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Vínculo

versão impressa ISSN 1806-2490

Vínculo vol.18 no.2 São Paulo maio/ 2021

http://dx.doi.org/10.32467/issn.19982-1492v18nesp.p138-159 

ARTIGO

 

Educação financeira na família: uma pesquisa bibliográfica nos últimos 30 anos

 

Financial education in the family: a bibliographic research for the last 30 years

 

La educación financiera en la familia: una investigación bibliográfica de los últimos 30 años

 

 

Andreza Maria Neves ManfrediniI; Ceneide Maria de Oliveira CervenyII; Carla Tatiane DinizIII

IPsicóloga, mestre e doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP. Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Intervenção familiar: psicoterapia, Orientação e Mediação de Conflitos, na UNITAU. Professora Assistente I da Graduação de Psicologia, na UNITAU.Co-fundadora do Instituto CICLOS.
IIPsicóloga, mestre em Psicologia Social, pela PUC-SP, doutora em Psicologia Clínica, pela PUC-SP. Vice-Coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Intervenção familiar: psicoterapia, Orientação e Mediação de Conflitos, na UNITAU.Professora Assistente Doutora noPrograma de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica da PUCSP.Co-fundadora do Instituto CICLOS.
IIIPós Graduanda em MBA em Gerência de Recursos Humanos na Universidade de Taubaté.

 

 


RESUMO

trata-se de uma pesquisa bibliográfica exploratória que teve o objetivo de verificar quais foram os assuntos que estão relacionados com o dinheiro nos últimos 30 anos (1987 a 2017), pelas bases de dados Psychoinfo, Webscience, Lilacs e Scielo. Para a coleta de dados nas bases de dados foram utilizadas as palavras chaves: Family, Money e financial education. Na análise, foi realizada uma leitura exploratória, na qual entrou-se em contato com a totalidade do artigo, lendo passagens esparsas do resumo e do texto. Após, foi realizada a leitura seletiva para aprofundar mais nas partes que interessavam, e pôr fim a leitura analítica, que consistiu em ordenar e sumarizar as informações contidas no artigo. Foram coletados um total de 706 artigos nas quatro bases de dados citadas. Nos resultados foram identificadas 86 publicações de artigos nas 4 bases de dados na última década, em contrapartida entre os anos de 1987 a 1997 foram identificados um total de 76 artigos e entre 1998 a 2007, 180 artigos. Conclui-se que, a temática sobre dinheiro tem sido importante nas investigações cientificas principalmente na última década.

Palavra-Chave: Dinheiro; Família; Pesquisa Bibliográfica.


ABSTRACT

This is an exploratory bibliographic research that aimed to verify which subjects were related to money in the last 30 years (1987 to 2017), using the Psychoinfo, Webscience, Lilacs and Scielo databases. For the collection of data in the databases the keywords were used: Family, Money and financial education. In the analysis, an exploratory reading was carried out, in which the entire article was contacted, reading sparse passages from the abstract and the text. Afterwards, the selective reading was carried out to go deeper into the parts that were of interest, and put an end to the analytical reading, which consisted of ordering and summarizing the information contained in the article. A total of 706 articles were collected in the four databases cited. In the results, 86 publications of articles were identified in the 4 databases in the last decade, in contrast between the years 1987 to 1997, a total of 76 articles were identified and between 1998 and 2007, 180 articles. It is concluded that, the theme about money has been important in scientific investigations mainly in the last decade.

Keywords: Money; Family; Bibliographic Search.


