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SMAD. Revista eletrônica saúde mental álcool e drogas

versão On-line ISSN 1806-6976

SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.) vol.7 no.1 Ribeirão Preto abr. 2011

 

ARTIGO ORIGINAL

 

Inserção e prática religiosa entre mulheres: Aspectos protetores ao uso de álcool e violência

 

Religious Practice among women: protecting aspects against alcohol use and violence

 

Inserción y práctica religiosa entre mujeres: aspectos protectores del uso de alcohol y violencia

 

 

Magda Guimarães de Araujo FariaI; Helena Maria Scherlowski Leal DavidII; Patrícia Rodrigues da RochaIII

I-Enfermeira, Mestranda em Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: mag_araujo@yahoo.com.br
II-Enfermeira, Doutor em Saúde Pública, Professor Adjunto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil
III-Enfermeira, Mestranda Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O objetivo deste trabalho foi analisar o perfil religioso de 148 mulheres pesquisadas no estudo Drogas, Mulheres e Violência, avaliando a importância religiosa e sua relação com situações de violência e uso de drogas. É estudo exploratório, multicêntrico, realizado em doze países, incluindo a América Latina. Os dados foram obtidos através de questionário fechado, aplicado a uma amostra intencional de mulheres das cidades de Ribeirão Preto, SP, Florianópolis, SC, Diadema, SP, e Rio de Janeiro, RJ. Os resultados reforçam o papel da religião como possibilidade de enfrentamento e fortalecimento, diante das condições históricas de dominação, seja na família ou nas relações sociais mais amplas.

Descritores: Mulheres, Religião, Alcoolismo.


ABSTRACT

The purpose of this study is to analyze the religious profile of 148 women interviewed in the study "Drugs, women and violence", evaluating the importance of religion and its relationship with situations of violence and drug use. This multicenter exploratory study was performed in twelve countries, including Latin America. The data was obtained using a close questionnaire applied to a convenience sample of women from Ribeirão Preto (São Paulo), Florianópolis (Santa Catarina), Diadema (São Paulo) and Rio de Janeiro (Rio de Janeiro). Results reinforce the role of religion as a possibility of coping and strengthening, in face of the historical conditions of domination, either in the family or in wider social relationships.

Descriptors: Women, Religion, Alcoholism.


RESUMEN

El objetivo de este trabajo es analizar el perfil religioso de 148 mujeres investigadas en el estudio "Drogas, mujeres y violencia", evaluando la importancia religiosa y su relación con situaciones de violencia y uso de drogas. Es un estudio exploratorio multicéntrico realizado en doce países, incluyendo América Latina. Los datos fueron obtenidos a través de cuestionario cerrado aplicado a una muestra puntual de mujeres de las ciudades de Ribeirão Preto (SP), Florianópolis (SC), Diadema (SP) y Rio de Janeiro (RJ). Los resultados refuerzan el papel de la religión como posibilidad de enfrentamiento y fortalecimiento, ante las condiciones históricas de dominación, tanto en la familia como en relaciones sociales más amplias.

Descriptores: Mujeres, Religión, Alcoholismo.


 

 

Introdução

O uso abusivo de álcool e drogas é problema que atinge mais homens do que mulheres. Tal assertiva é confirmada pelo II Levantamento Domiciliar sobre Álcool e Drogas, realizado em 108 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, cujos resultados evidenciam que 83,5% dos homens são usuários de álcool, enquanto, nas mulheres, o índice chega a 68,3%. Em relação ao tabaco, os usuários masculinos correspondem a 50,5%, em contraposição à prevalência de uso na população feminina, que foi de 39,2%. Quando se trata de maconha, a população masculina apresenta consumo três vezes mais frequente que a feminina. Em contrapartida, as mulheres são responsáveis pelo maior uso de benzodiazepínicos e estimulantes, quando se compara à população masculina(1).

A importância da inserção e da prática religiosa, no que se refere à prevalência e ao padrão de consumo de álcool e drogas, tem sido analisada, no Brasil, na perspectiva de grupos populacionais específicos, porém, as pesquisas de gênero ainda são muito escassas(2-3). Os resultados desses estudos apontam que, quando estão presentes comportamentos relacionados à maior aderência religiosa, incluindo a formação religiosa dentro da família e a prática frequente, atuam como fatores de proteção para o uso abusivo e a dependência.

As práticas religiosas, como mediação de relações sociais, são um objeto dinâmico e de grande variabilidade. A maior ou menor relevância da dimensão religiosa na formação e vida cotidiana das pessoas é, ao mesmo tempo, determinante e é condicionante da reconfiguração de relações sociais, familiares, mediadas por pressupostos ético-políticos e culturais, afetando, também, os padrões de consumo de álcool e outras drogas.

