SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.4 número4Produções socias solidárias e produções por obrigação índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Vínculo

versão impressa ISSN 1806-2490

Vínculo v.4 n.4 São Paulo dez. 2007

 

ARTIGOS

 

O engano, o paradoxo, o Brasil

 

Brazil: the mistake and the paradox

 

El engaño, la paradoxa, el Brasil

 

 

Marina Durand1

NESME - Núcleo de Estudos em Saúde Mental e Psicanálise das Configurações Vinculares

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Através de algumas canções populares brasileiras apresento o paradoxo relativo ao contrato narcísico no Brasil. Sugiro que o lugar do modelo de ideal está ocupado pelo outro-agressor. Discuto as conseqüências na nossa constituição psíquica e vincular desta identificação, como o desmerecimento que enquanto brasileiros fazemos das coisas do Brasil. Os impulsos e ações dirigidos à autonomia encontram-se reprimidos e os sentimentos a ela associados são de ordem paranóide. A hipótese é que as relações de mando-obediência entre o dominante estrangeiro e o nativo-mestiço-brasileiro se reproduzem internamente nas relações entre as classes e a elite e o povo.

Palavras-chave: Identificação com agressor, Vínculo, Contrato narcísico, Autonomia, Relações de mando-obediência.


ABSTRACT

Through popular brasilian songs, I present the paradox of narcissistic agreement in Brazil. I suggest that the “other-agressor” plays the role of our own model of ideal. I discuss these consequences in our psychical and binding organization like the self-rejection, wich is experienced by Braziliens as a rule. Drives and actions to autonomy are repressed and it carries paranoid feelings. The hypothesis is that command-obedience relationships between the foreigner dominant and the mestizo-home-born brasilian are internaly transcripted among the social classes and the elite and the people.

Keywords: Identification with aggressor, Bond, Narcissistic agreement, Autonomy, Command-obedience relationships.


RESUMEN

Utilizando algunas canciónes populares brasileñas presento el paradojo relativo al contracto narcisista en Brazil. Sugiero que el lugar del modelo ideal es ocupado por el otro agresor. Discuto las consecuéncias de esta identificación en nuestra constitución psíquica y vincular, como, por ejemplo, el desmerecimiento que nosotros, brasileños, hacemos de las cosas de Brazil. Los impulsos y acciónes dirigidos a la autonomia están reprimidos y los sentimientos asociados a la autonomia tienen una naturaleza paranoide. La hipotesis es que las relaciones de mandar-obedecer entre el dominador extranjero y el nativo mestizo-brasileño se reproduzen en las relaciónes entre las clases y la elite y el pueblo.

Palabras clave: Identificación con el agresor, Vinculo, Contracto narcisista, Autonomia, Relaciones de mandar-obedecer.


 

 

O engano

Costuma-se dizer que o Brasil foi descoberto por acaso. Essa versão vem fazendo parte do nosso imaginário, mas os historiadores já a descartaram, eles sugerem que essas terras eram conhecidas dos portugueses antes do 21 de abril, pois já praticavam, às escondidas do rei, o comércio de pau-brasil. Por ser o conhecimento da terra fruto de uma prática não oficial, ao engano ou ao acaso ficou atribuído o descobrimento. O Brasil terá sido encontrado por acaso, por um engano ou o engano está em contar esta história? Num caso ou no outro ele está presente e nisso, parece, não nos enganamos... Carlinhos Brown compôs uma música que tem muito a ver com esta idéia: “meia-lua inteira sopapo na cara do fraco/ estrangeiro gozador, cocar de coqueiro baixo/ quando o engano se enganou”2. Ele aceita o engano, negá-lo não resolve, mas acrescenta a idéia que o engano também se engana. Ele afirma e ao afirmar faz andar o que estava parado no tempo.

Desengano é desfazer um engano, isto custa alguma ou muita dor. Utilizo a referência histórica para propor um outro engano ligado à nossa constituição psíquica e vincular. Todo povo, todo conjunto humano se agrupa em torno de um ideal cuja função é a de ser um eixo ao redor do qual gravitam valores e identificações, que são os fundamentos narcísicos necessários à consolidação e manutenção deste conjunto. Para o conjunto permanecer é necessário apostar e investir nos que nascem e vão perpetuá-lo. Essa é a idéia do contrato narcísico. A hipótese que apresento é que nosso modelo de ideal, construído a partir do agressor, desqualifica o brasileiro.