RESUMEN

Se trata de una investigación bibliográfica exploratoria que tuvo como objetivo verificar qué temas estaban relacionados con el dinero en los últimos 30 años (1987 a 2017), utilizando las bases de datos Psychoinfo, Webscience, Lilacs y Scielo. Para la recogida de datos en las bases de datos se utilizaron las palabras clave: Familia, Dinero y educación financiera. En el análisis se realizó una lectura exploratoria, en la que se contactó con todo el artículo, leyendo escasos pasajes del resumen y del texto. Posteriormente, se realizó la lectura selectiva para profundizar en las partes que eran de interés, y poner fin a la lectura analítica, que consistió en ordenar y resumir la información contenida en el artículo. Se recogieron un total de 706 artículos en las cuatro bases de datos citadas. En los resultados se identificaron 86 publicaciones de artículos en las 4 bases de datos en la última década, en contraste entre los años 1987 a 1997 se identificaron un total de 76 artículos y entre 1998 y 2007, 180 artículos. Se concluye que el tema del dinero ha sido importante en las investigaciones científicas principalmente en la última década.

Palabras clave: Dinero; Familia; Investigación; Bibliográfica.


 

 

Introdução

O termo educação financeira é um conceito amplo e relativamente novo. Segundo Ferreira (2015), ele pode ser compreendido como uma alfabetização, letramento ou capacitação financeira, sendo que cada terminologia implica em uma expectativa de realização. Para a autora, alfabetização está relacionada com a noção de aprendizagem em seu senso mais estrito, com início na infância, sendo possível de se estender a outros períodos da vida. O letramento financeiro, segundo a definição da National Financial Literacy Strategy (2014), da Austrália1,significa ser capaz de compreender o mundo financeiro, administrar o dinheiro de modo responsivo e desenvolver um estilo de vida. A capacitação financeira, por sua vez, está estritamente relacionada a jovens e adultos e envolve administração financeira, planejamentos para aposentadoria, habilidade de selecionar produtos financeiros e saber onde buscar orientação apropriada.

A Psicologia Econômica, segundo Ferreira (2014), explica que na educação financeira existem lacunas de grandes e sérias dimensões no que concerne à relação entre as intenções e as ações, que precisam ser abordadas para que realmente se alcance o sucesso de uma educação mais adequada. A autora ainda salienta que dificilmente uma educação financeira aconteceria em um mundo à parte, sem considerar o componente psicológico para uma mudança de atitude e de comportamento.

A educação financeira/ econômica acontece ao longo da vida de um indivíduo, uma vez que o aprendizado para lidar de diferentes formas com o dinheiro acontece também na fase adulta e na velhice, quando se ressignificam os conhecimentos adquiridos nas experiências anteriores, da infância e da adolescência (Manfredini, 2019). Tobias & Cerveny (2012) apontaram várias formas de se educar financeiramente os filhos, tais como: a prática da mesada, o uso do cofrinho e a conversa.

Aprender a lidar com o dinheiro corresponde aos hábitos financeiros nos quais estão subjacentes questões de ordem psicológica, que alteram comportamentos econômicos e financeiros. Segundo as ideias de Belsky & Gilovich (2002), todos eventualmente, tiveram trapalhadas financeiras que resultaram em elevados gastos. Por outro lado, tende-se a evitar o que levou a esses tropeços financeiros e a ignorar formas de prevenção para atitudes futuras relacionadas ao uso do dinheiro.

Ferreira (2014), afirma que há influências que podem interferir nas decisões econômicas, conhecidas como humor, detalhes irreverentes no ambiente, emoções e dados distorcidos. Quanto ao último, a autora explica que advém de uma dificuldade em processar informações por limitações cognitivas e emocionais, pelo fato de operações mentais não darem conta de ser tão minuciosas quanto seria necessário ao examinar meticulosamente tudo.

Um outro tratamento diferenciado quando se trata de dinheiro, segundo Belsky e Gilovich (2002), diz respeito ao uso de cartão de crédito, que desvaloriza o dinheiro e leva a gastos mais intensos do que normalmente seriam. Embora seja uma forma de utilizar o dinheiro bastante comum, Furnham (2014), enfatiza que a maioria das pessoas não consegue imaginar a vida sem um cartão de crédito/débito ou sem dinheiro. Em se tratando da sociedade contemporânea, as pessoas já se acostumaram com a presença do dinheiro como forma de permitir que obtenham os bens e serviços de que necessitam para viver.

