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Estudos e Pesquisas em Psicologia

versão On-line ISSN 1808-4281

Estud. pesqui. psicol. vol.20 no.1 Rio de Janeiro jan./abr. 2020

http://dx.doi.org/10.12957/epp.2020.50795 

Estudos e Pesquisas em Psicologia
2020, Vol. 01. doi:10.12957/epp.2020.50795
ISSN 1808-4281 (online version)

 

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

 

Estilos e Práticas Educativas Parentais e Desempenho Escolar em Adolescentes de Ensino Médio

 

Parenting Educational Styles and Practiced School Performance of Adolescents in High School

 

Estilos Parentales y Prácticas Educativas y Rendimiento Escolar en Adolescentes de Enseñanza Secundaria

 

Ângela Maria Horn*, I; Kélin Aparecida da Silva**, I; Naiana Dapieve Patias***, II
I Faculdade Meridional - IMED, Passo Fundo, RS, Brasil
II Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, Santa Maria, RS, Brasil
Endereço para correspondência

 

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo verificar a correlação e associação entre desempenho escolar e a percepção de responsividade e exigência parental em adolescentes. Além disso, verificou-se diferenças por sexo e faixa etária nos construtos investigados. Participaram 432 adolescentes, 57% do sexo feminino de idades entre 15 e 18 anos (M = 16,32; DP = 0,86). Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, de caráter descritivo e correlacional. Os dados foram obtidos por meio de questionário sociodemográfico, médias nas notas escolares e Escala de Responsividade e Exigência parental. Análises descritivas, correlação de Spearman, teste U de Mann-Whitney Qui-quadrado foram realizados. No geral, houve correlação significativa e negativa entre desempenho escolar e exigência materna, além de correlação positiva entre responsividade materna, paterna e desempenho escolar. Apenas no desempenho escolar houve diferenças estatisticamente significativas por faixa etária, tendo os adolescentes mais novos, maior desempenho escolar. Os pais foram classificados, em sua maioria, como negligentes, seguido de autoritativos/competentes. A classificação entre alto e baixo desempenho escolar com os estilos parentais não demonstrou diferenças estatisticamente significativas. Embora as estratégias educativas tenham papel significativo no desempenho escolar, outros fatores estão associados a ele, devendo ser investigados.

Palavras-chave: estilos parentais, desempenho escolar, adolescente.


ABSTRACT

This study aimed to verify the correlation and association between school performance and the perception of parental responsiveness and demandingness in adolescents. In addition, differences by gender and age were investigated considering the constructs. Participants were 432 adolescents, 57% female, aged from 15 to 18 years (M = 16.32, SD = .86). It is a quantitative, cross-sectional, descriptive, and correlational study. Data were collected using a sociodemographic questionnaire, averages in school grades, and Parental Responsiveness and Demandingness Scale. Descriptive analyzes, Spearman correlation, Mann-Whitney U test, and chi-square were performed. Overall, there was a significant and negative correlation between school performance and maternal demandingness, as well as a positive correlation between maternal and paternal responsiveness and school performance. The parents were classified, mostly, as negligent, followed by authoritative/competent. The classification between high and low school performance with parental styles did not show statistically significant differences. Although educational strategies play a significant role in school performance, other factors are associated with it and should be investigated.

Keywords: parenting styles, school performance, adolescent.


RESUMEN

El presente estudio tuvo como objetivo verificar la correlación y asociación entre el rendimiento escolar y la percepción de capacidad de respuesta y exigencia parental en adolescentes. Además, se verificaron diferencias por género y grupo de edad en los conceptos investigados. Los participantes fueron 432 adolescentes, el 57% del sexo femenino y entre 15 y 18 años (M = 16,32; DE = 0,86). Se trata de un estudio cuantitativo, transversal, de carácter descriptivo y correlacional. Los datos fueron obtenidos por medio de cuestionario sociodemográfico, medias de las notas escolares, y Escala de Capacidad de Respuesta y Exigencia parental. Se realizaron análisis descriptivos, correlación de Spearman, prueba U de Mann-Whitney y chi-cuadrado. En lo general, se identificó una correlación significativa y negativa entre rendimiento escolar y exigencia materna, además de correlación positiva entre capacidad de respuesta materna, paterna y rendimiento escolar. Sólo en el rendimiento escolar se constataron diferencias estadísticamente significativas por grupo de edad, teniendo los adolescentes más jóvenes mayor rendimiento escolar. Los padres fueron clasificados, en su mayoría, como negligentes, seguido de autoritarios/competentes. La clasificación entre alto y bajo rendimiento escolar con los estilos parentales no demostró diferencias estadísticamente significativas. Aunque las estrategias educativas desempeñan un papel significativo en el rendimiento escolar, otros factores se asocian a ello, que deben ser investigados.

