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Vínculo

Print version ISSN 1806-2490

Vínculo vol.10 no.1 São Paulo May 2013

 

ARTIGOS

 

Repetição de nome próprio: vínculos familiares e culturais

 

First name repetition: family and cultural bonds

 

Repetición del nombre propio: vínculos familiares y culturales

 

 

Bruna Francinetti Menezes Castro dos Santos1; Ceneide Maria de Oliveira Cerveny2

 

 


RESUMO

A escolha do nome de uma pessoa imprime expectativa, mitos e crenças que estão presentes no pré-consciente do grupo familiar do qual ela pertence. Este trabalho objetivou compreender a repetição de nome próprio considerando os conceitos de lealdade familiar e diferenciação. O estudo se caracteriza por ser uma pesquisa qualitativa com delineamento de estudo de caso. Os participantes foram pai e filho que possuem o prenome em comum, sendo que pertencem a uma família na qual sete pessoas têm esse mesmo prenome, ao longo de cinco gerações. Utilizou-se a entrevista semiestruturada e a construção do genograma e do brasão da família como instrumentos para a coleta de dados. Os resultados apontam para a presença marcante da lealdade a si próprio e forte vinculação às raízes culturais. Além disso, notou-se lealdade junto às pessoas significativas, consideradas parentes mesmo não possuindo laço consanguíneo e à família de origem, à medida que quer transformar o seu prenome em sobrenome.

Palavras-chave: Família. Nomeação. Lealdade. Diferenciação.Vínculos culturais.


ABSTRACT

The choice of the name of a person brings in itself expectations, myths and beliefs that are present in the preconscious family group of which he or she belongs. This study aimed to understand the repetition of the first name taking into consideration conceptions of family loyalty and differentiation. The search is characterized as a qualitative research and it involves delineation of a case study. The participants were a father and a son who own the first name in common and belong to a family in which seven people have the same first name over five generations. It was used a semi - structured interview and the construction of the genogram and of the family coat of arms as instruments for data collection. The results pointed to the remarkable presence of the loyalty to themselves and the strong ties to the cultural roots. Furthermore, loyalty was noted among crucial subjects, those who are considered relatives, even though there are no consanguineous ties, and the origin family, as they want to turn their first names into surnames.

Keywords: Family, Nomination, Loyalty, Differentiation, Cultural Bonds.


RESUMEN

La elección del nombre de una persona conlleva expectativas, mitos y creencias que están presentes en el pre-consciente del grupo familiar al cual pertenece. Este trabajo tiene como objetivo comprender la repetición del nombre propio considerando los conceptos de lealtad familiar y diferenciación. El estudio se caracteriza por ser una investigación cualitativa con delineamiento de estudio de caso. Los participantes fueron padre e hijo que poseen el nombre de pila en común, siendo que pertenecen a una familia en la cual siete personas tuvieron ese mismo nombre a lo largo de cinco generaciones. Se utilizó la entrevista semi-estructurada, la construcción del árbol genealógico y el blasón de familia como instrumentos para la recolección de datos. Los resultados mostraron la existencia de lealtad hacia ellos mismos y el fuerte vínculo hacia las raíces culturales . Además se percibió lealtad a personas significativas, que son consideradas parientes sin tener lazos sanguíneos, y a la familia de origen, a medida que quieren cambiar su Nombre de pila en Apellido.

Palabras clave: Familia. Nominación. Lealtad. Diferenciación. Vínculos culturales.


 

 

Introdução

Não há cultura sem nome e nome sem cultura. É recebendo o nome que alguém se torna culturalmente reconhecido (Mauss, 2003). Martins (1991, p. 110) afirma que "o nome próprio é mais que um signo ou significante: ele é um texto". Esse 'texto' é a expressão do desejo de outro com relação ao nomeado. O nome não é um destino, pois o sujeito pode vir a escolher outra trilha para si. Contudo, o nome contém uma trama simbólica do grupo familiar que recebe influência do contexto histórico, cultural, religioso, social e econômico (Ariès, 1997).

