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Estudos e Pesquisas em Psicologia

versão On-line ISSN 1808-4281

Estud. pesqui. psicol. vol.12 no.1 Rio de Janeiro abr. 2012

 

ARTIGOS

 

Funcionamento diferencial de condutas agressivas em jovens infratores e universitários agressivos

 

Differential functioning of the aggressive behavior between young delinquents and aggressive colleges

 

 

Fermino Fernandes Sisto*; Dario Cecilio-Fernandes**; Fernando José Silveira***

Universidade São Francisco - USF, Itatiba, São Paulo, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo verificar o funcionamento diferencial dos itens de uma Escala de Avaliação de Tendência à Agressividade, comparando pessoas infratoras, e pessoas estudantes sem histórico conhecido de delinqüência. O primeiro grupo foi constituído por 41 jovens infratores, enquanto o grupo dois foi composto por 42 jovens universitários que obtiveram as mais altas pontuações na escala. Primeiramente, foi analisado o ajuste da escala ao modelo Rasch, sendo que as médias do infit e do outfit sugeriram boa adequação. O resultado da análise do funcionamento diferencial dos itens resultou em 24 itens, com funcionamento diferencial, sendo 10 favorecendo o primeiro grupo e 14 favorecendo o grupo de universitários. Concluiu-se que os comportamentos agressivos exclusivos dos infratores foram o de intimidação física, intimidação e vingança, e para o segundo grupo o comportamento de irritar as pessoas.  

Palavras-chave: jovens infratores, agressividade, universitários agressivos, funcionamento diferencial do item.


ABSTRACT

This research aimed to verify how different is the functioning of the item in Escala de Avaliação de Tendência à Agressividade, comparing young delinquents and people not known history of delinquency. The first group consisted of 41 young delinquents, while group two was composed of 42 university students who obtained the highest scores on the scale. First of all, the adjustment of the scale to the Rasch model was analyzed, and average of the infitand the outfit suggested good adjustment. The result of the analysis of the differential functioning of the item resulted in 24 items which were distinguished by their functioning between the two groups. So, 10 of them favored the first group and 14 the second one. One concludes that the exclusive aggressive behaviors of the delinquents had been of physical intimidation, intimidation and revenge, and group of colleges annoying people was prevalent.

Keywords: young delinquents, aggressiveness, aggressive colleges, differential functioning of the item.


 

 

1 Introdução

A agressão pode ser definida como um ato intencional causador de danos físicos, ou prejuízos para outros. Atualmente, pesquisadores questionam a definição da agressividade, bem como seu papel como de risco no desenvolvimento humano (LISBOA & KOLLER, 2004). Atualmente, pesquisadores questionam a definição da agressividade, assim como o seu papel, como um fator de risco no desenvolvimento humano (LISBOA; KOLLER, 2004).

A agressividade pode ser diferenciada dentre entre vários comportamentos humanos. Um tipo frequente de brincadeira, como a de empurrar ou bater, por exemplo, não necessariamente pode ser considerada agressão. Para que um comportamento seja considerado agressivo depende da intenção subjacente de causar um dano (BALLARD; GREEN; GRANGER, 2003). Para Sisto (2008), a solução amplamente adotada na literatura pertinente, para essa diferenciação, foi a inferência da intencionalidade desses comportamentos, ou seja, da finalidade de uma pessoa machucar alguém, seja física, emocional ou psicologicamente.

Com o crescimento constante da agressividade na população mundial, esse constructo passou a ser amplamente estudado, sendo que boa parte das pesquisas verificou fatores biológicos, ambientais, psicológicos e sociais que poderiam influenciar tal comportamento. Algumas pessoas, por exemplo, recorrem à violência por um problema neurológico ou por uma predisposição genética e, em outros casos, como comportamentos aprendidos. Nesse contexto, tem-se entendido que são múltiplas as causas da agressão, assim como a maioria dos fenômenos humanos (ANDERSON; BUSHMAN, 2002). 

