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Ciências & Cognição

versão On-line ISSN 1806-5821

Ciênc. cogn. vol.8  Rio de Janeiro ago. 2006

 

Artigo Científico

 

A biblioteca e a brinquedoteca: mediadores do livro, objeto prazeroso de saber e lazer no ambiente escolar

 

The library and the toy library: mediators of the book as a pleasurable object of knowledge and leisure in the school environment

 

 

Silvana Beatriz Bueno e Gisela Eggert Steindel

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, Santa Catarina, Brasil

 

 


Resumo

Este estudo investiga a relação entre a biblioteca e a brinquedoteca no espaço escolar. O estudo objetivou explorar o lúdico do livro através da parceria entre biblioteca e brinquedoteca. O objeto de questionamento foi a participação da biblioteca enquanto estimuladora do processo lúdico através do livro e a utilização da experiência de uma brinquedoteca no uso do livro como objeto prazeroso. Optou-se por uma abordagem qualitativa de caráter documental e descritivo, tendo como principal fonte de coleta de dados os Cadernos de Planejamento e Registros da professora brinquedista. Os dados mostraram a possibilidade de um mútuo compartilhamento de informações e práticas entre o espaço biblioteca e brinquedoteca. Revelaram a premência de parcerias, de comunicação, de integração planejada entre estes dispositivos de instrução e formação. © Ciências & Cognição 2006; Vol. 08: 10-21.

Palavras-chave: Biblioteca escolar; leitura; ludicidade; educação infantil; brinquedoteca; ludologia.


Abstract

The present study analyzes a workable relationship between the library and the toy library in the school environment, investigating the extent to which the former stimulates ludic processes through the book and how the experiences and practices developed at a toy library might contribute to the use of the book as a pleasure-giving object. The research was conducted through a qualitative approach, documental and descriptive in character, having as its main source the toy library's teacher's Cadernos de Planejamento e Registros. The data showed that the sharing of information and practices between the library and the toy library is feasible, revealing the importance of partnership, communication, and planned integration between these spaces of instruction and formation. © Ciências & Cognição 2006; Vol. 08: 10-21.

Keywords: School library; reading; playfulness; child education; toy library; ludology.


 

 

Introdução

No contexto escolar, observam-se diversos segmentos para atuação do bibliotecário. A Sociedade do Conhecimento traz mudanças na estrutura formal de funcionamento das escolas. É perceptível a preocupação dos educadores em desenvolver métodos, ambientes e programas educativos para atrair maior atenção e concentração das crianças. O bibliotecário desempenha importante papel na administração e vivência destes espaços, promovendo uma melhor utilização do ambiente educativo, especialmente no que diz respeito à leitura e construção do conhecimento. Em instituições escolares, o profissional pode interagir além da biblioteca, em outros espaços com os alunos, como por exemplo na brinquedoteca, quando o estabelecimento de ensino oferece este recurso educacional.

Este trabalho apresenta um relato investigativo com intuito de auxiliar na construção do conhecimento científico e levantar questões sobre a ludicidade que envolve o ambiente da biblioteca e da brinquedoteca em escola pública de ensino fundamental. A pesquisa enfocou como ponto de discussão o processo lúdico desenvolvido em uma brinquedoteca da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, SC. Abordou fatores relacionados à leitura, seu poder lúdico e de ensino, correlacionando com a experiência lúdica desenvolvida em brinquedoteca, norteada pelas seguintes questões - Em que medida a biblioteca escolar explora o lúdico do livro? Se a brinquedoteca é um lugar que explora o lúdico como utilizar esta experiência para que a criança possa fazer a associação do livro como objeto prazeroso versus espaço propício ao estímulo da leitura?

A pesquisa buscou explorar o lúdico do livro através da parceria entre biblioteca e brinquedoteca em unidade escolar de ensino fundamental e para tanto estabeleceu como objetivos específicos:

  • conhecer atividades que possam subsidiar o desenvolvimento do gosto pela leitura
  • enfocar a leitura como prazer;
  • fomentar a evolução educativa do aluno na busca por novos conhecimentos através da parceria entre a biblioteca e a brinquedoteca;
  • conhecer experiências que possibilitem interação brinquedoteca/biblioteca;
  • identificar metodologias e ações direcionadas ao lúdico do livro e
  • ressaltar a importância da parceria entre profissionais da educação e bibliotecários.
  • Nos itens que seguem, são apresentados alguns aspectos teóricos acerca da leitura, literatura, escola e brinquedoteca.

