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Vínculo

versão impressa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.13 no.2 São Paulo  2016

 

ARTIGO

 

O modelo da Escola Portuguesa de Grupanálise: aspetos integrativos e evolução no contexto de uma investigação conceptual-empírica sobre a matriz grupanalítica

 

The model of the Portuguese School of Group Analysis: integrative aspects and developments in the context of a conceptual-empirical research on the group analytic matrix

 

El modelo de la Escuela Portuguesa de Grupoanálisis: aspectos de integración y desarrolos en el contexto de una investigación conceptual-empírica sobre la matriz grupoanalítica

 

 

Paulo Manuel Baptista da Mota Marques*

Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo (SPGPAG)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente artigo constitui uma reflexão sobre o modelo da Escola Portuguesa de Grupanálise e seus possíveis desenvolvimentos, nomeadamente com as progressivas contribuições da designada psicanálise relacional, da perspetiva intersubjetiva mas também da psicanálise dos vínculos. São abordados conceitos centrais da grupanálise e a contribuição de autores portugueses. Neste sentido são sobretudo perspetivados os conceitos de matriz grupanalítica, matriz interna, padrão grupanalítico e processo grupanalítico. O conceito de matriz grupanalítica, objeto de uma investigação por parte do autor deste artigo, permitiu constatar a pertinência deste conceito para a teoria e técnica grupanalítica e de certo modo ponderar algumas linhas de desenvolvimento do próprio modelo grupanalítico. Entende-se que o desenvolvimento de uma relação mais dialética, próxima e ativa do grupanalista constitui um aspeto promissor da evolução da grupanálise.

Palavras-chave: Escola Portuguesa de Grupanálise; Matriz Grupanalítica; Matriz Interna; Psicanálise Relacional; Psicanálise Vincular.


ABSTRACT

This article is a reflection on the model of the Portuguese School of Group Analysis and possible developments, in particular the progressive contributions of the designated relational psychoanalysis, intersubjective perspective but also from the psychoanalysis of bonds. Central concepts of group analysis are addressed, and at this level, the contribution of Portuguese authors. In this sense they are especially considered the concepts of group analytic matrix, inner matrix, group analytic pattern and group analytic process. The concept of group analytic matrix, subject of an investigation by the author of this article, revealed the importance of this concept to the theory and group analytic technique and in a way they can be weighed some lines of development of the group analytic model. It is understood that the development of a more dialectical relationship, close and active of the group analyst is a promising aspect of the evolution of group analysis.

Keywords: Portuguese School of Group Analysis; Group Analytic Matrix; Inner Matrix; Relational Psychoanalysis; Linking Psychoanalysis.


RESUMEN

Este artículo es una reflexión sobre el modelo de la Escuela Portuguesa del Grupoanálisis y posibles desarrollos, en particular, las aportaciones progresivas del psicoanálisis relacional, perspectiva intersubjetiva, sino también del psicoanálisis de bonos. Se hace referencia a los conceptos centrales de grupoanálise y en este nivel, la contribución de los autores portugueses. En este sentido, se consideran especialmente los conceptos de la matriz grupoanalítica, matriz interna, patrón grupoanalítico y proceso grupoanalítico. El concepto de matriz grupoanalítica, objeto de una investigación realizada por el autor de este artículo, reveló la importancia de este concepto a la teoría y técnica grupoanalítica y de alguna manera puede considerarse algunas líneas de desarrollo del propio modelo grupoanalítico. Se entiende que el desarrollo de una relación más dialéctica, estrecha y activa del grupoanalista es un aspecto prometedor de la evolución de la grupoanálise.

Palabras clave: Escuela Portuguesa del Grupoanálisis; Matriz grupoanalítica; Matriz interna; Psicoanálisis relacional; Psicoanálisis vincular.


 

 

Nota Prévia

Uma nota prévia, se me permitem, diferente, para contextualizar alguns aspetos desta comunicação pelo olhar momentâneo de um curioso pela astronomia e astrofísica.