Em uma decisão financeira pode haver vários caminhos para seguir, sendo que Belsky & Gilovich (2002) afirmam que quanto mais opções se apresentam, maior a tendência de não fazer nada. Isso faz pensar sobre os adiamentos de comportamentos e atitudes em relação ao modo de usar o dinheiro. Estes autores os reconhecem como procrastinação, ao compreender que quanto mais tempo houver para realizar uma tarefa pequena, a tendência é de simplesmente não a realizar, por conseguinte, pode custar um bom dinheiro. Esta é uma situação em que, mesmo em se tratando de finanças, pode-se cometer tropeços não pelos atos, mas meramente por omissão.

Tendo em vista as ideias dos diferentes e importantes autores da Psicologia Econômica sobre a educação financeira, não é possível pensar em manejos do dinheiro sem considerar o funcionamento do componente psicológico. Isso leva a pensar que é presumível que as inúmeras iniciativas referentes à educação financeira, que acontecem nos últimos anos, sejam por meio de programas ou instituições, comecem a considerar as contribuições da Psicologia Econômica.

 

Psicologia econômica: um panorama de pesquisas nacionais e internacionais

Com o objetivo de verificar quais foram os assuntos que estão relacionados com o dinheiro nos últimos 30 anos (1987 a 2017), realizamos uma pesquisa bibliográfica exploratória desenvolvida com base em material já́ elaborado, constituída principalmente de artigos científicos (Gil, 2002). Esta subseção apresenta como os temas "educação financeira" e "família e dinheiro" têm levantado reflexões no campo da literatura científica em âmbito nacional e internacional nas décadas de 1980, 1990 e 2010 até 2017. Quatro bases de dados foram consideradas para a realização desta investigação por busca de artigos científicos indexadas nas seguintes bases: Lilacs, Scielo, PsycINFO e Web of Science.

No Brasil, o interesse por estudos na área da Psicologia Econômica tem aumentado, é notável perceber, por meio de livros e iniciativas de orientação financeira, que as pessoas, de um modo geral, têm tido interesse em conhecer e compreender sobre finanças. Além disso, no campo acadêmico, passaram a surgir, recentemente, cursos de extensão e workshops sobre o assunto, como também foi incluída, pela primeira vez, em um curso2 lato sensu de Intervenção Familiar a disciplina Família e Dinheiro.

No âmbito internacional, a Associação Internacional de Pesquisa em Psicologia Econômica (IAREP), reúne vários estudiosos e pesquisadores que têm como um de seus objetivos promover o trabalho interdisciplinar a respeito do comportamento econômico. Há em cada país dos diferentes continentes do mundo representantes desta associação e no Brasil é a psicóloga Vera Rita de Mello Ferreira.

Os bancos de dados da Lilacs, Scielo, PsycINFO e Web of Science foram acessados via Internet no laboratório de informática da PUC-SP. As bases de dados supramencionadas foram escolhidas com base na credibilidade e notoriedade na área da Psicologia e da Psicologia Econômica, por justamente representarem uma perspectiva científica, tanto no âmbito nacional quanto internacional. Em sua maioria, as bases oferecem textos completos de artigos e, também, resumos. Gil (2002) traçou definições desses bancos de dados, apresentadas a seguir:

• Lilacs3 - Ciências da saúde. É uma base publicada desde 1982 em que são descritos e indexados: teses, livros, capítulos de livros, anais de congressos, relatórios técnico- científicos e artigos de revistas. Trata-se de uma base de dados científica que é registrada pelas instituições que integram o Sistema Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde.

• Scielo (Scientific Electronic Library Online)4 - Apresenta textos completos de artigos. Abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros com base hospedada na Fapesp.