Entre as causas físicas, já foram apontados por alguns autores a testosterona (LIPPA, 1990) e a serotonina (LIPSITT, 1990), além de outras causas. Em relação ao ambiente, esse poderia estimular controlar ou desenvolver o comportamento agressivo, mas, juntamente com a natureza, não ofereceria explicações coerentes para a agressividade. Dentre as causas físicas, já foram apontados por alguns autores a testosterona (LIPPA, 1990) e a serotonina (LIPSITT, 1990), dentre outros. Em relação ao ambiente, esse poderia estimular, controlar ou desenvolver o comportamento agressivo, mas, juntamente com a natureza, não ofereceria explicações concisas para a agressividade.

Outras abordagens na literatura pertinente procuraram explicar de forma diferente esse fenômeno. Há teorias sociológicas, as quais defenderam a adolescência como um período de transformação física e emocional. Assim, atribuem a agressividade aos atos delinquentes, como uma maneira de dar vazão às emoções como respostas a uma cultura adulta (PEARLIN; MENAGHAN; LIEBERMAN; MULLAN, 1981). Dessa forma, a delinquência poderia ser uma adaptação nessa fase de transformação do adolescente e, como tal, seria um estágio do desenvolvimento.

Na perspectiva evolucionária, Baumeister e Leary (1995) apontaram que as pessoas necessitariam mais do que alimento e abrigo, e a humanidade vem mostrando uma propensão para o trabalho em grupos sociais. Assim, as pessoas poderiam lutar para manter certas necessidades como, por exemplo, a crença de um mundo justo, a autoestima, o pertencer a um determinado grupo entre outros. Nesse contexto, ameaças a essas crenças poderiam justificar agressões.

Comportamentos agressivos também são explicados levando-se em conta o contexto familiar. Myers (1993) defendeu que a instituição familiar é uma das mais violentas, perdendo apenas para as forças militares, pois a resolução de problemas na família, em geral, é a agressividade, e citou que nos Estados Unidos 17% dos homicídios acontecem no ambiente familiar. Esse dado apontaria que as crianças viveriam em lares agressivos e, caso os pais utilizassem métodos físicos para discipliná-los, aprenderiam que o maltrato físico é aceitável para a resolução de problemas. Para Loeber, Farrington, Stouthamer-Loeber e Van Kammen (1998) as habilidades parentais pobres influenciariam o desenvolvimento da agressividade, incluindo comportamentos como desonestidade, intimidação, mentira e destruição de propriedade.

Outro contexto com probabilidade acentuada de comportamentos agressivos, ainda que pouco estudado, é o trânsito. As violações às leis de trânsito, pequenas colisões, condutas de risco ao dirigir, estão diretamente relacionados às condutas de ira, raiva e, consequentemente, a comportamentos agressivos. Além disso, a idade na qual se encontra o maior número de registros está entre 16 e 25 anos, que expressa coincidentemente a faixa com maior número de agressão violenta. Além disso, considera-se que entre as principais causas de morte estão as colisões de automóveis (U.S DEPARTMENT OF TRANSPORTATION, 2000).

A escola também tem sido outro contexto bastante estudado. A maior parte dos dados brasileiros é coletada nesses ambientes e tratam muito mais de violência do que agressividade. Codo (1999) fez o único levantamento nacional sobre violência escolar, baseado em informações de professores. Os resultados demonstraram que os índices de agressividade entre os estados oscilaram de 68% a 33%. Os níveis de agressões aos alunos dentro da escola variaram entre 58,6% e 8,5% e, no interior, as agressões aos professores variaram de 33% a 1,2%.

Para Berkowitz (1993), em meio ao contexto social, a provocação e os indícios agressivos percebidos também seriam importantes causas de comportamentos agressivos. Geen e O´Neal (1969) apontaram a relação grupal como propicia à agressividade, pois, pessoas frente a estímulos aversivos, responderiam agressivamente ao serem incitadas por amigos ou gangues.

