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Vínculo

versión impresa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.16 no.1 São Paulo enero/jun. 2019

http://dx.doi.org/10.32467/issn.1982-1492v16n1p52-68 

ARTIGO

DOI – 10.32467/issn.1982-1492v16n1p52-68

 

Possibilidade de transformação do sujeito a partir dos vínculos no grupo psicoterapêutico infantil

 

Possibility of transformation of the subject from the bonds in the children's psychotherapeutic group

 

Posibilidad de transformación del sujeto a partir de los vínculos en el grupo psicoterapéutico infantil

 

 

Larissa Basso1; Rafaela Moura de Souza2; Solange Araújo3; Carla Laino Cândido4;

UNIFESP/Hospital São Paulo

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente artigo tem como finalidade evidenciar o papel do vínculo no âmbito grupal enquanto possibilidade de transformação do sujeito. Utilizou-se como método de pesquisa o levantamento bibliográfico de artigos científicos, considerando como base de dados BVS/PEPsic e SciELO com os descritores "psicoterapia grupal", "grupos e psicanálise" e "vínculo e psicanálise" e, também, de autores que trouxeram significativas contribuições da psicologia aplicada aos grupos embasados na teoria psicanalítica. Empregou-se um caso clínico atendido no Grupo Psicoterapêutico do Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo e, a partir deste, discutiu-se conexões teórico-clínicas entre as conjecturas do processo grupal, o estabelecimento de novos vínculos e a prática de trabalho desenvolvida neste serviço. Considerando o indivíduo como ser social constituído, dentre outros aspectos, por seus inter-relacionamentos, o contexto grupal proporciona um ambiente de troca mútua entre os membros, favorecendo a transferência, a identificação e o insight. Com isso, observou-se mudanças significativas nos pacientes inseridos neste âmbito.

Palavras-Chave: Grupos; Grupo Psicoterapêutico; Psicanálise; Vínculo. Infância.


ABSTRACT

The present study aims to highlight the role of the bond in the group scope as a possibility of transformation of the subject. It was used as a research method the bibliographic survey of scientific articles, considering as a database BVS/PEPsic and SciELO with the descriptors "group psychotherapy", "groups and psychoanalysis" and "bond and psychoanalysis" and also of authors who brought significant contributions of applied psychology to groups based on psychoanalytic theory. A clinical case was attended at the Psychotherapeutic Group of the Department of Mental Health of the Department of Pediatrics of the Federal University of São Paulo and from this theoretical-clinical connections were discussed between the conjectures of the group process, the establishment of new bonds and the work practice developed in this service. Considering the individual as a social being constituted, among other aspects, by his interrelationships, the group context provides an environment of mutual exchange between members, favoring transfer, identification and insight. With this, we observed significant changes in the patients inserted in this scope.

Keywords: Group; Psychotherapeutic Group; Psychoanalysis; Link; Childhood.


RESUMEN

El presente artículo tiene como finalidad evidenciar el papel del vínculo en el ámbito grupal como posibilidad de transformación del sujeto. Se utilizó como método de investigación el levantamiento bibliográfico de artículos científicos, considerando como base de datos BVS/PEPsic y SciELO con los descriptores "psicoterapia grupal", "grupos y psicoanálisis" y "vínculo y psicoanálisis" y también de autores que han traído significativas contribuciones de la psicología aplicada a los grupos basadas en la teoría psicoanalítica. Se empleó un caso clínico atendido en el Grupo Psicoterapéutico del Sector de Salud Mental del Departamento de Pediatría de la Universidad Federal de São Paulo y a partir de éste se discutieron conexiones teórico-clínicas entre las conjecturas del proceso grupal, el establecimiento de nuevos vínculos y la práctica de trabajo desarrollada en este servicio. Considerando el individuo como ser social constituido, entre otros aspectos, por sus interrelaciones, el contexto grupal proporciona un ambiente de intercambio mutuo entre los miembros, favoreciendo la transferencia, la identificación y la visión. Con esto, se observaron cambios significativos en los pacientes insertados en este ámbito.

Palabras clave: Grupo. Grupo Psicoterapéutico. Psicoanálisis. Vínculo. Infancia.


 

 

1 Introdução

O presente artigo surgiu a partir da experiência no Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo/Hospital São Paulo (UNIFESP/HSP) durante o curso de Especialização em Psicologia da Infância sucedido em 2018.

Este setor recebe crianças de 0 a 12 anos procedentes de diversas especialidades do HSP. O primeiro contato do paciente com o serviço é por intermédio da Triagem Grupal, que tem como propósito conhecer a queixa inicial do paciente e da família. Após este acolhimento a criança e o núcleo familiar são encaminhados para o Grupo de Compreensão e Intervenção com finalidade diagnóstica e interventiva. Posteriormente, o paciente poderá ser encaminhado para Psicoterapia Individual, para Grupo Psicoterapêutico ou para atendimento externo ao setor.