     

    Leitura, literatura e ludicidade na escola

    O ato de ler envolve o processo de saber fazer uso da leitura e da escrita para as funções sociais, em que o indivíduo tem capacidade de questionar e usar as informações que capta do mundo nas suas práticas diárias - o propósito do letramento. (Soares, 1999). O que deve ser levado em conta é a utilização da leitura e da escrita na prática. Como a escrita e a leitura podem auxiliar nas atividades, das mais simples as mais complexas, e, conseqüentemente, fomentar a reflexão para produzir novas condições para o letramento. É um constante ciclo, onde são acrescentados novos fatos e conceitos, transformando o processo de produção do conhecimento.

    Ao ler, o indivíduo constrói os seus próprios significados, elabora suas próprias questões e rejeita, confirma e/ou reelabora as suas próprias respostas. A leitura é uma atividade capaz de mudar o indivíduo e suas relações com o mundo, favorecendo a possibilidade de transformações coletivas. Ela estimula a reflexão, a crítica e permite questionamentos próprios ou coletivos, que poderão ser explicitados ou não, tudo depende do estímulo dado à criança. (Ferreira e Dias, 2002).

    Para que o aluno possa escolher livremente um livro que lhe interessa e para que este possa ser trabalhado em sala, o professor deve conhecê-lo, tê-lo lido. Justifica-se esta importância da leitura porque é através dela que o leitor consegue se visualizar e familiarizar com algum personagem ou vivenciar uma dada situação. É neste ambiente que se sente a atração da leitura. Portanto, para formar um leitor, é necessário ser leitor.

    Ferreira e Dias (2002) entendem que a leitura é um processo de ensino, mas que os agentes devem interagir reciprocamente para conseguir êxito. O leitor-aprendiz e seu mestre (professor, bibliotecário, pais ou outro profissional) devem trocar experiências com objetivo de tornar cada vez mais este leitor autônomo, para então, com sua autonomia, construir seu saber.

    O ato de ouvir histórias é o primeiro passo para ser um leitor, para descobrir que, através do livro, é possível encontrar idéias, satisfazer a curiosidade, encontrar soluções para um problema, descobrir a realidade cercada por conflitos, impasses, identificar-se com um personagem, superar as dificuldades, descobrir lugares novos. Amarilha, (1997: 22) explica que a oralização:

    "tem a finalidade de enriquecer a bagagem antecipatória do leitor, buscando familiarizá-lo com as estratégias da narrativa, por conseguinte, com as convenções da escrita."

    Neste sentido, ouvir histórias também é provocar diversos sentimentos, é estimular a vontade de ler por conta própria e, assim, alimentar o senso crítico. A esse respeito se expressa Abramovich (1994: 143), no sentido de que:

    "ao ler uma história a criança também desenvolve todo um potencial crítico. A partir daí ela pode pensar, duvidar, se perguntar, questionar (...) Pode se sentir inquietada, cutucada, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de opinião ..."

    Segundo esta mesma autora, o processo natural de contato da criança com o texto literário passa pelas seguintes fases: ouvir histórias, ver ilustrações, fazer a associação/ligação dos signos. Portanto, o primeiro contato se faz pelo meio auditivo e visual. Apesar de existir, o texto escrito ainda não faz parte de seu entendimento, as ilustrações, os formatos diferentes, a criatividade conta sua história sem precisar de uma única palavra escrita.

    No entanto, o recurso ilustrativo requer alguma atenção, como aponta Amarilha (1997). Esta autora destaca que o recurso ilustrativo utilizado na escola para que as crianças entendam o texto através das ilustrações é equivocado e não forma leitores de textos e sim leitores de imagens. Alerta que o trabalho de formar leitores de textos deve ser gradual e mostra que o paradoxo está em que:

    "a escola propõe-se a ensinar a ler o signo lingüístico e, no entanto, dá ênfase às ilustrações." (Amarilha, 1997: 40)

    Estas preocupações não anulam a importância das ilustrações nos livros infantis, mas servem para refletir sobre o modo como está sendo usada e direcionada. É importante ressaltar a contribuição deste recurso no desenvolvimento cognitivo, correlacionado texto e imagens, direcionando o leitor para o melhor entendimento da história, na observação dos detalhes, formando um significado mais completo.

