SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.17 número1Idosos atendidos em um serviço de urgência e emergência psiquiátricaHumanização no cuidado em saúde mental: compreensões dos enfermeiros índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

SMAD. Revista eletrônica saúde mental álcool e drogas

versão On-line ISSN 1806-6976

SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.) vol.17 no.1 Ribeirão Preto jan./mar. 2021

http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2021.163327 

10.11606/issn.1806-6976.smad.2021.163327 ARTIGO ORIGINAL

 

Grau de dependência à nicotina de pacientes atendidos para tratamento do tabagismo em universidade pública

 

Grado de dependencia a la nicotina de pacientes tratados por fumar en una universidad pública

 

 

Rafael da Rosa Maciel; Lidia Dalgallo; Erildo Vicente Müller; Elaine Cristina Antunes Rinaldi

Universidade Estadual de Ponta Grossa, Campus Uvaranas, Ponta Grossa, PR, Brasil

Autor correpondente

 

 


RESUMO

OBJETIVO: identificar o grau de dependência à nicotina e dados sociodemográficos segundo o gênero dos pacientes atendidos pelo projeto de extensão Educando e Tratando o Tabagismo promovido por uma universidade pública.
MÉTODO: estudo transversal, com dados provenientes de 361 prontuários de pacientes que participantes do projeto no período de 2014 a 2018. Realizou-se o teste de Fagerström, por meio do qual classificou-se os pacientes com grau de dependência: muito baixo, baixo, médio, elevado e muito elevado de acordo com a soma dos pontos obtidos nas questões aplicadas.
RESULTADOS: a predominância no grau de dependência a nicotina foi observada no sexo feminino com maiores percentuais de classificação para dependência elevada e muito elevada, 33,5% e 25,3% respectivamente. Entre os homens verificou-se grau de dependência elevado 28,1% e baixo 21,9%. Contatou-se que o grau de dependência química a nicotina esteve associada a dependência física (valor-p=0,002) e psicológica (valor-p=0,003).
CONCLUSÃO: a evidência de maior frequência de indivíduos com alto grau de dependência química à nicotina demonstra a importância da associação de terapias medicamentosas com abordagens cognitivas comportamentais por meio de intervenções de enfermagem, relacionadas ao controle e cessação do tabagismo por meio da educação em saúde.

Descritores: Dependência Química; Fumar; Nicotina; Tabagismo.


RESUMEN

OBJETIVO: identificar el grado de dependencia a la nicotina y los datos sociodemográficos según el género de los pacientes atendidos por el proyecto de extensión Educar y tratar el tabaquismo promovido por una universidad pública.
MÉTODO: estudio transversal, con datos de 361 registros médicos de pacientes que participaron en el proyecto de 2014 a 2018. Se realizó la prueba de Fagerström, a través de la cual se clasificaron los pacientes con un grado de dependencia: muy bajo, bajo, medio, alto y muy alto de acuerdo con la suma de los puntos obtenidos en las preguntas aplicadas.
RESULTADOS: el predominio en el grado de dependencia a la nicotina se observó en mujeres con porcentajes más altos de clasificación de dependencia alta y muy alta, 33.5% y 25.3% respectivamente. Entre los hombres, se encontró un alto grado de dependencia del 28,1% y bajo del 21,9%. Se encontró que el grado de dependencia química de la nicotina se asoció con el físico (valor p = 0.002) y psicológico (valor p = 0.003).
CONCLUSIÓN: la evidencia de una mayor frecuencia de individuos con un alto grado de dependencia química de la nicotina demuestra la importancia de combinar las terapias farmacológicas con enfoques cognitivos conductuales a través de intervenciones de enfermería, relacionadas con el control del tabaquismo y la cesación a través de la educación sanitaria.

Descriptores: Dependencia Química; Fumar; Nicotina; Tabaquismo.


 

 

Introdução

O tabagismo é considerado uma das principais causas de mortes evitáveis no mundo e colabora negativamente para o crescente problema na saúde pública, pois apresenta um acentuado risco de desenvolvimento de câncer, problemas respiratórios, cardiovasculares, dentre outros(1).

A ação do tabaco provoca milhões de mortes e, caso não sejam tomadas devidas providências, esse quantitativo tende a crescer visto que o número de fumantes tem aumentado cada vez mais, principalmente em países em desenvolvimento(2).

