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Vínculo

versão impressa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.7 no.1 São Paulo jun. 2010

 

ARTIGOS

 

Holding e rêverie: postura do coordenador de grupo de reflexão com educadoras em um abrigo1

 

Holding and reverie: posture of the coordinator of reflection group with educators in a shelter

 

Holding y reverie: postura de coordinador del grupo de reflexión con los educadores en un centro de acogida

 

 

Carla Lam2

Centro de Educação Permanente em Psicanálise dos Vínculos - Núcleo de Estudos em Saúde Mental e Psicanálise das Configurações Vinculares

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A criança para ter seu desenvolvimento saudável necessita da experiência de holding (conceito de Winnicott) e de rêverie (conceito de Bion), pois esses contêm sua angústia e incrementam a simbolização.
Esse artigo tem como proposta refletir sobre a postura do coordenador de grupo de reflexão, e a importância do holding e do rêverie no processo grupal. Para tal, utilizo o trabalho que realizei em 2008 como parte de minha formação em coordenação de grupo pelo Nesme, em que eu discutia sobre a importância do grupo de reflexão para o aprimoramento da capacidade de holding e continência de educadoras em uma instituição que abriga crianças.

Palavras-chave: Grupo de reflexão; Holding; Rêverie; Educadores; Crianças.


ABSTRACT

For the child to have a healthy development, he or she needs to experience concept), as these contain their anxiety and increase the symbolization.  This article aims to reflect on the position of the coordinator of the reflection group, and the importance of the holding and the rêverie to the group process. For this, use the work in 2008 as part of my training in the coordination of group at Nesme, where I discuss the influence of the reflection group in improving the capacity of holding and continence of educators who work in a shelter.

Keywords: Reflection group; Holding; Reverie; Educators; Children.


RESUMEN

El niño precisa de la experiencia de holding (concepto de Winnicott) y de rêverie (concepto de Bion) para tener un desarrollo saludable, ya que éstos contienen su angustia y aumentan la posibilidad de simbolización.
Este artículo tiene como propósito reflexionar sobre la postura del coordinador de grupo de reflexión y la importancia de los conceptos de holding y rêverie en el proceso grupal. Para tal fin, utilizo un trabajo de investigación que realicé en 2008 como parte de mi formación en coordinación de grupo por el Nesme, en el cuál se discute la importancia del grupo de reflexión para el perfeccionamiento de la capacidad de holding y la continencia de educadores en una institución que alberga niños.

Palabras clave: Grupo de reflexión; Holding, Reverie; Educadores; Niños.


 

 

Introdução

Esse artigo tem como objetivo refletir, à luz dos conceitos de Holding e Rêverie, sobre a importância da postura do coordenador para o processo grupal. Utilizo como material a minha experiência com um grupo de educadoras em um abrigo de crianças que estão em situação de vulnerabilidade e em processo de reinserção familiar e social.

Para melhor compreensão das exigências feitas a este grupo, se faz necessária a explanação de alguns conceitos e da história da infância e do abrigamento.

O desenvolvimento da criança depende de seu meio, tendo como principal protagonista a mãe. Como veremos mais adiante, a mãe com sua capacidade de holding (conceito de Winnicott) e de continência e rêverie (conceito de Bion), tem possibilidade de conter a angústia da criança e de incrementar a simbolização.

A instituição em que o trabalho foi realizado, responde a uma demanda de vulnerabilidade social por crianças abrigadas (afastadas de suas mães), e que necessitam de acolhimento psíquico - holding e rêverie. Daí a importância de se investigar se (e como) o trabalho de grupo com educadoras pode aprimorar essa capacidade, e qual a importância da postura do coordenador.

Para definir vulnerabilidade (condição que as crianças dessa instituição se encontram), Katzman (1999) apud  Portal do Programa Ação Família (2008) diz:

“A vulnerabilidade de um indivíduo, família ou grupos sociais refere-se à maior ou menor capacidade de controlar as forças que afetam o seu bem estar, ou seja, a posse ou controle de ativos que constituem os recursos requeridos para o aproveitamento das oportunidades propiciadas pelo Estado, mercado ou sociedade”.