O objetivo primário deste artigo é evidenciar o papel do vínculo no âmbito grupal enquanto possibilidade de transformação do sujeito. Estruturando-se com os seguintes objetivos secundários: revisitar conteúdos acerca da psicoterapia grupal e tecer considerações acerca do Grupo Psicoterapêutico como um espaço seguro para o estabelecimento do vínculo, este que favorece a evolução clínica de seus pacientes.

 

2 Metodologia

Utilizou-se como método de pesquisa o levantamento bibliográfico de artigos científicos, considerando como base de dados BVS/PEPsic e SciELO com os descritores "psicoterapia grupal", "grupos e psicanálise" e "vínculo e psicanálise" e, também, de autores que trouxeram significativas contribuições da psicologia aplicada aos grupos embasados na teoria psicanalítica. Os principais aportes teóricos provenientes deste estudo foram divididos em: "o homem em relação", "o grupo psicoterapêutico como modalidade de atendimento" e "vínculo".

Para ampla compreensão acerca do tema empregou-se um caso clínico atendido no Grupo Psicoterapêutico do Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da UNIFESP e, a partir deste, discutiu-se conexões teórico-clínicas entre as conjecturas do processo grupal, o estabelecimento de novos vínculos e a prática de trabalho desenvolvida neste serviço.

A amostra desta pesquisa é composta pelo Grupo Psicoterapêutico realizado no primeiro semestre de 2018, constituído por sete crianças de 4 a 6 anos, sendo três meninas e quatro meninos, e por seus pais e/ou cuidadores, com duração de um semestre, podendo ser prorrogado por mais seis meses. Os encontros ocorreram semanalmente, ao longo de uma hora e meia. Dois grupos aconteceram simultaneamente: um de crianças e outro de pais e/ou cuidadores. Os preceptores responsáveis e os especializandos dividiram-se para realização dos atendimentos. Utilizamo-nos dos constructos teórico-clínicos da psicoterapia de base psicanalítica.

O presente estudo enfatizou o caso de M. - sexo masculino, 6 anos e funcionamento psicótico como hipótese diagnóstica - e a importante evolução deste paciente em meio ao âmbito grupal. A coleta de dados foi realizada mediante consultas ao prontuário, participação ativa do pesquisador no grupo de crianças e discussões teórico-clínicas em supervisão com os preceptores responsáveis.

 

3 O homem em relação

Autores da literatura específica, que serão aqui explorados, nos remetem a ideia de que o homem é, também, constituído a partir de seus relacionamentos interpessoais. O ser humano, diferentemente de outros seres vivos, possui um impulso denominado "gregário", que é a necessidade de estar e viver em inter-relacionamentos, ou seja, em grupos. Desde o primeiro grupo, a família, o indivíduo busca novas relações, onde vínculos diferenciados serão estabelecidos. A tendência à grupalização é inata aos homens (Zimerman, 2007). "O indivíduo se sente incompleto (incomplete) quando está sozinho" (Freud, 1921/2017, p. 121).

O homem não deveria, portanto, ser contemplado de maneira isolada, mas, sim, em constante relação com o grupo social no qual está inserido. Ele é a exteriorização de seu âmbito sociocultural, onde transforma e é transformado por este (Pisani, 2005).

Freud (1921) propõe em "Psicologia das massas e análise do eu" que o indivíduo é integrante de uma nação, uma população, uma sociedade e, com isto, sofre influência deste amplo número de pessoas com a qual se relaciona. Relações estas que permitem uma gama de significados psíquicos. O outro é necessário para que a nossa existência seja possível. A psicologia individual é, também, social (Freud, 1921/2017).

A oposição entre psicologia individual e psicologia social ou das massas, que à primeira vista pode nos parecer muito significativo, perde muito de sua nitidez ao ser examinada mais a fundo. É verdade que a psicologia individual está orientada para o ser humano singular e investiga os caminhos pelos quais ele busca alcançar a satisfação de suas moções de impulso, só que ao fazê-lo, apenas raramente, sob determinadas condições excepcionais, ela desconsidera as relações desse indivíduo com outros. Na vida psíquica do indivíduo, o outro entra em consideração de maneira bem regular como modelo, objeto, ajudante e adversário, e, por isso, desde o princípio, a psicologia individual também é ao mesmo tempo psicologia social nesse sentido ampliado, porém inteiramente legítimo (Freud, 1921/2017, p. 35).