Toda a realidade é uma interpretação e uma construção pessoal e o modo como nos comportamos (em sentido lato) deriva da perceção que temos do mundo que nos rodeia. De realçar alguns dados curiosos que nos escapam no dia-a-dia: a terra gira sobre si própria à velocidade de aproximadamente 1.666 km/h e à volta do sol a cerca de 107.000 km/h; por sua vez o sistema solar gira em torno do núcleo da nossa galáxia a cerca de 240 km/s, e toda a galáxia se movimenta no espaço também a grande velocidade. Mas nós não nos apercebemos destes movimentos. As estrelas que vemos podem já não existir ou então vemo-las como eram há milhões de anos e a localização delas no céu não é exatamente aquela que vimos dado o efeito de refração da luz, assim como muitas delas à vista desarmada parecem apenas uma e na realidade são duas ou mais, relativamente próximas. E por aqui fora, as coisas não são bem o que parecem e estão sempre em movimento e transformação. Desde a macroesfera à microesfera. É assim o universo e nós fazemos parte dele. E a maior parte é-nos desconhecido.

Tal como o universo, também a mente é uma entidade aberta, nos seus movimentos internos e nas relações com o externo, numa dialética constante entre ambas as realidades, em transformação, destruição e criação. A mente não é fechada, fixa, consumada, conhecida na sua totalidade, ainda que denote aspetos de constância e organização. Tudo está em relação, movimento e transformação. Julgo que na relação analítica no seu processo e intervenientes se passa o mesmo.

 

Conceitos da Escola Portuguesa de Grupanálise

INTRODUÇÃO

A grupanálise começou a ser introduzida progressivamente em Portugal, nos anos 50, do século XX, por Eduardo Luís Cortesão (psiquiatra, psicanalista e grupanalista). Assim, em 1956, Cortesão iniciou o movimento grupanalítico em Portugal que conduziu, em 1958, à criação do Grupo de Estudos da Grupanálise, e em 1963 à criação da Secção de Grupanálise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Em 1981 foi criada a Sociedade Portuguesa de Grupanálise (SPG), hoje designada por Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo (SPGPAG).

A grupanálise constitui um processo de análise pessoal feito num contexto de grupo, com o grupo e pelo grupo. A Escola Portuguesa de Grupanálise desenvolveu-se historicamente a partir dostrabalhos de Cortesão e tem especificidades que a caracterizam como o desenvolvimento de alguns conceitos próprios, como os de matriz grupanalítica, padrão grupanalítico, processo grupanalítico, entre outros.

O conceito de escola reenvia para uma identidade própria que pressupõe o desenvolvimento de um corpo teórico e técnico bem definido com características de originalidade e consistência longitudinal. Isto implica, obviamente, uma investigação e um escrutínio constantes da teoria e da prática, da validade e utilidade dos conceitos e dos resultados clínicos obtidos. A identidade é algo que se constrói e que se pode ir reformulando e evoluindo em diferentes aspetos. Também um corpo teórico e técnico consistente pode viabilizar diferentes adaptações e aplicações do mesmo a diferentes contextos, como por exemplo a psicoterapia analítica de grupo (refiro aqui o modelo breve preconizado por LORENTZEN, 2014) e modelos de intervenção em famílias.

Cortesão desenvolveu, assim, a grupanálise em Portugal e imprimiu especificidades que configuram aquilo que se pode designar por Escola Portuguesa de Grupanálise e que tem sido desenvolvida ao longo dos anos pelos grupanalistas portugueses. Neste contexto são de relevar os conceitos por si desenvolvidos de matriz grupanalítica, processo grupanalítico, padrão grupanalítico, estes já referidos, mas também os conceitos de níveis de experiência e interpretação, interpretação comutativa, ação terapêutica diferenciada, realização pelo negativo e criatividade pelo negativo, equilíbrio estético, e neurose de transferência grupal.

A ligação entre Cortesão e Foulkes foi fundamental para o surgir da grupanálise, em Portugal. Foi com Foulkes que Cortesão efetuou a sua análise pessoal de grupo e contactou com as potencialidades da grupanálise. Um e outro consideraram o conceito de matriz como fundamental na teoria e na prática clínica. Os conceitos de matriz de grupo (FOULKES, 1964/1970) e de matriz grupanalítica (CORTESÃO, 1989) constituem conceitos centrais e específicos da grupanálise. Cortesão entende a matriz como um local de elaboração [no sentido de perlaboração, conforme Ferreira (1992)] e Foulkes, basicamente, como uma rede de relação e comunicação.

A tríade formada pelos conceitos de padrão grupanalítico, processo grupanalítico e matriz grupanalítica (que adquirem consistência conceptual pela sua inter-relação), constitui uma especificidade da teoria e técnica grupanalítica da Escola Portuguesa de Grupanálise, conferindo-lhe um cariz claramente psicanalítico. Julgo também que este aspeto adquire maior relevo tendo em conta a frequência do número de sessões (em média duas a três por semana), característico do nosso modelo de funcionamento.

