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SMAD. Revista eletrônica saúde mental álcool e drogas

On-line version ISSN 1806-6976

SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.) vol.12 no.1 Ribeirão Preto Mar. 2016

http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.v12i1p30-39 

ARTIGO ORIGINAL
DOI: 10.11606/issn.1806-6976.v12i1p30-39

 

O papel da escola nas ações preventivas relacionadas ao uso de álcool e outras drogas por alunos do Ensino Fundamental I

 

El papel de la escuela en las acciones preventivas relacionadas al uso de alcohol y otras drogas por alumnos de la Educación Básica

 

 

Maria da Conceição Aparecida SilvaI

IDoutoranda, Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica, Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP. Brasil. Professora, Faculdade Sudoeste Paulistano, FASUP, São Paulo, SP, Brasil

 

 


RESUMO

Este estudo investiga, na literatura citada, a existência de estratégias educativas suficientes para a prevenção do uso de álcool e drogas por alunos do ensino fundamental I no Brasil, em particular entre 9 e 11 anos de idade (Alunos do 3º ao 5º ano). A necessidade desse estudo mostra-se através dos   dados científicos que apontam para o uso precoce de álcool e drogas nessa faixa etária aqui denominada "Pré-adolescência". Após elaborar uma revisão integrativa da literatura científica e fazer a descoberta da inexistência de pesquisas especificamente direcionadas a essa faixa etária no âmbito escolar, o trabalho aponta para a relevância do papel da escola em programas multidisciplinares e interdisciplinares de prevenção contra o uso de álcool e drogas.

Descritores: Drogas; Criança; Educação; Prevenção Primária; Prevenção Secundária.


RESUMEN

Este estudio investiga, en la literatura citada, la existencia de estrategias educativas suficientes para la prevención del uso de alcohol y drogas por alumnos de la enseñanza básica en Brasil, en particular entre 9 y 11 años de edad (Alumnos del 3º al 5º año). La necesidad de ese estudio se muestra a través de los datos científicos que apuntan para el uso precoz de alcohol y drogas en esa banda etaria aquí denominada "Pre-adolescencia". Después de elaborar una revisión de integración de la literatura científica y hacer el descubrimiento de la inexistencia de investigaciones específicamente dirigidas a esa banda etaria en el ámbito escolar, el trabajo apunta para la relevancia del papel de la escuela en programas multidisciplinares e interdisciplinares de prevención contra el uso de alcohol y drogas.

Descriptores: Drogas; Niño; Educacíon; Prevención Primaria; Prevención Secundaria.


 

 

Introdução

A palavra droga, originária do holandês antigo (drogg), significa "Folha seca"., No final do século XVI, muitos medicamentos utilizavam vegetais em sua composição(1). Porém, segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), desde o ano de 1981 essa terminologia designa "Qualquer substância que, não sendo produzida pelo organismo, tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento"(2). Quaisquer substâncias que têm a capacidade de atuar sobre o cérebro, propiciando modificações no psiquismo, são chamadas de substâncias psicoativas ou drogas psicotrópicas, conforme segue: "Psico: palavra de derivação grega que significa psiquismo (O que sentimos, pensamos). Trópico: relaciona-se com tropismo (Ter atração por). Psicotrópico: atração pelo psiquismo. Droga psicotrópica: é aquela que atua sobre o cérebro, alterando de alguma forma o psiquismo"(3).

As drogas: pesquisas brasileiras

É preocupante o alto índice de consumo de álcool e outras drogas no Brasil. Pesquisas realizadas em 2001, em 108 cidades brasileiras, com 8.589 participantes de ambos os sexos entre 12 e 65 anos de idade comprovaram a extensão do uso de drogas: maconha (6,9%), solventes (5,8%), orexígenos (4,3%), benzodiazepínicos (3,3%) e cocaína (2,3%). Em 2005, outra pesquisa com 7.939 participantes apresentou os seguintes resultados: maconha (8,8%), solventes (6,1%), benzodiazepínicos (5,6%), orexígenos (4,1%) e estimulantes (3,2%). Ou seja, "De 2001 para 2005, houve um aumento nas estimativas de uso na vida de álcool, tabaco, maconha, solventes, benzodiazepínicos, cocaína, estimulantes, barbitúricos, esteroides, alucinógenos e crack"(4).