O ser humano é formado, dentre outros aspectos, por seus relacionamentos, estes que vão se estabelecendo previamente, antes do seu nascimento, e o acompanham por todo seu ciclo vital. Tais relações vão constituindo o homem como sujeito e, assim, o seu próprio aparelho psíquico (Zimerman, 2007). Desde a sua origem o ser humano está inserido em numerosos grupos numa persistente ambivalência entre a procura pelo eu individual e pela indispensabilidade do eu grupal/social (Zimerman, 1993).

O indivíduo é constituído por suas relações sociais, tendo em vista que: a) a organização da personalidade advém de eventos anteriores ao sujeito, isto é, antecedentes históricos – o grupo precede o indivíduo; b) o âmbito externo é introjetado, integrando-se ao núcleo do indivíduo; c) não há pessoas isoladas de outras. Mesmo que minimamente existe inter-relação com o outro à sua volta; d) o eu se constitui a partir da identificação com o outro (Fernandes, Svartman, & Fernandes, 2003).

O grupo não se caracteriza pelo número de indivíduos que o compõe, mas pelos objetivos em comum que regem os integrantes, estes que se constituirão em uma nova identidade e com um modo de funcionamento próprio, onde os aspectos latentes serão considerados. Entretanto, apesar do grupo ser visto como único, é imprescindível preservar a individualidade e a subjetividade de cada um dos participantes (Zimerman, 2007).

Os fenômenos grupais, em sua essência, são os mesmos em toda e qualquer modalidade de grupo, todavia, o que determina a dissemelhança entre eles é a sua finalidade. Há amplas possibilidades de realização de trabalho grupais, assim como: autoajuda, ensino-aprendizagem, organizacionais, comunitários ou psicoterapêuticos (Zimerman, 2007).

 

4 O grupo psicoterapêutico como modalidade de atendimento

O Grupo Psicoterapêutico, tido como microgrupo, comumente reflete aspectos sociais, econômicos, políticos e psicológicos dos grandes grupos, ou seja, da sociedade como um todo (Zimerman, 2007). Nesse sentido, o Grupo Psicoterapêutico age como propulsor de novas ideias, pensamentos e comportamentos, como meio facilitador para novas atitudes e mudanças, e, ainda, proporciona um ambiente seguro, passível de experienciar novas vivências (Ginott, 1979).

"O grupo de psicoterapia como espaço peculiar e multifacetado para a projeção de aspectos internos cindidos, cujo processo de elaboração (no grupo e pelo grupo) favorece a integração e o enriquecimento da personalidade" (Pinheiro, 1996, p. 52).

A análise grupal preza pelo entendimento dos fenômenos interacionais e transpessoais, isto é, estruturas que vão além do indivíduo – sempre no momento emergente, no aqui-agora. Tem como base a comunicação entre os membros e a interpretação desta (Pisani, 2005). O psicoterapeuta atenta-se pontualmente para o momento presente, objetivando a atuação dinâmica de todos os integrantes do grupo (Yalom & Vinogradov, 1992).

A psicoterapia em grupo pode favorecer o desenvolvimento emocional e psíquico de seus pacientes. Por meio de fenômenos grupais, como: novos relacionamentos, efeito catártico, insight, identificação, transferência e experiências diferenciadas, o grupo possibilita constância na estrutura da personalidade, fortificando o ego e tornando o superego menos rígido e punitivo (Ginott, 1979).

Trabalhar com grupos é, sobretudo, evidenciar os episódios ocorridos nas inter-relações e nos vínculos estabelecidos. Essa conexão entre os membros do grupo apresenta-se tanto socialmente quanto psiquicamente (Ávila, 2016). A interação promove a construção do eu a partir dos vínculos (Ávila, 2009).

No âmbito grupal, necessidades, desejos, demandas, ansiedades e defesas serão manifestadas, sendo que o próprio grupo agirá como continente destes conteúdos (Zimerman, 2007). Posto que o grupo esteja formado, o que possibilitará a sua continuidade é o vínculo estabelecido entre os participantes e a relevância destinada ao objetivo coletivo (Ávila, 2016).

O Grupo Psicoterapêutico realizado com crianças utiliza recursos lúdicos de forma com que a criança possa se comunicar por meio de mediadores externos, como brinquedos, desenhos e jogos; conheça novos tipos de relacionamentos; aja sem medo de represálias e julgamentos e tenha percepção de si mesma e do outro. Tendo em vista que o psiquismo da criança está em processo de organização, o grupo auxilia na reestruturação das particularidades psíquicas de cada uma delas (Fernandes et al., 2003).