Compartilho com as idéias do Portal do Programa Ação Família (2008), em que “qualquer ação destinada às famílias e pessoas em situação de vulnerabilidade social deve ter como princípio a proteção social preventiva e o apoio para fortalecimento de suas relações familiares, comunitárias e a emancipação social”. Essas crianças precisam ser reinseridas em suas famílias (de origem ou substituta) e na sociedade. Muitas vezes, não há possibilidade da reinserção na família, mas precisam de um Projeto Político Pedagógico voltado às suas necessidades para ter seu desenvolvimento biopsicossocial saudável, além de garantias legais, sociais e políticas.

Algumas considerações serão colocadas para introduzir o leitor na história.

 

Infância

Considero que as ações políticas e sociais, e a maneira pela qual o adulto se relaciona com as crianças estão intimamente ligados a concepção que a sociedade tem da infância. Concepção essa que se transforma no percurso da História.

Segundo Áries (1981), antigamente a família tinha, primordialmente, a função de conservação dos bens e de proteção da honra e das vidas. Segundo o autor, foi a partir do século XVII, com o advento da escola, que surge a idéia de infância, e que a criança passa a ser vista também com alma. Surge entre os moralistas, a idéia da imperfeição da infância, há a preocupação em educar na moral para que se tornem homens racionais e cristãos.

 

Brasil

A colonização do Brasil se deu nesse período moralista - crianças eram isoladas dentro de escolas, e deviam se tornar homens racionais e morais.

Assim a colonização está intimamente ligada aos jesuítas que tinham como missão, persuadir os indígenas a aceitarem a doutrinação católica. As crianças indígenas eram afastadas de suas tribos deliberadamente e junto com crianças órfãs passaram a viver em instituições mantidas pela Coroa Portuguesa e por religiosos.

No século XVIII o abandono de crianças nas ruas era visto de maneira escandalosa, assim as Casas de Misericórdia assumiram os cuidados as crianças órfãs e das enjeitadas. Em 1824, inicia-se em São Paulo, a roda dos expostos, sendo essa a principal política de atendimento na época.

Dentro do âmbito jurídico, a preocupação com as crianças surge na ordem da delinqüência e desamparo. Em 1902 é fundado em São Paulo, o Instituto Disciplinar para atender os “pequenos criminosos”. Em 1927 foi aprovado o primeiro código de menores e em 1930 foram criados grandes internatos. Acreditava-se que ao isolar as crianças do convívio social, essas seriam reparadas e adaptadas à sociedade.

Foi em 1964, ano do golpe militar, que a FUNABEM foi criada. As crianças passam a ser denominadas de “menores”, novamente são criados grandes internatos, onde as crianças são isoladas e passam a ser objeto de intervenção do estado.

O trabalho era focado na permanência das crianças na instituição e não na sua reinserção na família e na sociedade.

Segundo Maricondi (1997), os complexos de atendimento impediam o convívio social fora da instituição. A escola, as atividades esportivas e os atendimentos médicos eram realizados lá dentro, o que colaborava com a segregação dessas crianças.

Na década de 70 e 80 surgem entidades e movimentos não governamentais com idéias divergentes dos cuidados prestados até então às crianças.

Em 1990, foi criada a nova lei de proteção, o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Enquanto no código de menores a preocupação era com as crianças e adolescentes em situação irregular com intervenção do estado, o ECA se preocupa em proteger os direitos de todas as crianças.

 

O Grupo de educadores – sua origem e sua proposta

A instituição onde foi realizado o trabalho fica na região metropolitana de São Paulo. O propósito do atendimento de grupos de educadoras era contribuir para que essas entendam e se apropriem mais de sua função e tenham um melhor vínculo com a instituição e com as crianças.