    O contato com as ilustrações deve sim, ser iniciado nas primeiras fases, nos primeiros anos e ir gradualmente acostumando os leitores para os textos com poucas ilustrações, para que eles passem a depender cada vez menos delas como única forma de entendimento, como explica Amarilha (1997: 42):

    "O problema com o número de ilustrações e páginas como critério para a escolha do livro usado na escola está na ausência de um processo de gradação em leitura. A falta de um programa de leitura para adquirir a habilidade de lidar, progressivamente, com textos mais longos e, assim, levar o leitor mirim a depender cada vez menos da ilustração como única linguagem possível de ser entendida, acarreta o descompasso psicológico, cronológico, técnico e social do leitor."

    A leitura se configura em um processo de intercâmbio cognitivo entre o texto e o leitor. O livro fornece condições para a compreensão do seu mundo interior e também transmite uma visão crítica do mundo exterior. Zilberman (1985: 26) defende o uso da literatura em sala de aula como estratégia de transformação à educação tradicional, nas suas palavras:

    "A justificativa que legitima o uso do livro na escola nasce de um lado, da relação que estabelece com seu leitor, convertendo-o num ser crítico perante sua circunstância; e, de outro, do papel transformador que pode exercer dentro do ensino, trazendo-o para a realidade do estudante e não submetendo este último a um ambiente rarefeito do qual foi suprimida toda a referência concreta."

    A literatura proporciona:

    "uma compreensão mais ampla e eficaz de seu universo, qualquer que seja sua idade ou situação intelectual, emotiva e social. Assim sendo, é somente quando a meta se torna o exercício com a palavra que o texto para a infância atinge seu sentido autêntico ..." (Zilberman 1985: 40)

    A literatura também informa. Através da literatura, as crianças podem aprender as diferentes relações humanas, problemas, conflitos da vida em sociedade, conhecendo as formas do comportamento humano (Abramovich, 1994).

    O lúdico não está apenas no ato de brincar, está também no ato de ler, no apropriar-se da literatura como forma natural de descobrimento e compreensão do mundo. Atividades de expressão lúdico-criativas atraem a atenção das crianças e podem se constituir em um mecanismo de potencialização da aprendizagem. Atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento motor e psicomotor das crianças em suas atividades, principalmente em escolas de pequeno porte (Escolas pequenas são alternativa, 2001).

    No texto, o leitor tem dois papéis: o papel individual e o papel coletivo. Interagir com o seu personagem e ao mesmo tempo interagir com o grupo.

    "Na verdade, a atividade lúdica é uma forma de o indivíduo relacionar-se com a coletividade e consigo mesmo." (Amarilha, 1997: 88)

    Defende essa autora o prazer e a ludicidade dependem diretamente da compreensão do texto e que ambos podem ser ensinados. Sobre a concepção da figura do livro como brinquedo, acredita-se que esta visão só vem a contribuir na formação de um futuro leitor, Cunha (1997: 29) afirma que:

    "Objetos, sons, movimentos, espaços, cores, figuras, pessoas, tudo pode virar brinquedo através de um processo de interação em que funcionam como alimentos que nutrem a atividade lúdica, enriquecendo-a."

    Amarilha (1997: 27) afirma que as primeiras impressões de mundo da criança são através das imagens e que:

    "Ao transformar essas imagens em expressão, pela linguagem verbal, entra na composição literária o elemento prazeroso. Esse componente gerador de prazer advém sobretudo da natureza lúdica da linguagem."

    Outro fator importante da atividade lúdica está no fato de que ela prevalece no tempo, e se houve um significado este será lembrado, assim como a história também ficará marcada na lembrança e vida da criança.

     

    Biblioteca e brinquedoteca escolar

    A biblioteca escolar é parte integrante da escola, sujeita a suas normas e regulamentos. O material contido em uma biblioteca escolar se destina a apoiar atividades didático-pedagógicas pautados nos objetivos da instituição escolar, enquanto espaço educacional, cultural e recreativo.

    O livro infantil informa/forma sem perder a ludicidade, mas é difícil para o educador aplicar todo este potencial. Neste sentido, a biblioteca na escola vem ao encontro das atividades pedagógicas para dar suporte informacional e colaborar na formação do leitor. Para tanto, é necessário que o espaço biblioteca transcenda as suas paredes e neste cenário é imperativa a busca por uma biblioteca escolar de concepção inovadora inserida na prática pedagógica, contribuindo tanto no âmbito da administração escolar, como no processo de ensino e aprendizagem.