• PsycINFO5 - Psicologia. Base referente à American Psychological Association, com resumos de mais de 1,7 milhão documentos nas áreas de Psicologia, Medicina, Educação, Serviços Sociais, Sociologia, Direito e Criminologia.

• Web of Science (WoS)6 - Ciências Exatas e Tecnologia, Ciências Sociais, Artes e Ciências Humanas. Esta base de dados interessa a todas as áreas do conhecimento, sendo possível oferecer resumos e índices de citações com mais de 8.400 periódicos especializados, indexados pelo Institute of Scientific Information (ISI).

Nas bases científicas supramencionadas, foram selecionadas um total de setecentos e quatro publicações dentre os descritores "Family and Money" e "Financial Education" nas bases PsycINFO e Web of Science. Nas bases Lilacs e Scielo, foi utilizado o descritor "Família e Dinheiro". Após a leitura dos resumos e em alguns a do texto, as publicações foram quantificadas em categorias que melhor representassem o objeto de pesquisa.

Na análise global, foi possível constatar que o tema cresceu a partir da década de 1990, sendo que, principalmente, a temática do dinheiro nas áreas de educação e saúde praticamente surgiu na década de 1980. Em se tratando da década de 1990, houve produtivas e numerosas publicações, contudo, foi no período de 2010 até 2017 que ocorreu um número extenso de publicações sobre o dinheiro, o que denota uma demanda de estudos e pesquisas direcionadas ao entendimento de uma sociedade capitalista em ascensão.

No intuito de facilitar a análise, foram agrupadas as publicações em seis categorias temáticas, apresentadas na tabela a seguir:

 


Tabela 1 - Clique para ampliar

 

Nas próximas subseções, serão apresentados os levantamentos dos artigos científicos com o intuito de conhecer sistematicamente os estudos já explorados e que consolidaram o conhecimento na área. Estes, por sua vez, revelam prováveis lacunas compostas por temas que necessitam de maior investigação.

CATEGORIA 1 - DINHEIRO E INFLUÊNCIAS NAS RELAÇÕES

A influência do dinheiro nas relações foi a temática mais pesquisada na área. O interesse em compreender as influências do dinheiro nas relações sociais em diferentes contextos já fica evidenciado desde o final da década de 1980, quando vinte e três trabalhos foram publicados. De acordo com a Figura 1, esta foi a temática mais publicada dentre todas as outras relacionadas com o dinheiro.

Essa temática cresceu consideravelmente nas últimas três décadas. Algumas dessas publicações referem-se à influência do dinheiro nos relacionamentos conjugais, enquanto outros artigos mostram as decisões de casais em que o homem assume as atividades domésticas devido à mulher ganhar mais e, por isso, passa a ser a provedora principal do lar (Mcdaniel, Lusterman & Dphilpot, 2001). Também há artigos que abordam assuntos relacionados à escolha do parceiro para uma relação amorosa (Klein & Nicholson, 2006) e à divisão de tarefas domésticas sob a influência do dinheiro.

É possível averiguar, nos artigos publicados, que o dinheiro ocupa um lugar nas relações como um elemento que influi na decisão de compra, como também na tomada de atitude para situações importantes. Além disso, há um artigo que demonstrou que a condição financeira não foi decisiva para fazer diferença na estrutura familiar. (Rosenkrantz & Huston, 2004).

Nos relacionamentos familiares, o dinheiro tem sido bastante utilizado na educação que os padrastos realizam com seus enteados em comparação com as madrastas. (Tifferet, Jorev & Nasanovitz, 2010)

A desigualdade salarial foi também um tema abordado nas publicações que se referem às influências do ganho de dinheiro dos provedores nas relações familiares. (Fonseca, 2016).

O tema da drogadição nas diferentes classes sociais foi abordado em publicações acerca do quanto as diferentes rendas permitem o poder de adquirir determinadas drogas.