O grupo de crianças possibilita a expressão simbólica, onde as experiências vivenciadas no real serão transfiguradas em representações internas. Por meio do brincar a criança evidencia suas angústias, medos e dúvidas, passando a compreender melhor seus sentimentos. Além disso, transporta para a brincadeira aspectos provenientes do mundo exterior, utilizando-os como meio de evidenciar fenômenos intrínsecos à realidade psíquica (Fernandes et al., 2003). Os integrantes do grupo são acometidos pelas trocas afetuosas, pela elaboração de conteúdos inconscientes individuais no âmbito grupal e pela estruturação de uma identidade única partilhada pelo grupo (Pinheiro, 1996).

A diversificação de ideias no grupo concomitante a mediação do psicoterapeuta faz com que sentimentos latentes possam emergir mais facilmente, possibilitando, assim, o insight. Ademais, a heterogeneidade do grupo contribui para a associação das vivências intrínsecas ao grupo e da realidade externa experienciada no mundo (Fernandes et al., 2003). "As relações interpacientes são um elemento importante no tratamento de grupo. O processo terapêutico é intensificado pelo fato de que cada membro do grupo pode ser um doador e não apenas um receptor de auxílio" (Ginott, 1979, pp. 17-18).

Com a técnica grupal, contribuem para a tarefa todos os que estão comprometidos no grupo, cada um por sua experiência pessoal, por sua forma de ser e pela inter-relação que existe entre eles; num momento dado, vai ser conseguida uma passagem de uma situação estancada ou dilemática a uma situação de movimento ou dialética. O progresso é então possível e formulam-se novos problemas, novos aspectos, que levam o sujeito a poder aprender com maior liberdade mediante a ruptura do estereótipo, a poder dessa maneira estar num contínuo progresso (Pichon-Rivière, 2005, p. 279).

O grupo se mantém a partir dos vínculos estabelecidos, das inter-relações, das narrativas compartilhadas e dos conteúdos intrapsíquicos evidenciados. O Grupo Psicoterapêutico configura-se como uma nova instância de construção singular, que vai além de uma reunião de crianças, no qual, a partir do vínculo estabelecido entre elas, o objetivo grupal tornar-se-á único (Guimarães, Malaquias, & Pedroza, 2013).

A criança no espaço terapêutico vivencia episódios diferenciados, onde o outro, incluindo o psicoterapeuta, suportarão, junto com ela, a angústia e o sofrimento trazidos à tona. As necessidades da criança ganham sentido e, assim, o processo de elaboração é facilitado (Fernandes et al., 2003).

O estabelecimento de significação se realizará pela instalação de um vínculo. Esse vínculo, por meio do interjogo das significações, configurará seu modo de vinculação com o mundo. O grupo terapêutico, visto como um espaço de transicionalidade, é um lugar adequado para o desenvolvimento e a prática das funções em crescimento, um espaço de convergência e articulação de vínculos primários e secundários, do velho e do novo, do mundo imaginário e do mundo de objetos reais, de progressão e de regressão (Fernandes et al., 2003, p. 235).

 

5 Vínculo

O desenvolvimento da personalidade está diretamente relacionado ao conceito de vínculo, uma vez que o indivíduo se constitui por meio de outro ser humano. O vínculo primário é estabelecido no relacionamento entre mãe e filho, considerando que o cuidador principal do recém-nascido responda às suas necessidades básicas: alimentação, higiene, amparo, carinho e cuidados essenciais. Ao passo que a criança vai tornando-se adolescente e, posteriormente, adulta, seus vínculos vão se transformando. Ela estabelecerá novas relações de maneira espontânea, como: na escola, na vizinhança, no esporte, no namoro (Zimerman, 2010). Os vínculos iniciais serão internalizados e se aproximarão nas novas configurações relacionais (Berstein, 1986).

O vínculo compreende uma estrutura profunda que abrange o sujeito e o objeto em relação, nos quais aspectos psíquicos internos e externos comunicam-se mutuamente, abarcando conteúdos inconscientes, de comunicação e de aprendizagem (Berstein, 1986). Esta estrutura subjetiva pressupõe a interação entre duas ou mais pessoas e/ou duas ou mais partes de um mesmo indivíduo, considerando emoções e ações, fantasia e realidade, concretude e abstração (Fernandes et al., 2003).

Para Pichon-Rivière (2005, p. 5), vínculo é "uma estrutura complexa que inclui um sujeito, um objeto e a sua mútua inter-relação com processos de comunicação e aprendizagem". O âmbito intrapsíquico constitui-se de um composto sistêmico em que relações e objetos se inter-relacionam, retroalimentando-se reciprocamente (Pichon-Rivière, 2005).

Mediante a concepção de vínculo é possível estabelecer uma correlação entre mundo externo e estrutura interna do sujeito. O indivíduo é um ser construído através de seus relacionamentos sociais, estes que farão parte da configuração psíquica subjetiva (Berstein, 1986).