O conceito de matriz tem sido abordado por diferentes autores ao longo do tempo, com base na teoria da comunicação, na teoria da Gestalt, num modelo psicofísico, na teoria sistémica, vincular, na intersubjetividade, na teoria relacional, etologia, sociologia e, naturalmente, na teoria psicanalítica e grupanalítica. Estas são as referências mais relevantes.

Cortesão partiu da definição de matriz de Foulkes e elaborou o conceito de matriz grupanalítica, condensando no mesmo aspetos centrais da teoria e técnica grupanalítica. Foram integrados diversos conceitos provenientes da teoria psicanalítica com conceitos da teoria da Gestalt, teoria do campo, teoria organísmica e teoria geral dos sistemas.

Cortesão dá importância no tratamento grupanalítico, à elaboração da neurose de transferência grupal, através da ação do padrão na matriz que vai promover a perlaboração. Foulkes, por seu lado, pôs a ênfase na técnica do treino do ego em ação.

Vários autores portugueses têm abordado o conceito de matriz, relevando, por exemplo, as transações emocionais (associação ao conceito de vínculo, na dimensão intersubjetiva) (DINIS, 1994, 2000) e a matriz como resultante da interação entre a designada rede pragmática atual e o conjunto das matrizes inter-relacionais internas ativadas pela regressão (DINIS,1994), a matriz como uma microcultura (SILVA, 1971), a matriz na sua vertente interna e intrapsíquica (LEAL,1968). Em relação a esta última, Foulkes prefere que a mesma seja designada por matriz pessoal de grupo que inclui a internalização da rede familiar primária e a dimensão vertical desta. Cortesão, no entanto, parece não atribuir propriamente a este conceito de Leal características de uma estrutura.

O conceito de padrão grupanalítico surge também como um conceito fundamental na perspetiva da escola portuguesa.

Isaura Neto priorizou a importância deste conceito referindo que a integração do padrão deriva da identificação com a função grupanalítica do grupanalista (NETO, 1999, novembro) e Cruz Filipe entendeu que os conceitos de padrão, zona maleável ou de transformação, e tempos de construção/reconstrução, são os aspetos fundamentais que se prendem com a conceptualização de Cortesão acerca do equilíbrio estético em grupanálise. (FILIPE, 2000).

Metaforicamente o padrão grupanalítico seria o coração que bombeia o sangue numa rede de vasos sanguíneos e a matriz estaria aqui mais associada ao teor sanguíneo e aos processos metabólicos. (CORTESÃO, 1989).

Cortesão (1989) refere que o padrão grupanalítico tem três dimensões que o caracterizam: a sua natureza, a função e o propósito.

O conceito de padrão grupanalítico reveste o grupanalista de um papel ativo e com uma intervenção fundamental no próprio processo analítico. Neste contexto, não parece fazer sentido falar de padrão sem falar de matriz e processo, grupanalíticos, e é este conjunto que vai encorpar a teoria e técnica.

INVESTIGAÇÃO SOBRE O CONCEITO DE MATRIZ GRUPANALÍTICA

Numa investigação recente, efetuada por mim, sobre o conceito de matriz grupanalítica e o modo como o mesmo surge na literatura e é percecionado por um conjunto de grupanalistas portugueses (MARQUES, 2015), constatei que se trata de um conceito maioritariamente importante para os grupanalistas entrevistados ainda que se pretenda que esta definição possa ser melhorada, clarificada e progressivamente atualizada.

O conceito de matriz, conceptualizado por Cortesão é definido do seguinte modo:

A matriz grupanalítica é a rede específica de comunicação, relação e elaboração, a qual, pela integração do padrão grupanalítico, fomenta a evolução do processo grupanalítico adentro das dimensões teóricas e técnicas que o enformam. (CORTESÃO, 1989, p. 111)

Foulkes, em 1964, definiu a matriz como:

A matriz é a teia hipotética de comunicação e relação num dado grupo. É o terreno partilhado em conjunto que, em última instância, determina o sentido e a significação de todos os acontecimentos, e no qual se integram todas as comunicações e interpretações, verbais e não-verbais. (FOULKES, 1964/2002, citado por CORTESÃO, 1989, pp. 93-94)

No estudo efetuado (com características necessariamente hermenêuticas) constatei também uma interligação entre os conceitos de matriz grupanalítica, de matriz de grupo e de matriz interna, nos seus diferentes aspetos, o que reenvia de facto para a importância geral do conceito de matriz no contexto grupal.