A principal substância responsável pela dependência do tabagismo é a nicotina. Conforme estudos, aproximadamente 90% dos fumantes diários são dependentes dela, uma vez que cerca de 25% da nicotina inalada atravessa os alvéolos pulmonares e chega ao encéfalo via sanguínea em 15 segundos, fato este que corrobora para o alto índice de dependência ser causada rapidamente(3-4).

Há a ocorrência de dois tipos de dependência química, a física, onde acontecem os sinais de abstinência, como por exemplo sudorese e tremores e a dependência psicológica, onde os indivíduos tabagistas buscam no fumo como uma válvula de escape para os problemas do dia a dia, utilizando o cigarro como uma forma de acalmar-se e aliviar o estresse(5).

O teste de Fagerström, reconhecido mundialmente, é utilizado para avaliar a dependência à nicotina. É por meio deste que se estabelece o grau de dependência relacionada à nicotina, sendo classificada de acordo com o resultado obtido em: muito baixo, baixo, médio, elevado e muito elevado(4).

Estudos retratam que o grau de dependência à nicotina influenciará diretamente na maior ou menor dificuldade de o indivíduo abandonar o vício, o que pode comprometer significativamente a saúde(6).

Deste modo, avaliar o grau de dependência relacionado à nicotina é de suma importância, pois é a partir desta substância que os indivíduos se tornam dependentes do tabaco, o que os leva a ter problemas sérios tanto relacionado à saúde, quanto nos aspectos biopsicossociais, colaborando para um déficit da qualidade de vida.

Diante deste contexto, tem-se a problemática: de que forma o grau de dependência à nicotina afeta na cessação do tabaco nos pacientes que fazem tratamento?

Neste estudo, objetiva-se identificar o grau de dependência à nicotina e os dados sociodemográficos segundo o gênero dos pacientes atendidos pelo projeto de extensão Educando e Tratando o Tabagismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) no Paraná (PR).

 

Método

Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, com dados obtidos a partir das fichas dos pacientes que participaram no período de 2014 a 2018 no Projeto de Extensão intitulado Educando e Tratando o Tabagismo, localizado na Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR. O projeto tem por finalidade tratar o tabagismo e segue as normas estabelecidas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) e o Ministério da Saúde.

O desenvolvimento do projeto na Universidade, ocorre por meio de quatro encontros semanais e três encontros quinzenais de manutenção, num primeiro momento é realizada a abordagem cognitivo comportamental, em grupo. Esta assistência é realizada pelos graduandos de enfermagem, educação física, farmácia, medicina e professores. Em um segundo momento os pacientes são atendidos individualmente por consulta de enfermagem, educação física e médica, a qual estabelece o tratamento medicamentoso, quando necessário, com o objetivo de auxiliar no tratamento do tabagismo. Medicamentos estes que são distribuídos gratuitamente, pois fazem parte do programa ministerial, disponibilizados na farmácia escola da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

As variáveis de interesse estão representadas pelo grau de d ependência à nicotina, sendo obtida por meio do teste de Fagerström, que classifica a dependência dos indivíduos em muito baixo (0 a 2), baixo (3 a 4), médio (5), elevado (6 a 7) e muito elevado (8 a 10), de acordo com a pontuação obtida no final do teste. Para as variáveis sociodemográficas, foram elencadas idade, sexo, escolaridade, estado civil, tipo de dependência, grau de motivação e método escolhido para cessação do fumo, tipo de medicamentos utilizados, se anteriormente fez tratamento ou parte de algum grupo de tratamento do tabagismo, o número de cigarros consumidos por dia e também o tempo de uso do fumo. E por fim, a porcentagem da cessação do tabaco, que é obtida no último encontro após avaliação médica.

A coleta de dados foi realizada na Universidade, junto aos prontuários dos pacientes, no período de novembro e dezembro de 2018. Inicialmente, ocorreu a digitação dos dados em planilha do software Excel, logo após procedeu-se as análises descritivas com estimativas de frequências simples e relativas das variáveis de interesse de acordo com a classificação em nível de dependência baixo/muito baixo, moderado e elevado/muito elevado. Para verificar as diferenças entre as proporções das variáveis qualitativas de acordo com estas classificações, foi aplicado o teste de qui-quadrado. Para melhor visualização das análises qualitativas, foram produzidos gráficos de barras com as frequências relativas.