Estudo(4) que analisou o fenômeno da religião popular na América Latina, a partir de uma perspectiva sociológica, considera a dimensão da espiritualidade como elemento importante no enfrentamento, pelas camadas populares, dos impasses relativos à perpetuação das situações de opressão e pobreza e para a reinvenção de novas sociabilidades e agenciamentos comunitários.

A religiosidade e/ou a prática religiosa, ao proporcionar ressignificação e fortalecimento pessoal, na vida sofrida das pessoas dos grupos mais penalizados, pode desencadear processos decorrentes não intencionais –maior envolvimento com sua própria realidade, a busca de soluções para os problemas do dia a dia, e mesmo a efetiva construção de alternativas de resistência ao modelo hegemônico de relações sociais e políticas(5).

De acordo com a religião professada, é possível encontrar diferenças na postura quanto ao consumo de drogas, em especial o álcool. Algumas vertentes protestantes, como a batista e a metodista, apresentam maior tendência à abstinência alcóolica quando comparadas aos católicos, luteranos e presbiterianos. Assim, os católicos e os protestantes liberais têm mais problemas relacionados ao uso de álcool do que os protestantes conservadores, batistas e metodistas(6).

Estudos que abordaram o consumo de drogas, especificamente entre mulheres, assinalam que a religiosidade assume papel protetor ao consumo de drogas, favorecendo a diminuição do uso quando esse já era praticado. Ainda, em relação ao gênero, alguns estudos apontam para divergência na postura diante da religiosidade e do consumo de drogas. Um estudo americano, realizado com 210 estudantes universitários, indica que as mulheres que se dizem, de alguma forma, religiosas possuem maior cautela no consumo de álcool e drogas. O mesmo estudo indica padrão alterado nos resultados determinados pela população masculina, já que não foi identificada cautela em relação ao uso de álcool e tabaco e sim de drogas ilícitas, somente(6).

Sendo assim, este artigo teve por objetivo analisar o perfil religioso de 148 mulheres pesquisadas no estudo Drogas, Mulheres e Violência, segundo uma organização descritiva de dados informados sobre afiliação e prática religiosa, importância da dimensão religiosa na vida e a relação entre essas variáveis e a ocorrência de situações de violência e o uso de álcool e outras drogas.

 

Metodologia

Em 2006, foi realizado estudo exploratório multicêntrico sobre drogas, mulheres e violência, em doze países, sendo dez latino-americanos de língua espanhola, Brasil e com mulheres latinas nos Estados Unidos da América, sob os auspícios da Organização dos Estados Americanos – Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas, OEA-Cicad- e Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas-Senad. Este artigo apresenta análise do perfil religioso das 148 mulheres pesquisadas no estudo Drogas, Mulheres e Violência, segundo uma organização descritiva dos dados informados sobre afiliação ou profissão religiosa e sua prática, importância da dimensão religiosa na vida, e a relação entre algumas variáveis sobre religião, a ocorrência de situações de violência e o uso de álcool.

Os dados foram obtidos a partir do questionário fechado utilizado no Estudo e aplicado a uma amostra intencional de mulheres nas cidades de Ribeirão Preto, SP, Florianópolis, SC, Diadema, SP, e duas amostras no Rio de Janeiro, RJ. Após o processo de controle de qualidade dos bancos de dados, foram excluídas duas mulheres, resultando numa amostra brasileira de 148 mulheres, de grupos populacionais diversos.

As mulheres entrevistadas mencionaram, além das religiões tradicionais, professar grande quantidade de outras religiões, sobretudo evangélicas, optando-se, então, pela utilização de classificação sintética, que é apresentada pelo IBGE, no censo 2000, e que categoriza as profissões religiosas em quatro grandes grupos: católicos, evangélicos (que inclui as denominações protestantes), demais religiões e nenhuma religião(7).

Os resultados são apresentados e discutidos na seguinte sequência: i) perfil de profissão religiosa, comparando com dados nacionais; ii) perfil da prática religiosa e importância da religião na vida; iii) relação entre religião e uso de álcool e iv) relação entre as variáveis de religião e violência.

 

Resultados

No presente estudo, o percentual daqueles que se declaram evangélicos sai de 4,0% para 15,4%, enquanto os espíritas não apresentam variação significativa no período (1,4 a 1,6% da população total), assim como as demais religiões (1,0% a 1,8%).

Na amostra de mulheres estudada, onde todas são de áreas urbanas, o perfil de inserção religiosa apresenta maioria de católicas, mas com uma diferença não tão acentuada em relação às evangélicas – 58,1% e 26,4%, numa relação de 2 para 1.