CATEGORIA 2 - DINHEIRO E DOENÇA

Na Figura 1, é possível verificar o aumento bastante significativo da temática dinheiro e doença entre 2008 e 2017, pois a publicação de artigos sobre o tema aumentou setenta vezes em comparação com o ano de 1997. Dentre os assuntos abordados, está o custo financeiro quando surge uma doença, no sentido de conseguir manter o uso de medicamentos e de ter um tratamento adequado às necessidades (Iskandarsyah, 2014; Torres-López, Aranzazú Munguía-Cortés, Aranda-Beltrán, 2015). Os artigos que discutem este tema refletem o quanto o dinheiro interfere no cuidado de uma pessoa que está na condição de doente (Ribeiro & Silva, 2017) e, em casos de maiores possibilidades financeiras, haver o custo financeiro com cuidadores (Puerto, 2017). Há artigos mais específicos que abordam a relação entre condição financeira e Alzheimer ou esclerose múltipla (Jones & Amtmann, 2014), que retratam o alto custo financeiro que envolve o tratamento dessas doenças, e a extremos de saúde mental, chegando ao suicídio, por um dos motivos estar relacionado ao dinheiro (Ceballos-Espinoza & Chávez-Hernández, 2016).

Pode-se dizer que o dinheiro está envolvido não somente na obtenção de melhores condições de saúde física ao doente, mas também nos relacionamentos familiares, quando usam do dinheiro para pagar um cuidador.

As publicações trazem dados sobre como o dinheiro foi utilizado após o período de doenças, investigações de como a doença limitou a atividade ocupacional, tendo como consequência a diminuição da renda familiar (Saunders, B. S., Tilford, J. M., Fussell, J. J., Schulz, E. G., Casey, P. H., & Kuo, D. Z., (2015), artigos relacionados a reflexões sobre o significado do dinheiro e sobre a vivência escassa do dinheiro poder ser motivo de doenças físicas e emocionais nas pessoas, como a depressão e o alcoolismo (Cervantes, Cardoso, Goldbach, 2015; Krause, 1995; Watson, Goldman & Greenberg, 2007).

CATEGORIA 3 - EDUCAÇÃO

A categoria dinheiro e educação é uma das temáticas mais pesquisadas, tendo apresentado um aumento bastante significativo nos últimos trinta anos. Até o ano de 1997, eram apenas oito artigos publicados, ao passo que entre 2008 e 2017 houve um crescimento de quase noventa artigos a mais.

Em relação aos assuntos levantados nesta categoria, encontram-se a questão de a escolha da profissão ser ou não influenciada pelo dinheiro (Moimaz, Saliba & Blanco, 2003) e o quanto o status profissional, subjacente à escolha profissional, está baseado no poder aquisitivo e no valor do capital (Radey & Cheatham, 2013; Llanos Zavalaga, L. F., Reyes Lecca, R. C., Lecca Garcia, L. W., Velasquez Hurtado, J. E., Silva Tica, E., & Huayta Zacarias, E. (2004). Há outros artigos que abordam o valor financeiro de uma educação, seja proporcionando uma escola particular, faculdades (Thomason, 1999; Winefield, A. H., Gillespie, N., Stough, C., Dua, J., Hapuarachchi, J., & Boyd, C. (2003) ou cursos de pós-graduação (Brauer, 2003). Abordam também como é realizada a educação financeira na família, na comunidade (Coria, 2005) e como ela é entendida no contexto escolar (Silva, T. P. D., Magro, C. B. D., Gorla, M. C., & Nakamura, W. T. (2017).

O fracasso escolar está relacionado com a falta de dinheiro das famílias em nutrir determinadas responsabilidades para manter os estudos das crianças. (Franceschini, Miranda-Ribeiro & Gomes, 2017). Outro estudo apresenta dados em que jovens deixam a escola para alcançar uma independência financeira. (Schoon & Duckworth, 2010).