 

O paradoxo

O que estamos tratando é do que foi se instituindo a partir do encontro fundador entre o português e os nativos, a investigação procura as ressonâncias na civilização que dele se originou.

Quem era o brasileiro? senão o que não era, como o caboclo, nem índio, nem branco; como o cafuso, nem índio, nem preto; como mulato, nem branco, nem preto. Era o não, a ninguenzada, termo cunhado por Darcy Ribeiro. Somos o desencontro de uma positividade – o mestiço - cujo registro de valor é negativo. Isso envolve o desafio de fazer das sobras, uma forma definida com vibração e personalidade própria.

A inscrição mais profunda e intensa de acontecimentos históricos é tanto maior quanto mais estiverem reprimidos e, portanto, impossibilitados de uma transmissão consciente. Quando privilegiamos na nossa formação a presença do degredado, este é o fato principal ou o degredado cumpre um papel encobridor na nossa economia psíquica? Encobridor, por exemplo, das repercussões psíquicas do fato que junto com eles ficaram, por vontade própria, dois marinheiros da esquadra de Cabral. Neste caso, purgaria na ferida do degredo o sentimento de que estamos irremediavelmente condenados a uma mancha originária que nos faz degradados aos próprios olhos?

A possibilidade de beleza presente nas nossas origens traz a mancha do degredo, obscurecendo o bom do Brasil. Assim se configura uma fenda na constituição narcísica, que pode nos deixar numa situação de dependência narcísica. Ficamos na dependência do outro (estrangeiro) para conferir nosso valor; esse movimento configura uma disposição histérica para agradar e seduzir, pretendendo com isso repor o valor que, intrinsecamente, sentimos que nos falta. A ausência do sentimento de valor, colocado fora junto com o ataque ao que é propriamente nosso caracteriza um matiz melancólico. O deboche e a avacalhação do Brasil pelos brasileiros é uma tentativa de defesa, de eludir um dano originário.

 

Identificação com o agressor

Todo sujeto nace en un espacio hablante (AULAGNIER,1993, p.112). O espaço transubjetivo, “hablante”, fala sobre nós, muitas vezes, reproduzimos suas proposições de forma que ele fala em nós.

A hipótese é que nosso modelo de ideal, enquanto brasileiros, contradiz a proposta narcísica3 que é a função do ideal. Temos aqui um paradoxo: o ideal que deveria nos mover suga a seiva do nosso orgulho. O problema aparece porque ocorre uma identificação com o agressor. A nossa história tem se constituído a partir do embate entre o quem manda, esse outro (estrangeiro), e quem obedece. A sugestão é que as relações de mando-obediência havidas com o exterior se reproduziram internamente na sociedade brasileira, configurando uma estrutura vincular entre a elite e o povo.

Consideremos o binômio brasileiro e o outro (estrangeiro) sob o prisma das representações inconscientes do brasileiro sobre este binômio. A investigação destes termos pode ser realizada pela análise do que subjaz ao tão conhecido impulso de agradar o outro. Este impulso de agradar pode indicar a necessidade de sermos bem vistos por ele, de forma a receber através do outro, o valor que por si só, sentimos nos faltar. Este procedimento psíquico funciona como sintoma, sintoma de algo que temos de resolver entre nós, única maneira de conseguir um princípio de autonomia. Depender do outro para atribuição de valor tem algo de histérico e por isso mesmo, estéril; a repetição deste procedimento só faz nos afastar do objetivo. De um ponto de vista econômico, a tentativa é repor a matéria narcísica imprescindível à vida psíquica. Partido Alto, uma canção de Chico Buarque, ilustra o espelho em nos miramos:

“Deus é um cara gozador que adora brincadeira / pois prá me botar no mundo tinha o mundo inteiro/ mas achou muito engraçado me botar cabreiro/ na barriga da miséria nasci brasileiro/... Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio/ pele e osso simplesmente quase sem recheio/ mas se alguém me desafia e bota a mãe no meio/ dou pernada a três por quatro e nem me despenteio/ eu já tô de saco cheio” 4.