No grupo estudado, dentre aquelas que se autodenominaram evangélicas, 19 mulheres informaram explicitamente serem evangélicas de orientação pentecostal, representando quase a metade do grupo de evangélicas, e 12,8% do total da amostra.

A frequência à igreja ou templo é marcadamente maior no grupo evangélico. A informação sobre a ida à igreja, apenas em dias festivos ou ocasiões especiais, foi mais evidente no grupo católico. Nesse grupo, se se somar a essa a resposta "nunca", chega-se a 30% das mulheres.

Neste estudo, ao serem perguntadas sobre o quanto se consideram religiosas, o grupo, como um todo, atribuiu os seguintes percentuais de respostas: nada religiosa (4,7%), pouco religiosa (55,4%) e muito religiosa (39,9%). São respostas que contrastam com as fornecidas à pergunta seguinte, sobre o quanto a religião afeta as suas vidas, já que 64,9% afirmaram que suas crenças afetam muito suas vidas, 23,6% afirmaram que afetam pouco e 10,8%, não afetam em nada.

As respostas às mesmas perguntas, analisadas, segundo profissão religiosa, evidenciaram diferenças entre os discursos e as práticas, já que tanto católicas quanto evangélicas consideraram-se, na maioria, pouco religiosas (59,3 e 53,8%, respectivamente), apesar da diferença na prática de frequência à igreja.

Já nas respostas à pergunta - o quanto suas crenças religiosas afetam sua vida? - segundo religião, categorizadas nas três variáveis – nada, pouco ou muito, as evangélicas que declararam ter suas vidas muito afetadas somaram 74,4%, contra 62,8 das católicas. Na categoria das demais religiões, que inclui mulheres espíritas, outras religiões cristãs e religiões afro-brasileiras, a quase totalidade das mulheres afirmou ter sua vida muito afetada pela crença religiosa (92,9%).

Quando se compara o padrão atual de consumo (frequência de uso) com uma avaliação, pela mulher, do quanto se considera religiosa ou não, verifica-se pequena mudança. Em relação ao álcool, 41% das católicas e 59% das evangélicas informaram ser abstêmias, negando qualquer tipo de consumo.

No presente estudo, a vivência de algum episódio de violência sexual na vida foi de 15,3% entre mulheres evangélicas, similar à prevalência nas mulheres inseridas nas religiões católicas e nas demais religiões (14,1 e 14,2%, respectivamente), e maior entre as mulheres que não professam fé religiosa, com índice de 33%. Mesmo com esses índices, 75% das mulheres evangélicas e a totalidade (100%) das mulheres sem religião não denunciaram tais abusos.

Dentre os casos de violência física contra as mulheres, o presente estudo constatou que 46% das mulheres evangélicas, 29,4% das mulheres católicas e 28,3% das mulheres de outras religiões já sofreram violência física, em algum momento da vida. Quando perguntadas sobre algum episódio de violência física, sofrida antes dos 18 anos, as respostas seguiram o mesmo padrão de distribuição, com prevalência maior entre evangélicas (30,7%), seguindo-se as católicas (20,9%) e as mulheres de demais religiões (28,3%).

Através da pesquisa realizada, pode-se constatar que a violência psicológica é menos denunciada do que a física e a sexual. Apenas 12% das mulheres denunciaram abusos psicológicos, e apenas o grupo de mulheres não evangélicas. Entre católicas e evangélicas, o percentual de respostas positivas para vivência de violência psicológica foi igual, de 43%.

 

Discussão

No estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas – Cebrid, no ano 1999, em 24 cidades do Estado de São Paulo, revelou que a taxa de alcoolismo entre os homens era de 77%, enquanto, as mulheres apresentaram 60%. O consumo de maconha, cocaína e solventes também foi maior entre os homens. Em média, a proporção do consumo dessas substâncias entre mulheres e homens é de 1:2, respectivamente(8).

Com base nos dados da pesquisa, verificou-se padrão de prática religiosa diferente entre as profissões, contrapondo católicas e evangélicas, mais no que se refere à frequência do comparecimento a atividades religiosas formais do que quanto à autopercepção da influência da religião na vida, ou, ainda, quanto a se considerar muito ou pouco religiosa. Como limite para o aprofundamento da análise, encontra-se a não padronização, em termos objetivos, do que as categorias nada, pouco ou muito religiosa significam, o que levou à escolha exclusivamente baseada no entendimento pessoal de cada mulher participante do estudo

Segundo pesquisa realizada com 125 mulheres peruanas, verificou-se que 52,8% das mulheres trabalhadoras consomem bebidas alcoólicas e 6,4% consomem drogas ilícitas. Além disso, mulheres que possuem uma profissão têm nove vezes mais risco de consumir drogas do que as que não possuem profissão. Ainda, nesse mesmo estudo, verificou-se que mulheres católicas estão mais propensas a ingerir álcool do que as protestantes, uma das hipóteses para tal fato é a baixa representatividade do consumo de álcool para a igreja católica, o que se observa com a baixa censura da ingestão da bebida alcoólica(9).