Há outras publicações relevantes que apresentam informações sobre o tabu em não abordar a utilização dos recursos financeiros pela escola (Venzke, 2004), e como as diferenças sociais influenciam na educação, e o quanto se necessita do dinheiro para se realizar pesquisas científicas. (Mendez, Mendoza & Malcolm, 2011).

Ao adotar um modo de educar e lidar com o dinheiro, podem-se desencadear múltiplas consequências nas relações sociais. Assim, a inadimplência advém de um mau uso ou de uma deseducação financeira. (Ribeiro & Lara, 2016).

CATEGORIA 4 - QUALIDADE DE VIDA

Assim como os outros temas de categorias supramencionadas, pesquisas direcionadas à qualidade de vida e dinheiro também apresentaram um aumento nos últimos trinta anos, com ápice entre 2008 e 2017. Ao longo destas décadas, pode-se verificar que há estudos abordando o quanto o dinheiro pode proporcionar melhores condições de estrutura de vida (Teixeira, 2006) alimentação e lazer (Paúl, 2003) e, também, investigações sobre o quanto a fonte do trabalho, sendo baseada numa boa remuneração, é capaz de permitir melhores formas de qualidade de vida.

Há estudos em relação ao comprometimento da qualidade de vida quando o idoso não faz uso do dinheiro nas relações sociais (Duarte, Lebrão & Lima, 2005). Idosos localizados em áreas rurais têm menos recursos financeiros que os de área urbana (Guralnick, S., Kemele, K., Stamm, B. H., & Greving, S. A. M., 2003) Além disso, a migração, a análise da escala de imprevisibilidade familiar, a falta de dinheiro para alimentação eficiente em famílias vulneráveis, a falta de projetos federais no campo da assistência social e a ausência de estudantes de medicina para áreas mais distantes, foram alguns aspectos analisados com relação à qualidade de vida, como, por exemplo, nos estudos de Vianna (2008), Jaime (2011), Arroyo e Corvera (2003). Os resultados de tais estudos apontam o quanto a falta de dinheiro impede uma promoção de melhor qualidade na alimentação e, também, no apoio às famílias que ficaram para trás no México quando tentavam migrar para outro país.

Quanto aos estudos que apontam os recursos financeiros como ajuda para uma qualidade de vida, são poucos os que apresentam está temática. A influência do dinheiro na qualidade de vida está relacionada à preparação da aposentadoria (Bressan, 2013), saúde de crianças com e sem transtornos crônicos, dentre outros.

As pesquisas acerca da qualidade de vida e do dinheiro aparecem, em maior número, com amostras variadas na sua quantidade e foram desenvolvidas, em sua maioria, na América Latina e no México. Pelo seu delineamento, há maior prevalência de estudos quantitativos com uso de escalas, questionários e inventários.

CATEGORIA 5 - SAÚDE

Com um número bem menor de publicações, outra área de estudos existente sobre dinheiro, relaciona-se à saúde. Esta categoria foi a única que apresentou somente um artigo catalogado na

base de dados, até o ano de 1997. Pode-se dizer que estudos sobre a investigação entre dinheiro e saúde iniciaram-se no período de 1987 a 1997, sendo que após estes anos houve um crescimento de um pouco mais de trinta publicações já realizadas até o ano de 2017.

São pesquisas tanto qualitativas - utilizando entrevistas e grupos focais -, quanto quantitativas - utilizando questionários, escalas e outros instrumentos. Há uma variedade de localidades, com algumas pesquisas brasileiras, latinas, norte-americanas e africanas.