Os entrevistados contribuíram com aportes teóricos e clínicos ao conceito de matriz grupanalítica e em alguns casos contribuíram mesmo com conceitos complementares ou para si mais completos, em função da sua experiência clínica e pensamento. Com base nestes aspetos epartindo da análise extensa deste conceito, podem-se ponderar algumas linhas de desenvolvimento da grupanálise.

De uma forma sintetizada, na abordagem ao conceito de matriz grupanalítica e para além dos conceitos de padrão e processo grupanalítico, foram evidenciados por alguns dos entrevistados os seguintes aspetos: (1) o conceito de matriz poderia ser também designado por padrões relacionais; (2) a este conceito de matriz poder-se-ia acrescentar a transação emocional; (3) o conceito de microcultura grupal é mais completo que o de matriz grupanalítica; (4) importância do treino do ego em ação; (5) importância no estabelecimento de novas relações transformadoras, para além da transferência/contratransferência; (6) na matriz grupanalítica a transformação intersubjetiva leva à transformação intrasubjetiva; (7) o conceito de matriz poderá ser integrado numa metateoria em grupanálise; (8) importância da perlaboração; (9) importância da intercomunicação; (10) importância da identificação projetiva; (11) importância da contratransferência na organização e dinâmica da matriz grupanalítica; (12) importância do conceito de fantasia comum no grupo, como indicador do funcionamento da matriz no seu todo; (13) importância da matriz relacional interna/grupo interno/matriz pessoal de grupo, na organização da matriz; (14) importância da analogia/metáfora para caracterizar a matriz grupanalítica.

A matriz surge como um conceito "ativo" e multifuncional, potenciando o relacional, integrando as definições de padrão e processo, que conferem características particulares a este conceito, e nomeadamente um cariz psicanalítico.

O conceito de matriz grupanalítica foi perspetivado em sete dimensões: dimensão da definição (conteúdos que se referem à definição ou descrição da matriz em si), dimensão temporal (conteúdos que se referem a aspetos temporais da matriz, por exemplo, à construção da matriz e variabilidade da mesma ao longo do tempo), dimensão técnica (conteúdos que se referem à intervenção do grupanalista ou dos membros do grupo, mas com um cariz técnico, ou mesmo quando é feita alusão a alguma técnica específica de intervenção no grupo), dimensão dos fenómenos (conteúdos que se referem aos diversos fenómenos específicos que podem ocorrer na dinâmica da matriz), dimensão analógica (conteúdos que se referem às analogias e metáforas utilizadas), dimensão da matriz interna (conteúdos que se referem à dimensão de uma matriz relacional interna/grupo interno/matriz pessoal de grupo), e dimensão neurobiológica (aspetos neurobiológicos que podem caracterizar, ou seja, estar na base ou definir, a matriz). Esta última dimensão reenvia para o desenvolvimento das neurociências que têm contribuído para a explicação e compreensão de certos fenómenos individuais e de grupo, ainda que se trate de uma vertente diferente de observação.

Também no estudo efetuado o conceito de matriz grupanalítica foi organizado nas seguintes seis vertentes funcionais, com impacto ao nível da clínica: (1) como fazendo parte integrante da formação e substrato teórico-clínico do grupanalista; (2) como representação do meio onde se desenvolve o processo grupanalítico; (3) como um meio de compreensão do funcionamento de um grupo específico e dos seus elementos; (4) como um instrumento técnico do grupanalista; (5) como um indicador para a seleção de novos elementos para o grupo; (6) como uma forma de compreensão da dinâmica grupanalítica ao nível imagético e intuitivo.

Esta organização em torno do conceito de matriz releva a expressão multidimensional e funcional deste conceito que se refere a diferentes fenómenos e perceções que ocorrem no dispositivo do grupo analítico assim como as possibilidades de intervenção neste.

Alguns destes pontos já tinham sido referidos por Cortesão e outros autores, porém alguns surgem aqui com um novo enquadramento.

Estes aspetos abordados, resultado da prática clínica dos grupanalistas, permitem em minha opinião perspetivar uma possível evolução da grupanálise portuguesa, nomeadamente integrando ou valorizando novas perspetivas.