A psicologia social estuda o sujeito contextualizado, a partir de suas interações, no inter-jogo entre a vida psíquica e a estrutura social. A constituição do sujeito é marcada por uma contradição interna: ele precisa, para satisfazer as suas necessidades, entrar em contato com o outro, vincular-se a ele e interagir com o mundo externo. Deste sistema de relações vinculares emerge o sujeito, sujeito predominantemente social, inserido numa cultura, numa trama complexa, por meio da qual internalizará vínculos e relações sociais que vão constituir seu psiquismo (Bastos, 2010, pp. 161-162 citado em Gayotto, 1992).

Fatores como ambiente seguro, relações suportivas, manifestação de tensões e emoções primárias são capazes de propiciar o vínculo. Já o feedback claro, sentimentos honestos e novas experiências diante da realidade podem fortificar o vínculo oportunizado anteriormente (Yalom & Vinogradov, 1992).

A comunicação e o vínculo são indissociáveis, onde a primeira permite partilhar com o outros conhecimentos de qualquer ordem, permitindo, assim, que tenham algo conjunto. Uma vez que no vínculo acontece uma experiência emocional, as pessoas em relação estarão em um processo comunicacional (Fernandes et al., 2003).

O vínculo, especialmente no processo psicoterapêutico, reproduz a narrativa histórica do paciente, onde, por meio deste fenômeno, o sujeito experimenta uma constante modificação de seus aspectos subjetivos. A função terapêutica do vínculo está associada a transportar o sujeito para além da eliminação dos sintomas apresentados, tornando consciente conteúdos a serem apreendidos e, assim, promovendo o autoconhecimento (Santos et al., 2017).

Para enfatizar o papel do vínculo no âmbito grupal enquanto possibilidade de transformação do sujeito, segue a explanação de um caso clínico atendido no Grupo Psicoterapêutico do Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da UNIFESP realizado no primeiro semestre de 2018.

 

6 Caso clínico

M. B. L., sexo masculino, seis anos, filho da Sra. A. e do Sr. B., ambos de 28 anos, chegou ao Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da UNIFESP encaminhado pelo Ambulatório de Nutrologia Infantil da mesma instituição por "obesidade, comportamento infantilizado e compulsivo".

O paciente e sua família foram acolhidos em Triagem e em Retorno de Triagem e pôde ser percebido em M. atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, funcionamento psíquico desorganizado, ansiedade, agitação, olhar vago, brincadeiras pouco estruturadas e dificuldade no contato interpessoal, segundo informações colhidas no prontuário. Os pais demonstraram preocupação frente aos sintomas manifestos pela criança, todavia sem viabilidade de conectá-los a dinâmica familiar, isto é, não se veem implicados.

Diante da demanda percebida e, sobretudo, do risco psíquico evidenciado, M. foi encaminhado para Psicoterapia Breve Individual, no qual aspectos referentes a relação intrafamiliar dificultosa, brincar compartilhado, comunicação e favorecimento da capacidade simbólica puderam ser trabalhados. A partir das intervenções realizadas e do fortalecimento psíquico propiciado a M. no atendimento individual, tanto a criança quanto a família foram direcionados ao Grupo Psicoterapêutico, objetivando promover conexões entre mundo interno e externo, fantasia e realidade, socialização, relações triangulares e, por conseguinte, relações circulares.

M. iniciou no Grupo Psicoterapêutico em março de 2018, permanecendo até junho de 2018. Seu pai, Sr. B., era assistido no grupo de pais e/ou cuidadores simultaneamente. Foram oferecidas 15 sessões, havendo 4 faltas.

A criança chegou ao grupo tomado por suas histórias terroríficas: casas mal-assombradas, "mula-sem-cabeça", igrejas escuras, florestas e personagens de filmes de terror. Tinha grande dificuldade em discernir fantasia e realidade. Era invadido pelo medo e por uma imaginação voraz. Não interagia com os outros colegas, tampouco os notava. Pedia, incessantemente, que todos o ouvissem, pois ele gostaria de falar – sozinho. Suas histórias eram intermináveis e geravam certa comoção no grupo, uma vez que algumas crianças o chamavam de mentiroso, de irritante e que falava demais, enquanto que outras sentiam medo. O diagnóstico de M. não havia sido definido até então, todavia o funcionamento psicótico era tido como principal hipótese diagnóstica.