Rabinovich et al. (1993) descrevem uma pesquisa com pais de criança de zero a um ano que investigou a nomeação e sua ligação com o desenvolvimento infantil, utilizando-se de duas perguntas: quem escolheu e o porquê da escolha do nome. Os resultados apontaram que: 1. a análise do nome é um instrumento que auxilia na compreensão da força que a escolha do nome possui sobre a psique infantil e 2. que o nome da criança revela o universo relacional dos pais e o contexto situacional da família.

Definir família é uma tarefa desafiante, já que não se tem uma formatação padronizada e sim, uma enorme gama de configurações possíveis. Por essa razão se faz necessário explicitar o que se compreende como sendo família. Cerveny (1994) pensando a família como um sistema, define que ela é um conjunto que funciona como uma totalidade e no qual as particularidades dos membros não bastam para explicar o comportamento de todos os outros membros.

Nesta pesquisa, trabalhamos com dois tipos de família: família de origem e família credenciada. A família de origem está relacionada ao conceito de ascendência e descendência, de acordo com os laços sanguíneos. A família credenciada se caracteriza pela relação entre pessoas que são consideradas parentes mesmo não tendo laços consanguíneo; é formada por pessoas que se credenciam como se fossem da família, por exemplo: os melhores amigos, os empregados, os terapeutas – que formam uma rede significativa na vida de uma pessoa (Cerveny e Picosque, 2004).

Ao considerar a intergeracionalidade como um tema fundamental quando se estuda a família, Elkaim (1990) afirma que toda família transmite um script, mesmo aquelas que cuidam para não o fazer. Os filhos recebem heranças e legados que são passados na maioria das vezes de forma não consciente. Stierlin (1979) alerta para fato de que não raramente os pais recrutam os filhos para saldar as dívidas que eles mesmos não conseguiram 'quitar' com seus progenitores. Os filhos são tidos como a esperança de os tirarem do lugar de fracasso, a partir do momento que pegam para si a tarefa de saldar as pendências de seus pais.

Cerveny (1994, p. 41) ao lançar o olhar para as repetições familiares, ressalta a importância de:

Ampliar os modelos de repetição para o máximo de padrões de interação, ver as possibilidades de como se faz a transmissão dessa repetição, poder trabalhar preventivamente e não só curativamente, assumir que existem boas repetições e que elas devem ser conservadas na identidade de cada família.

Dois conceitos que estão intimamente ligados à intergeracionalidade familiar, são: diferenciação e lealdade.

A diferenciação refere-se à identidade e à individualidade do sujeito. Equivale ao grau de fusão e diferenciação em relação à unidade emocional familiar, tanto no âmbito intrapsíquico quanto no relacional. A fusão é inversamente proporcional à diferenciação do self. Assim, a forma como o self é construído tem interferência na maneira que o sujeito faz as suas escolhas, na capacidade de assumir as consequências e responsabilidades por elas. O grau de diferenciação e fusão dos pais influencia o dos filhos. Isso ocorre por meio de uma sequência intergeracional, em que cada filho é autorizado ou não a ter um maior ou menor grau de diferenciação. Contudo, na vida adulta, os filhos podem diminuir a fusão com a família alterando o seu padrão de funcionamento por meio de psicoterapia e/ou por outro tipo de mudança que culmine na diferenciação dos membros da família (Bowen, 1991).

Já Boszormenyi-Nagy e Spark (1983) desenvolvem o conceito de lealdade familiar que corresponde a um sentimento de compromisso que zela pela unidade e para que as expectativas familiares sejam atendidas. Espera-se adesão às regras e identificação do membro com o seu grupo familiar. A lealdade está atrelada a uma herança familiar simbólica que dita direitos e deveres, e cada mudança na trajetória da família implica em novos balanços para se chegar a um equilíbrio. Todavia, muitas vezes para se atingir essa homeostase, algumas 'dívidas' são transmitidas de uma geração à outra.