Para Fernandes (2003, p.44), o vínculo se refere tanto ao mundo interno quanto a relação com a sociedade. O autor cita Zimerman: “... os vínculos são elos de ligação intra, inter e transpessoais e que sempre estão acompanhados de emoções e fantasias inconscientes”.

 

Grupos

Para discorrer sobre a proposta de grupo de educadores faz-se necessário escrever algumas das definições.

Oliveira Jr (2002, p. 88) cita os requisitos sugeridos por Zimerman, que são necessários para conceituar um grupo: reunião de no mínimo 3 pessoas e o número máximo não pode comprometer a comunicação verbal e visual; devem existir regras de dia, hora e local, uma estrutura com papéis, funções e uma tarefa em comum; no grupo há dois planos de funcionamento, o consciente e o inconsciente, necessitando de um campo em que podem aparecer as transferências e as resistências; entre os participantes deve haver uma interação afetiva e o sentimento de pertença e pertinência, que leve a identidade grupal.

Tápia (2002, p. 113), cita Yalom ao dizer que o grupo pode oferecer experiências não disponíveis noutro lugar, como a aprendizagem num nível emocional e não apenas intelectual; perceber o poder do grupo na resolução de conflitos; se sentir aceito pelo grupo; aprender sobre seu papel no grupo e ter melhor condição de avaliar suas forças e fraquezas, e reconhecer suas fantasias.

Segundo Fernandes (2002, p. 64), os fenômenos grupais conscientes e inconscientes tais como: as indagações, aflições, liderança, e comunicação verbal e não verbal aparecem em qualquer grupo, o que muda é o objetivo consciente dos participantes e a atitude do coordenador. Sendo assim, o trabalho com grupos na Instituição mostra ser uma oportunidade para trabalhar as relações interpessoais, através do incremento de recursos ao mundo interno. Esse incremento se dá através da vivência de holding e rêverie no grupo, que posteriormente poderá ser utilizado em outras relações.

 

Grupo operativo

O grupo operativo foi criado por Pichon-Rivière. Tem como objetivo favorecer o desempenho de uma determinada tarefa, a integração do grupo e o progresso dos participantes e da equipe. (Zimerman, 2002, p.63).

No grupo operativo, segundo Fernandes (2002), não se tem como objetivo a interpretação dos aspectos inconscientes e resistências individuais, nem se foca no vínculo de transferência-contratransferência.

 

Grupo de reflexão

O grupo de reflexão, termo cunhado por Dellarosa, é uma modalidade de grupo operativo cuja tarefa é refletir sobre determinada experiência afetiva, e cognitiva (Zimerman, 2002, p.63).

Para Zimerman (2002), um dos objetivos do grupo de reflexão é a equipe técnica entrar em contato mais profundo com fatores conscientes e inconscientes que favorecem ou dificultam a execução de uma atividade. Seu objetivo prioritário, para Fernandes (2002, p. 78) é o conhecimento que se pode adquirir na vivência grupal, entre eles: os vínculos com os colegas e o sentimento de pertença à instituição.

Por não ter um tema pré-fixado, o início do grupo de reflexão é caótico. Por outro lado, o espaço pouco definido facilita projeções e fantasias, assim o grupo se estrutura a partir do clima emocional (OLIVEIRA JR, 2002, p. 93).

O coordenador deve ser continente às angústias do grupo e de seus participantes, e facilitar a compreensão. Para isso precisa propiciar um clima favorável em que os participantes expressem e percebam suas emoções, sem medo de retaliação ou de magoar os colegas (FERNANDES, 2002, p. 79).

 

Holding e Rêverie

Holding e Rêverie são dois conceitos distintos, mas com muita proximidade. O primeiro é um conceito de Winnicott e o segundo, de Bion. Nos dois casos, há necessidade de um objeto externo que por meio do vínculo afetivo tenha capacidade de lidar com a pulsão e de se discriminar do outro, podendo assim dar suporte às angústias e às transferências.