No que tange as diferenças entre sexo, Waiselfisz (1998) apontou que os homens se envolvem mais que as mulheres em situações de agressões físicas, discussões e ameaças ou intimidações, como na escola, por exemplo. Esses dados corroboram a tendência internacional da ocorrência do fenômeno. A meta análise de Eagly e Steffe (1986) indicou que os homens mostraram-se mais agressivos do que as mulheres tanto fisicamente como verbalmente.

Sisto, Bartholomeu, Rueda e Granado (2005) procuraram diferenciar manifestações agressivas em razão do sexo de estudantes universitários. Os resultados indicaram que os homens tenderam a importunar mais a outras pessoas, destruíram coisas que não lhes pertenciam, foram enganadores e violaram regras, desrespeitando a segurança própria e alheia. Também culpavam vítimas por coisas que fizeram, praticavam coação para obter favorecimentos, além de não demonstrarem arrependimento pelos seus atos e agredirem pessoas e animais, entre outras manifestações. Em contrapartida, as mulheres demonstraram serem mais manipuladoras e irritadiças que os homens, fazendo uso de ataques de birra para conseguirem o que desejavam, além de brigar excessivamente. O sexo feminino apresentou, ainda, mais humor deprimido bem como baixa tolerância a frustrações. Os autores concluíram que certos critérios poderiam caracterizar os indivíduos mais agressivos em relação ao gênero.

Algumas explicações para esta diferenciação entre os sexos podem ser encontradas no estudo de Rozee e Koss (2001). Os autores argumentaram que a educação dos homens em relação ao seu papel social se manifesta como o sujeito dominante e agressivo, resultando numa super masculinidade.

Segundo os estudos de Kanin (1985), um grupo mais ativo sexualmente pode relatar crenças que o estupro seria aceitável em certas circunstancias. Também concluiu que os estupradores foram educados em uma cultura masculina erótica, e que procuravam insistentemente encontros sexuais.

Hesmann, Eron e Dubow (2002) mostraram que o traço da agressividade é estável, e quando se manifesta na infância pode indicar a possibilidade de um comportamento criminoso na fase adulta. Os resultados dessa pesquisa mostraram que se uma criança de até nove anos apresentasse comportamentos anti-sociais e problemas de desenvolvimento teria uma alta chance de manifestar comportamentos agressivos quando adultos, se comparada com aquelas em condições diferentes.

Sob outro ponto de vista, Szyndrowski (1999) mostrou que crianças que vivenciaram agressões quando adolescentes e adultas, 80% fugiram de casa e 50% abusaram de drogas e de bebidas alcoólicas. Homens abusaram sexualmente quatro vezes mais em um namoro, e estupraram 25 vezes mais, cometeram mais atos violentos e mais crimes. Em relação às mulheres, houve maior índice de gravidez na adolescência e sofreram agressão sexual quase sete vezes mais.

Pessoas criminosas e não-criminosas diferiram visivelmente em razão de suas características ou traços da personalidade. Gomà-i-Freixanet (1995) identificou, entre os traços mais predominantes, a desinibição, o psicoticismo, a impulsividade, o neuroticismo e a socialização pobre, além do que as pessoas criminosas verbalizavam muito mais ações socialmente não aceitas.

Criminosos e não criminosos da Finlândia e Suécia foram estudados por Pulkkinen, Virtanen, af Klinteberg e Magnusson (2000). Os infratores do sexo masculino com problemas com álcool mostraram maior intensidade no traço de psicopatia, tensão muscular, alta impulsividade e baixa sociabilidade. Em relação ao sexo feminino, foram observadas características semelhantes.

Também pesquisando infratores, Krueger et al. (1994) evidenciaram que eles eram impulsivos, procuravam o perigo e rejeitavam os valores convencionais. Mais ainda, os infratores obtiveram altas pontuações nas escalas que avaliavam sentimentos de alienação, ansiedade, agressão. Nesse mesmo estudo, investigando abusadores de bebidas alcoólicas, concluíram que os abusadores também obtiveram alta pontuação em agressão, alienação e ansiedade.