Estudo realizado em Campinas(10), interior do Estado de São Paulo, descreve associação entre o menor consumo de drogas e o fato de ter havido educação religiosa na infância.

Estudos que abordaram o consumo de drogas, especificamente entre mulheres, assinalam que a religiosidade assume papel protetor ao consumo de drogas, favorecendo a diminuição do uso, quando esse já era praticado(6).

Algumas pesquisas apontam que o tipo de religião pode produzir efeito negativo acerca do consumo de drogas nos indivíduos. Quanto ao uso de álcool, verificaram que os protestantes (50%) usam menos álcool em relação aos espíritas (75%), católicos (75%) e ateus (94,5%). Também foi observado que existe relação entre pertencer a grupos religiosos mais conservadores, como os protestantes, e apresentar menor uso e dependência ao álcool e outras drogas(11). Já outros estudos não relatam associação significativa entre o consumo e a inserção religiosa específica, embora aponte que, de modo geral, a ausência de qualquer prática religiosa representou, no grupo de adolescentes estudado, aumento de 40% no consumo de drogas(12).

A violência é um dos eternos problemas da humanidade. Não se conhece nenhuma sociedade onde a violência não tenha estado presente. Dialeticamente, o desenvolvimento social emerge os problemas vitais do ser humano, culminando com o aparecimento da violência(13). Estudo brasileiro, realizado com 2.502 mulheres, com idade acima de quinze anos, constatou que 43% das entrevistadas já sofreram algum tipo de violência(14).

Em outra pesquisa(9), os resultados descrevem que 9,6% das mulheres já sofreram violência física no trabalho e 17,6% sofreram violência verbal. A violência contra a mulher é fenômeno que preocupa a sociedade, porém, são poucos os estudos que tratam dessa temática, o tipo de violência e sua magnitude. Quando se fala em violência, geralmente se pensa em todas as formas, incluindo as físicas, sexuais ou ambientes violentos, onde se expõe a mulher, como prisões ou trabalhos individuais. A violência no trabalho é a forma menos estudada de violência contra a mulher.

 

Conclusão

A cultura da masculinidade, presente nas sociedades, em maior ou menor grau, parece favorecer as ações violentas e a exposição ao risco de violência. Tal cultura está presente nos grupos sociais em que as relações são definidas conforme o sexo, especificando as manifestações próprias de cada um dos sexos: a mulher deve ter condutas de evitação e o homem de enfrentamento, luta. Tal cultura, então, predispõe o homem jovem à violência e torna mais explícitas as situações que envolvem o uso, abuso ou comercialização de drogas.

No caso das mulheres, essa mesma cultura determina que muitos fenômenos e problemas vivenciados sejam pouco visíveis. Considera-se que o papel da mulher na família é central, e é no âmbito das relações familiares que se consolidam, também, processos de expropriação e dominação, real ou simbólica.

Além disso, os resultados dos estudos que apontam para a importância da prática religiosa e/ou inserção religiosa na relação dos sujeitos com o uso e abuso de álcool e drogas apresentam diferenças importantes de gênero.

Os resultados do presente estudo apontam para a importância da prática religiosa, em detrimento de um enunciado sobre a religião a que se pertence, reforçando que as mediações simbólicas que se estabelecem entre as dimensões da vida espiritual e cotidiana não se regem pela institucionalidade das religiões.

Reforça-se o papel da ação religiosa como possibilidade de enfrentamento e fortalecimento das mulheres como sujeitos, diante das condições históricas de dominação, seja na família ou nas relações sociais mais amplas.

É nesse sentido que se pode explicar a importância, para as mulheres, da expressão religiosa, ao proporcionar o pertencimento não apenas espiritual, mas psicossocial, nas redes que se tecem em função da prática religiosa.

Apenas se iniciam os estudos que visam ampliar a compreensão sobre tais fenômenos. Aponta-se, nessa perspectiva compreensiva, um horizonte investigativo que demandará olhar ampliado, multidimensional e interdisciplinar, e que ultrapasse a visão da mulher como eterna vítima, num mundo dominado pela objetividade masculina.

 

Referencias

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Endereço para correspondência:
Maria Helena Scherlowski Leal David
Edifício Paulo de Carvalho
Boulevard Vinte e Oito de Setembro, 157, 7º andar
Vila Isabel
CEP 20551-030
Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

 

Recebido em: 02/03/2010
Aprovado em: 19/07/2010

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