A lealdade familiar é tida como uma unidade integrada em seu contexto social, uma vez que inclui crenças e valores da família de origem e da sociedade. Para um membro ser leal, precisa internalizar o espírito das expectativas e se comprometer com uma série de atitudes passíveis de especificação que visam cumprir as normas internalizadas (Aun, 2007).

Neste contexto, a escolha do nome de cada membro da família subjaz de expectativas, heranças e tradições. O nome pode funcionar como uma profecia que pode ser cumprida ou não pelo nomeado, contudo há indicações de que é difícil não ser influenciado pelos legados que o nome próprio pode conter (Rabinovich, Costa e Franco, 2008).

Para Rabinovich (2011, p. 8)

o nome pode ser visto como um parto social, pois: nomear é gerar uma segunda vez na medida que o nome atribuído ao bebê o insere em uma ordem social: o registro civil, onde a criança inicia a sua existência legal e social. Pelo nome instaura-se uma tripla inscrição: a pessoa em relação à sociedade, a pessoa em relação à família e a pessoa em relação a si própria.

Neste cenário, o presente trabalho investigou a presença da repetição de nome próprio (homônimos) ao longo de cinco gerações em uma mesma família. Buscou-se compreender a repetição do nome próprio, relacionando esse fenômeno aos conceitos de lealdade familiar e diferenciação.

 

Método

Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa qualitativa com delineamento de estudo de caso com finalidade ilustrativa. De acordo com Minayo (1994), a pesquisa qualitativa versa sobre o universo de significados, crenças, valores, aspirações e atitudes – o que tem ligação com um espaço mais profundo das relações, dos fenômenos e dos processos.

Os participantes foram escolhidos pelo processo de amostragem intencional. Uma pessoa próxima das pesquisadoras indicou a família que tinha o perfil para este estudo: família que tivesse por mais de três gerações, pessoas com o mesmo prenome. Foi entrevistado pai (Eli Bianor) e filho (Bianor Neto).

Os instrumentos utilizados foram: a. entrevista semiestruturada, constituída por 12 (doze) perguntas disparadoras, sobre o processo de repetição de nomes próprio dentro do grupo familiar; b. genograma familiar, que é um mapa que disponibiliza uma imagem gráfica da estrutura familiar ao longo das gerações e esquematiza as etapas do ciclo vital (Mcgoldrick e Gerson, 1993) e c. brasão da família que se caracteriza por ser um desenho que os membros da família fazem juntos para retratar os valores mais importantes deste grupo (Grandesso, 2000).

Após assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, iniciou-se a coleta de dados que se deu em duas etapas: inicialmente, realizou-se a entrevista semiestruturada somente com o Eli Bianor. Depois de três meses da primeira coleta, ocorreu a segunda etapa da obtenção de dados, momento que foi construído o genograma e o brasão familiar, contando com a participação de Eli Bianor e Bianor Neto (único filho que reside em Macapá). Todas as coletas de dados ocorreram em Macapá, no estado do Amapá. Contudo, nos relatos há menção à Cametá (município pertencente ao estado do Pará) onde Eli Bianor nasceu e residiu até os 18 anos de idade.

Este pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, obtendo aprovação com o seguinte número de protocolo de pesquisa 222/2010.

 

Análise dos Resultados

Há sete pessoas que foram nomeadas com o nome de Bianor, durante cinco gerações em uma mesma família, como mostra a Figura 1. Nas duas primeiras gerações, Bianor apareceu como primeiro nome. Na terceira e quarta geração, o nome Bianor apresentou-se tanto como primeiro nome como segundo nome, no caso da pessoa ter prenome composto. Além disso, até a 4a geração, as pessoas nomeadas de Bianor foram do sexo masculino. Já na quinta geração, nasce a primeira mulher a ter Bianor como segundo nome.