Com base em auto-relato de universitários estupradores, Lisak e Roth (1990) indicaram como características a falta de empatia, masculinidade hostil, impulsividade, personalidades dominantes e controladoras, sentimentos de poder e raiva. No entanto, não conseguiram chegar a detectar nenhuma psicopatologia, mas relataram que os estupradores violentos e alcoólicos obtiveram maiores pontuações nas escalas de impulsividade, irritabilidade e ansiedade.

Um fato que chamou atenção na literatura é que não foram encontrados estudos que procurassem diferenciar comportamentos que fossem mais característicos de infratores em relação a pessoas que relataram alta agressividade, sem possuírem histórico conhecido de passagem pela polícia. Com isso exposto, evidencia-se a necessidade de mais estudos, com diferentes populações, com o objetivo de melhor caracterizar as diferenças de uso das condutas agressivas.

Objetivou-se, então, verificar o funcionamento diferencial do item para a Escala de Avaliação de Tendência à Agressividade (EATA), em um grupo de infratores e um grupo de universitários. Os dados utilizados neste trabalho foram obtidos em um banco de dados das pessoas que obtiveram maior pontuação na escala. Segundo Sisto (2006), a expressão funcionamento diferencial dos itens (DIF), ou como denominado em inglês, differential item functioning (DIF), se refere ao item de um teste. O DIF busca detectar os itens cuja probabilidade de acertos difere entre distintos subgrupos de uma população dada, cujas pessoas possuem o mesmo nível de habilidade na variável medida.

Nesta pesquisa, caso fossem encontradas diferenças no funcionamento, pretendeu-se verificar quais condutas seriam mais típicas dos universitários com forte tendência â agressividade e quais as das pessoas que cometeram delito.

 

2 Método

2.1 Participantes

Foram estudadas as respostas de dois diferentes grupos. Um dos grupos foi constituído por 42 pessoas, provenientes de um banco de dados com 769 estudantes universitários dos cursos de humanas, exatas e biológicas, de universidades do interior do estado de São Paulo e de Minas Gerais, cuja característica comum era possuírem as maiores pontuações no EATA. Do total, 19% eram do sexo feminino e 81% do sexo masculino. As idades variaram entre 18 e 29 anos, com uma média de 23 anos (DP=2,21) e a distribuição das pessoas pelas idades entre 20-25 foi proporcional, sendo responsável por 80,5% dos participantes desse grupo, o qual  ficou denominado de grupo 2.

No outro estudo, participaram 41 pessoas, que encontram-se em regime de reclusão em uma Instituição no interior do estado de São Paulo, sendo 61% com idade de 18 anos e 39% de 19 anos e, do total, 80,5% eram do sexo masculino. Essas pessoas tinham como características comuns, e diferentemente das outras, histórico conhecido por terem praticados delitos (tráfico de drogas, assalto a mão armada e roubo de carro) quando menores de idade. Nenhum deles tinha o ensino fundamental completo. Sua denominação foi grupo 1.

No geral, foram 83 participantes, como uma média de idade de 20,5 anos (DP=2,65), sendo que 53 pessoas tinham entre 18-19 anos e a idade máxima foi de 29 anos. Do total de participantes, 80,7% eram do sexo masculino.