Para Camargo (2000, p. 100), “o holding é a primeira função que o ambiente exerce. O próprio ato de segurar o corpo do bebê resultará em circunstâncias satisfatórias ou desfavoráveis em termos psíquicos”. Segundo Della Nina (2002), para Winnicott, o holding está ligado à teoria do estado de “não-integração” inicial do bebê e a “preocupação materna primária”, em que a mãe tem disposição para lidar com os cuidados com o corpo do bebê, e capacidade de sustentar situações emocionais de ansiedade, permitindo o desenvolvimento do sentimento de esperança. É essa função materna que permite ao bebê a assimilação gradativa da vida pulsional pelo ego. (Della Nina, 2002, p. 260). O holding físico e psicológico alimenta a onipotência do bebê (crença que deve ser inabalável). Para Winnicott, o bebê precisa acreditar que está criando e controlando o mundo para construir um self verdadeiro (Camargo, 2000, p. 100).

Segundo Della Nina, na teoria de Bion, a continência é a capacidade afetiva e de transformação dos afetos em elementos simbólicos, e esta transformação está relacionada à capacidade de Rêverie materna, em que a função α (alfa) está presente.

Segundo Camargo (2000, p. 97), a “noção de conter relaciona-se ao conceito descrito por Melanie Klein de identificação projetiva”. A autora nos diz que para Bion, a identificação projetiva tem pelo menos dois objetivos diferentes: - evacuar um estado mental insuportável, projetando esse em um objeto externo com intenção de sentir alívio e de controlar esse objeto; ou – causar nele um estado mental semelhante ao seu, como forma de comunicação. Na identificação projetiva o bebê insere na mente da mãe um estado de ansiedade e terror para o qual ele é incapaz de encontrar sentido, que é vivido como intolerável.

A identificação projetiva requer cooperação por parte do objeto para que possa conter esse estado mental (elemento beta) e transformá-lo, através da função alfa em elemento alfa. A “identificação realista bem sucedida depende não só do estado mental do projetor, mas também do estado mental do objeto”(Della Nina, 2002, p. 268).

A função alfa tem como objetivo: 1) transformar um elemento sensório bruto (elemento beta) em um elemento psiquicamente significativo e 2) transformar estados anímicos insuportáveis em suportáveis. “Rêverie se refere à tentativa materna de proporcionar continência que possibilite compreensão da realidade do bebê, a fim de apoiar sua perda de onipotência” (Camargo, 2000, p. 99).

É função do analista ser continente, promovendo tolerância à frustração por parte dos analisandos. Para Bion, “A incapacidade de tolerar frustração poderá obstruir o desenvolvimento dos pensamentos e da capacidade de pensar” (Bion [1952], 1994, p. 131). Ainda para o mesmo autor:

“se a capacidade de tolerar a frustração for suficiente, o não-seio se transforma em pensamento, e desenvolve-se um aparelho para “pensá-lo” (...) A capacidade de tolerar a frustração, portanto, possibilita que a psique desenvolva o pensamento como um meio através do qual se torna mais tolerável a frustração que for tolerada” (Bion [1952], 1994, p.129).

Neste sentido, holding e rêverie têm finalidades em comum, buscam a integração individual, aceitação da independência relativa e possibilidade de lidar com angústias e esperar que novas elaborações ocorram.

Tanto no holding quanto no rêverie, o analista precisa ter uma postura em nada autoritária e muito interessada no paciente, sem o desejo que ele siga um determinado caminho, mas sim promover a possibilidade de construir seu próprio caminho ao caminhar.

 

O Grupo na instituição

A possibilidade de realizar o grupo surgiu com uma parceria do Nesme com uma Instituição que abriga crianças em situação de vulnerabilidade. A autora foi convidada a participar desse projeto por fazer a formação no Nesme.

Após o primeiro encontro com o grupo, optou-se por realizar um grupo de reflexão, pois esse mostrou interesse em pensar e entrar em contato com o mundo interno em relação à instituição, as crianças e ao trabalho. O grupo de educadoras ocorreu quinzenalmente, com duração de 1hora e meia, tendo um total de 11 encontros.

