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Vínculo

versão impressa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.16 no.1 São Paulo jan./jun. 2019

 

EDITORIAL

 

 

Caros leitores:

Abrimos o volume de 2019, 16 anos de publicações, com a apresentação do nosso primeiro número do ano, e nele publicamos dez artigos com conteúdo relevante e pluralidade em suas temáticas que discutem a participação da psicologia na área da saúde. São temas que tem exigido entendimento no contexto social em que estamos inseridos.

Ao trazermos à público esta edição, podemos considerar, por meio da diversidade dos temas estudados, as dimensões em que a Psicologia vem atuando, oferecendo respostas aos desafios sociais e trazendo alternativas para problemas concretos no dia a dia do trabalhador.

Podemos observar inicialmente, a importância do resgate, da promoção da autonomia e a retomada da subjetivação do sujeito psicótico, proposto no relato de experiência de três graduandas de Psicologia que investigaram o contraste dos novos modelos de atenção adotados nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), com as formas de tratamento que eram oferecidas nas instituições totais, no interior de Minas Gerais.

O artigo seguinte, vai apresentar os bastidores do suicídio em uma compreensão psicanalítica, pois segundo seus autores, por se aproximar da finitude humana, ainda é um tema tabu na sociedade ocidental, dificultando o desenvolvimento de métodos que atendam às necessidades do indivíduo com comportamento suicida, seus amigos e familiares.

A necessidade de oferecer um espaço de escuta e acolhimento à equipe de enfermagem da pediatria de um hospital público na região do Paraná, levou estudantes de psicologia a escreverem um relato de experiência por identificarem fatores que interferiam na saúde física e mental desses trabalhadores, podendo levá-los ao adoecimento.

Posteriormente, outro tema pertinente à sociedade foi abordado e exemplificado no artigo que apresenta a violência como um fenômeno complexo em indivíduos com Perturbação da Personalidade (PP), mas ao apresentar novas possibilidades de suprir as necessidades que levam o indivíduo a recorrer a esse meio, eleva a perspectiva de findar esse ciclo.

Convidamos os leitores a percorrerem os trabalhos que ilustram o papel do vínculo no âmbito grupal enquanto possibilidade de transformação do sujeito, a atuação do Psicólogo institucional no manejo das famílias e equipe de uma associação autista, a importância da soma da análise, a supervisão, o grupo de reflexão e o estudo teórico para permitir o terapeuta em desenvolvimento, um trabalho estruturado utilizando o dispositivo vincular.

Outro artigo com viés na vincularidade traz a busca em compreender os sentidos que levam ao casamento e sua manutenção, por aqueles que optaram por esta forma de conjugalidade, podendo-se constatar que o sujeito infere um significado pessoal a essa união, apesar das dificuldades e desafios encontrados.

Em seguida, apresentamos o artigo que nos orienta sobre o sonhar na grupanalise, pois sua análise deve ser grupal, funcionando o sonhador como o porta voz do estado vivencial do grupo.

Por fim, o artigo seguinte propõe a compreensão da atuação dos conselheiros tutelares e a atividade do Conselho Tutelar, em relação as próprias práticas. Suas dificuldades nos atendimentos e suas fragilidades são relatadas por meio do método oral, que facilita a expressão de suas angústias.

São esses os temas que encontramos nos trabalhos aqui reunidos para que possamos analisar as teorias, práticas e as próprias problemáticas que nos são apresentadas.

Agradecemos aos autores que enviaram seus artigos para publicação e esperamos que os leitores possam ter uma leitura proveitosa.

 

Ana Claudia Neves
Beatriz S. Fernandes

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