2.2 Instrumento

A Escala de Avaliação de Tendência à Agressividade (SISTO, 2010) engloba condutas agressivas e cada item informa sobre a tendência de uma pessoa, e sua maior ou menor possibilidade de manifestar agressividade. É uma escala likert de três pontos, constituída por 40 itens e que fornece quatro medidas. Uma delas se refere à avaliação das condutas mais comuns ao sexo masculino, outra às mais comuns ao sexo feminino, uma terceira concernente a condutas comuns a ambos os sexos e, finalmente, uma medida geral de tendência à agressividade. Possui evidência de validade por estrutura interna dos itens, uma pelo funcionamento diferencial do item e, outra, por tipologias. Pode ser aplicada individual ou coletivamente e leva aproximadamente 15 minutos para ser respondida. Trata-se de uma escala para adultos. A precisão do teste foi verificada em todas as subescalas e no teste total. Todos os coeficientes encontrados foram acima de 0,71, calculados pelo alfa de Cronbach, modelo Rasch, e procedimentos de duas metades de Spearman-Brown e Guttman.

2.3 Procedimento

Os participantes do grupo 1 responderam a escala individualmente, em sala especial, pois ainda estavam detidos esperando alvará de soltura. A aplicação no grupo 2 foi coletiva, em sala de aula. Em ambos os grupos a aplicação do instrumento foi feita após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. A duração total da aplicação foi aproximadamente 20 minutos, quando em sala de aula, e de 25 minutos quando aplicado individualmente.

2.4 Resultados

Os coeficientes obtidos pelo alfa de Cronbach e pelo modelo Rasch foi o mesmo (0,92). Esses dados podem ser interpretados como um excelente nível de consistência do instrumento. Ao lado disso, foram calculados os indicadores de ajustes dos dados ao modelo Rasch. Uma síntese desses resultados encontra-se na Tabela 1. Como pode ser visualizado, o erro médio da medida dos itens foi de 0,16 (DP=0,01).

 

Tabela 1 – Parâmetros de ajuste dos itens.

 

Os dados relativos aos itens forneceram uma média do infit de 1,01 (DP=0,30). Esse resultado permite interpretar que, no geral, a maioria deles foi respondida de acordo com o padrão esperado que seria de 1,00. Analisando com mais detalhes esses resultados, constatou-se que os valores infit ficaram entre 0,56-2,30, excedendo o intervalo 0,70-1,50, normalmente considerado como critério de bom ajuste (LINACRE, 2002). O único item com desajuste, que tem implicações na validade do instrumento, teve um infit superior a 2,0, que indica um desajuste muito alto, pois superior a 1,50, valor considerado por Linacre (2002) como limite máximo para aceitação de um item. Por se tratar de uma amostra com características muito específicas, e por se tratar de um único item desajustado, interpretou-se que a variabilidade do infit dos itens esteve entre níveis esperados e que o ajuste está adequado.

Em relação ao outfit o valor médio foi de 1,02 (DP=0,41), sugerindo uma boa adequação ao modelo. Não obstante, os valores variaram entre 0,56-2,59. Foram constatados cinco itens (12,5%) com valores discrepantes, todos eles superiores a 1,50, sendo dois deles com valores superiores a 2,0 (5%). Essa discrepância significa que esses itens tiveram escolhas não esperadas, em razão da tendência agressiva delineada no EATA. Em outros termos, alguns comportamentos foram relatados por pessoas que apresentaram perfis para os quais eles não seriam esperados.

Ao identificar um único item desajustado, em relação ao infit (Tabela 1), constatou-se que seu conteúdo era "Altero o tom de voz quando não sou atendido ou entendido", e se trata de um tipo de intimidação verbal. Essa informação merece ser considerada, pois concerne a uma conduta social, na qual há observadores das mais variadas condições e é interessante observar que não existe uma consistência na utilização desse comportamento pelas pessoas infratoras.

Além dos itens, foram também analisados os dados em relação às pessoas, no que concerne ao ajuste ao modelo Rasch. Os resultados encontram-se na Tabela 2.

 

Tabela 2 – Parâmetros de ajuste das pessoas.

