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SMAD. Revista eletrônica saúde mental álcool e drogas

On-line version ISSN 1806-6976

SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.) vol.2 no.2 Ribeirão Preto Aug. 2006

 

ARTIGO ORIGINAL

 

Padrão de consumo de bebidas alcoólicas entre graduandas de enfermagem de uma Universidade Estadual Paulista

 

Alcoholic drink consumption standards among undergraduate nursing students at a State University in São Paulo

 

Patrón de consumo de bebidas alcohólicas entre estudiantes de pregrado de enfermería de una Universidad Estadual Paulista

 

 

Thaís Grecchi BalanI, Claudinei José Gomes CamposII

I Aluna do oitavo semestre de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP/Departamento de Enfermagem; Bolsista PIBIC/CNPq.
II Enfermeiro. Doutor em Ciências Médicas/Saúde Mental. Departamento de Enfermagem da FCM-UNICAMP.

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este trabalho verificou o padrão de consumo de bebidas alcoólicas entre jovens universitárias. Trata-se de estudo descritivo-quantitativo, realizado com amostra de 105 estudantes do sexo feminino, do 1º ao 4º ano de um curso de graduação em enfermagem, de uma universidade estadual paulista, utilizando-se como instrumento um questionário e o teste AUDIT. De acordo com a quantidade ingerida, foram identificados bebedoras com consumo moderado e alto de bebidas alcoólicas, indicando potencial risco para a saúde e de se tornarem, no futuro, freqüentes consumidoras de bebidas alcoólicas e, desse modo, terem também suas carreiras profissionais prejudicadas.

Palavras-chave: Enfermagem, Estudantes de enfermagem, Consumo de bebidas alcoólicas.


ABSTRACT

This study investigated the standard of alcoholic drink consumption among university students. We carried out a quantitative and descriptive study, in a sample of 105 female students, in the 1st to 4th year of an undergraduate nursing course at a state university in São Paulo, using a questionnaire and the Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT test). According to the ingested quantity, drinkers with moderate and high consumption of alcoholic drinks were identified, indicating a potential risk for health, for becoming frequent alcoholic drink consumers in the future and, hence, for impairing their professional career.

Keywords: Nursing, Nursing students, Consumption of alcoholic drinks.


RESUMEN

Este trabajo verificó el patrón de consumo de bebidas alcohólicas entre jóvenes universitarias. Se trata de un estudio descriptivo-cuantitativo, realizado con una muestra de 105 estudiantes del sexo femenino del º a 4º año, de un curso de pregrado de Enfermería en una Universidad Estatal del estado de São Paulo, utilizando como instrumento un cuestionario y el test AUDIT. Considerando la cantidad de alcohol ingerida, fueron identificadas bebedoras de consumo moderado y alto, indicando un riesgo potencial para la salud y que en el futuro podrían ser consumidoras habituales de bebidas alcohólicas, perjudicando su carrera profesional.

Palabras clave: Enfermería, Estudiantes de enfermería, Consumo de bebidas alcohólicas.


 

 

INTRODUÇÃO

O exagerado consumo de bebidas alcoólicas, conhecido como alcoolismo, é considerado grave problema de saúde pública no Brasil, onde, por volta de 10% da população é considerada dependente do álcool, prejudicando sua própria saúde e também outras pessoas, através de acidentes de trânsito, perda de emprego, violência intra e extrafamiliar(1).

A prática do beber é um dos costumes mais antigos da humanidade, datando desde 6000 a.C., e que permanece até hoje no âmbito social, apesar do conhecimento dos males que esse vício provoca(2). “Vivemos numa sociedade que glorifica, facilita o acesso e legitima a prática do uso abusivo de álcool e, geralmente, não leva em consideração suas conseqüências danosas”(3).

O excesso de álcool no organismo acarreta vários distúrbios fisiológicos tais como gastrite, pancreatite, hepatite, hipertensão, fraqueza em membros inferiores, quedas freqüentes, convulsões e tremores matinais; distúrbios psicológicos como irritabilidade, nervosismo, insônia, falta de concentração, prejuízo de memória; além de problemas sociais como perda da produtividade, faltas no trabalho, uso de violência com amigos e familiares, perda de responsabilidade, entre outros(1).

Há inúmeras razões para que uma pessoa ingira qualquer tipo de bebida alcoólica: em momentos de alegria, tristeza, festas, estresse emocional, relaxamento físico e mental, ou qualquer outra razão que seja suficiente para justificar o consumo dessa substância, considerada acessível a quem quer que seja, principalmente no que diz respeito ao seu baixo custo(4). Dessa maneira, “um dos argumentos que tem sido utilizado contra a determinação social do alcoolismo consiste em apontar o conhecido fato de o alcoolismo atingir todas as classes sociais, não discriminando pobres ou ricos – uma condição democrática, portanto”(2).