De acordo com Eli Bianor a origem do nome Bianor é hebraica e significa "homem mau". Enfatiza ainda que contêm "o nome das três grandes religiões: Eli é árabe, Bianor é judeu e Santos é cristão".

Eli Bianor afirma que lhe agrada o significado do seu nome, pois em Cametá a masculinidade é muitas vezes reconhecida pela brutalidade, força física e braveza. Esta afirmação parece coerente com as atividades profissionais que Eli Biano já exerceu: carregador (na feira de hortifrúti em que seu pai tinha uma venda), estivador e policial. Este relato possui ressonância com Ariès (1997) quando que ressalta a importância do contexto histórico e cultural na construção da história familiar. Assim, pode-se sugerir que o nome Bianor contem os atributos que a comunidade exalta e que provavelmente foram importantes na construção da sua identidade. Ao acentuar a influência de três religiões na composição de seu nome, infere-se que Eli Bianor esteja salientando a sua capacidade de circular em vários terrenos onde se falam "línguas" diferentes e parece olhar a diversidade como algo enriquecedor.

A construção do brasão familiar se caracterizou por ser um desenho que pai e filho fizeram juntos para retratar os valores mais importantes da família deles. Nesse sentido, é considerado como algo que simboliza a lealdade familiar (Grandesso, 2000). Eli e Bianor Neto desenharam duas mãos entrelaçadas e escreveram a frase união familiar, embaixo. Explicaram que uma mão representava Bianor e Eli Bianor e a outra mão, a 4a e 5a geração que traz o nome Bianor: Patrick, Neto e Eloísa. Para eles, a mão esquerda estava protegendo a mão direita. O anel representa a aliança e união familiar (Figura 2). Nesse ponto da análise, entende-se que Eli Bianor se posiciona como pai e avô, buscando proteger os seus descendentes e assegurar a unidade e manutenção da lealdade familiar.

 

Quanto às heranças simbólicas intergeracionais, Eli Bianor herdou de seu pai não "só" o prenome, mas valores como honestidade e trabalho. Ao ser questionado sobre qual a herança que tem consciência (pois, a grande maioria são transmitidas sem que pessoa perceba) que pretende transmitir aos seus filhos, assevera que quer passar o valor da honestidade, da importância do estudo, da força de vontade, da consciência de pensar no coletivo e ajudar as pessoas. Verifica-se que Eli Bianor busca transmitir a herança da honestidade recebida por sua família de origem para seus filhos quando afirma que é importante pensar no coletivo. Esta questão está em harmonia com Cerveny (1994) quando comenta que as heranças e repetições familiares podem ser positivas.

Com relação à escolha profissional, Eli Bianor deseja que Bianor Neto não siga a mesma profissão dele e da sua esposa: policial. Bianor Neto ao ser questionado se ele tem alguma profissão que possui simpatia, diz: "quero ser cardiologista para ajudar outras pessoas. Já compreendi que estudar é uma parte do ser criança". Nesse contexto, observa-se Eli Bianor insatisfeito com o fato dele ter saído de Cametá para estudar e ter se estabelecido em um nível profissional que requer mais força bruta do que teorias acadêmicas – de acordo com a visão dele. Neste sentido, empenha-se em fazer diferente com os dois filhos. Na sua fala, sustenta que mesmo tendo passado em um concurso para ser policial, associa esta profissão mais com a força física do que com as habilidades intelectuais. Assim, o pedido para que Bianor Neto estude pode ser uma forma inconsciente de Eli Bianor buscar reescrever a história, uma vez que afirma que gostaria de ter se aprofundado mais nos estudos e cursado uma universidade. Essa suposição está afinada com a afirmativa de Stierlin (1979) quando assinala que às vezes, os pais delegam aos filhos scripts que eles próprios não cumpriram.