Para as variáveis quantitativas idade, número de cigarros/dia e anos de fumo, foi realizado o teste Shapiro-Wilk para aderência à distribuição normal e, dado que não houve simetria na distribuição das mesmas (valor-p > 0,05), optou-se pela abordagem não paramétrica dos dados. Então, utilizou-se a prova de Kruskall-Wallys, seguido de Dunn como post-hoc para verificar as diferenças nos níveis de dependência. Para melhor visualização das análises quantitativas, foram produzidos gráficos do tipo boxplot. Todos os testes foram considerados significativos quando valor-p <0,05 e as análises foram realizadas na plataforma de software IBM SPSS Statistics 20.0.

A pesquisa obteve aprovação do comitê de ética em pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa no ano de 2018 sob o número 2.991.057.

 

Resultados

Entre os anos de 2014 a 2018, participaram do projeto de extensão Educando e Tratando o Tabagismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa um total de 361 indivíduos, observa-se que a procura pelo projeto foi predominantemente por mulheres, correspondendo a 64,5% dos participantes.

Na Tabela 1 descreve-se a escolaridade e idade média dos pacientes. Predominou-se entre os homens o ensino médio completo e superior completo ou incompleto, com 35,2% e 27,3% respectivamente. Para as mulheres observa-se maior frequência de ensino fundamental incompleto 30,5% e médio completo 37,8%. Os homens tiveram a média de idade de 45,8 anos (Desvio Padrão = 14,1) e entre as mulheres a média foi de 49,5 anos (Desvio Padrão = 11,8).

A Tabela 2 refere-se as características dos tabagistas que participaram do Projeto de Extensão Educando e Tratando o Tabagismo. No que diz respeito ao tipo de dependência à nicotina, foi mais frequente a física tanto para homens, quanto para mulheres com 49,2% e 55,4% respectivamente.

Observou-se entre ambos os sexos maior prevalência de estar pronto para parar de fumar nas primeiras quatro semanas com 27,4% para os homens e 24,9% para as mulheres. Percebe-se que o método escolhido para cessação do tabaco que se destacou foi a parada gradual com 38,3% para homens e 41,6% para as mulheres. Verificou-se que tanto homens, quanto mulheres utilizaram para terapia medicamentosa o adesivo de nicotina para a cessação do fumo, com 81,3% e 90,1% respectivamente.

Constatou-se que 35,9% dos homens e 32,8% das mulheres cessaram o tabaco. Com relação a redução do consumo de cigarros por dia, cerca de 24,4% dos homens conseguiram reduzir. Entre as mulheres ocorreu um maior índice de redução, em torno de 36,9%. Quanto a taxa de abandono do tratamento, pelos homens foi de 29,7% e mulheres 28,3%.

Aproximadamente 75,8% dos homens e 67,4% das mulheres afirmaram nunca ter realizado algum tipo de tratamento para o tabagismo. E também entre os homens e mulheres, a grande maioria, 91,4% e 82,8% respectivamente, afirmaram nunca ter participado de um grupo de apoio para o tratamento do tabagismo.

Destaca-se ainda que a média de consumo de cigarros pelos homens foi em média cerca de 24,2 cigarros por dia, (Desvio Padrão = 9,2). Entre as mulheres, observou-se a média de consumo de 23,0 cigarros por dia (Desvio Padrão = 9,0). Quanto ao tempo de fumo dos pacientes, os homens tiveram em média 27,7 anos (Desvio Padrão = 14,5) e as mulheres média de 31,4 anos (Desvio Padrão = 13,1).

O resultado do teste de Fagerström, está exposto na Tabela 3. Observou- se maior prevalência entre as mulheres do grau elevado 33,5% e muito elevado 25,3%. Entre os homens, verificou-se maior predomínio dos graus elevado e baixo, com 28,1% e 21,9% respectivamente.

 

 

A associação entre grau de dependência à nicotina, variáveis sociodemográficas e características dos tabagistas estão expostas na Tabela 4. Verifica-se que alto grau de dependência a nicotina esteve associado a dependência física (valor-p = 0,002) e psicológica (valor-p = 0,003).