As publicações trazem, em sua maioria, dados em relação às muitas escolhas que são entendidas como saudáveis, acessíveis quando há condições financeiras. Nesse sentido, foi possível encontrar alguns estudos (Araújo, 2010; Baldani, Almeida & Antunes, 2009; Garcia, 2015; Guerin, Rossoni & Bueno, 2012; Monson, 2012; Yang & Jackson, 1998; Uchôa, 2009 ) que apontam a falta de dinheiro como problema para as famílias terem acesso e participar de programas relacionados à saúde física e mental, tanto no âmbito da prevenção quanto do tratamento. Pesquisas também afirmam que a falta de dinheiro ocasiona escassos recursos de comida, o que, por conseguinte, leva a uma alimentação não saudável (Herrán & Patiño, 2015; Lera, 2015). Em contrapartida, uma pesquisa apontou que aquelas famílias que recebem benefícios de alimentação de programas de saúde, poupam os gastos com tais despesas. (Pérez, Sepúlveda & Giraldo, 2010 ).

Quanto aos índices de baixa renda, foram encontradas pesquisas sobre crianças pertencentes a esta classe social que apresentam problemas de sono (El-Sheikh, 2013). Outra pesquisa aponta que o gasto financeiro com água é o mesmo entre as famílias de baixa renda e aquelas com melhores rendimentos.

CATEGORIA 6 - TRABALHO

Esta é a segunda categoria mais pesquisada na área. Os artigos catalogados mostram que nos últimos trinta anos houve um aumento significativo nas publicações referentes à temática que abrange o trabalho e o dinheiro e que estas publicações aumentaram setenta vezes desde 1997.

Ao longo deste período, o maior enfoque foi dado no dinheiro como um fio condutor para uma tomada de decisão quanto à mudança de trabalho, com a finalidade de ganhar mais, e, de escolher determinadas áreas de trabalho por interesse financeiro.

Há artigos que discutem e refletem o valor do dinheiro nas relações de trabalho, tendo alguns afirmado que benefícios que têm implícitas questões financeiras, são um fator importante para escolher e manter as relações no contexto ocupacional (Lyness & Judiesch, 2011). Outros estudos investigaram o dinheiro como um status no mundo do trabalho. O stress e o dinheiro também foram temas pesquisado nos artigos que retrataram o ambiente de trabalho (Iwasaki, Mackay & Ristock, 2004).

Curiosamente, há pesquisas relacionadas ao estágio de estudantes de psicologia, seja sobre avaliar os custos do estágio como prestação de serviço (Klein & Nicholson, 2006), sobre fazerem atividades de esporte em troca de ter o dinheiro (Leffingwell et al., 2001), sobre os compromissos financeiros necessários para se torna psicólogo e superarem os benefícios a longo prazo da profissão (Fagan et al., 2007), e sobre as novas avaliações em psicologia serem realizadas com base em recursos financeiros de instituições (Leigh et al., 2007). De um modo geral, existem outros dados dos artigos catalogados que reportam a diferentes temas, que incluem: a influência financeira no crescimento da indústria farmacêutica (Antonuccio, Danton & Mcclanahan, 2003), empresas da área aeronáutica iniciando trabalhos com certo tipo de material, como uma alternativa para economizar dinheiro (Botelho, E. C., Silva, R. A., Pardini, L. C., & Rezende, M. C., (2006), escolha de profissão com base na segurança financeira (Hsiao, 2013), o dinheiro ganho no trabalho de famílias camponesas ser ou não suficiente para o ano todo (Nogueira, 2013), dentre outras.

 

Considerações finais

É nítido o aumento do número de artigos catalogados nas bases de dados científicas mais conhecidas e utilizadas no campo acadêmico, a partir dos descritores família e dinheiro e educação financeira. Foi possível averiguar que, nos últimos trinta anos, tanto no Brasil quanto em diferentes países latinos, norte-americanos e europeus, o dinheiro foi investigado nas relações sociais. Adicionalmente, há uma vasta área de conhecimento (Psicologia, História, Agronomia, Enfermagem, Administração, Nutrição, Medicina, Serviço Social, Educação, Economia, Antropologia) que publicou estudos sobre o comportamento econômico nas diferentes faixas etárias e em contextos distintos.