Cortesão integrava diferentes perspectivas teórico-clínicas como, por exemplo, a metapsicologia e as relações de objeto, a contribuição da psicologia do Self, a teoria geral dos sistemas, as contribuições de Winnicott, entre outras já referidas anteriormente. Também os grupanalistas portugueses tendem a integrar na sua prática clínica e pensamento, diferentes contribuições de autores contemporâneos ou anteriores que se afiguram pertinentes. Este aspeto também faz parte da nossa cultura e forma de ser, uma abertura do pensamento nesta área. Mas isto não deixa de se inserir numa identidade grupanalítica que se pretende coesa nos seus aspetos fundamentais, pluralidade e dinamismo não é fragmentação.

PSICANÁLISE, GRUPANÁLISE E ASPETOS RELACIONAIS

A teoria psicanalítica foi evoluindo, tendo diversas transformações e aplicações ao longo do tempo em contexto individual (ou dual) e de grupo. Provavelmente o desenvolvimento da designada psicanálise relacional teve alguma influência das teorias do grupo analítico e seus aspetos claramente relacionais ainda que tal não pareça estar claramente documentado (mas, por exemplo, o conceito de matriz relacional dos autores relacionais pode ter tido influências no conceito de Foulkes, ou mesmo a matriz de transferência de Winnicott). A grupanálise, por sua vez, também poderá aproveitar mais o desenvolvimento desta perspetiva teórico-clínica.

Neste sentido julgo assim que a grupanálise portuguesa poderá integrar mais as contribuições da designada psicanálise relacional assim como da psicanálise dos vínculos, duas abordagens que me parecem ter alguns aspetos em comum.

Trata-se obviamente de uma reflexão pessoal que só a mim me vincula, que continua em aberto e que, espero, possa proporcionar uma discussão construtiva.

O próprio conceito de matriz, pela sua definição, integra e liga os aspetos intra, inter e transpessoais, a metapsicologia e a teoria das relações de objeto, e abre caminho para a perspetiva da psicanálise relacional nas suas diversas contribuições. De referir ainda que a matriz grupanalítica é um espaço de eleição para a abordagem e tratamento de diferentes situações e patologias, nomeadamente a designada psicopatologia relacional.

Na dimensão técnica da matriz os níveis de experiência e interpretação relevam claramente aspetos relacionais, como por exemplo, o nível de experiência subjetiva múltipla, a comunicação associativa e a interpretação de criatividade.

Também dentro desta dimensão poderia posicionar a designada comunicação metadramática desenvolvida por Azevedo e Silva (SILVA, 1994). Esta é uma forma de intervir no grupo com os conceitos teóricos, mas com nuances e compreensão humana. O objetivo da comunicação e interpretação para Azevedo e Silva é, entre outros aspetos, alargar aquilo que designa por espaço de dúvida optativa.

A grupanálise processa-se na dimensão vertical (genético-evolutivo) e na dimensão horizontal (aqui e agora), no discurso manifesto e latente. A empatia, um maior diálogo entre os membros do grupo e o grupanalista, o treino do ego em ação e a mentalização, nomeadamente a mentalização da transferência (incentivar os pacientes a pensarem sobre a relação atual com o terapeuta e aferirem a perceção de si mesmos, com a forma como são percebidos pelo outro, terapeuta ou membros de um grupo) assim como a possibilidade de utilização da técnica de mindfullness (atenção plena), não penso que sejam contraditórios com o objetivo da instalação e interpretação da neurose de transferência grupal. Mas atenção, um maior diálogo e presença do grupanalista não significa intromissão. Billow (2015) fala de paixão do analista relativamente ao seu envolvimento pleno no grupo na procura da verdade emocional.

Uma das discussões interessantes na psicanálise relacional é a pertinência do uso da autorrevelação (discloser) por parte do analista. Parece-me que pontualmente e numa perspetiva de reforçar a empatia com o analisando, sobretudo em situações dolorosas e difíceis, o grupanalista poderá recorrer a este procedimento pessoal. De certo modo na grupanálise é isto que acontece constantemente entre os membros do grupo.

O trabalho no aqui e agora, nomeadamente sobre os movimentos transferenciais, e a ênfase na nova relação que se estabelece no contexto analítico, não impede substancialmente o movimento regressivo (que na grupanálise pode mesmo atingir níveis de grande profundidade) e o objetivo final da resolução da neurose de transferência grupal. No entanto isto varia de analisando para analisando, de grupo para grupo de acordo com as caraterísticas destes e da forma como decorre o próprio processo grupanalítico. Assim como também a interpretação do grupo como um todo não contradiz a interpretação individual no grupo, são ambas complementares e necessárias.