Retomo a hipótese que entre nós brasileiros, o lugar do ideal está ocupado pelo outro agressor. Uma conseqüência observável é a atitude característica de desmerecer a nós mesmos. Fazer um discurso a partir da perspectiva do outro. Para guardar um pouco de valor, o sujeito coloca para si que brasileiros são os outros, não eu. Um outro desdobramento, de natureza paranóide, são os ataques a toda forma ou impulso em direção a autonomia.

A nossa singularidade, a singularidade do Brasil está na falta. O que falta? Um primeiro pensamento traz à mente que nos falta a positividade de uma origem, a origem está ligada à idéia dos homens que vieram fazer o Brasil, enriquecer para depois voltarem às suas origens; o Brasil é um meio, um estágio transitório não o destino de um desejo. Isso faz pensar nas repercussões da sensação de abandono impregnada, por exemplo, no trabalho cotidiano dos funcionários públicos da rede de saúde mental. Eles têm um país, uma população a ser atendida, portanto, uma terra a desbravar, conhecer e cultivar. São, sob muitos prismas, iguais na carência às pessoas que devem atender: o que um não tem, falta ao outro. Refiro-me à carência de recursos técnicos, materiais, institucionais e políticos.

 

Contrato narcisista

Piera Aulagnier propõe o conceito de contrato narcísico para se referir aos benefícios psíquicos que o sujeito obtém por pertencer a um dado conjunto humano; ela também propõe o pacto denegativo como sendo aquilo do qual não podemos falar para poder continuarmos juntos. Pacto denegativo e contrato narcísico são alianças inconscientes responsáveis pelos eventos psíquicos e vinculares entre os elementos do conjunto e que definem sua pertença a ele.

O passado não é toda a história, mas o que guardamos dela. A memória é traiçoeira, porque parcial, e também reveladora, do sujeito e das suas escolhas. Na carta de Caminha constatamos “que com estes dois degradados, que aqui ficam, ficam mais dois grumetes, que esta noite se sahiram desta náo, no esquife, fugidos, os quaes não vieram mais; e cremos, que ficarão aqui, porque, de manhã, prazendo a Deus, fazemos d’aqui nossa partida” (CAMINHA, p.51). O processo de constituição do imaginário envolve um deslizamento da história factual, se nesta ficaram os degredados e os marinheiros, nosso imaginário registra e se organiza tendo como núcleo significativo apenas o degredado; não há registro relativo ao impulso dos marinheiros para ficarem. Onde se encontra essa história, qual o destino desses marinheiros, que perspectivas ela abriria para a História? O que voou ao longo do tempo, espalhando-se pelos palmos do chão povoando e constituindo a alma brasileira é que fomos colonizados por degredados.

Até que ponto o degredado funciona como um núcleo inconsciente ao redor do qual se organizam as referências que, como brasileiros, temos sobre nós? Se assim for, é importante observar as conseqüências de uma referência auto denegrida nas nossas práticas institucionais e em nossos vínculos sociais. Ele rouba, mas faz,. esta frase expressa sentimentos arcaicos na vida brasileira. A resignação é uma resposta às práticas instituídas e às instituições que, na prática, as legitimam, mesmo porque reclamar a quem?

Terá sido casual o deslizamento entre o fato histórico e o registro imaginário ou ele responde a alguma necessidade psíquica? Se assim for, pode ser indicativo, sintomático, de uma situação cuja densidade conflitiva requer um investimento imaginário sempre renovado e renovador. A densidade simbólica de um acontecimento estará associada à dor que ele contém?

O imaginário é por onde se apreende o real.

“O mundo das significações tem que ser pensado, não como uma réplica irreal de um mundo real; ... temos que pensá-lo como posição primeira, inaugural, irredutível do social-histórico e do imaginário social tal como se manifesta cada vez numa sociedade dada; posição que se presentifica e se figura na e pela instituição das significações ... que coloca, para cada sociedade, o que é e o que não é, o que vale e o que não vale e como é ou não é, vale ou não vale o que pode ser ou valer. É ela que instaura condições e orientações comuns do factível e do representável, e através disso dá unidade, previamente e por construção, se assim podemos dizer, à multidão indefinida e essencialmente aberta de indivíduos, de atos, de objetos, de funções, de instituições” (CASTORIADIS, 1993, p 413).