Não menos preocupantes são as condições dos filhos desses usuários de álcool e outras drogas que, direta e indiretamente, sofrem os impactos da vulnerabilidade familiar e social presentes em suas vidas desde muito cedo. O mesmo relatório apresenta os resultados do "V Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada de Ensino nas 27 capitais brasileiras"(4). Observando 48.155 estudantes, os estudiosos ressaltaram que, entre os que utilizaram drogas psicotrópicas seis ou mais vezes nos trinta dias que antecederam a pesquisa, a faixa etária que surgiu com maior frequência foi a de 13 a 15 anos (36,3%)(4). Os estudantes que haviam consumido drogas em alguma época de sua vida apresentaram 45,9% de defasagem escolar em relação aos que nunca haviam feito uso de qualquer substância. "As porcentagens de usuários tendem a aumentar com a idade, porém, conforme salientado em Galduróz (...) a porcentagem de estudantes na faixa etária de 10 a 12 anos com uso na vida é expressiva (12,7%)"(4).

Sobre esse assunto, podem-se considerar os resultados de recentes pesquisas realizadas em 2010, no "VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas"(5), as quais envolveram 50.890 estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental II (Anteriormente denominadas 5ª a 8ª séries do ensino fundamental) e do 1º ao 3º ano do ensino médio, de escolas públicas (31.280 estudantes) e privadas (19.610 estudantes) de 27 capitais brasileiras. Essa pesquisa apontou que os alunos das escolas públicas, em relação aos das escolas privadas, tiveram maior envolvimento com drogas em geral (1,2% x 0,8%, respectivamente). O mesmo cenário também se repete para maconha (0,5% x 0,3%), tabaco (1,7% x 0,7%) e álcool (1,7% x 1,1%). Vale resslatar  que, 24,1% dos alunos pesquisados nas escolas públicas e 31,6% nas escolas privadas tinham entre 10 a 12 anos de idade(5).

Outro dado importante a ser salientado, refere-se à disseminação do uso na vida de drogas em geral (Ou seja, uso de qualquer droga psicotrópica pelo menos uma vez na vida) nas diferentes faixas etárias. Esse uso foi, com efeito, relatado por 10,4% dos alunos na faixa etária de 10 aos 12 anos; 22,5% dos 13 aos 15 anos; e 42,8% dos 16 aos 18 anos. Neste momento, o relato sobre o uso no ano (Isto é, uso de qualquer droga psicotrópica pelo menos uma vez nos doze meses que antecederam a pesquisa) mostrou que 5,4% dos alunos na faixa etária de 10 aos 12 anos usaram drogas; 9,6% dos 13 aos 15 anos; e 17,0% dos 16 aos 18 anos. Esses dados mostram que a exposição dos estudantes às drogas em geral acontece muito cedo, sendo que o uso precoce ocorre, de fato, em idades inferiores a 10 anos(5).

O mesmo resultado  é exposto pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Álcool e outras Drogas (GEPAD/UERJ), sob a coordenação da Dra. Gertrudes Teixeira Lopes(6): no Brasil, o consumo de drogas entre adolescentes inicia-se entre 9 e 14 anos. Entre as crianças com 10 a 12 anos, 51,2% consumiram bebidas alcoólicas; 11% usaram tabaco; 7,8% solventes; 2% ansiolíticos e 1,8% anfetaminas. Aliás, a precocidade na iniciação do uso e abuso de drogas psicotrópicas tem sido apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um agravante  nesse  fenômeno .