Com relação às heranças familiares adquiridas pelo convívio com sua família credenciada, destaca-se a presença de um médico que o ajudou a se estabelecer em Macapá, quando ele saiu de Cametá. Eli Bianor o tem como uma pessoa que o incentivou a estudar e a sair do interior do Pará para uma capital, em busca de uma melhor qualidade de vida. Assim, infere-se que esta pessoa tão significativa na história de Eli Bianor esteja sendo uma referência para Bianor Neto sonhar em se graduar em medicina. Nesse contexto, utilizamos o conceito de família credenciada adotado por Cerveny e Picosque (2004), que é tida como aquela que é formada por pessoas que se credenciam como se fosse da família, mesmo não tendo laços sanguíneos.

Uma questão que se destaca nesta pesquisa é o fato de Eli Bianor querer que o nome "Bianor" se transforme em sobrenome à medida que todos os membros mais novos da família passaram a receber "Bianor" como segundo prenome. Tanto os filhos como a única neta dela já possui Bianor e ele faz esse apelo para os filhos. Mesmo Bianor Neto sendo uma criança, desde já afirma que seguirá o exemplo do irmão mais velho e colocará o nome "Bianor" nos seus descendentes. Assim, nota-se que Eli Bianor diante da sua história de vida fez algumas escolhas diferentes das expectativas da sua família de origem, como por exemplo: foi residir em uma capital, é concursado público. De acordo com ele, sua família de origem fez de tudo para que ele permanecesse residindo no interior do Pará. Contudo, relata que desde sempre ele achava que precisava "ir para um lugar com um horizonte mais largo". Dessa forma, foi leal a si quando foi em busca de realizar suas aspirações.

Sendo assim, pode-se observar que na história de vida de Eli Bianor há presença da lealdade familiar a sua família origem quando ele, mesmo tendo feito um percurso que o diferenciou dos seus irmãos, busca propagar o nome recebido pelo seu pai. Todavia, quando questionado sobre qual herança pretende deixar para seus filhos, Eli Bianor enfatiza que deseja que os filhos valorizem o gosto pelos estudos. Na sua família de origem, o valor estava somente no trabalho (de preferência um que valorizasse a força física). Afirma ter aprendido com a sua família credenciada o valor dos estudos, o que foi um divisor de águas na sua história e de seus filhos. Eli Bianor trabalhou sua infância toda para ajudar a sua família de origem. Hoje, busca proporcionar boas condições para que os filhos possam se dedicar somente aos estudos.

Nota-se uma lealdade a si mesmo quando Eli Bianor, contrariando a sua família de origem, busca realizar seu sonho: morar em uma capital e conquistar uma vida com mais qualidade.

 

Considerações Finais

Percebe-se que a nomeação possui um significado e símbolo que vai além da explicação corriqueira de que todo mundo tem um nome na sociedade para se distinguir as pessoas. Nenhuma pessoa por mais que se diferencie em alguns aspectos de sua família, não tem como fazer escolhas que desconsidere totalmente as heranças obtidas da sua família de origem. O ser humano é sempre chamado a buscar equilibrar o pertencimento as suas raízes (familiares e culturais) e a busca por se diferenciar, ao questionar as heranças familiares e transgredir algumas das expectativas dos seus ascendentes. Este processo fica claro no estudo em questão. Pode-se inferir que sua família credenciada foi fundamental para que ele tenha dado passos na direção da diferenciação junto à família de origem. Podemos dizer que o nome recebido não determinou o script a ser seguido, mas o marcou de forma indelével. Apesar de Eli Bianor ter ultrapassado fronteiras ainda deseja portar e propagar o nome recebido onde quer que vá e luta para que seus filhos comunguem desta mesma intenção.

 

Referências

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1 Mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Doutoranda em Psicologia Clínica pela PUC-SP, Psicóloga do Serviço de Psicologia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo no Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental da Vila Mariana. E-mail: brunafrancinetti@gmail.com
2 Professora Doutora do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Clínica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). E-mail: ceneide@uol.com.br