O imaginário constitui-se em um conjunto de representações, entrelaçadas, formam um todo orgânico em que as energias inerentes a cada representação, contém a densidade da história, transformada pelo vivido em drama humano. O entrelaçamento adensa o campo energético, que tomando uma forma mais ou menos organizada, configura vetores de sentido e de significação, responsáveis pelo que reconhecemos ser algumas características deste conjunto.

Essas características são observadas privilegiadamente nos vínculos sociais e institucionais, que se tornam paradigmáticos do modo de ser deste conjunto. O entrelaçamento das representações, o campo de forças com vetores para ação e disposições significantes constituem o imaginário, que sendo formado a partir da história, também produz história.

Essas características são observadas privilegiadamente nos vínculos sociais e institucionais, que se tornam paradigmáticos do modo de ser deste conjunto. O entrelaçamento das representações, o campo de forças com vetores para ação e disposições significantes constituem o imaginário, que sendo formado a partir da história, também produz história.

Na história do país vai se formando um conjunto social onde podemos perceber vetores privilegiados de sentido e significação. Apreender, descrever e discutir esses vetores é o que me proponho investigar.

O vínculo expressa o caráter psíquico das relações sociais; os vetores privilegiados de sentido e significação pertencem ao campo transubjetivo, onde se forma o caldo cultural sobretudo nos seus aspectos inconscientes e reprimidos. “A memória coletiva contém recordações de experiências que o indivíduo não viveu, mas que lhe são transmitidas por identificações e estruturas de apoio... Essa memória coletiva corresponde a estruturas psíquicas transindividuais fundamentais” (KAËS, 1991, p.155). Segundo o mesmo autor, a memória coletiva e o meio social funcionam como continente metapsíquico compartilhado. Esta concepção teórica permite propor a existência do Brasil como um todo significativo, que permeia a relação dos brasileiros entre si, dos brasileiros com o Brasil e do Brasil com os brasileiros.

“O grupo e o agrupamento constituem para seus membros um recurso e uma fonte de apoios compartilhados. Todos os totalitarismos visam reduzir o indivíduo singular à condição de elemento isolado, anônimo, objeto parcial submetido a um conjunto” (KAËS, op.cit. p.148). Até que ponto a prática de separar os escravos recém chegados ao Brasil de seus familiares não tinha essa estratégia? Até que ponto as conseqüências desta prática não perduram em nós como disposição mental em relação ao conjunto e do conjunto em relação ao indivíduo?

Como se articulam as representações mentais mais significativas dos brasileiros em relação ao Brasil, como vão adquirindo uma forma e lógica próprias em relação à estrutura social, configurando uma estrutura psíquica, uma comunidade de atitudes, uma comunidade de destino.

Alguma coisa caminha e vem caminhando, não só a partir de 22 de abril de 1500, já antes, por certo, a conformação mental de nossos índios, deu sua tonalidade ao encontro com o português nas terras brasileiras

“Parece-me gente de tal innocencia, que se os homens entendessem e elles a nós, que seriam logo christãos; porque eles não têm nem entendam em nenhuma crença, segundo parece; e, portanto, se os degradados, que aqui hão de ficar, aprenderem bem a sua falla e os entenderem, não duvido, segundo a santa tenção de Vossa Alteza, fazerem-se christãos e crerem na nossa Santa Fé, à qual praza a Nosso Senhor, que os traga, porque certo esta gente é bôa e de bôa simplicidade, e imprimir-se-há ligeiramente nelles qualquer cunho, que lhes quizerem dar; e logo Nosso Senhor lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, e elle, que nos por aqui trouxe, creio, que não foi sem causa” (Carta de Pero Vaz Caminha a El-Rei D. Manuel, p.45).

Esta idéia que somos uma massa amorfa, moldável segundo a vontade de quem manda, é com certeza um tema da nossa constituição psíquica inconsciente. A história nos convoca a tratá-lo e a construir uma outra resposta.