No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 1990, considera "Criança" a pessoa até 12 anos de idade incompletos e define a "Adolescência" como a faixa etária de 12 a 18 anos de idade(7). Assim sendo, perante o fenômeno "Precocidade no uso e abuso de drogas psicotrópicas", ressaltamos que este estudo se propõe a investigar, na literatura citada, as estratégias educativas para a prevenção do uso de álcool e drogas por alunos do Ensino Fundamental I no Brasil, em particular, na faixa etária de 9 a 11 anos de idade (Alunos do 3º ao 5º ano) e a relevância do papel da escola em programas multidisciplinares e interdisciplinares no combate às drogas.

 

Métodos

A partir de uma revisão integrativa, este estudo procura recolher, de forma ordenada, os principais resultados obtidos em pesquisas precedentes realizadas na área da dependência química e que abordassem o  tema específico escolhido.

No âmbito da Prática Baseada em Evidências (PBE), "Revisão integrativa" é um método de pesquisa que permite a busca, a avaliação crítica e a síntese das evidências disponíveis do tema investigado. Com isso, uma revisão integrativa inclui a análise de pesquisas relevantes que dão suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática clínica, possibilitando a síntese do estado do conhecimento de um determinado assunto, além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização de novos estudos(8).

Em particular, a revisão integrativa do presente trabalho articulou-se nas seguintes etapas apresentadas de forma sintética:

1ª etapa (Tema e questão norteadora): análise preliminar da literatura e dos dados epidemiológicos acerca do uso de álcool e outras drogas no Brasil, focada especialmente na fase escolar dos pré-adolescentes;

2ª etapa (Busca bibliográfica): revisão de evidências científicas, realizada entre 14 e 22/01/2014 nas bases de dados Lilacs, Scielo, Medline, a partir de artigos e relatórios de pesquisas nos idiomas inglês, espanhol e português;

3ª etapa (Categorização): ordenação e sucessiva síntese das informações dos artigos e dissertações , consideradas relevantes para os objetivos da pesquisa e análise dos resultados;

4ª etapa (Avaliação e comparação dos estudos): análise crítica e comparativa dos estudos, depois que as publicações selecionadas e catalogadas foram relidas na íntegra pelo pesquisador;

5ª e 6ª etapas (Síntese do conhecimento e interpretação e discussão): nestas últimas etapas, os resultados das respectivas análises foram submetidos a interpretação e síntese final. Assim, o estudo culmina em um processo de avaliação atento dos dados processados e chega à elaboração de uma proposta específica no campo da prevenção sanitária do uso de álcool e outras drogas.

Na sua efetiva articulação, a pesquisa realizou-se conforme segue:

Desenvolvimento da busca (Números e dados): mediante a busca dos descritores, foram localizados, na sua totalidade, 902 publicações entre artigos, dissertações e teses. Sendo que 850 deles não apontavam para a temática em questão – ou seja, não especificavam a faixa etária "Pré-adolescência" correlacionada à questão da prevenção escolar do uso e abuso de álcool e outras drogas. Restaram, portanto, 52 estudos relacionados à temática deste trabalho. Destes últimos, 22 eram repetidos e 18 estavam indisponíveis, pois o acesso online era restrito somente ao resumo.

No final, foram analisados 12 trabalhos científicos baseados  nas questões norteadoras descritas abaixo:

- O uso precoce de drogas inicia-se em geral em que faixa etária?

- Quais as drogas mais consumidas pelo público juvenil, e, em particular, pelos pré-adolescentes?

- O contato com as drogas tem relação significativa com a vulnerabilidade familiar e social?

- O número de usuários de drogas tende a aumentar com a idade?

- Quais os programas de prevenção no combate às drogas utilizados no ensino fundamental I?

 

Resultados

As drogas e seu impacto psicossocial

As várias pesquisas consultadas para a realização deste trabalho – e que serão apresentadas nos detalhes das evidências científicas que carregam – esclarecem, entre vários outros tópicos mais específicos, uma questão preliminar que é preciso destacar: são múltiplos os fatores que levam alguém em direção às drogas. E esses fatores estão, de certa forma, relacionados com o profundo anseio do homem de descobrir, conhecer e ultrapassar o próprio conhecimento. Esse movimento de expansão é que lança o homem às grandes descobertas, levando-o a enfrentar  o desafio do desconhecido – atitude essencial da natureza humana, enquanto reflexo do seu desejo de conhecer sempre mais e da sua ousadia de romper limites. Algumas experiências podem romper essas limitações, dentre elas estão: a arte, as paixões e a droga*(9). Ou, nas palavras de Bucher(10), o homem, a fim de alcançar a cura dos males, o alívio da dor e a obtenção do prazer, muitas vezes lança-se em direção ao caminho das drogas.