Segundo a "Classificação francesa dos transtornos mentais da criança e do adolescente" proposto por Roger Misès (2018, pp. 45-46), as desarmonias múltiplas e complexas do desenvolvimento/desarmonias psicóticas compreendem:

  1. Sua expressão se manifesta a partir dos 3 a 4 anos de idade;
  2. A sintomatologia varia de um caso a outro e, em uma mesma criança, se modifica ao longo da evolução. São encontradas, dentre os motivos de consulta, manifestações somáticas ou comportamentais, instabilidade, inibições graves, manifestações fóbicas, histéricas ou obsessivas, desarmonias na emergência da linguagem e da psicomotricidade sem que o déficit intelectual mensurado pelos testes ocupe um lugar central, ao menos no período inicial. Os fracassos nas tentativas de escolarização são frequentes (fobias escolares, dificuldades de aprendizagem).
  3. Por trás dessa sintomatologia variável, os seguintes traços e mecanismos constituem um elemento comum: ameaça de ruptura com o real, ausência ou má organização do sentimento de si e das relações com a realidade; tendência ao transbordamento do pensamento por afetos e representações de uma crueldade extrema; angústias de diversos tipos: angústias de aniquilação, angústias depressivas e de separação, às vezes ataques de pânico; dominância de uma relação dual com incapacidade de acesso aos conflitos e aos modos de identificação mais evoluídos; predomínio de posições e interesses muito primitivos.
  4. Apesar desses traços e mecanismos próprios à psicose, as capacidades de adaptação e de controle asseguram com frequência uma proteção contra os riscos de desorganização. Assim, os modos patológicos de expressão podem se limitar a certas áreas ou se manifestar abertamente somente em certas fases evolutivas. Esta adaptação se baseia entretanto na expressão de modalidades restritivas implicando limitações importantes nas trocas com o outro.

 

7 Resultados e discussão

O Grupo Psicoterapêutico realizado no primeiro semestre de 2018 destacou-se por sua heterogeneidade no que se refere a história de vida pregressa, núcleo familiar, encaminhamentos, queixas, sintomas e demandas de cada paciente e de sua família. Assim como proposto por Ginott (1979), esta diversidade de membros e narrativas oportuniza o surgimento de novos ideais, concepções e ações diante de novas experiências relacionais. Além disso, o grupo age como promotor de um ambiente seguro para expressão de conteúdos ansiogênicos, no qual, tanto o psicoterapeuta quanto os outros integrantes do grupo, suportarão juntos o desconhecido. Controle corporal, reconhecimento de si e do outro, internalização de regras e limites, identificação com o agressor, agressividade, emoções, medos, super-heróis e superpoderes foram temas que emergiram neste grupo.

M. iniciou os atendimentos no Grupo Psicoterapêutico visando trabalhar questões dificultosas relativas ao grupo primário e, por conseguinte, a socialização, e aos medos desorganizantes vivenciados pelo paciente.

O paciente com funcionamento psicótico carece de sensações de realidade e de pertencimento, onde, por meio destas, poderá vivenciar no mundo como sujeito e experienciar mudanças, isto é, em grupo, no qual será oportunizado um espaço subjetivo seguro para estabelecimento de novos vínculos.

O grupo de pais e/ou cuidadores ocorreu simultaneamente ao grupo de crianças, com isso foi possível observar a correlação entre os principais temas trazidos por ambos os grupos. Os integrantes deste primeiro grupo puderam externalizar sentimentos, trocar vivências e compartilhar posicionamentos pessoais e coletivos. Ademais, foi possível auxiliar o grupo a associar os sintomas apresentados pelas crianças com as reflexões construídas nas sessões. Ginott (1979) aponta a importância de os adultos receberem tratamento concomitantemente às crianças, visto que, propiciando uma maior sensibilização dos pais e/ou cuidadores frente aos sentimentos e comportamentos apresentados pelas crianças, o processo psicoterapêutico poderá avançar mais rapidamente.

Em suas primeiras experiências no Grupo Psicoterapêutico, em meados do mês de março de 2018, M. trouxe à tona muitos de seus medos intensos e, de certa forma, paralisantes. Era consumido por histórias assustadoras e transmitia isto ao grupo. Seu discurso era predominantemente voltado à "mula-sem-cabeça". Algumas crianças diziam que era uma história mentirosa, outras sentiam medo. M. tendia ao isolamento, não se aproximava das outras crianças, tampouco se interessava pelo que era produzido no contexto grupal.

M. assumiu uma presença marcante orientada, também, pela postura corporal. Explorava a sala e o armário de brinquedos, andava de um lado para o outro, escondia-se embaixo da mesa e olhava a movimentação da rua pela janela. Ávila (2006) aponta que o processo grupal se apropria desta compostura, na qual, por intermédio desta, os integrantes do grupo interagem, olham-se, aproximam-se e/ou distanciam-se, colocam-se no espaço de forma ativa e utilizam-se de expressões não-verbais para manifestar sentimentos.