    A literatura define a brinquedoteca como:

    "... um espaço criado para favorecer a brincadeira. É um espaço no qual as crianças (e os adultos) vão para brincar livremente, com todo o estimulo à manifestação de suas potencialidades e necessidades lúdicas." (Cunha, 1994: 13)

    Na literatura, outras definições de brinquedoteca têm sentido mais práticos, conceituando-a como um laboratório composto por dois grupos de indivíduos: os usuários, aqueles que elaboram alternativas lúdicas, e outros indivíduos, que testam cada alternativa para aprová-la ou não. Desta interação, resulta uma relação dialética. (Schlee, 2000). A compreensão de brinquedoteca neste estudo é de um espaço físico amplo, composto dos mais diversos tipos de objetos que estimulem o processo criativo, a imaginação e a ludicidade. Incluem: os brinquedos; os jogos; os livros, as fantasias e os fantoches. É um espaço organizado por tipos de objetos lúdicos, em uma distribuição espacial que facilite a integração dos diversos ambientes e a observação global das crianças.

    O conceito da brinquedoteca escolar pode ser resumido nas palavras de Muniz (2000: 86):

    "A Brinquedoteca da escola, diferente da Brinquedoteca em outros espaços, estrutura-se de forma organizada no cotidiano escolar. Por entrar nesta ritualização, ela ocupa um espaço do fazer escolar."

    A isto se acrescente que a brinquedoteca coloca ao alcance da criança inúmeras atividades que possibilitam a ludicidade individual e coletiva, permitindo que ela construa seu conhecimento próprio. (Ramalho e Silva, 2003). A possibilidade de atrair a atenção da criança/aluno é característica fundamental dos profissionais que usam a ludicidade como método de ensino, sendo estes ambientes propícios para a primeira leitura e contato com o livro. Em outras palavras, é um espaço rico a ser explorado em parceria pelo bibliotecário.

    A literatura evidencia a presença do livro na brinquedoteca quando aborda as diversas possibilidades que ela pode oferecer, como por exemplo, o canto da leitura. Neste contexto, o livro assume o papel de brinquedo:

    "Com tapetes e almofadas para acolher a criança que quer ler um livro deitada no chão ou, simplesmente, aninhar-se em busca de aconchego. Aqui os livros são usados como brinquedos e não com a seriedade com que seriam usados em uma biblioteca infantil. Esta é uma maneira de fazer com que as crianças tomem contato com os livros, de figuras ou de histórias, de forma bem prazerosa e descontraída. Afinal, a primeira forma de leitura é a leitura de figuras; é desde cedo que se cultiva o hábito de leitura." (Cunha, 1994: 17)

    Já concluindo, Negrine (1997) lembra as diferentes funções de uma brinquedoteca, destacando a função pedagógica: oferecer bons brinquedos e de qualidade; a função social: promover o acesso a todas as crianças sem discriminação; a função comunitária: estimular o aprendizado do trabalho em grupo ensinando valores (respeito, ajuda, cooperação, compreensão mútua); a função comunicação familiar: envolver a família no processo educativo através do lúdico e a função de animador de bairro: estender as atividades à comunidade do bairro, contribuir para novas amizades, unir pais, educadores e profissionais para troca de experiências e uso do ambiente.

     

    Metodologia e procedimentos

    Este estudo teve como local de investigação a Biblioteca e a Brinquedoteca da Escola Desdobrada Municipal João Francisco Garcez em Florianópolis, Santa Catarina, tendo sido autorizado pela Direção desta, seguindo os procedimentos éticos de praxe, nos termos da Lei de biosegurança. A biblioteca atende alunos de 1a a 4a série do ensino fundamental, a comunidade, os professores e os funcionários. A brinquedoteca atende, além dos alunos da escola, crianças do Núcleo de Educação Infantil/NEI.

    De natureza qualitativa com delineamento de caráter documental e descritivo, o estudo teve como principal fonte de análise os Cadernos de Planejamento e Registros de 2002, 2003 e 2004 produzidos pela professora brinquedista deste estabelecimento de ensino.