Portanto, desde o seu surgimento, as civilizações foram elegendo determinadas substâncias que auxiliam  no relacionamento social, demarcam certas festividades e favorecem diferentes rituais tanto religiosos quanto místicos(11).

Outro fator importante a ser considerado é a privação dos direitos básicos ao ser humano, que pode desencadear uma postura transgressiva capaz de culminar no uso de drogas. Exemplo disso são o descaso e a escassez presenciados diariamente nos atuais serviços públicos brasileiros no que diz respeito  ao acesso à saúde, moradia, segurança, educação e cultura – e, portanto, uma limitação efetiva do exercício cotidiano de liberdade do cidadão – que podem provocar uma série de prejuízos físicos, psíquicos e sociais, não somente ao indivíduo como também a toda a sociedade. Muitas vezes, o que se observa é que, frente a essas experiências de privações, o confronto e transgressão do homem se intensificam por meio do uso e abuso de drogas(9). Assim, por exemplo, drogas psicoativas como a cocaína e a maconha possuem a capacidade de alterar estados de consciência e, portanto, modificar o comportamento – um fenômeno universal da humanidade. Em suma: em nenhum período da história da humanidade existiu civilização isenta do uso de qualquer tipo de droga, nas mais diferentes épocas.

Por todas essas razões, parece ser pertinente fazer um levantamento das principais drogas que a humanidade conheceu e usou ao longo da sua história, sintetizando dados históricos e epidemiológicos organizados e publicados pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD)e pelo Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (OBID).**Assim, o presente estudo  constituí um elemento de abertura para um diálogo mais amplo no campo educativo do Ensino Fundamental brasileiro.

Drogas: iniciação precoce

Estudos científicos sobre o uso e abuso de álcool e outras drogas, que serviram de consulta para a realização deste trabalho, sinalizam, conforme descrito, que a exposição dos estudantes, em geral, acontece muito cedo: "Cerca de 5,0% dos estudantes brasileiros devem ter iniciado a experimentação de droga antes dos 10 anos"(5).

Sabe-se também, segundo a pesquisa informada pela Universidade Federal de São Paulo, que "Quanto mais precoce o contato com o álcool e o tabaco, maiores serão os riscos futuros de agravos à saúde"(12). Outro dado interessante  evidenciado nas pesquisas corresponde ao alto consumo de drogas lícitas  por crianças e jovens, especialmente no Brasil. Para tanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1990 classificou, por exemplo, o tabagismo como uma doença pediátrica devido à precocidade dos consumidores no mundo. Com efeito, afirma-se que "90% dos fumantes começam a fumar antes dos 19 anos, sendo que 15 anos é a idade média de iniciação. Segundo a informação do Banco Mundial em torno de 100 mil jovens começam a fumar no mundo a cada dia"(13).

Drogas: vulnerabilidade familiar e social

Tendo em vista o aumento do uso e abuso de substâncias psicoativas – especialmente na faixa etária pré-adolescente que vai dos 9 aos 11 anos, período que sinaliza a transição da infância para adolescência – este trabalho exigiu a busca de informações a respeito da estrutura familiar e de suas possibilidades de atuação como fator de proteção ao menor.

Alguns pesquisadores consideram a pré-adolescência uma fase crucial de descobertas, sejam elas físicas ou sociais. É nessa fase que começam a ocorrer alterações hormonais e consolidação dos órgãos corporais através do crescimento; os indivíduos passam a vivenciar situações cotidianas que até então não faziam parte de seu meio social, como namoros, sexo, álcool e drogas, entre tantas outras experiências(14). Com isso, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira e seus colaboradores(15), chegam a  conclusão que destacamos pela sua relevância: vivemos numa sociedade que propaga a crença de que os pais que decidem beber com o filho desempenham um "Papel protetor" frente ao menor, num possível uso abusivo de álcool e outras drogas.