A ideia defendida por alguns autores, nomeadamente aqueles que enfatizam uma "perspetiva mais social" do sujeito, de que o grupo (analítico) de algum modo tem a primazia e dissipa o individual é uma posição que me parece irrealista. Entendo que o sujeito é uma entidade aberta, mas de características únicas e originais. A personalidade individual é o que caracteriza o ser humano ainda que em interação e influência constante com o meio envolvente. Num certo sentido preconizo "o regresso ao individual". Refiro aqui Nitsun (2015) que entende que não se pode subestimar a perspetiva do indivíduo e o seu mundo interno através de uma análise abstrata do indivíduo como um ser social, que pode fazer sentido em termos teóricos mas que não corresponde à ênfase a pôr na realidade clínica daquele que nos procura para tratamento.

Cada análise é única e irreproduzível, existem diferentes análises em cada grupo de acordo com as diferentes variáveis: o grupo, o grupanalista e o analisando. Enquanto um analisando pode estar mais no aqui e agora um outro pode estar mais no genético-evolutivo e isto não é contraditório no processo analítico. A matriz grupal, como um poliedro, integra estas possibilidades. A organização matricial do aparelho psicológico consubstancia uma estrutura relacional interna que vai interagir e modificar-se com uma estrutura relacional emergente no grupo que é a matriz. Julgo que também o padrão, na sua natureza, função e propósito, não deixa de ser consonante com uma posição relacional do grupanalista.

A grupanálise portuguesa privilegia a relação estabelecida entre grupanalista e grupanalisando, e mesmo antes de este entrar para o grupo existe um período de acompanhamento individual com o grupanalista, constituindo-se uma aliança terapêutica importante para o posterior ingresso no espaço grupal. Aliança terapêutica e base de segurança são conceitos com aspetos em comum. Quando o sujeito está vinculado à relação com o analista a análise pode evoluir de uma forma mais consistente assim como na transição do individual para o grupo. Mas não é só o analisando que se vincula, também o analista e isto vai impregnar a matriz grupanalítica. No contexto desta base de segurança são importantes as manifestações "reais" do grupanalista, de como ele é como pessoa, a autenticidade que transmite na relação estabelecida e como esta é apreendida pelo analisando. Aliás, no nosso modelo de formação em grupanálise, uma especificidade importante é que o grupo é composto simultaneamente por pacientes que fazem a sua análise por razões especificamente de tratamento e aqueles que pretendem fazer a sua formação emgrupanálise, a chamada grupanálise didática. Nada mais relacional e "real" do que isto. No entanto é de referir que o impacto da pessoalidade do grupanalista na relação vincular estabelecida (e aqui também com ênfase na psicanálise relacional) pode ser também negativa para a análise dependendo isto de diferentes variáveis, nomeadamente os aspetos do carácter e personalidade deste.

A grupanálise tem também aqui uma função acrescida ao nível relacional que é a de ligar as pessoas ao contacto e relação reais de "carne e osso", estes aspetos algo distanciados atualmente pelos padrões de relação estabelecidos nas redes sociais.

Outro aspeto que me parece importante considerar é que uma perspetiva mais relacional da grupanálise não pode inibir a expressão da agressividade que surge no grupo. A este respeito considero importante que a questão da agressividade e destrutividade seja claramente discutida no grupo de modo a elaborar os aspetos do antigrupo (NITSUN, 1996) nas suas diferentes expressões (comunicação contaminante, pressupostos básicos, entre outros). Mas já Cortesão (1989) aborda a questão da elaboração do negativo no grupo com a consequente possibilidade de aquisição de um equilíbrio estético.

MATRIZ INTERNA

Relativamente à vertente de uma matriz interna, referida anteriormente, vários autores abordam esta perspetiva, como por exemplo Pichon-Rivière na sua alusão ao conceito de grupo interno.

Também Kaës (2003) alude ao grupo como uma formação intrapsíquica, referindo que os grupos internos são os organizadores dos vínculos do grupo. Napolitani (citado por KAËS, 2003) refere-se por sua vez aos objetos internos de Klein e ao conceito de matriz grupal em Foulkes para conceber o conceito de grupalidade interna (talvez com alguma semelhança com o conceito de foundation matrix). De relevar também neste contexto a conceptualização da matriz interna de Rita Leal (já referido anteriormente) Esta autora refere os conceitos de rede interpessoal interna ou matriz pessoal de grupo ou matriz de relacionamento individual. Entende que a matriz de grupo interno de cada membro vai interagir com a matriz de grupo refletindo-se em diferentes modos de comunicação.

