento dos professores sobre inclusão, independemente da vinculação administrativa da escola, ainda carece de compreensões claras e precisas, e que a inclusão na Educação Física não atinge todos os alunos, bem como a sua ação está condicionada às possibilidades de melhor saúde e melhor condição econômica daqueles alunos com deficiências (Falkenbach et al., 2007b).

Segundo Pacheco, Eggertsdóttir y Marinósson (2007), as dificuldades encontradas quanto ao tipo de vinculação administrativa da escola estão relacionadas principalmente às condições do ensino público, à falta de estrutura humana, neste caso docente, à má formação acadêmica, à falta de materiais adequados e ao elevado número de alunos por sala de aula. Contudo, isto não significa que as escolas privadas não têm o mesmo papel que as escolas públicas em relação à inclusão dos alunos com deficiência, pois todas as escolas brasileiras devem obedecer à legislação e atender aos anseios da sociedade (Maior, 2007). Deste modo, deve-se ressaltar que diante dos dispositivos legais que garantem a educação de pessoas com deficiência, pode-se sugerir que as práticas de Educação Especial devem ocorrer preferencialmente no ensino regular (BRASIL, 1988) e com base nos princípios da escola inclusiva (Machado & Labegalini, 2007).

No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve início durante o Império com a criação de instituições particulares especializadas. Já em 1970 foi criado no Ministério de Educação e Cultura, o Centro Nacional de Educação Especial - CENESP, responsável pela gerência da educação especial no Brasil, que por sua vez impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas com deficiência, cujas iniciativas foram marcadas por uma concepção assistencialista, onde os alunos com deficiência eram meros receptores de ações isoladas do Estado (Batalha, 2009).

Desde a década de 1980, o Brasil vem assumindo compromissos como o da Declaração Mundial de Educação para Todos em 1990 (BRASIL, 1990) e da década de Declaração de Salamanca em 1994 (UNESCO, 1994), que passaram a influenciar todas as políticas públicas de educação no País. Estas ações são comprovadas pela publicação da Política Nacional de Educação Especial de 1994, que orientou o processo de integração instrucional e condicionou o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais (BRASIL, 1994). Já a Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional Brasileira 9.394/1996 determina que a educação de pessoas com deficiência devem ocorrer preferencialmente no ensino regular, de todas as instituições escolares previstas no sistema nacional de educação, independentemente da vinculação administrativa da escola ou rede de ensino (BRASIL, 1996).

Atualmente, o atendimento educacional orienta-se pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que acompanha os avanços do conhecimento e das lutas sociais, visando constituir políticas públicas promotoras de uma educação de qualidade para todos os alunos, como um movimento mundial que age pela via política, cultural, social e pedagógica, e que fora desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação (BRASIL, 2008).

No entanto, o que se constata nesses últimos anos, na repercussão do confronto entre a legislação educacional e as realidades investigadas, são sentimentos de impotência das redes de ensino em geral e das escolas com seus professores para fazer cumprir a proposta inclusiva. Assim, constata-se, em geral, nas realidades escolares, seja no âmbito das escolas públicas como nas particulares, um quadro de apreensão e insegurança diante da educação inclusiva (Beyer, 2003).

No estudo de Gorgatti (2005), quanto à avaliação das escolas, os professores das escolas públicas mostraram acreditar que terão maiores problemas, em relação às particulares, especialmente pela falta de recursos materiais apropriados e pela falta de apoio multidisciplinar. Deste modo, estudar o processo de inclusão nos discursos dos professores e coordenadores das escolas públicas possibilita compreender o momento atual que passam as escolas e suas possibilidades de inclusão, uma vez que o ato de incluir também está relacionado com a compreensão do corpo docente da escola (Falkenbach, 2005).

Quanto ao tempo de experiência e gênero do professor

As análises obtidas permitiram averiguar que dos 13 estudos selecionados, dois associam concepções/opiniões/ atitudes ao tempo de experiência de magistério com pessoas com deficiência e ao gênero dos professores de Educação Física que fizeram parte destas pesquisas (Palla & Castro, 2004; Gorgatti & De Rose Jr., 2009).

Os resultados demonstram que docentes do sexo feminino e com experiência prévia no trabalho com pessoas com deficiência apresentam atitude mais favorável ao receber este tipo de aluno em suas turmas regulares (Gorgatti & De Rose Jr., 2009). Os resultados apontam, também, que os professores de Educação Física com pouca ou nenhuma experiência profissional apresentaram atitudes negativas quanto à inclusão educacional de pessoas com deficiência (Palla & Castro, 2004).