No entanto, salientam os mesmos autores, que atrasar o acesso dos jovens ao consumo de bebidas alcoólicas, consiste, especialmente, na utilização eficaz de  estratégia preventiva que deve ser pensada e projetada a partir da infância e da pré-adelescência. . Uma vez a família se apresentando de forma tão frágil, enquanto importante fator de proteção ao jovem, inevitavelmente a escola acaba assumindo maiores responsabilidades  no âmbito da promoção da saúde e em propiciar informações adequadas sobre o uso e abuso de álcool e outras drogas. Portanto, os próximos resultados obtidos na elaboração deste trabalho dizem respeito ao âmbito escolar.

Drogas: exposição e consumo no ambiente escolar

Em sua dissertação de mestrado, a pesquisadora Fabrícia de Freitas Migliari de Sá(16) investigou 225 alunos com idades entre 8 e  12 anos, estudantes da 3ª e 4ª série (Atual 4º e 5º anos do Ensino Fundamental I) em seis escolas municipais de Santos/SP e fez um levantamento sobre o conhecimento que eles tinham sobre as drogas em geral. A pesquisa constatou que 96% dos entrevistados afirmaram que conheciam algum tipo de droga. Verificou que, entre esses, 6% conheciam apenas as drogas lícitas (Tabaco, álcool e cola de sapateiro), 38,5% conheciam  somente as drogas ilícitas (Maconha, cocaína e crack) contra 55,5% que apontaram que conheciam tanto as drogas ilícitas como as lícitas. A maconha foi reconhecida por 73,8% dos alunos, a cocaína por 56,9%, o tabaco por 54,9%, o crack por 18,3%, o álcool por 13,8% e a cola de sapateiro por 13,8%.

Embora a maioria dos estudantes tivesse ouvido falar sobre drogas ilícitas pela primeira vez através  da televisão, 80%  não souberam descrevê-la corretamente quanto à cor, consistência, formas de uso ou relatar  pelo menos um efeito que ela causaria no organismo. Segundo a pesquisadora, esse cenário demonstra uma preocupante desinformação em massa sobre a temática "Álcool e outras drogas". A pesquisa evidenciou também que poucos alunos tiveram informação sobre o assunto "Álcool e outras drogas" através de programas escolares preventivos.

Outro estudo importante a ser destacado foi realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), tendo como objeto de estudo crianças e jovens do Ensino Fundamental e Médio em 14 capitais brasileiras, e divulgado em: Drogas na escola(17). A pesquisa revelou que 23% dos estudantes entrevistados haviam presenciado o uso de substâncias psicoativas dentro da escola, e esse índice subia para 33,5% quando afirmavam ter presenciado o uso ao redor do ambiente escolar. A precocidade da exposição de alunos às substâncias alcoólicas explicita a magnitude e complexidade desse fenômeno, conforme podemos verificar, por exemplo, no depoimento de um diretor da rede estadual de Salvador/BA: "Fiquei alarmado com o número de jovens que estão usando bebida alcoólica cada vez mais cedo. Um número considerável começou a utilizar com menos de 10 anos de idade. E tem outros tipos de drogas que eles confessaram que fazem uso, mas o consumo do álcool é bastante alto"(18).

Esse último testemunho de um profissional da área da educação, junto com as evidências científicas apresentadas parecem suficientes para destacar como o assunto drogas focado no contexto escolar é um dos desafios atuais nas estratégias para a prevenção do uso e abuso.