 

As médias, tanto do infit quanto do outfit, estão muito próximas do esperado. Em relação ao infit, constatou-se que seis pessoas (7,23%) indicaram condutas desajustadas ao seu perfil, de acordo com Linacre (2002), cujo valor máximo deve ser de 1,50. Resultado semelhante foi encontrado em relação ao outfit, que acusou sete (8,44%) pessoas com respostas inesperadas em razão da intensidade do comportamento e o perfil apresentado. Nesse contexto, os percentuais de desajuste podem ser considerados baixos, em razão do tipo de pessoas escolhidas para estudo.

Esses mesmos dados foram submetidos a uma análise para verificar se o funcionamento dos itens era significativamente diferente em razão dos dois grupos. Esse estudo foi feito pelo procedimento de Welch, em base ao modelo de Rasch, com nível de significância de 0,05, por meio do programa Winsteps. Os resultados encontram-se na Tabela 3.

 

Tabela 3 - Estatísticas da análise do funcionamento diferencial dos itens.

 

Em uma primeira análise, observou-se que o grupo 1 (infratores) ficou com 10 itens. Englobou dois itens referentes à subescala com itens que não diferenciavam os sexos, cinco itens pertencentes à escala com itens nitidamente masculinos e três itens da subescala com itens preferidos pelas pessoas do sexo feminino. Por sua vez, o grupo 2 (universitários) congregou 14 itens. Também ficou constituído por itens das três subescalas, sendo dois deles pertencentes à subescala com itens que não diferenciavam os sexos, cinco itens pertencentes à escala com itens nitidamente femininos e sete itens da subescala com itens preferidos pelas pessoas do sexo masculino.

O que houve de comum nessa primeira análise foi o fato de ambos os grupos fornecerem condutas das três subescalas do EATA. De diferença, apenas o número de itens de cada grupo, nas subescalas masculinas e femininas, pois a proporção de condutas nitidamente femininas foi muito maior no grupo de universitários (5 para 3) e nos comportamentos claramente masculino foi um pouco menor no grupo de infratores (5 para 7).

Foi realizada uma análise qualitativa, considerando o tipo de condutas mais típico de cada sexo, na expectativa de que as diferenças pudessem ficar mais claras. Assim, o grupo de infratores tendeu a ter comportamentos de dissimulação, persuasão pela mentira (para obter sexo), intimidação por chantagem, intimidação física, condutas ilegais (andar armado, depredar patrimônio público) e a ser vingativo. Por sua vez, as condutas agressivas mais prováveis no grupo universitário se referiram à prática de atos ilegais (carro, sexo com menor de idade, atos fora da norma, ocupar vaga para deficientes físicos), intriga, intimidação social, intimidação verbal, manipulação e a ser bagunceiro.

 

3 Discussão e Considerações Finais

O objetivo do presente estudo foi o de analisar as diferenças de condutas agressivas relatadas por um grupo de infratores, em relação às condutas agressivas de um grupo não infrator, mas considerado altamente agressivo. No entanto, faz-se necessário considerar que, na literatura pertinente, quando as pesquisas compararam grupos de pessoas criminosas e não-criminosas, geralmente utilizaram como constructo psicológico os traços da personalidade. Nesse contexto, foram encontrados traços ligados à impulsividade, socialização pobre, tensão muscular, psicoticismo, ansiedade, inibição, neuroticismo, problemas com álcool, psicopatia. Ao lado disso, informaram também que as pessoas criminosas verbalizavam muito mais ações socialmente não aceitas, procuravam o perigo e rejeitavam os valores convencionais (KRUEGER et al., 1994; GOMÀ-I-FREIXANET, 1995; PULKKINEN; VIRTANEN, AF KLINTEBERG; MAGNUSSON, 2000). Em decorrência, são poucos os estudos que tratam das condutas que caracterizam as pessoas agressivas, o que dificulta a comparação de resultados.

Por outro lado, realizar esse tipo de investigação na realidade brasileira esbarra em uma série de problemas e eles precisam ser comentados, pois os resultados encontrados precisam ser entendidos dentro desse contexto. Ao mesmo tempo, pode possibilitar uma série de questões a serem pesquisadas, com vistas a compreender melhor as condutas agressivas em grupo de criminosos e de não criminosos.