O consumo de bebidas alcoólicas também se estabelece no gênero feminino. Antigamente, a mulher ambicionava o respeito da sociedade e sua honra, desse modo, deveria ficar longe das bebidas alcoólicas que provocavam a destruição dos lares e imoralidade das pessoas(5). Do mesmo modo, o consumo de bebidas alcoólicas pelas mulheres, em épocas passadas, era de certa forma mascarada, ou ocorria em surdina, pela própria condição imposta pela sociedade, o que dificultava sua mensuração e a avaliação real do problema.

Com o passar do tempo e com a entrada das mulheres no campo de trabalho, onde estão se tornando cada vez mais independentes do homem, a preocupação com a honra e respeito foi cedendo lugar à conquista e à necessidade da população feminina por maior espaço, liberdade e autonomia, incluindo o hábito de beber e também fumar, práticas que antes eram específicas do sexo masculino(6).

Como participantes do mundo acadêmico, de um curso pertencente à área de saúde e convivendo com jovens universitários, percebeu-se em certas circunstâncias, o abuso de bebidas alcoólicas em festas promovidas pelos alunos da própria universidade, podendo, em alguns casos, levar a atos de violência e acidentes graves.

O desenvolvimento deste trabalho entre graduandos do sexo feminino, pertencente ao curso de enfermagem de uma universidade estadual paulista se faz importante, já que essas estão envolvidas diariamente, não somente em sala de aula como também nos campos de estágio, com assuntos que dizem respeito à fisiopatologia, prevenção de doenças ou de outros costumes que levem à degradação da saúde do ser humano, como o abuso de substâncias psicoativas. Além disso, “no futuro, serão elas as responsáveis por detectar, encaminhar ou tratar de outros indivíduos com a dependência em relação ao álcool”(3).

A escolha da carreira universitária, geralmente, ocorre no auge da adolescência, sendo talvez esses momentos em suas vidas em que os indivíduos tendem a descobrir prazeres, sensações como poder, liberdade, segurança, ou fuga. A ingestão de bebida alcoólica pode surgir como uma espécie de “muleta química” para o enfrentamento de situações ou circunstâncias adversas que possam ocorrer nessa fase de suas vidas.

Pressupõe-se também, que os universitários utilizam bebidas alcoólicas indiscriminadamente devido ao excesso de cobranças impostas pela universidade, principalmente na área de saúde, já que tais profissões são voltadas especialmente à vida de outras pessoas, sendo a responsabilidade um dos fatores mais importantes dessa área(3).

 

OBJETIVO

Determinar o padrão de consumo de bebidas alcoólicas entre as estudantes de enfermagem.

 

MATERIAL E MÉTODO

Trata-se de pesquisa quantitativa, no qual, de uma população do sexo feminino de 152 alunas (100%), foram coletados dados de uma amostra de 105 alunas (~ 69%), pertencentes aos quatro anos do curso de graduação em enfermagem (ingressantes nos anos de 2001 a 2004), de uma universidade pública de ensino do interior paulista. Utilizou-se para a coleta um questionário auto-aplicável previamente elaborado e o Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT)(7).

A coleta dos dados foi realizada no período de novembro/2004 a janeiro/2005, em comum acordo com as alunas da amostra, em sala, após o final de determinada aula. Foi solicitada a aderência nesta pesquisa, o consentimento assinado e informado de cada aluna, esclarecendo que suas identidades seriam mantidas em sigilo absoluto, além da garantia de liberdade de desistência de participação em qualquer uma das fases de desenvolvimento do projeto, sem qualquer prejuízo ao sujeito, conforme a Resolução nº 196/96 sobre pesquisa em seres humanos. O projeto desta pesquisa também foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética da instituição.

A técnica utilizada para a análise dos dados quantitativos foi a análise estatística do tipo descritiva, apresentada por meio de tabelas, contendo números brutos e percentis. Essa forma de análise consiste numa descrição dos dados, onde se pretende definir o que é típico no grupo, a diversidade dos sujeitos do grupo, como os indivíduos se distribuem de acordo com certas variáveis e verificar a força e a direção da relação das variáveis estudadas(8).

 

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

As alunas respondentes do questionário e do teste foram divididas nas tabelas, de acordo com o ano de graduação que estavam cursando naquele momento, com a finalidade de melhor visibilidade dos resultados em relação à entrada na universidade, à permanência e à saída dessa.