 

Discussão

Drogas: a gravidade da situação seja num plano atual ou numa perspectiva futura

De fato: as pesquisas analisadas neste estudo indicam a faixa etária pré-adolescente como a mais  vulnerável frente ao fenômeno do uso de álcool e outras drogas, sempre de modo invasivo e suscitando, por isso, maiores preocupações. Trata-se de uma situação alarmante, que coloca em questão tanto o sistema sanitário do país como o educativo. Afinal, as crianças, pré-adolescentes e adolescentes mais expostos, direta ou indiretamente às consequências de uso e abuso de drogas são, em sua maioria, os estudantes. Portanto perguntamos: de que forma a escola pode contribuir para abarcar esta especificidade do mundo contemporâneo, objetivando ações de prevenção a começar pelos alunos do Ensino Fundamental I? Afinal, esse período escolar, que também abrange do 3º ao 5º ano, coincide geralmente com a faixa etária de 9 a 11 anos de idade – isto é, com o período da pré-adolescência.

Escola e prevenção: falta de estudos específicos nas séries iniciais

A partir do quadro apresentado pela literatura citada, foram levantadas as políticas de prevenção do uso precoce de drogas e evidenciou-se o seguinte resultado: faltam estudos que destaquem a potencialidade educativa do ambiente escolar quanto à prevenção primária especificamente projetada para as séries iniciais (Ensino Fundamental I).

Com efeito: entre as várias pesquisas consultadas, não encontramos qualquer abordagem do assunto "Drogas" exclusivamente voltada para a prevenção do uso por jovens pré-adolescentes. Portanto, como este estudo demonstra efetivamente, sabemos que o fenômeno do uso e abuso acontece sempre mais cedo entre os jovens. Todavia a questão da prevenção ainda permanece obscura. Então, colocam-se duas indagações fundamentais: qual seria o papel que a escola cumpre nesse processo? E qual papel poderia cumprir futuramente, acompanhando com uma ampla visão operativa as ações do campo da prevenção?

Infelizmente, vale ressaltar que a falta de estudos específicos direcionados aos alunos do Ensino Fundamental I quanto à prevenção do uso e abuso de álcool e outras drogas não permite uma precisa avaliação a do assunto .

Como destacado anteriormente, sendo a infância um período valioso para a construção de hábitos e atitudes, a escola acaba assumindo papel importante nesse processo. Os valores que se expressam no âmbito escolar em seus diferentes aspectos geralmente podem ser aprendidos  pelas crianças na sua vivência cotidiana. Assim, cabe ao professor colaborar para o desenvolvimento de pensamento crítico do aluno , na tentativa de estimulá-lo a ter comportamentos favoráveis à saúde***(19).

O Ministério da Educação, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), afirma que a saúde precisa ser compreendida como algo transversal, sendo um assunto chave da programação pedagógica de qualquer escola. No entanto, o que se observa é que professores e escolas não se sentem responsáveis pela prática da saúde em seus ambientes e geralmente, acabam reproduzindo o "Paradigma de caráter assistencialista, priorizando o indivíduo e a doença, em detrimento da coletividade e da prevenção"(19).

Escola e prevenção: ausência de trabalhos em campo para as séries iniciais

Mas agora o que entra em questão para a fomentação das nossas reflexões são os resultados obtidos que destacamos em forma da pergunta: "Nas estratégias educativas delineadas pelas diretrizes educacionais do país sobre a promoção da saúde, existe realmente um trabalho direcionado a propiciar a devida informação no que se refere ao uso e abuso de álcool e outras drogas no âmbito escolar, especialmente nas séries iniciais?"

Infelizmente, na pesquisa realizada para esse estudo, verificou-se que a resposta para essa  pergunta é negativa: nos doze trabalhos  analisados não se evidenciou a prática de nenhuma iniciativa  em campo dedicada à prevenção nessa faixa etária, embora os mesmos estudos destaquem sua importância.