Na matriz emergem movimentos transferenciais e contratransferenciais mas também se criam novas relações, com diversos fenómenos que aparecem naquela matriz, estes são criados no contexto das relações estabelecidas entre os membros do grupo e entre eles e o grupanalista. A alteração progressiva do intersubjetivo leva a modificações na matriz interna com a possibilidade de emergência de novas configurações psicológicas.

INTERSUBJETIVIDADE, PSICANÁLISE RELACIONAL E PSICANÁLISE VINCULAR: CONTRIBUIÇÕES

Todos estes aspetos que tenho estado a referir adquirem maior relevo se se tiver em consideração a perspetiva intersubjetiva e relacional que pode favorecer a grupanálise num contexto mais relacional e construtivista.

Sobretudo a partir dos anos 80 desenvolveram-se várias conceções dos teóricos da intersubjetividade e da psicanálise relacional. Têm aspetos em comum como a empatia e a noção de matriz relacional ou campo intersubjetivo.

Segundo Mitchell (1988) os teóricos relacionais privilegiam sobretudo a experiência relacional e desenvolvimental, e na análise o analista passa a pensar de forma relacional e dialética. Na perspetiva da intersubjetividade, forma-se a designada matriz intersubjetiva constituída pelas subjetividades do analista e analisando.

Concordo com Tubert-Oklander (2014) quando refere que é necessário uma metapsicologia que tenha em consideração os desenvolvimentos da designada psicanálise relacional. É necessário um modelo analítico (neste caso grupanalítico) que considere simultaneamente os fenómenos intrapessoais, interpessoais e transpessoais. Segundo ainda este autor a matriz relacional, bipessoal, dos psicanalistas relacionais pode ser encarada como um caso particular da matriz de Foulkes e as contribuições da psicanálise relacional podem ser muito importantes para a grupanálise.

Nesta perspetiva Oklander refere que a mente tem diferentes dimensões e uma delas é a dimensão sincrética, ou seja, uma indiferenciação, um estado de fusão, entre o eu e o outro o que permite criar e desenvolver relações e participar em grupos, instituições, e a sociedade em geral. Esta dimensão coexiste dialeticamente com outras dimensões da mente. Aliás quem falou desta dimensão foi José Bleger, discípulo de Pichon-Rivière referindo-se a uma estrutura sincrética e ao funcionamento da mente caracterizado pelo que designou por ambiguidade. Mas outros autores debruçaram-se também na tentativa de conceptualização de uma nova metapsicologia, como são exemplos Foulkes, Pat de Maré [nos seus conceitos de Biocultura, Sociocultura e Idiocultura (PISANI, 2013)], Malcom Pines, Earl Hopper, Ormay [na introdução do seu conceito de nos, (ORMAY, 2013), Brown (metapsicossociologia, (BROWN, 2003)], Guilherme Ferreira (entende que esta metateoria grupanalítica além dos conceitos centrais da grupanálise, deverá considerar as contribuições da filosofia e das ciências sociais como a sociologia, antropologia e psicologia social, (FERREIRA, 2004)) e, digo eu, o próprio Cortesão nos conceitos que desenvolveu, nomeadamente no seu conceito alargado de matriz.

Por um lado, Foulkes tem características de um analista relacional, com o seu conceito de mente como um fenómeno multipessoal (lembremos a este respeito a possível proximidade com o conceito de múltiplos selves de Mitchell) e também a sua ênfase no aqui e agora não preconizando a organização e interpretação da neurose de transferência. Mas, por outro lado, era um psicanalista clássico não valorizando os desenvolvimentos da teoria das relações de objeto ao contrário do que fez Cortesão. Uma conceção de mente mais atualizada deve ser vista nos seus aspetos intrasubjetivos, intersubjetivos e transubjetivos assim como nos aspetos temporais pois existem fenómenos psicológicos (pensamentos e sentimentos) que são criados no aqui e agora das interações estabelecidas mas que não se inscrevem propriamente na raiz genético-evolutiva do sujeito.

Ávila (2009) desconstrói a noção do Eu enquanto unidade primária dos processos psicológicos e sociais. Refere que o indivíduo não é propriamente autónomo, nem existe por si mesmo, mas sim uma expressão singularizada de um conjunto, o coletivo humano. Para este autor o Eu é feito de relações e o indivíduo traz em si o grupo, o Eu é múltiplo, é Eu-outro, é plural. O sonho é um bom exemplo de como o Eu é múltiplo, referindo Ávila que no sonho, o sonhador pode encontrar-se representado por outras personagens e ele próprio pode condensar várias personagens. Conforme refere Ávila (2009): "Às vezes produzo por condensação uma pessoa que nunca vi e faço em meu sonho um Eu múltiplo/grupal... Faço em sonhos pessoas coletivas" (p. 45).