Mesmo considerando os resultados levantados, devese ressaltar que a literatura especializada não demonstra qualquer diferença estatisticamente significativa entre a atitude e o fato do professor ser do sexo masculino ou feminino (Patrick, 1987; Rizzo & Vispoel, 1991; Rizzo & Kirkendall, 1995; Kowalski & Rizzo, 1996; Duchane & French, 1998; Serrano, 1998; Meegan & Macphail, 2006; Tripp et al., 2007; Monteiro, 2008). Contudo, Hodge, Murata y Kozub (2002); Hodge, Tannehill y Kluge (2003) apontam que os professores que possuem alta qualidade em experiências educacionais, independente do gênero do professor, tendem a demonstrar confiança no ensino de uma diversidade de alunos, com e sem deficiência. Deste modo, concorda-se com Kozub y Lienert (2003) que há necessidade de mais investigação que possa identificar o papel do gênero nas interações com outras variáveis demográficas e em relação à atitude face ao ensino de pessoas com deficiência na escola regular.

Segundo, Obruniskova (2008) estudos evidenciam que professores de Educação Física que mantiveram menos predisposição para o trabalho com pessoas com deficiência são os mesmos que relataram ter pouca ou nenhuma formação na área da Educação Física Adaptada. O que demonstra a necessidade de ter formação continuada, maior número de horas de ensino e estágio na graduação sobre a temática da Educação Física Adaptada (Gorgatti & De Rose Jr., 2009). Entretanto, se por um lado, para os docentes que cursaram disciplinas referentes às pessoas com deficiência na sua formação, acabou sendo um diferencial na predominância destes saberes (Silva, Neto & Drigo, 2009), por outro, a prática pedagógica de caráter inclusivo na Educação Física, ainda esbarra em históricas dificuldades que estão relacionadas com o entendimento da sua ação, pois enquanto a ação pedagógica estiver centrada no ensino do movimento e o desenvolvimento de técnicas respaldadas por conceitos de "melhor/pior", "certo/errado" e "ganhar/perder", sempre haverá margem para a exclusão (Falkenbach et al., 2007b).

 

 

 

 

 

Conclusões

Considerando os achados expostos anteriormente, tanto nos estudos selecionados quanto na literatura especializada, pode-se concluir que as concepções, as opiniões e as atitudes do professores de Educação Física sobre a inclusão educacional estão associadas principalmente à formação acadêmica, às competências percebidas na atuação com pessoas com deficiência, ao tempo de experiência de magistério com pessoas com deficiência, ao gênero do docente e à vinculação administrativa da escola.

Em relação à formação acadêmica e à competência percebida para atuar com alunos com deficiência na rede regular de ensino, pode-se concluir que existem pontos críticos na inclusão, pois apesar das exigências da legislação brasileira sobre as disciplinas de Educação Física Adaptada nos currículos dos cursos de graduação desta área, há ainda a falta de condições pedagógicas, didáticas e humanas. Tais manifestações incluem desde dificuldades pedagógicas até situações extremas de falta de interação humana que levam ao abandono social, provocando muito mais ações de comiseração do que atitudes e intervenções profissionais favoráveis à inclusão.

Em relação ao tempo de experiência e ao gênero do professor, pode-se concluir que docentes do sexo feminino e com experiência prévia no trabalho com pessoas com deficiência apresentam atitudes mais favoráveis, por outro lado os professores de Educação Física com pouca ou nenhuma experiência profissional, independente do gênero, apresentaram atitudes desfavoráveis quanto à inclusão educacional de pessoas com deficiência e consequentemente dificuldades em perceber as suas competências.

Em relação à vinculaçao administrativa da escola, pode-se concluir a urgência de ações públicas e privadas que consigam atingir o núcleo da formação profissional no Brasil, envolvendo, portanto, todos os setores sociais, além de professores, alunos, pais, pesquisadores e demais pessoas envolvidas no processo inclusivo. Por esta razão, é preciso que os professores de Educação Física envolvidos no processo inclusivo recebam capacitações profissionais desde o início da sua formação, tanto na teoria como na prática, permitindo o autoconhecimento das crenças, intenções, atitudes e comportamentos diante das pessoas com deficiência.

 

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Recibido: 12 de Agosto de 2010
Aceptado: 01 de Marzo de 2011

 

 

* Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, Laboratório de Atividade Motora Adaptada, Rua Pascoal Simone, 358, Florianópolis, SC, Brasil. - d2paulo@udesc.br
** Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Laboratório do Centro de Investigação em Desporto Saúde e Desenvolvimento Humano, Rua Dr. Manuel Cardona CIFOP 5000, Vila Real, Portugal. - mdolores@cm-vilareal.pt
*** Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, Laboratório de Atividade Motora Adaptada, Rua Pascoal Simone, 358, Florianópolis, SC, Brasil. - rudney@udesc.br.
**** Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, Laboratório de Atividade Motora Adaptada, Rua Pascoal Simone, 358, Florianópolis, SC, Brasil. - carlavargas80@yahoo.com.br

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