 

O Brasil está fora do Brasil

Existem acontecimentos cuja densidade histórica se desdobra ao longo do tempo e da própria história, impregnando a atmosfera de outros lugares e de pessoas que dele não participaram diretamente. O veículo através do qual se dá esse desdobramento é a dimensão simbólica. Trabalhada pelo imaginário ela constitui as camadas mais arcaicas do sentimento de um povo em relação a si próprio e ao outro.

O brasileiro carrega o ônus de muitas ausências e carências, uma das principais, diz respeito à proibição de tomarem nas mãos a matéria Brasil. De uma certa forma, o Brasil só pode ser pensado, (e agido) de fora, pelo outro estrangeiro, a palavra brasileira sobre o Brasil carece de valor para os brasileiros.

Fazer parte de uma nacionalidade, de um conjunto transubjetivo no qual o sujeito se inclui e a partir de onde se define como integrante de um povo constitui uma referência psíquica importante.

Quais os conflitos que nos definem e que respostas temos dado a eles? Por onde passa o nosso eixo identificatório? Se o espelho onde nos reconhecemos reflete o nada, a “ninguenzada”, a que remonta este fato e quais seus desdobramentos na nossa sociedade hoje? Como essas questões se desdobram na nossa vida social?

“Quando, seu moço, nasceu meu rebento/ não era o momento dele rebentar/ ele foi nascendo com, cara de fome/ e eu não tinha nem nome pra lhe dar/ como fui levando, não sei lhe explicar/ fui assim levando ele a me levar e na sua meninice ele um dia me disse/ que chegava lá”5.

“E eu não tinha nem nome pra lhe dar”, o nome singulariza o sujeito e lhe confere um destino próprio dentro do caldo sincrético do conjunto - que esse sujeito vem servindo desde sempre. A história cobra essa dívida e manda a fatura, haja vista as formas da violência cotidiana. Ressignificar a origem para nossa história e nossa gente chegar lá, entrar na escola e sair da página policial. Outras palavras6 demandam outros fatos. A elite brasileira precisa servir o Brasil, ela também sair das páginas policiais. Precisa mudar a fórmula originária de servir-se do Brasil. Afinal, nós merecemos.

 

Conclusão

O grande paradoxo é ter como modelo de ideal um discurso que desmerece o que somos. É no que permanece recalcado – possivelmente no pacto denegativo - que vamos encontrar o impulso em busca da autonomia. O fato é que este impulso não cessa de pulsar em busca de sua inscrição na história7.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AULAGNIER-CASTORIADIS, P. La violencia de la interpretación. Buenos Aires: Amorrortu, 1993.         [ Links ]

BUENO, E., A viagem do descobrimento. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.        [ Links ]

CASTORIADIS, C. A instituição imaginária da sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 1995.        [ Links ]

CAMINHA, P.,V. Carta de Pero Vaz Caminha a El-Rei D. Manuel.        [ Links ]

DURAND, M. O medo e os vínculos sociais no Brasil. 2005, Tese de doutorado, PUC/SP.        [ Links ]

KAËS, R. El grupo y el sujeto del grupo. Buenos Aires: Amorrortu, 1995         [ Links ]

__________ Rupturas catastróficas y trabajo de la memoria, in Violencia de Estado y Psicoanálisis, Centro Editor de América Latina, 1991.         [ Links ]

RIBEIRO, D. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência:
E-mail: m.durand@uol.com.br

Recebido em: 20/03/2007
Aceito em:27/03/2007

 

 

1 Marina Durand, Presidente do NESME, Doutora em Ciências Sociais/Antropologia pela PUC/SP. Autora do livro Doença Ocupacional, Psicanálise e Relações de trabalho. Mestre em Psicologia Social pela USP.
2 Música do Carlinhos Brown, Meia-lua inteira.
3 O que não deixa de ser um contra senso se pensarmos em termos do conceito de contrato narcisista.
4 Chico Buarque, Partido Alto.
5 Chico Buarque, Meu guri.
6 Referência à canção de Caetano Veloso, Outras palavras.
7 Sobre esse assunto consultar minha tese de doutorado, O medo e os vínculos sociais no Brasil.

Creative Commons License