Assim, o grupo de infratores possuía entre 18-19 anos o que indica que seus delitos foram cometidos quando menores, como também, que viveram uma boa parte de sua vida detidos. Uma segunda característica que necessita ser mencionada é o fato de que seu nível de escolaridade era baixo, tendo vivenciado apenas os anos iniciais da escolarização. Algumas das peculiaridades desse grupo, como baixa escolaridade, as idades e altos níveis de agressividade declarada dificultaram grandemente encontrar grupos semelhantes. Os dados de ensino médio, de pessoas com altos níveis de condutas agressivas normalmente tiveram passagem pela polícia, mesmo que de menor escala, de acordo com informação de seus professores.

Em razão disso, optou-se por um grupo contraste em vários aspectos, mas que tivessem em comum a característica relevante ao estudo e muito pouco explorada na literatura. Assim, os dados desse grupo de infratores foi contrastado com outro, retirado de um banco de dados de estudantes universitários, com uma variação etária também muito maior, se comparado com o outro grupo. O que esse grupo apresentava de especial era uma quantidade de condutas agressivas bastante alta. De fato eram os que mais apresentaram condutas agressivas de um banco de dados da EATA.

Em relação aos estudos psicométricos do instrumento, tanto os dados quanto os resultados relativos aos itens e às pessoas, ficaram de acordo com o padrão esperado. Analisando com mais detalhes os itens e pessoas com desajustes verificou-se que seu número, em ambos os casos, foram poucos, principalmente quando se considera que as pessoas estudadas relataram uma quantidade de condutas agressivas muito maior que a população estudada no banco de dados. Em relação ao outfit, o valor médio tanto das pessoas quanto dos itens sugeriu uma boa adequação ao modelo. O número de itens com valores discrepantes foi pequeno o suficiente para aceitar o bom ajuste, principalmente quando se considera que se tratava de grupos minoritários.

Um dado importante de comentar foi o resultado do funcionamento diferencial dos itens em razão das subescalas do EATA, pois ambos os grupos forneceram condutas das três. Observou-se uma pequena diferença no que se refere ao número de itens de cada grupo, nas subescalas masculinas e femininas, pois a proporção de comportamento claramente masculino foi um pouco menor no grupo de infratores e nas condutas nitidamente femininas foi muito maior no grupo de universitários. Esse resultado parece indicar que a utilização de uma categoria ou outra de condutas não estaria relacionada à delinqüência, mas a outros fatores que mereceriam mais estudos.

O infit constatou um item desajustado. O conteúdo desse item era "Altero o tom de voz quando não sou atendido ou entendido". Esse item pode ser considerado como uma conduta intimidadora, sendo que Geen (2002) relatou comportamentos agressivos contra o agente frustrante responsável ou não pelo insucesso. Mas o fato que merece destaque é que essa conduta é mais freqüente nos universitários.

Os itens que apresentaram funcionamento diferencial no grupo um (infratores) se relacionavam com comportamentos tais como dissimulação, intimidação física, condutas ilegais, intrigas, vingança e bagunça. Mais especificamente, apenas os comportamentos de intimidação física e vingança foram exclusivos desse grupo. Estudando os traços de personalidade Gomà-i-Freixanet (1995) encontrou em criminosos traços como impulsividade e verbalizavam a busca por ações não socialmente aceitas, mas não faz referência e essas condutas específicas estudadas. Ao lado disso, ainda que não se referindo a criminosos e não criminosos, Loeber, Farrington, Stouthamer-Loeber e Van Kammen (1998) verificaram comportamentos de desonestidades, intimidação, mentira e destruição de propriedade. Ainda, Krueger et al (1994) encontraram em seu estudo com infratores que eles eram impulsivos, procuravam o perigo e também rejeitavam valores convencionais.