Desejando pertencer àquele contexto grupal e com a possibilidade de existir e ser notado, M. escrevia, comumente, seu nome na lousa. Também, por vezes, olhava-se refletido no visor da televisão com muita atenção e curiosidade frente ao semblante ali espelhado. Desse modo, podemos compreender que M. encontrou no grupo a possibilidade de existir como si mesmo. Ávila (2009, p. 52) expressa:

Quando estou diante do espelho, descubro que sou eu e sou o outro. Encontro algo da minha natureza e presença. Encontro em mim o outro em todos os planos e dimensões. O que me é próprio existe, e é reconfortante, mas o que me é mais essencialmente próprio, aquilo que de fato me constitui, isso é a relação.

A imaginação voraz de M. ecoava no ambiente grupal, na qual, a posteriori, todos sentiram-se representados e convocados a expor seus medos, angústias e fantasias. Ademais, pôde estabelecer uma comunicação por intermédio da "mula-sem-cabeça" em que o dualismo fantasia-realidade não era nítido. Este personagem folclórico tornou-se o significante grupal, ressoando no grupo durante todo o processo psicoterapêutico. Fernandes et al. (2003) pressupõe que o indivíduo faz correlações inconscientes e fantasiosas que são partilhadas por todos os seres humanos, abarcando lendas, folclores, mitos e contos.

Ao experimentar novas relações, não só presenciais e corporais como também psíquicas, M. pôde estabelecer vínculos suportivos, em que, a partir do seu "diferencial", se conectou ao grupo. A priori, o "menino da 'mula-sem-cabeça'" chamou a atenção do grupo provocando certa repulsa. Contudo, o discurso voltado para este personagem folclórico fez com que cada indivíduo olhasse a si mesmo e as suas próprias "loucuras", permitindo que as dissemelhanças pessoais fossem sustentadas e acolhidas no grupo. Fernandes et al. (2003) acrescenta que o vínculo e a comunicação são fenômenos pertencentes um ao outro, ou seja, a comunicabilidade está presente nas relações em que vínculos são estabelecidos.

Importantes intervenções foram realizadas durante o processo psicoterapêutico deste grupo, como: permitir a expressão do "diferente", nomear e validar sentimentos, oportunizar novos relacionamentos, propiciar novos modelos de atuação e possibilitar que emoções viessem à tona.

M. foi se aproximando das outras crianças, começou a interagir efetivamente, envolverse nas brincadeiras com disponibilidade, criar novas histórias e participar mais ativamente do grupo. Conectou-se ao grupo de modo a entrar na realidade daquele contexto. Suas histórias de terror continuaram presentes, mas de modo mais integrado aos conteúdos psíquicos produzidos no grupo. Interagiu com os outros colegas em novos tipos de brincadeiras, criou músicas relacionadas ao que estava acontecendo no aqui-agora, experienciou novos papéis, bem como ser o próprio monstro que tanto o aterrorizava – vestindo uma máscara de "susto", mas sempre afirmando: "sou eu, M.!", isto é, vivenciou ser e, ao mesmo tempo, não ser ele. Por trás de suas fantasias e de suas máscaras havia um eu que merecia existir e ser reconhecido.

Os conteúdos inconscientes de cada membro foram projetados no grupo, onde, por meio deles, o grupo se constituiu, se organizou e se promoveu como continente de aspectos angustiantes, permitindo o fortalecimento psíquico de cada sujeito. Pinheiro (1996) ressalta que o processo de elaboração é facilitado quando conteúdos psíquicos individuais são trazidos à tona no espaço grupal. Ademais, assim como proposto por Fernandes et al. (2003), o psiquismo da criança está se constituindo e, com isto, o grupo colabora com esta organização.

Em meados do mês de julho de 2018, o Grupo Psicoterapêutico caminhava para o seu término. Observou-se que o âmbito grupal possibilitou diversas funções para que M. se apoderasse de sua própria existência, como: oferecendo continência para estruturação psíquica; proporcionando um espaço subjetivo seguro para depósito de conteúdos latentes; promovendo sustentação transitória; possibilitando o controle corporal e, por conseguinte, a possibilidade de organização psíquica e suscitando novas relações sociais. Com isso notou-se que M., e também os demais integrantes deste grupo, adquiriram capacidade de exprimir conteúdos ansiogênicos, possibilidade de expressar a agressividade que não exclusivamente pela via corporal, viabilidade para exteriorizar o medo e confiabilidade para experimentação de novos papéis.

Embora transformações consideráveis tenham sido percebidas em M., entendemos a importância da continuidade do processo psicoterapêutico para o fortalecimento destes novos aspectos. Para tanto, M. e sua família foram encaminhados para o Grupo Psicoterapêutico do segundo semestre de 2018, tendo seu início previsto para o mês de agosto.