A associação entre o grau de dependência à nicotina, variáveis sociodemográficas e características do tabagismo está descrito na Tabela 5. Verifica-se que quanto maior a mediana de cigarros consumidos por dia, maior é o grau de dependência a nicotina (valor-p = 0,003).

 

 

Discussão

Os homens são os maiores consumidores de tabaco ao redor do mundo(7). No entanto, na presente pesquisa ocorreu predomínio de mulheres tabagistas a procura de tratamento, porém, deve-se ressaltar que historicamente homens procuram por tratamento ou apoio somente quando os sintomas de enfermidades estão mais evidentes, fato esse que pode ter contribuído para a baixa demanda do público masculino para cessar o uso do tabaco(8).

Contrastando com estudos semelhantes, apresentaram-se principalmente tabagistas com baixa escolaridade, prevalecendo o ensino fundamental e médio incompleto(9-11). Este é um dos fatores que podem influenciar no sucesso ou não da cessação do tabaco, uma vez que indivíduos com menos anos de estudo apresentam maior dificuldade para cessar o vício devido ao baixo grau de instrução por eles adquiridos no decorrer dos anos(4,7,9,12-13).

No que se refere a idade média dos tabagistas, o resultado foi equivalente a estudos anteriores, que relatam ter cerca de 45 anos tanto para homens, quanto para mulheres(11-12,14). Há o apontamento em pesquisas que a idade de iniciação do tabagismo está cada vez mais precoce, em torno de 15 anos de idade aproximadamente(10,15). Sabe-se que a idade precoce influencia no tempo médio de fumo dos tabagistas que, de acordo com estudos está em torno de 30 anos, o que expressa um reflexo desta pesquisa e também apresenta maiores riscos pois, as chances de desenvolver doenças associadas ao tabaco aumentam significativamente(16-17). Contudo, uma pesquisa recente vem apontando a diminuição da prevalência do tabagismo entre os jovens brasileiros, fato este que é extremamente importante para a melhor qualidade de vida dos indivíduos(18).

Há um déficit de estudos na área relacionada ao tipo de dependência, seja ela física ou psicológica. Os dependentes fisicamente à nicotina despontaram com maior frequência neste estudo, o que pode ser considerado um sinal de alerta, pois as chances dos sinais de abstinência se desenvolver é maior devido ao alto grau de dependência relacionada à nicotina. Enquanto que os tabagistas considerados psicologicamente dependentes à nicotina buscam o fumo como uma válvula de escape para o estresse e problemas do dia a dia isso pode-se tornar rotineiro de modo que não percebam que estão se tornando cada vez mais dependentes(5).

Do mesmo modo que evidenciado por um estudo análogo, predominou com maior frequência a fase motivacional pronto para a ação e isto demonstra a vontade de querer cessar o tabaco nas primeiras quatro semanas de início do tratamento, o que é muito significativo para conseguir o objetivo principal que é eliminar o vício à nicotina, por outro lado o tipo de acolhimento dos profissionais de saúde para tal fato é muito importante, pois quanto mais demonstrar apoio, maior será a motivação para não abandonar o tratamento(19).

De maneira pariforme a outros estudos, o modo abrupto, que é aquele em que o tabagista para repentinamente de fumar, e a parada gradual, na qual o fumante vai gradativamente diminuindo os números de cigarros/dia, são geralmente os mais escolhidos para cessação do fumo(20-21).

A famacoterapia é utilizada para o controle da abstinência relacionada a nicotina, sendo majoritariamente utilizados o adesivo de nicotina e a bupropiona(22). A literatura nacional tem mostrado quem entre tais medicações, o adesivo de nicotina é em larga escala o mais empregado para o tratamento do tabagismo(23).

Devido a muitas vezes o grau de dependência química à nicotina estar muito alta, ocorrem desistências do tratamento do tabagismo e, para aqueles indivíduos que não conseguiram cessar o fumo na primeira vez, já é relevante a participação e o breve conhecimento sobre o tratamento, evidenciando que os profissionais de saúde têm um papel importantíssimo em engajar e apoiar cada vez mais as pessoas que queiram cessar o fumo(15).

