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Vínculo

versão impressa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.9 no.1 São Paulo jun. 2012

 

EDITORIAL

 

 

No presente número da Vínculo – Revista do NESME são apresentados estudos e práticas envolvendo os fenômenos e processos grupais, a saúde mental e a Psicanálise das Configurações Vinculares na forma de relatos de pesquisas, ensaios teóricos, reflexões a partir da prática, assim como discussões e aprofundamentos de conceitos da área, todos realizados por profissionais atuantes em diferentes contextos e reconhecidos entre seus pares.

O primeiro artigo, intitulado "A tutoria na grade curricular do ensino médio como contribuição para a formação do grupo escolar" parte de um caso ilustrativo para discutir a importância da tutoria integrada à grade curricular para a formação de identidade grupal e desenvolvimento integral do aluno.

Um outro artigo que parte da prática é "O desafio da drogadição". Neste, é apresentado e discutido o trabalho desenvolvido por um Centro de Atenção Psicossocial para usuários de álcool e outras drogas (CAPS-AD) e apresenta como princípios o tratamento humanizado, a reinserção social e o exercício da cidadania e autonomia. Aponta os vínculos grupais como o melhor aliado para um tratamento bem sucedido de drogaditos.

Como relatos de pesquisas temos, "Entre o rompimento concreto e a manutenção simbólica do vínculo: particularidades do luto de cuidadores familiares de portadores de doenças crônico-degenerativas", e "Questões contemporâneas (e não contemporâneas) sobre a prática clínica". O primeiro, tem como foco o processo de luto em cuidadores familiares de portadores de doenças crônico-degenerativas que evoluíram a óbito após receber assistência domiciliar prolongada. O referido estudo analisou a oscilação entre o enfrentamento orientado à perda e o enfrentamento orientado à restauração na população em questão e se constitui em uma referência importante para os profissionais da área da saúde, pois seus achados podem ser ampliados para outras situações de perdas ou relativas aos cuidadores. Já o segundo, buscou compreender os significados construídos sobre a prática clínica na visão de analistas de orientação psicanalítica e psicanalistas, discutindo questões que atravessam a própria constituição dos saberes da área, tais como: o contrato, analisibilidade e indicação, transferência, contratransferência, faltas, atrasos, número de sessões, uso do divã, setting e término da análise. Apesar de o foco inicial ser a análise individual, a Psicanálise das Configurações Vinculares serviu como referência para as considerações formuladas pelos autores.

Dois artigos foram dedicados a discutir conceitos teóricos e proposições de autores que são bastante utilizados por profissionais que trabalham com pequenos grupos ou em intervenções institucionais. No artigo "O dispositivo de grupo na esquizoanálise: tetravalência e esquizodrama", é discutido como o grupo é apreendido na Esquizoanálise, buscando contribuições desta teoria para a intervenção com grupos. Parte da revisão bibliográfica em toda obra dos franceses G. Deleuze e F. Guattari e do argentino-brasileiro G. F. Baremblitt e apresenta importantes contribuições acerca do dispositivo de grupo nas referidas concepções e da invenção de um novo campo que articula Esquizoanálise e intervenção, chamado de Esquizodrama. Já no artigo "Uma Introdução aos Grupos Operativos: Teoria e Técnica", apesar de o autor anunciar que o artigo representa uma estratégia para uma primeiríssima leitura introdutória sobre os Grupos Operativos, há nele um bem delineado recorte dos conceitos, noções e pressupostos estruturantes da teoria dos Grupos Operativos e da técnica dos Grupos operativos de Aprendizagem. Tais elementos são apresentados em suas relações com outras teorias, tendo como destaque sua inserção histórica no ramo das teorias psicanalíticas de grupo.

Esperamos que as leituras promovam reflexões, fomentem novas ideias e pesquisas e estimulem debates e discussões. Boas leituras!

 

Solange Aparecida Emílio
Editora