A esse respeito, as pesquisadoras Avila, Ferriani e Nakano(20) sugerem que as estratégias no âmbito escolar devem ser desenvolvidas com o objetivo não apenas de diminuir a porcentagem do potencial de bebedores, mas, essencialmente, estimular a qualidade de vida em todas as crianças. Afinal, tanto a escola, quanto os professores são potencializadores  de fatores de proteção para o desenvolvimento de  comunicação de intervenção e detecção precoce no combate ao uso e abuso de álcool e outras drogas. Assim, o maior desafio, segundo as autoras, é o de promover uma nova concepção de políticas públicas e privadas derivadas de direitos constitucionais estabelecidos para as crianças. Afinal, o pré-escolar é, não só uma pessoa que está em crescimento, como também um indivíduo que precisa de proteção no exercício de sua cidadania.

A escola: lugar legítimo para uma prevenção multidisciplinar e interdisciplinar

Na análise dos resultados obtidos, evidenciamos que, embora faltem os estudos específicos a respeito paralelamente aos trabalhos em campo, a escola permanece como um espaço legítimo para a construção do reconhecimento, entre alunos e professores, dos altos índices de uso e abuso de álcool e outras drogas e suas consequências. Por conseguinte, o ambiente escolar pode propiciar um espaço para reflexão crítica na busca de novas transformações(21). Considerar prevenção do uso e abuso de drogas no contexto escolar requer pensar em atividades multidisciplinares – ou seja, em ações conjuntas de diferentes áreas do conhecimento científico, de maneira a permitir discussões de caráter antropológico, sociológico, pedagógico, psicológico, jurídico, sanitário etc.***(22).

Nesta pesquisa verificou-se que, entre os diferentes profissionais que podem contribuir em estratégias de prevenção, os autores apontam a relevância da figura do enfermeiro. Este agente da saúde cumpre  papel importante nas práticas educacionais "Por ser um profissional dinâmico, sujeito a transformações e que está continuamente incorporando reflexões sobre novos temas, problemas e ações, acreditando que seu princípio ético é o de manter ou restaurar a dignidade do corpo em todos os âmbitos da vida"****(16).

Assim, consideramos imprescindível que a estratégia educativa busque continuamente propiciar ao aluno das séries iniciais ou do Ensino Fundamental I o acesso direto às informações, formação e capacitação necessárias para que esse aluno, quando assediado pelas drogas, não se renda tão facilmente aos vislumbres do seu "Pseudoprazer"(23).

É necessário, portanto, criar ações efetivas de prevenção no âmbito escolar que  contribuam para o  direito a uma educação de qualidade. Ou seja: que contemplem o crescimento e o desenvolvimento do indivíduo enquanto ser humano, assim como cidadão com direitos e deveres constitucionais(9). Trata-se de um planejamento preventivo aberto também aos profissionais da área da saúde, na elaboração e execução de estratégias comuns de prevenção ao álcool e outras drogas, através de jogos,  oficinas lúdicas, envolvendo todos os agentes escolares como os administradores, professores etc..

Os pesquisadores Chavez e Andrade(24) salientam que o primeiro passo a ser considerado no âmbito da prevenção é "melhorar o estilo educativo". Caso a escola não se preocupe com essa importante fase, que é a adaptação do recém-chegado ao contexto escolar, poderá contribuir  como fator de risco e não de proteção. Explica-se: a má adaptação ao ambiente escolar pode propiciar ao estudante um sentimento de incapacidade, medo do fracasso, estresse emocional, dificuldade para construir relacionamentos com seus pares e professores.

Por conseguinte, esse tipo de escola não somente se privará da oportunidade de detectar possíveis fatores de risco entre  os seus alunos, como e fundamentalmente, estará impedida de promover estratégias preventivas – seja no âmbito primário, secundário ou terciário. E no que consistiria a prevenção? De acordo com o objetivo de cada etapa, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), haveria "Prevenção primária, secundária e terciária". Cada uma seria assim definida: "Prevenção Primária é o conjunto de ações que procuram evitar a ocorrência de novos casos de uso abusivo de psicotrópicos ou até mesmo um primeiro uso; Prevenção Secundária é o conjunto de ações que procuram evitar a ocorrência de complicações para as pessoas que fazem uso ocasional de drogas e que apresentam um nível relativamente baixo de problemas; a Prevenção Terciária é o conjunto de ações que, a partir de um problema existente, procura evitar prejuízos adicionais e/ou reintegrar na sociedade os indivíduos com problemas sérios. Também busca melhorar a qualidade de vida dos usuários junto à família, ao trabalho e à comunidade de uma forma geral"*****(25).