Várias conjecturas apontam que os tabagistas, principalmente àqueles com alto grau de dependência à nicotina jamais fizeram tratamento para parar de fumar pois, devido ao vício ser grande, a vontade de tentar cessar o fumo é quase que inexistente o que pode comprometer o sucesso no tratamento se não for abordado de forma adequada(24-25).

A carga tabagística é algo que está estritamente ligado a elevada dependência à nicotina e também aos aspectos econômicos, uma vez que o alto custo para adquirir cigarros diariamente poderia ser revertido para suprir outras necessidades essenciais(26). Neste estudo, a média de cigarros consumidos por dia foi entre 22 e 24, fato este que corrobora com pesquisas nacionais que apontam os mesmos resultados no decorrer das análises estatísticas(26-28).

Há na literatura incontáveis pesquisas acerca da grande parcela de tabagistas que são considerados segundo o teste de Fagerström com a dependência à nicotina elevada e muito elevada, necessitando além de um alto grau de motivação, uma abordagem cognitiva comportamental e também medicamentosa para a cessação do tabagismo(6,14,16,27,29).

O presente estudo permitiu o conhecimento do perfil sociodemográfico e de dependência dos indivíduos atendidos pelo programa Educando e Tratando o Tabagismo, e pode subsidiar ações para melhorar a abordagem e intervenções futuras que impactem diretamente na cessação do tabagismo.

As limitações encontradas se referiram ao não preenchimento de algumas informações, apontando assim a necessidade de calibração da equipe executora do projeto.

Outro fator a ser mencionado é que o número de tabagistas que cessaram definitivamente o tabaco pode ser maior que o apresentado pois, podem ter conseguido cessar após o término do tratamento no Projeto, porém essa informação não foi coletada.

 

Conclusão

O estudo possibilitou identificar o grau de dependência à nicotina e os dados sociodemográficos segundo o gênero dos pacientes atendidos pelo projeto de extensão Educando e Tratando o Tabagismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR.

Grande parte dos indivíduos tabagistas caracteriza-se pela alta taxa de cigarros consumidos por dia em conjunção com a dependência tanto física, quanto psicológica, fato este, que associado muitas vezes a baixa escolaridade, contribui negativamente para que o grau de dependência relacionada à nicotina seja extremamente alto.

Independente do gênero, houve maior frequência de alto grau de dependência à nicotina nos pacientes demonstrando a importância da associação de terapias medicamentosas com abordagens cognitivas comportamentais por meio de intervenções de enfermagem, relacionadas ao controle e cessação do tabagismo por meio da educação em saúde.

 

Referências

1. Lima MBP, Ramos D, Freire APCF, Uzeloto JS, Silva BLM, Ramos EMC. Quality of life of smokers and its correlation with smoke load. Fisioter Pesqui. 2017;24(3):273-9. doi: https://doi.org/10.1590/1809-2950/16711324032017        [ Links ]

2. Costa SCR, Feitosa SDM, Neves VC, Costa MFS, Sá LLF, Veloso RP. Revisão bibliográfica: políticas públicas do tabagismo no Brasil. J Ciênc Saúde. 2018;1(2):97-104. doi: https://doi.org/10.26694/2595-0290.20181297-1047113        [ Links ]

3. Pupulim AF, Sarris AB, Fernandes LGR, Nakamura MC, Camargo TV, Paula JB. Mecanismos de dependência química no tabagismo: revisão da literatura. Rev Med UFPR. 2015;2(2):74-8. doi: http://dx.doi.org/10.5380/rmu.v2i2.42122.g25672        [ Links ]

4. Weber CF, Hatschbach P, Pithan SA, Dullius AIS. Measure nicotine dependence by the fagerström test for nicotine dependence. Rev Gaúch Odontol. 2017;65(3):208-15. doi: https://doi.org/10.1590/1981-863720170002000043223        [ Links ]

5. Fernandes LS, Nitsche MJT, Godoy I. Association between burnout syndrome, harmful use of alcohol and smoking in nursing in the ICU of a university hospital. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(1):203-14. doi: https://doi.org/10.1590/1413-81232018231.05612015        [ Links ]

6. Lemes EO, Fátima GG, Santos GCB, Costa JB. Análise do programa nacional de controle do tabagismo do ministério da saúde. Uniciências. 2017;21(2):86-92. doi: https://doi.org/10.17921/1415-5141.2017v21n2p86-92        [ Links ]