 

 

A Tabela 1 mostra dados interessantes, já que a maioria das alunas, antes mesmo de ingressarem na universidade, já haviam consumido bebidas alcoólicas. Isso demonstra a facilidade de acesso a essa droga lícita em meios não acadêmicos, ficando claro que o fato de ingressar na universidade não seria, para a maioria, fator de incentivo ao início do consumo de bebidas alcoólicas, visto que, boa parte delas, já o havia feito mais precocemente.

 

 

 

As Tabelas 2 e 3 mostram dados sobre o início do consumo de bebidas alcoólicas, o qual, para a maioria das alunas 74 (70, 47%) ocorreu na fase da adolescência, entre os 13 e 18 anos de idade e para 24 (22, 86%) delas a primeira experiência aconteceu antes dos 12 anos de idade, fatos esses muito significativos, mostrando que o consumo dessa substância tem sido cada vez mais identificado nas idades mais tenras, no qual o desenvolvimento biopsicossocial e de personalidade estão ocorrendo, fato que vem corroborar os achados de outras pesquisas(9).

Outro fato digno de nota é a influência acentuada dos pais em relação ao início do consumo da bebida alcoólica dos filhos, assinalados por 21 (20%) alunas. Esse padrão de comportamento pode ser explicado pela “insegurança desses sobre seus próprios padrões morais, o desconforto na colocação de limites e a força de interiorização de modelos/hábitos familiares de consumo e opções de bebidas, podendo implicar futuramente no agravamento do quadro de uso de bebidas alcoólicas pelos seus filhos”(10). Importante aqui assinalar que os comportamentos desenvolvidos pelos pais em determinadas fases do desenvolvimento de personalidade dos filhos são facilmente imitados por esses, cabendo aos pais a atenção necessária e o diálogo sobre os limites do consumo.

Já, no caso das alunas que provaram bebidas alcoólicas pela primeira vez quando adolescentes, é de mais fácil compreensão que o fato desse primeiro contato tenha sido através do incentivo dos amigos para 50 (47, 62%) sujeitos, pois, nessa fase, ocorre a busca de identidade, onde “o adolescente recorre às situações que se apresentam mais favoráveis no momento, no qual uma delas é a da uniformidade, que proporciona segurança e estima pessoal, assim ocorre o processo de dupla identificação em massa, onde todos se identificam com cada um, o que explica o processo grupal vivenciado nesta fase da vida”(11).

Dessa forma, se todas as pessoas do grupo, a que o adolescente pertence, bebem, esse também precisa beber, mesmo que não goste, para se sentir parte integrante da “turma” e aceito por ela. Esse fato também é encontrado na literatura, onde adolescentes que estudam em zonas urbanas, quando relacionados a amigos consumidores de drogas lícitas, aumentam a probabilidade de consumo tanto de álcool, como tabaco(12).

 

 

Verifica-se na Tabela 4, que as bebidas alcoólicas de maior preferência foram a cerveja e o vinho, que se destacaram entre todos os demais tipos de bebidas. Isso se deve ao fato de essas bebidas serem encontradas com facilidade em qualquer local e por preço relativamente baixo, além de serem bebidas fermentadas e mais suaves em relação às bebidas destiladas, contendo uma menor quantidade de teor alcoólico, de qualquer maneira, existe o fato de o álcool atingir maiores concentrações no corpo das mulheres devido à quantia relativamente alta de gordura corporal que possuem em relação aos homens, provocando danos físicos maiores para elas, mesmo quando consumidas em pouca quantidade(1).

 

 

Esse teste, aplicado entre as alunas, identifica a freqüência do consumo de bebidas alcoólicas bem como fatores relativos a esse consumo. Para cada resposta do teste havia determinada pontuação. Somando-se as pontuações de todas as questões, deu-se origem ao score final de cada aluna. O teste AUDIT considera que se somado oito ou mais pontos há a possibilidade de a pessoa estar consumindo bebida alcoólica de maneira perigosa. Alguns dos resultados se encontram a seguir.

 

 

Na Tabela 6, verifica-se número elevado de alunas que consomem bebidas alcoólicas de 2 a 4 vezes por mês, e que certamente está associado à facilidade de oferecimento de bebidas alcoólicas, sobretudo na participação de festas universitárias existentes, ou mesmo em outras atividades sociais.

 

 

Várias alunas se sentiram culpadas depois de uma noite de bebedeiras. Isso reforça a idéia de que muitas delas sabem o que estão fazendo e que a atitude é prejudicial à sua saúde, mas, mesmo assim, se deixam levar pelos hábitos dos colegas.