 

Conclusões

Uma estratégia educativa poderá ser eficaz se iniciada desde cedo, exatamente porque a iniciação dos pré-adolescentes ao uso e abuso de álcool e outras drogas está acontecendo cada vez mais prematuramente.

A análise de dados mostra que a escola é vista como uma instituição que precisa propiciar  ampla abertura ao diálogo sobre o assunto "Álcool e outras drogas". Contudo, sendo a questão "Drogas" um problema tão grandioso, requer todo um sistema especializado: um trabalho pautado sobre o diálogo entre diferentes agentes da instituição educativa, envolvidos num horizonte comum interdisciplinar.

Assim, o diálogo interdisciplinar e intergeracional estaria no centro desse processo, juntamente com a troca de informações dos múltiplos saberes no âmbito escolar. A partir dessa estrutura, seria apresentada  uma estratégia fundamental, sólida e articulada, para a prevenção do uso do álcool e outras drogas por jovens estudantes. Para isso, torna-se  imprescindível a capacitação contínua dos educadores para atender de forma qualitativa às diferentes exigências no campo das prevenções.

Há muitas escolas que continuam sem prestar a devida atenção às diferenças individuais dos alunos, gerando com isso maiores dificuldades, especialmente naqueles mais vulneráveis social e economicamente. Contudo, entendemos que, a partir de programas multidisciplinares e interdisciplinares de prevenção do uso de álcool e drogas, as escolas podem responder às diferentes demandas individuais no campo das prevenções e, assim, desempenhar seu papel efetivo na contribuição à promoção da saúde, ponto concordante entre os pesquisadores(26).

Por fim, a precariedade das relações afetivas e das condições sociais e culturais revela-se em grande medida, na fragilidade da família e da escola de exercerem seus papéis de proteção e prevenção no combate às drogas. Assim, parece-nos que o grande desafio de uma sociedade é educar seus jovens, permitindo que estes tenham um desenvolvimento adequado tanto do ponto de vista emocional e social quanto físico. Em resumo: os resultados preocupantes evidenciados nesta pesquisa, a nosso ver, apontam concomitantemente, para uma profunda carência educacional, e, por conseguinte, à necessidade de se implantar programas multidisciplinares e interdisciplinares de prevenção ao uso de álcool e drogas na escola, a partir do Ensino Fundamental I no Brasil.

 

Referências

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Recebido: 02.10.2014
Aceito: 04.11.2015

Correspondência:
Maria da Conceição Aparecida Silva
Rua Doutor Enéas de Carvalho Aguiar, 419
Cerqueira César
CEP: 05.403-000, São Paulo, SP, Brasil
E-mail: silvacida@hotmail.com

 

 

*Aratangy LR. O desafio da prevenção. In: Aquino JG, organizador. Drogas na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus; 1998. p. 9-17 apud  Bertoni LM, Adorni DS. 2010, p.212.
**As informações a seguir foram extraídas do site da OBID/SENAD. Ver: http://www.obid.senad.gov.br/portais/mundojovem/index.php. [acesso 20 fev. 2014].
***Organización Mundial de la Salud-OMS. Departamento de Salud Mental y Abuso de Sustancias. Invertir en salud mental.[on line]. Disponível em: http://www.who.int/mental_health; 2007 apud Lopes GT et al. 2007, p.714.
****Cruz AR. Prevenção do abuso de drogas pela educação formal. In: Cruz AR, organizador. Prevenção do abuso de drogas. Rio de Janeiro: Editora Universitária Santa Úrsula; 1992:29-44 apud Fonseca MS 2002, p.160.
*****Lima MJ de. O que é enfermagem. 2 ed. São Paulo: Brasiliense; 1994. 277p. apud Sá, FFMF 2001, p.30.

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