7. Bazotti A, Finokiet M, Conti IL, França MTA, Waquil PD. Smoking and poverty in Brazil: an analysis of the profile of the smoking population based on the 2008-09 Brazilian government Family Budget Survey. Cienc Saúde Coletiva. 2016;21(1):45-52. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232015211.16802014        [ Links ]

8. Pérez-Romero S, Gascón-Cánovas JJ, Salmerón-Martínez D, Parra-Hidalgo P, Monteagudo-Piqueras O. Características sociodemográficas y variabilidad geográfica relacionada con la satisfacción del paciente en Atención Primaria. Rev Calid Asist. 2016;31(5):300-8. doi: https://doi.org/10.1016/j.cali.2016.01.004        [ Links ]

9. Leal ACS, Silveira AC, Freire APCF, Santos APS, Ramos D, Ramos EMC, et al. Características sociodemográficas e padrão de consumo tabagístico de fumantes que procuram atendimento em programas de cessação. Mundo Saúde. (Impr. ) 2017;41(2):163-9. doi: 10.15343/0104-7809.20174102163169        [ Links ]

10. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (BR). Secretaria-Executiva da Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro Organização Mundial da Saúde para o Controle do Tabaco. Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento. Rio de Janeiro: Inca; 2017. [Acesso 12 maio 2019]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/notas-tecnicas/tabaco-uma-ameaca-ao-desenvolvimento-0        [ Links ]

11. Carmo HO, Santos GT. Atuação do enfermeiro frente as estratégias do programa nacional de controle ao tabagismo. Rev Rede Cuid Saúde. 2016;10(3):1-16. [Acesso 12 maio 2019]. Disponível em: http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/rcs/article/view/3053/2089        [ Links ]

12. Silva TA, Ivo ML, Freitas SLF, Sales APA, Carvalho AMA. Smoking prevalence and of nicotine dependence's therapeutics: an integrative review. Rev Pesqui Cuid Fundam. 2016;8(4):4942-8. doi: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.rpcfo.v8.3678        [ Links ]

13. Rocha SAV, Hoepers ATC, Fröde TS, Steidle LJM, Pizzichini E, Pizzichini MMM. Prevalência de tabagismo e motivos para continuar a fumar: estudo de base populacional. J Bras Pneumol. 2019;45(4):e20170080. doi: https://doi.org/10.1590/1806-3713/e20170080        [ Links ]

14. Bettio CJS, Bonilha LAS, Souza AS, Andrade SMO, Batiston AP. Emotional factors associated with smoking in individuals enrolled in a tobacco cessation program. Rev Bras Promoç Saúde. 2018;31(1):1-10. doi: http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2018.6536        [ Links ]

15. Wittkowski L, Dias CRS. Avaliação dos resultados obtidos nos grupos de controle do tabagismo realizado numa unidade de saúde de Curitiba-PR. Rev Bras Med Fam Comum. 2017;12(39):1-11. doi: https://doi.org/10.5712/rbmfc12(39)1463        [ Links ]

16. Müller EV, Silva MT, Grden CRB, Reche PM, Borges PKO, Sousa JAV. Factors associated with smoking among users of the family health strategy. Cogitare Enferm. 2017;(22)4:e50600. doi: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v22i4.50600        [ Links ]

17. Silva LCC, Araújo AJ, Queiroz AMD, Sales MPU, Castellano MVC. Smoking control: challenges and achievements. J Bras Pneumol. 2016;42(4):290-8. doi: https://doi.org/10.1590/s1806-37562016000000145        [ Links ]

18. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (BR). Dados e números de prevalência do tabagismo [Internet]. 2019 [Acesso 24 ago 2019]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/dados-e-numeros-prevalencia-tabagismo        [ Links ]

19. Santos SR, Bitencourt ARC, Engel RH, Silva MHC, Stacciarini TSG, Cordeiro ALPC. Profile and factors associated with successful treatment of smokers in a specialized public service. Rev Enferm UERJ. 2018;26:e17381. doi: https://doi.org/10.12957/reuerj.2018.17381        [ Links ]

20. Pereira ES, Barreto GS. Fatores associados a cessação do tabagismo sem ajuda. REVA Acad Rev Cient Saúde. 2017;2(3):31-44. doi: 10.24118/reva1806.9495.2.3.2017:347        [ Links ]