De certa forma, essas condutas descritas foram encontradas em grupos de infratores e universitários altamente agressivos, porém sem história conhecida de passagem pela polícia. Esses dados sugerem a necessidade de se buscar mais dados, pois condutas que deveriam ser típicas de criminosos, também foram encontradas em pessoas aparentemente não criminosas.  

Em relação ao grupo dois (universitários), os comportamentos apresentados foram os de dissimulação, condutas ilegais, intrigas, bagunça, manipulação, agressão verbal, como também de irritar e aproveitar a fraqueza dos outros. O único comportamento encontrado apenas nesse grupo foi o de produzir irritação nas outras pessoas. Nesse sentido, Sisto, Bartholomeu, Rueda e Granado (2005) encontraram o comportamento de importunar as pessoas em uma pesquisa com universitários.

Ao lado disso, há que se considerar também que os dois grupos apresentaram condutas relacionadas a condutas ilegais, mas o conteúdo das condutas é bastante diferente. Assim, o grupo de infratores relatou alta frequência em relação a andar armado e depredar patrimônio público, enquanto os universitários indicaram condutas relacionais a dirigir o carro embriagado e oferecendo perigo aos outros, sexo com menor de idade, atos fora da norma, ocupar vaga para deficientes físicos. Também se diferenciaram em relação às condutas de intimidação, pois os infratores preferiram intimidação física e por chantagem, diferentemente dos universitários que optaram por intimidação social e verbal.

No geral, apenas alguns comportamentos favorecem mais um grupo do que a outro, sendo que os relativos ao primeiro grupo foram intimidação física, intimidação por chantagem e vingança; e, para o grupo de universitários apenas o de irritar os outros. Deve-se considerar que outros comportamentos foram observados e foram comuns a ambos os grupos, mesmo que alguns possuam diferenças qualitativas importantes em relação aos tipos de condutas escolhidos.

Umas das limitações desse estudo é a baixa quantidade de pessoas do sexo feminino, pois os homens se envolvem mais em situações de agressões do que as mulheres sejam elas físicas, discussões, ameaças ou ate mesmo intimidações, o que de certa forma corrobora um dado observado a mais de uma década por Waiselfisz (1998). Para explicar tal situação, Rozee e Koss (2001) apontaram que o papel social masculino se manifesta como dominante e agressivo. Outro fato a considerar, é a idade dos infratores que variaram apenas entre 18 e 19 anos, enquanto a dos universitários teve uma gama maior. Com isso exposto, sugerem-se novas pesquisas, com um maior intervalo de idade entre o grupo de infratores. Ainda, novos estudos sobre os comportamentos agressivos se fazem necessários devido ao grande aumento da violência, já que os inibidores sociais não parecem mais ser tão eficientes como antigamente.

 

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Endereço para correspondência
Fermino Fernandes Sisto
Rua Alexandre Rodrigues Barbosa, 45, Itatiba, CEP 13251-900, São Paulo, Brasil
Endereço eletrônico: fermino.sisto@gmail.com
Dario Cecilio Fernandes
Endereço eletrônico: dario.fernandes@gmail.com
Fernando José Silveira
Endereço eletrônico: silveirafjs@gmail.com

Recebido em: 13/09/2010
Reformulado em:03/02/2011
Aceito para publicação em: 07/02/2011
Acompanhamento do processo editorial: Adriana Benevides Soares

 

 

Notas

* Doutor pela Universidad Complutense de Madrid. Livre docente e professor Titular aposentado pela Unicamp e docente do curso de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco, campus Itatiba-SP. Bolsista produtividade do CNPq.
** Psicólogo formado pela Universidade São Francisco. Foi bolsista de Iniciação Científica FAPESP. Mestrando em Psicologia pela Universidade São Francisco. Bolsista CNPq.
*** Formado pela Universidade do Vale do Sapucaí. Especialista em neuropsicologia pelo HC-FMUSP. Mestre e doutorando em Psicologia na Universidade São Francisco.