    Estes cadernos registram o planejamento e a avaliação descritiva das atividades diárias de forma detalhada, incluindo o comportamento dos alunos e a reflexão da professora sobre o seu fazer. O caderno consiste no registro do fazer ordinário escolar e por isto se constitui em uma fonte de riqueza ímpar com informações acerca da organização escolar, geradas a partir de ações da educadora. Ao se analisar um documento dessa natureza, entra-se no domínio reservado da educadora e da instituição a que está vinculada, do conjunto das práticas educativas de seu cotidiano. Os cadernos reúnem dados escritos de coisa ouvida, vista, lida ou pensada, descrição de fatos, enfim, a integração e o fazer da brinquedista junto ao grupo escolar.

    Com o objetivo de verificar a possibilidade do uso desta fonte, efetuou-se um estudo piloto do caderno 2002, atentando-se para as atividades relacionadas à leitura que se baseavam na contação de histórias de diversos gêneros (humor, rimas, poesia, lendas, clássicos, folclore, contos de fada, entre outros). Na maioria dos casos, os relatos destas atividades eram acrescidos de uma descrição literal destes momentos e dos efeitos que causaram nas crianças.

    Descrição dos cadernos

    Os cadernos analisados apresentam a seguinte organicidade: subdivididos em oito partes: maternal, I período, II período, III período, 1a série, 2a série, 3a série e 4a série. Sendo que, para este estudo, optou-se por analisar as partes relativas as 1a, 2a, 3a e 4a séries, por serem as classes que utilizam a biblioteca. As demais classes: maternal, I período, II período e III período fazem parte do Núcleo de Educação Infantil (NEI) e não utilizavam a biblioteca da escola.

    A primeira página de cada subdivisão corresponde à descrição da criança quanto ao seu desenvolvimento escolar (se já sabe ler, escrever, se reconhece os números), a descrição de seu comportamento (se é organizado, se tem iniciativa, se é desatento), e a descrição familiar (se tem pais separados, se tem problemas em casa). Por fim, uma descrição do grupo como um todo. Anexada também a esta página está o planejamento da professora brinquedista com relação a turma, uma lista do conteúdo a ser ministrado naquele ano, apresentado por bimestres. As folhas de abertura das atividades seguem rigorosamente uma mesma ordem, isto é, iniciam com a data, apresentação do planejamento das atividades e por fim a descrição da realização dos trabalhos transcorridos. Observou-se em diferentes cadernos itens anexados como trabalhos dos alunos, bilhetes, desenhos, figuras e recortes.

    Os cadernos, apesar de apresentarem indícios de gastos pelo tempo e manuseio, têm um bom estado de conservação com perfeitas condições de análise.

    Uma análise dos dados

    Os dados aqui apresentados estão organizados a partir da seqüência de análise dada aos cadernos, a saber: o Caderno do ano 2002, o Caderno do ano 2003 e o Caderno do ano 2004.

    Na análise dos três cadernos, observa-se um mútuo compartilhamento de informações entre brinquedista e alunos. Na sua prática, essa profissional em todo tempo buscava estimular os alunos a participar com opiniões, sugestões e críticas. Os cadernos revelam a expressão de sentimentos, emoções que vivenciados no trabalho junto aos alunos, bem como a receptividade destes para com a profissional brinquedista e a brinquedoteca.

    A leitura do caderno do ano 2002 revelou que os contos de fada e o folclore foram temas abordados em todas as séries.

    A presença da poesia é percebida somente na 1a e 2a séries. Nas 2a e 3a séries, assemelharam-se na criação e produção de atividades fomentadas pela leitura de textos. Nessas duas séries, foram enfatizadas histórias de caráter moral.

    Na 1a série, foram realizadas atividades que favorecem a imaginação, atividades de leitura menos complexas, as quais se caracterizam pela oralidade e uso das ilustrações. Tratando-se de 1a série, é possível observar que muitos não sabem ler, razão pela qual a oralização e a questão da informação visual é muito importante. A esse respeito Amarilha (1997: 56) afirma que:

    "quando se lê para a criança estamos lhe proporcionando informações e estruturas acima do seu nível de leitura, estamos tornando-lhes acessível o complexo mundo da escrita".

    O contato com as ilustrações deve sim, se possível, ser iniciado nas primeiras fases para, gradualmente, acostumar os leitores em relação aos textos com poucas ilustrações, para que eles passem a depender cada vez menos das imagens como única forma de entendimento. As 2a e 4a séries, por exemplo, utilizaram com freqüência a dramatização como recurso para explorar o livro.

    O estímulo à imaginação está presente também no uso de livros que acompanham CD com letras de músicas e livros de poesias. Amarilha (1997: 33) justifica: "... a poesia traz para o seu leitor inúmeras possibilidades de exercitar capacidades cognitivas de forma lúdica ..." Os livros musicais proporcionam a interação grupal.