21. Oliveira GMM, Mendes M, Dutra OP, Achutt A, Fernandes M, Azevedo V, et al. 2019: Recommendations for reducing tobacco consumption in Portuguese-speaking countries - positioning of the federation of Portuguese language cardiology societies. Arq Bras Cardiol. 2019;112(4):477-86. doi: https://doi.org/10.5935/abc.20190071        [ Links ]

22. Santos MDV, Santos SV, Caccia-Bava MCGG. Prevalência de estratégias para cessação do uso do tabaco na atenção primária à saúde: uma revisão integrativa. Cienc Saúde Coletiva. 2019;24(2):563-72. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018242.27712016        [ Links ]

23. Paiva ARAB, Souza WA, Goyatá SLT, Junior LMS, Podestá MHMC, Ferreira EB. Grupo de apoio ao tabagista na estratégia de saúde da família: fatores de sucesso. Rev UninCor. 2017;15(2):436-48. doi: http://dx.doi.org/10.5892/ruvrd.v15i2.3249        [ Links ]

24. Polonio IB, Oliveira M, Fernandes LMM. Tabagismo entre estudantes de medicina e enfermagem da universidade do Anhembi Morumbi: prevalência e avaliação da dependência nicotínica e escala de depressão e ansiedade. Arq Med Hosp Fac Ciênc Med Santa Casa São Paulo. [Internet]. 2017;62(1):12-7. [Acesso 17 maio 17 2019]. Disponível em: http://arquivosmedicos.fcmsantacasasp.edu.br/index.php/AMSCSP/article/view/86        [ Links ]

25. França SAS, Neves ALF, Souza TAS, Martins NCN, Carneiro SR, Sarges ESNF, et al. Factors associated with smoking cessation. Rev Saúde Pública. 2015;49:10. doi: https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049004946        [ Links ]

26. Dornelles CF, Stumpf MAM, Nakamura MC, Kluthcovsky SC, Vernizi BT, Müller EV, el al. Estimativas de valores economizados com a cessação do tabagismo. RIES. 2018;7(2):100-9. doi: https://doi.org/10.33362/ries.v7i2.1422        [ Links ]

27. Devóglio LL, Corrente JE, Borgato MH, Godoy I. Smoking among female sex workers: prevalence and associated variables. J Bras Pneumol. 2017;43(1):6-13. doi: http://dx.doi.org/10.1590/s1806-37562016000000162        [ Links ]

28. Malta DC, Stopa SR, Santos MAS, Andrade SSCA, Oliveira TP, Cristo EB, et al. Evolution of tobacco use indicators according to telephone surveys, 2006-2014. Cad Saúde Pública. 2017;33(Suppl 3):e00134915. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311x00134915.         [ Links ]

29. Aguiar LM, Brasil LOF, Machado SHM, Monteiro DF, Santos GS, Brum CM, et al. Avaliação da dependência e tolerância à nicotina pelo teste de Fagerström em adultos tabagistas. Rev Conhecendo Online. 2016;3(1):30-43. [Acesso 17 maio 2019]. Disponível em: http://177.67.128.65/OJS/index.php/revista/article/view/41        [ Links ]

 

 

Autor correpondente:
Lidia Dalgallo
E-mail: lidiadalgallo@gmail.com

Recebido: 17.10.2019
Aceito: 13.08.2020

 

 

Contribuição dos autores
Concepção e planejamento do estudo: Lidia Dalgallo. Obtenção dos dados: Rafael da Rosa Maciel. Análise e interpretação dos dados: Rafael da Rosa Maciel, Lidia Dalgallo, Elaine Cristina Antunes Rinaldi. Análise estatística: Rafael da Rosa Maciel, Erildo Vicente Müller. Redação do manuscrito: Rafael da Rosa Maciel, Lidia Dalgallo, Elaine Cristina Antunes Rinaldi, Erildo Vicente Müller. Revisão crítica do manuscrito: Rafael da Rosa Maciel, Lidia Dalgallo, Elaine Cristina Antunes Rinaldi, Erildo Vicente Müller.
Todos os autores aprovaram a versão final do texto.
Conflito de interesse: os autores declararam que não há conflito de interesse.

Creative Commons License