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Vínculo

versão impressa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.14 no.1 São Paulo  2017

 

EDITORIAL

 

 

Temos imenso orgulho em apresentar este novo número da publicação VINCULO - Revista do NESME - a todos os leitores, sejam estudantes, professores, profissionais e interessados em saúde mental. Há uma coletânea de trabalhos que abrangem vários setores de nossos estudos e de nossa prática clínica.

Procuramos trazer, mais uma vez, autores de outros países que compartilham nossos saberes, trocam experiências em nossos congressos, e que, através da participação nesses eventos, tomam maior conhecimento de nossa instituição e de nossa revista.

Da mesma forma, privilegiamos os companheiros das universidades, que tanto enriquecem nossos artigos, sempre com pesquisas, revisões e novos pensamentos sobre velhos conceitos e técnicas. Renovar é preciso. E é também através do trabalho acadêmico que podemos ampliar esta tarefa de renovação, que neste número vem sendo tão bem exemplificado.

Rocio Cabanço de Ponce de Léon, sempre presente nas atividades latinoamericanas, nos brinda com o artigo "Infidelidade na era contemporânea", tecendo uma trama intrigante sobre as infidelidades do casal inserido na cultura ocidental no século XXI, pensadas como comportamentos complexos e singulares, em cada situação particular. Baseia-se em estudos de Alain Badiou, Janine Puget, entre outros. Questiona a possibilidade de que facilitem esses tempos de fluência, do imediatismo, do efêmero.

Do outro lado do Oceano Atlântico, vem de Lisboa um pouco do conhecimento que os portugueses têm dos "Grandes Grupos Grupanalíticos", atividades desenvolvidas nos congressos portugueses e europeus. O interesse sobre eese tipo de grupo (denominado, em inglês, large group) é grande, e têm sido publicados vários livros e artigos a respeito. Mafalda Guedes da Silva, Teresa Bastos e Joana de Carvalho apresentam os resultados de um estudo exploratório sobre as expectativas e satisfação dos participantes no grande grupo do XV Congresso Nacional de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo e XII Encontro Luso Brasileiro de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo, em outubro de 2015, Lisboa.

Uma nova pesquisa enriquece-nos sob outra perspectiva: "O vínculo mãe-bebê no período de puerpério: uma análise winnicottiana". Cristiano de Jesus Andrade, Marcela Silva Baccelli e Miria Benincasa, nesta pesquisa, objetivaram analisar a partir da perspectiva materna, como o vínculo com o bebê é construído no período de puerpério.

Edilberto C. D. Maia, psiquiatra de Belém do Pará, acrescenta contribuição também relacionada aos vínculos "Como nossos pais: a função da identificação na construção dos modelos". Poeticamente, buscou inspiração no cantor Belchior, transcrevendo um trecho de sua música, para enfatizar a importância da identificação, objeto deste trabalho, pois dela depende o que o sujeito fará com a herança de seus ascendentes. Conclui que "minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais", também da música do cantor citado.

Ainda na vertente dos vínculos, Juan Brandt nos brinda com sua experiência, expondo pensamentos acerca da supervisão "Supervisão em grupo da prática clínica psicanalítica: algumas reflexões". Debate aspectos técnicos e o tema da transferência na supervisão clínica psicanalítica. Aborda a supervisão individual e aquela que é realizada em grupo, com o propósito de reconhecer os obstáculos que dificultam a supervisão quando esta é realizada em grupo, mas também as necessidades que a justificam.

Outras faces da aplicação dos grupos na saúde mental são mostradas por Anelise M. Maia no artigo intitulado "O atendimento em grupo operativo no CRAS: relato de uma experiência". A experiência relatada é de atendimento a um grupo de acompanhamento familiar realizado em um CRAS da região metropolitana de São Paulo.

Fechando este volume, encontraremos, de Natália Gallo Mendes Ferracioli, Juliana Vendruscolo e Manoel Antonio dos Santos, um instigante título "Quando a psicanálise entrou no centro cirúrgico: um relato de experiência". Trata-se de estudo que mostra mais uma modalidade de atendimento: psicanalista atuando em diversas áreas e setores do hospital. Uma das modalidades de atendimento concerne à preparação psicológica de pacientes que serão submetidos a intervenção cirúrgica eletiva. Este estudo tem por objetivo descrever a inserção de uma psicanalista no centro cirúrgico, por meio do relato do acompanhamento psicológico de um paciente antes, durante e após uma cirurgia para correção de fratura de mandíbula em um hospital do interior do Estado de São Paulo.

Assim terminamos nosso volume atual. Com uma pequena variedade de artigos importantes para o nosso conhecimento e prática tocante a saúde mental, e, em especial, aos atendimentos e trabalhos em grupo. Esperamos que desfrutem da leitura e que possam enviar mais trabalhos para nosso periódico. Agradecemos também a todos os autores deste fascículo, e colaboradores de nossa revista.

 

Beatriz S. Fernandes
Editora

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