    Na 2a série, a poesia é uma atividade que desperta o imaginário, mas também se observa a presença de atividades que exigem o processo mental e físico do aluno (produção, dramatização, diálogo interpretativo). Destaca-se que na diversidade de histórias contadas na 2a série, observou-se um índice significativo de histórias que abordavam temas folclóricos e contos de fada. Segundo Amarilha (1997), estes tipos de histórias tornam acessíveis experiências imaginárias, a partir do conflito dos personagens da história, as crianças criam soluções imaginárias que contribuem para o seu próprio crescimento. Através destas histórias, as crianças começam a aprender os costumes de seu povo e vão aos poucos se apropriando do patrimônio cultural acumulado pela sociedade.

    Na 3a série, os tipos de atividades e histórias basicamente se repetiram, os contos de fada e folclore eram evidentes, as histórias de caráter moral também faziam parte do planejamento. Uma característica marcante na 3a série diz respeito à utilização da contação de histórias para acalmar as crianças. Amarilha (1997) explica que quando professores de sala de aula utilizam a literatura, muitas vezes tem o objetivo de acalmar as crianças e controlar momentos de indisciplina. Considerando que se trata de uma brinquedoteca e que a literatura neste espaço não objetiva, exclusivamente, acalmar as crianças, mas sim, propiciar momentos de imaginação, ludicidade e conhecimento, mesmo assim, é evidenciado este poder de relaxamento da literatura.

    Os dados neste caderno do ano 2002 mostraram pontos divergentes quanto ao desenvolvimento das atividades entre a 1a e 4a séries, isto é, na 1a série se observa atividades que envolvem menos complexidade de elaboração e mais a imaginação e os alunos são mais dependentes do professor brinquedista. Já os alunos da 4a série demonstraram mais autonomia e criticidade na escolha dos livros ou na busca de informação e conhecimento. Destaca-se nesta série à busca livre por livros, sem uma necessidade de intervenção do professor brinquedista.

    O caderno do ano de 2003 se apresentou mais diversificado em relação aos demais cadernos, no que tange as atividades desenvolvidas. Os trabalhos compreenderam desde a utilização de livros de poesia, de folclore, de textos de fundo moral e reflexivo, de biografias até atividades de dramatização e trabalhos manuais. O uso de títulos que tratam de uma mensagem moral ou reflexiva eram os mais freqüentes. O uso de biografias de grandes pintores foi evidenciado principalmente nas séries 1a, 2a e 3a séries e a isto estava geralmente associado a atividades artísticas.

    Na 1a série, buscou-se a literatura infantil que favorecia a interpretação, a imaginação e a representação dos seus conteúdos através de atividades artísticas para que as crianças pudessem produzir algo concreto e/ou visível daquilo que imaginaram. Isto ficou bem evidenciado no desenvolvimento de peças teatrais. É interessante observar que estes alunos da 1a série conseguiam recordar de histórias contadas, com detalhes referentes aos personagens. Notou-se também, a partir das observações da professora brinquedista, a adaptação e criação por estes alunos de novos personagens com base história original contada.

    A 2a e a 3a série se assemelhavam naquelas atividades referentes ao uso literatura. Isto é, atividades que envolviam textos biográficos com finalidade de instigar a reflexão, a construção de conhecimento e a ligação de itens da literatura com a realidade dos alunos. Muitas dessas histórias biográficas eram alusivas à questão de valores, de diferenças quer físicas, sociais e/ou culturais, problemas do cotidiano. Em outras palavras, um momento para se refletir temas da realidade: pessoas gananciosas, a obsessão pela riqueza material, etc.

    Os alunos da 4a série apresentaram uma característica já observada na 4a série do caderno de 2002, isto é, um interesse livre por livros, mas este grupo se destacou no uso do livro informativo ou de estudo no espaço da brinquedoteca para servir de pesquisa e contribuir no entendimento de algumas disciplinas. Alguns relatos da professora brinquesdista informam que alunos desta turma deixavam de brincar para ler. Em suas anotações, destacou que alguns alunos traziam livros, textos e histórias para enriquecer ainda mais o espaço e as atividades desenvolvidas na brinquedoteca.

    Dos dados analisados neste caderno, é importante destacar a importância dos contos de fada, o significado dos contos para a criança e a diversidade de gostos literários entre os alunos. Disto se conclui a necessidade de uma biblioteca escolar com um acervo literário diversificado que contemple os alunos leitores/usuários.