A perspectiva da designada psicanálise vincular, sobretudo desenvolvida mais contemporaneamente por analistas argentinos e brasileiros, na sequência das contribuições de Bion, dá ênfase às diferentes vicissitudes dos vínculos e introduz também aspetos inovadores. Será interessante poder refletir sobre esta conceptualização da psicanálise vincular em comparação com o desenvolvimento da psicanálise relacional.

Segundo Zimerman (2005) a psicanálise contemporânea é aquela que privilegia a importância dos vínculos que se estabelecem desde cedo nas relações precoces, sendo estes reproduzidos e reativados na relação analítica. São valorizados aspetos como a importância da mãe real no desenvolvimento do sujeito e da figura real do analista e sua pessoalidade para a análise, assim como os aspetos da dialética analista - analisando e a análise das funções conscientes do ego.

Para Zimerman os autores mais influentes na psicanálise contemporânea foram Bion, Winnicott, Kohut e Lacan.

O modelo vincular-dialético emerge e das contribuições de Bion e prioriza os vínculos intrasubjetivos, intersubjetivos e transubjetivos. Nesta perspetiva o analista deve estar em constante interação dialética com o analisando, de modo que à "tese" do analisando, o analista proponha uma "antítese", baseado na sua atividade interpretativa, resultando assim uma síntese (ZIMERMAN, 2005) que se vai repercutir no insight e na mudança. Isto tem aspetos similares com o conceito de espiral dialética referido por Pichon-Rivière e Oklander, entre outros.

Waldemar Fernandes (FERNANDES, 2003a, p.44) concebe o vínculo como "uma estrutura relacional, em que ocorre uma experiência emocional entre duas ou mais pessoas ou partes da mesma pessoa". Para este autor, conceitos como o binómio transferência-contratransferência, o modelo continente-conteúdo (Bion) e o conceito de ancoragem (Kaës) têm uma estreita relação com o conceito de vínculo. Refere que existe também uma relação entre o conceito de equilíbrio estético de Cortesão e o conceito de ancoragem (FERNANDES, 20 03b) sendo possível deduzir existir uma estreita relação destes conceitos com o conceito de vínculo. A perspetiva da psicanálise vincular parece ter pontos em comum com a psicanálise relacional, talvez com maior expressão nos aspetos técnicos e clínicos, posicionando o analista numa posição mais próxima dos analisandos, mais interativa e dinâmica.

EM CONCLUSÃO...

O indivíduo e o social coexistem, o individual e o relacional são interdependentes e é nesta realidade que nos situamos existencialmente e como analistas.

Para Greenberg e Mitchell (1983/2003), "O paradoxo da dupla natureza do homem como ser altamente individual ainda que social é demasiadamente profundo e está demasiadamente impregnado na nossa civilização para que seja passível de resolução simples numa ou na outra direção" (p. 473).

Aspetos como o desenvolvimento de uma relação mais dialética, próxima e ativa do grupanalista, situada no aqui e agora dos acontecimentos, mas também no passado genético-evolutivo do sujeito, considerando simultaneamente os aspetos intrapessoais, interpessoais e transpessoais é aquilo que em minha opinião poderá constituir uma das vertentes interessantes do desenvolvimento da teoria e prática grupanalítica. Neste sentido parece-me importante refletir sobre as progressivas contribuições da psicanálise relacional assim como da psicanálise vincular para a grupanálise.

No entanto a perspetiva mais exclusiva de alguns autores relacionais, nomeadamente não considerando a metapsicologia nas suas contribuições básicas, surge como um caminho demasiado arrojado e parcial.

Para terminar gostaria de deixar um apontamento de que aquilo que alimenta o relacional é a experiência analítica e de vida, é o amadurecimento pessoal. Mas este, que seja pautado por uma inquietação contrária ao conformismo e disponível para a construção de novas realidades.

 

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Endereço para correspondência

Paulo Manuel Baptista da Mota Marques
E-mail: paulo.motta.m@portugalmail.pt

 

 

* Psicólogo Clínico, mestre e doutor (ISPA - Instituto Universitário). Grupanalista e Membro Didata da Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo (SPGPAG).

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