 

O percurso do grupo

Utilizo três encontros (o segundo, o sexto e o nono) para fazer uma reflexão sobre a importância da postura da coordenadora no percurso do grupo: nas mudanças quanto à percepção de pertença pelas participantes, e quanto à possibilidade de simbolização. Esses três encontros foram escolhidos por possibilitarem em seu material uma percepção do processo do grupo.

Nos primeiros encontros, as participantes necessitavam falar muito, sem que pudessem ter alguma reflexão. Reclamam do quanto precisam trabalhar e como temem serem apontadas como culpadas por algo. Ficam na defensiva, mas querem parecer fortes.

O grupo se apresenta indiscriminado, e necessita de contorno e de apoio a sua onipotência. As participantes precisam acreditar que são fortes, e que entendem o que está acontecendo com elas e com a instituição. É um momento de muita angústia em que o grupo mais necessita de holding.

No sexto encontro, já era possível ter uma conversa.  Há uma percepção que o grupo é um lugar diferente e por isso podem questionar o que fazem lá, para que serve, qual a função da psicóloga etc “Eu venho aqui, e gosto. É o tempo que tenho para parar o que faço e poder sentar para respirar, mas não sei para que serve”. O grupo começa a se perceber discriminado: não é mais uma atividade como as demais que acontecem na instituição. Há um objetivo e uma repercussão distinta. As participantes podem se reconhecer como integrantes de um grupo com certa intimidade e cumplicidade.

No nono encontro, as participantes conversam de maneira mais franca. Já não se sentem tão ameaçadas e podem conversar sobre desentendimentos que ocorreram entre elas. Percebem que a subjetividade faz parte das relações e que estão sujeitas a fantasias, e ainda assim é possível conversar e se aproximar da realidade.

O grupo pode mostrar suas dúvidas, isto é: já é possível a simbolização em que os elementos β (beta) se transformam em elementos α (alfa). Com o grupo tendo uma identidade, a coordenadora pode ter uma função de rêverie para além de acolher as ansiedades por identificação projetiva.

 

Reflexão a luz dos conceitos

Nesse grupo, foi necessário um período em que o Holding estivesse mais presente. A coordenadora precisou lançar mão do holding e deixar transparecer em sua postura, a sua crença no grupo, na capacidade das participantes, e na possibilidade de transformação. Para que isso ocorra, não pode impor seus desejos, mas sim permitir a construção de um caminho pelo (e no) grupo. Com o grupo mais integrado, as participantes podiam vivenciar de maneira mais significativa o Rêverie e assim ter contato maior com a subjetividade.

O coordenador de grupo deve reconhecer, respeitar e permitir que as angústias e dúvidas estejam presentes no grupo para que possam ser contidas e transformadas/simbolizadas. E deve observar a proposta do contrato de trabalhar as transferências nas relações interpessoais da equipe com o trabalho e a instituição.

Talvez pelo pouco tempo de trabalho, não foi possível verificar se houve uma instrumentalização das educadoras para que essas pudessem ter na sua relação com as crianças abrigadas na instituição, a experiência de holding e rêverie. Mas podemos afirmar que a vivência no grupo de reflexão traz maiores recursos para que isso ocorra, pois observamos um crescimento em sua capacidade de continência dentro do grupo com outras participantes.

 

Referências Bibliográficas

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Endereço para correspondência
Carla Lam
E-mail: lam@plugnet.com.br

Recebido em: 10.09.2009
Aceito em: 30.10.2009

 

 

1 Artigo elaborado a partir do trabalho desenvolvido durante o curso de Formação em Coordenação de Grupo pelo Centro de Educação Permanente em Psicanálise dos Vínculos do NESME, durante o ano de 2008 sob orientação da Prof. Dra. Ângela Hiluey.
2 Terapeuta. Assistente de Coordenação do Projeto Quixote (OSCIP ligada a Psiquiatria da UNIFESP). Aluna do Centro de Educação Permanente em Psicanálise dos Vínculos (CEPPV) do Nesme.

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