    O último caderno analisado, o Caderno de Planejamento e Registro do ano de 2004, evidenciou o uso da poesia, o interesse livre por livros e uso de livros de informativo/estudo.

    A brinquedista explorou significativamente a poesia nas 1a, 2a e 3a séries. Além do interesse da brinquedista em explorar este tipo de gênero literário, também os alunos foram receptivos. Amarilha (1997:26), afirma que "... a linguagem poética é, por excelência, portadora dos elementos lúdicos que proporcionam prazer ao texto". A poesia na escola deve ser aplicada para que formemos crianças mais humanas e sociais, através do prazer, da alegria, do otimismo no contato com a palavra, pois, "ser leitor também é ter autoconfiança para ser desafiado por qualquer texto." (Amarilha, 1997: 36).

    A 1a série se destacou com relação às atividades que envolviam a ludicidade e leitura. Essas eram mais simples na sua realização e facilmente compreendidas pelos alunos.

    A ludicidade e leitura ficaram evidentes na confecção de um livro coletivo. A idéia surgiu a partir da leitura de uma poesia. A construção do livro foi realizada em diferentes etapas sendo necessários sete encontros. Ao final do trabalho, os alunos acrescentaram o nome dos autores e ilustradores, o ano, o índice, o nome da escola e o bairro. Após isto, a professora brinquedista providenciou a encadernação do conteúdo produzido, possibilitando a socialização no grupo. A cada aluno foi permitido levar o livro para sua casa. Depois desta etapa, o livro deveria ficar no acervo da biblioteca, este atualmente faz parte do acervo para consulta e empréstimo.

    Na 2a série, exploraram-se principalmente os contos de fada e textos folclóricos, já nas demais séries estes gêneros não apareciam.

    A partir da 2a série e seguindo para a 3a e 4a séries, observou-se o interesse livre dos alunos por livros e leitura. Abramovich (1994: 152) nos lembra que:

    "... ler é um lazer que pode ser saboreado a qualquer hora e que até dispensa companhia ... é um dos poucos brinquedos com que se pode brincar sozinho (ou junto com as personagens ...)."

    O uso dos livros informativos ou de estudo foi utilizado pelas 3a e 4a séries nos encontros realizados na brinquedoteca. Dorneles (1997: 121) explica que:

    "Na brinquedoteca nós avaliamos esse desenvolvimento através do acompanhamento, da observação diária, no que se refere à socialização, à iniciativa, à linguagem, ao desenvolvimento motriz e buscamos, através das atividades, o desenvolvimento de suas potencialidades."

    A iniciação com livros mais especializados contribuiu no processo de reflexão. Uma comparação sistemática entre as mesmas séries desses cadernos, possibilita traçar um certo perfil de uso da leitura e seus gêneros. Assim, as séries do primeiro ano tenderam para o uso da poesia nas atividades desenvolvidas na brinquedoteca. A expressão oral e o recurso visual foram atividades exploradas com leitura, provavelmente por se tratar de 1as séries iniciantes no mundo da escrita e da leitura.

    Nas séries do segundo ano, notou-se a ênfase dada ao uso dos contos de fada, os textos de folclore. A dramatização foi o principal meio utilizado para compreensão e construção textual dos livros explorados.

    Para os alunos das terceiras séries, foram exploradas histórias mais reflexivas, textos de mensagem moral e questões de interpretação. A partir desta série, foram utilizados dentro do espaço da brinquedoteca os livros informativos ou de estudo com o objetivo de subsidiar as disciplinas do conteúdo escolar.

    Por último, para as séries do quarto ano, observou-se o interesse livre por livros e, principalmente, para os livros informativos, provavelmente para acompanhar seu próprio desenvolvimento escolar, curiosidades e descobertas. O aluno percebe maior necessidade de ir à busca da biblioteca e se mostra mais exigente nas suas escolhas.

    Destaca-se ainda que, a análise dos cadernos evidenciou uma semelhança de atividades de ano para ano segundo cada nível, a introdução de novas atividades entre os anos e séries e percebeu-se ainda que as atividades realizadas com sucesso em anos anteriores foram repetidas no ano nas séries correspondentes.