 

 

Verifica-se pela Tabela 8, que mais de um quarto dos sujeitos, 27 (25,71%) da amostra estudada apresentou score, segundo o teste AUDIT, compatível com ingestão moderada e alta de bebidas alcoólicas, sinalizando situação de alerta quanto ao futuro e o desenvolvimento de quadros mais graves relacionados ao consumo dessa substância.

 

CONCLUSÃO

O presente trabalho verificou uma parcela considerável de jovens, estudantes da área de enfermagem, com níveis moderado e alto de consumo de bebidas alcoólicas. A partir dos dados coletados, percebeu-se que, apesar da grande maioria ter iniciado o consumo de bebidas alcoólicas em fases mais tenras de idade, encontram no ambiente universitário certa permissividade em relação à continuidade de seu uso. Tal ambiente compreende a porção física como bares e discotecas ao redor da instituição e o sentimento de sociabilidade e descontração que as festas e embalos possam proporcionar ao jovem, até como forma de serem aceitas no novo grupo. É importante também ressaltar que as jovens, de certa forma, têm conhecimento cognitivo dos efeitos que o excesso de bebida pode provocar no organismo, mas, mesmo assim, continuam bebendo, muitas vezes de maneira perigosa.

Julga-se necessário maior conscientização, por meio de educação em saúde, ou outras estratégias, junto a essa população, sobre os efeitos maléficos que a bebida alcoólica possa trazer no seu futuro, seja através de campanhas ou mesmo da revisão do conteúdo das disciplinas de saúde mental que embasem o assunto. A universidade estudada já está empenhada em agir a respeito dessa situação, mas, por enquanto, não há dados suficientes do impacto do projeto e aceitação de seu público. Mesmo assim, já é o primeiro passo que denota preocupação existente com os futuros profissionais de saúde formados por essa instituição.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 Laranjeira R, Pnsky I. O Alcoolismo. 7ª ed. São Paulo(SP): Contexto; 2001.        [ Links ]

2 Masur J. O que é alcoolismo., 2a. ed. São Paulo(SP): Brasiliense; 1991.        [ Links ]

3 Santos VS, Silva WO, Damásio VF, Stacciarine JM, Munari DB. Percepções de estudantes da área de saúde sobre o abuso de álcool no meio acadêmico. VI Encontro de Pesquisadores em Saúde Mental e V Encontro de Especialistas em Enfermagem Psiquiátrica; 2000, abril 17-20; Ribeirão Preto (SP), Ribeirão Preto: FIERP/EERP-USP/FAPESP; 2000. p.199-209.        [ Links ]

4 Gikovate F. Drogas: opção de perdedor. São Paulo (SP): Moderna; 1992.        [ Links ]

5 Santos FSD. Alcoolismo: a invenção de uma doença. [dissertação] Campinas (SP): Universidade Estadual de Campinas; 1995.        [ Links ]

6 Conrado GAM, Sampaio VL, Neves RMS, Fernandes LC, Vieira LG. Perfil de consumo de bebidas alcoólicas entre estudantes de medicina no Brasil. Rev. Fac. Ci. Méd. de Pernambuco 1998; 1:35-42.        [ Links ]

7 Piccinelli M, Tessari E, Bortolosami M. et al. Efficacy of the alcohol use disorders identification test as a screening tool for hazardous alcohol intake and related disorders in primary care: a validity study. BMJ 1997; 314: 420-4.        [ Links ]

8 Gil AC. Pesquisa Social. São Paulo(SP): Atlas; 1999.        [ Links ]

9 Marçal CLA, Assis F, Lopes GT. O uso de bebidas alcoólicas pelos estudantes de enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas. 2005; 1(2): [16 telas] Disponível em: URL: <http://www2.eerp.usp.br/resmad/artigos.asp>.        [ Links ]

10 Galletti FCB. O papel da família na construção da identidade de adolescentes e sua relação com o uso do álcool.s.d: Fundação ABC;        [ Links ]

11 Aberastury A, Knobel M. Adolescência Normal: um enfoque psicanalítico. 10ª ed. Porto Alegre(RS): Artes Médicas; 1992.        [ Links ]

12 Facundo FRG, Castillo MM- Adquisición del uso de alcohol en un grupo de adolescentes mexicanos: el efecto de la relación con amigos. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas 2005; 1(2):[13 telas]. Disponível em URL: <http://www2.eerp.usp.br/resmad/artigos.asp>.        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Claudinei José Gomes Campos
E-mail: cjcampos@fcm.unicamp.br

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