 

8 Considerações finais

O presente artigo teve como finalidade evidenciar o papel do vínculo no âmbito grupal enquanto possibilidade de transformação do sujeito. Além de revisitar conteúdos acerca da psicoterapia grupal, tecer considerações acerca do Grupo Psicoterapêutico como um espaço seguro para o estabelecimento do vínculo, este que favorece a evolução clínica de seus pacientes e ilustrar um caso clínico atendido no Grupo Psicoterapêutico do Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da UNIFESP. Para tanto, utilizou-se de artigos científicos e, também, de autores que trouxeram significativas contribuições da psicologia aplicada aos grupos embasados na teoria psicanalítica, finalizando com conexões teórico-clínicas entre as conjecturas do processo grupal, o estabelecimento de novos vínculos e a prática de trabalho desenvolvida no Grupo Psicoterapêutico.

Considerando o indivíduo como ser social constituído, dentre outros aspectos, por seus inter-relacionamentos, o âmbito grupal proporciona um ambiente de troca mútua entre os membros, favorecendo a transferência, a identificação e o insight, aspectos estes que puderam possibilitar transformações em M.

O caso explicitado pôde demonstrar clinicamente como um paciente em situação psicótica funciona no contexto grupal. A priori, a desorganização psíquica é externalizada com maior intensidade, no qual, por vezes, fantasia e realidade misturam-se de modo a tornarem-se indissociáveis. A posteriori, com o desenvolvimento do processo psicoterapêutico, conteúdos mais estruturados emergem e apresentam-se com maior frequência.

Com base no trabalho realizado no Grupo Psicoterapêutico foi possível identificar que o vínculo estabelecido entre as crianças possibilita a transformação do sujeito. Este fenômeno é observável mediante a possibilidade de transferência, a capacidade de produção verbal, a implicação nos atendimentos, a circulação de afeto e as inter-relações afetuosas.

Diante da inserção e da permanência de M. no Grupo Psicoterapêutico, podemos elucidar a inter-relação entre ele e os outros integrantes e, ainda, o modo como o vínculo grupal se configurou, com a metáfora de Schopenhauer (1951) descrita por Freud (1921/2017, p. 92):

Num gelado dia de inverno, os membros de uma sociedade de porcos-espinhos se aglomeraram bem juntinhos para, por meio do calor mútuo, se proteger do congelamento. Porém, logo sentiram os espinhos uns dos outros, e trataram de se distanciar. Quando a necessidade de aquecimento os aproximou outra vez, repetiu-se o segundo mal, de modo que foram jogados entre uma e outra miséria até encontrarem uma distância média em que pudessem suportar a situação da melhor maneira possível.

O caso de M. pôde ilustrar com vivacidade particularidades construídas na inter-relação entre os membros do Grupo Psicoterapêutico: o paciente com funcionamento psicótico adquiriu maior capacidade de transformação quando novos relacionamentos foram oportunizados, vínculos suportivos se estabeleceram e intervenções pontuais foram realizadas. Com isso, foi possível observar mudanças significativas nos pacientes inseridos no âmbito grupal, principalmente em M., estas que estarão em constante movimento.

É indispensável pontuar a relevância do Grupo Psicoterapêutico institucionalmente inserido no contexto da saúde pública, haja vista que esta modalidade de atendimento adquire maior capacidade de abrangência diante de numerosos encaminhamentos da rede pública de saúde, mas, sobretudo, por proporcionar um espaço subjetivo seguro de acolhimento e sustentação de demandas psíquicas variadas e, por vezes, complexas.

 

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Endereço para correspondência
Larissa Basso
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Carla Laino Cândido
E-mail: carlalcandido@hotmail.com

 

 

1 Larissa Basso. Psicóloga Clínica. Especialista em Psicologia da Infância pela Universidade Federal de São Paulo.
2
Rafaela Moura de Souza. Psicóloga Clínica e Hospitalar. Especialista em Psicologia da Infância pela Universidade Federal de São Paulo e em Psicologia da Saúde e Psicologia Hospitalar pelo Conselho Regional de Psicologia. Psicóloga do Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da UNIFESP /Hospital São Paulo.
3 Solange Araújo. Psicóloga Clínica e Hospitalar. Especialista em Psicologia da Infância pela Universidade Federal de São Paulo e em Psicologia da Saúde e Psicologia Hospitalar pelo Conselho Regional de Psicologia. Psicóloga do Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da UNIFESP/Hospital São Paulo.
4
Carla Laino Cândido. Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade de Brasília, Doutora em Neurociência pela Universidade de São Paulo e Pós Doutora em Filosofia da Mente pela Universidade Federal de São Carlos. Psicóloga do Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da UNIFESP/Hospital São Paulo.

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