Os vértices das pesquisas e métodos adotados apresentam variações, podendo haver desde estudos quantitativos com aplicações de questionários, inventários, escalas, testes; quanto qualitativos, com uso de entrevistas e grupos focais; até estudos com base em documentos, numa produção nacional e mundial crescente, principalmente na última década.

As informações obtidas por meio destas pesquisas catalogadas visam complementar o conhecimento construído sobre a realidade, denotando a forte influência do comportamento, dos hábitos, das questões psicológicas pertinentes ao mundo econômico e que se opõem a um conhecimento numérico.

A Psicologia Econômica se apresenta como um campo vasto a ser investigado e em crescente interesse pela área da psicologia, no nosso país e no mundo. De acordo com as buscas, foi possível encontrar diversas linhas de pesquisa, dentre as quais se destacam: psicologia do dinheiro, da dívida, da poupança, da socialização econômica, do comportamento do consumidor, da administração financeira. Em se tratando do dinheiro nas relações familiares, foram efetivamente muito poucas as pesquisas relacionadas ao tema e, realmente não foi possível encontrar pesquisas nacionais e internacionais, englobando o ciclo vital da família com o uso do dinheiro.

Considera-se que, após o levantamento das pesquisas publicadas em artigos catalogados com relação à família e ao dinheiro, à área da psicologia e ao campo de estudos da terapia de família e de casal, passem a investigar e a examinar as diferentes linhas de pesquisa da Psicologia Econômica, por meio das pesquisas qualitativas, as experiências, visões e reflexões do núcleo familiar, seja na horizontalidade (com membros da família extensa), seja na verticalidade (entre gerações).

Acredita-se ser importante que profissionais de diferentes áreas do conhecimento reflitam sobre o que a Psicologia Econômica deseja realizar na realidade brasileira, especificamente os profissionais da orientação e terapia familiar e de casal, a fim de desenvolver conhecimentos mais consolidados para a promoção da saúde com intervenções psicoprofiláticas e atendimentos psicoterapêuticos em diferentes contextos.

Apesar de estarmos em plena era de produção científica-tecnológica, que impulsiona as constantes descobertas, e de constatar, especificamente, o aumento de artigos científicos, nos últimos trinta anos, abordando o tema do dinheiro nas relações sociais, concomitantemente, pode-se dizer que ainda houve poucas mudanças mais responsivas com o dinheiro nas relações que configuram o macrossistema.

O cenário atual econômico contempla uma estabilidade da moeda Real desde 1994. Ao mesmo tempo, há uma complexidade do mercado financeiro, que atualiza as relações com o dinheiro no nosso país, tendo a cada dia, um escândalo de muitos dos nossos governantes fazendo uso imoral e inconsequente do dinheiro.

Os resultados da falta de educação financeira dos governantes de nosso país, indubitavelmente, impedem o crescimento de todas as outras esferas, tais como saúde, educação, transporte, turismo, cultura, dentre outros pontos importantes, que embasam a estrutura da qualidade de vida na comunidade.

 

Notas

1 AUSTRALIAN GOVERNMENT (2018). url: https://www.learningpotential.gov.au/financial-literacy-essential-skills-for-your-teen.

2 Trata-se de um Curso de Pós-Graduação em Intervenção Familiar: psicoterapia, orientação e mediação de conflitos, que acontece na Universidade de Taubaté - UNITAU, desde 2014, sob coordenação desta pesquisadora e sob a vice coordenação desta orientadora. Atualmente o curso se encontra na sua VII turma.

3 LILACS. Disponível em :<http://lilacs.bvsalud.org>. Acesso em 18 de agosto de 2019.

4 SCIELO. Disponível em :<http://www.scielo.br>. Acesso em 18 de agosto de 2019.

5 PsycINFO. Disponível em :<http://www.apa.org>. Acesso em 18 de agosto de 2019.

6 Web of Science. Disponível em :<https://www.periodicos.capes.gov.br>. Acesso em 18 de agosto de 2019.

 

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