     

    Algumas considerações finais

    A análise dos Cadernos de Planejamento e Registros elaborados pela professora brinquedista aponta para algumas possibilidades de interação e desenvolvimento de práticas envolvendo a biblioteca e a brinquedoteca escolar. Pode-se dizer que no momento que esses alunos eram tomados pelo mundo lúdico do livro eles abstraíam sentimentos, fatos para suas vivências.

    A ligação com o livro e a biblioteca se dá a partir do momento em que os profissionais bibliotecários, professores e outros compreenderem que para a criança/aluno tudo pode ser um "jogo", no sentido lúdico da palavra, e que é possível alimentar a cultura do livro e da biblioteca em espaços que possam estabelecer maior proximidade com a criança num relacionamento mais afetivo. O modo desse aluno entender a leitura é a partir do lúdico existente no "jogo" de ouvir ou ler um livro, oferecido pela biblioteca ou brinquedoteca. Para tanto, destaca-se a importância da parceria, da comunicação, da integração e da organização de atividades planejadas coletivamente entre sala de aula, biblioteca e brinquedoteca - no caso desta instituição escolar analisada.

    Os registros da professora brinquedista mostraram que a atividade de contar história não deve se limitar ao modo tradicional. É importante incentivar a reflexão sobre o que foi lido, a história, o começo, o fim, o enredo, os personagens, as sensações que provocou, bem como sobre o entendimento da história e do autor da história; mas também procurando discutir o que o leitor percebeu, discutir a visão que o leitor tem e menos a proposta que o professor se destinava. Trata-se de admirar o objeto, como se fosse uma obra de arte. Percebê-lo no todo: seu formato, suas ilustrações, seu volume, suas cores. Explorar com o aluno aquilo que mais lhe chamou a atenção e porquê. A busca por informação torna-se ação primordial para suprir a curiosidade, a vontade, o desejo dos alunos por mais conhecimento. Mostrar o que o livro traz de informações além da história (capa, contracapa, orelha, etc.).

    O uso da literatura no espaço desta brinquedoteca mostrou que a leitura tem uma significativa influência no mundo do aluno. Nesse espaço, ficou evidente o mútuo compartilhamento de informações e o estímulo aos alunos em participar com opiniões, sugestões e críticas. Os momentos de leitura explorados neste espaço revelaram o crescente gosto, hábito e significativo prazer no aluno fomentado pela criatividade, carinho e respeito da brinquedista durante as atividades.

    Nas atividades desenvolvidas na brinquedoteca, a interiorização, a atribuição de significados e a imaginação proporcionada pelo livro em seu caráter lúdico ficaram evidentes. A partir disto, pode-se afirmar que muito da vontade do aluno em buscar a leitura e a biblioteca dependem do comprometimento tanto dos professores, bibliotecários, pedagogos e outros existentes na escola.

    As práticas da biblioteca escolar contemporânea estão por serem investigadas. A presente pesquisa vem ao encontro desta necessidade. Os cadernos mostraram que o ler, contar ou ouvir história produz momentos de quietude, relaxamento e tranqüilidade aos ouvintes. Um recurso a ser explorado também pela biblioteca escolar como ferramenta para aproximar aluno e biblioteca, aluno e livro.

    A principal fonte de pesquisa para este estudo, o caderno de planejamento e registros, constitui-se em um documento administrativo e pedagógico que possibilita a gestão das atividades deste espaço de formação e fruição. Neste sentido, algumas práticas de gestão de uma brinquedoteca poderiam ser adotadas em uma colagem saudável para a formação de leitores e usuários da biblioteca escolar. Por exemplo, a biblioteca poderia adotar um calendário anual de atividades e um planejamento de atividades conjuntas com a brinquedoteca, tanto oferecendo suporte informacional quanto participando das atividades. Das fontes ou dados de pesquisa, podemos dizer que estas vão para além das tradicionalmente utilizadas no campo da Biblioteconomia e Ciência da Informação, como a deste trabalho que revelou novas possibilidades do fazer bibliotecário.

    Do fazer pesquisa, podemos afirmar: quem escreve se escreve e quem pesquisa também se pesquisa. Ao final deste estudo investigativo, estamos convictos de que a prática bibliotecária não é apenas operacional, mas necessariamente assume um papel reflexivo e investigador.

     

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    Notas

    S.B. Bueno
    Endereço para correspondência:Rua: Pe. Marcelino Champagnat, 237, Jardim Atlântico, Florianópolis, SC 88095-430.
    E-mail para correspondência: silvanabueno@yahoo.com.br.