Palabras clave: estilos parentales, rendimiento escolar, adolescente.


 

 

Na contemporaneidade, uma das grandes preocupações dos pais refere-se à educação dos filhos. Tais preocupações ocorrem ao longo do desenvolvimento sendo influenciadas por fatores relacionados aos próprios pais (por exemplo, educação recebida pelos próprios pais e/ou cuidadores, personalidade, nível socioeconômico, presença/ausência de transtorno mental etc) e, também, dos filhos (por exemplo, temperamento da criança, sexo, idade), além da cultura e do contexto histórico em que a família está inserida (Mondin, 2008; Patias, Siqueira, & Dias, 2012; Patias, Siqueira, & Dias, 2013; Reppold, Pacheco, Bardagi, & Hurtz, 2002; Toni & Hecaveí, 2014).

Uma das formas de estudar a interação parental refere-se às práticas educativas parentais e os estilos educativos parentais. Embora estejam diretamente associados, as práticas e estilos podem ser caracterizados de forma particular (Cassoni, 2013). As práticas são estratégias específicas que os pais utilizam para educar os filhos e podem incluir o uso da punição, da ameaça, do diálogo e/ou recompensas (Cecconello, De Antoni, & Koller, 2003; Reppold, Pacheco, & Hutz, 2005). Já os estilos referem-se ao padrão de comportamento dos pais e mães criado pelo conjunto das suas atitudes, no qual se incluem as práticas educativas parentais (Darling & Steinberg, 1993).

Pesquisadores nacionais têm avaliado os estilos parentais a partir de duas dimensões: (a) exigência: refere-se ao controle parental, mais especificamente ao controle por meio de regras e/ou punição e (b) responsividade: refere-se à comunicação dos pais e a afetividade para com os filhos (Hutz & Bardagir, 2006; Teixeira, Oliveira, & Wottrich, 2006). Por meio do cruzamento destas dimensões, têm-se quatro estilos parentais, que são padrões de comportamentos dos pais. Os pais autoritários possuem alta exigência e baixa responsividade. Os permissivos, baixa exigência e alta responsividade. Já os autoritativos/competentes alta exigência e responsividade. Por outro lado, os negligentes, baixa exigência e responsividade (Maccoby & Martin, 1983).

No que diz respeito, de maneira específica, à educação de adolescentes, observa-se na literatura, mudanças na qualidade do relacionamento da família com filhos adolescentes, o que modifica também, de maneira substancial, a maneira como os pais e/ou cuidadores educam os seus filhos (Ebbert, Infurna, & Luthar, 2019). De fato, da infância para a adolescência há a tendência de que os pais flexibilizem algumas regras e atuem de maneira menos hierárquica com os adolescentes que estão construindo sua autonomia rumo à independência adulta. Para tanto, certas regras e exigências que eram necessárias na infância, não serão mais na adolescência. No entanto, os pais continuam supervisionando os seus filhos e os apoiando de forma que possam fazer escolhas mais assertivas, principalmente no auxílio às decisões importantes como as que dizem respeito à escolarização (Patias, Debon, Zanin, & Siqueira, 2018; Pratta & Santos, 2007). No entanto, nem sempre essa maior flexibilização é fácil para os pais, sendo que pode haver uma diminuição da confiança e da comunicação do ensino fundamental para o ensino médio - da infância para a adolescência (Ebbert et al., 2019).

Quando são analisados os efeitos da relação entre pais e adolescentes, há uma série de impactos ao desenvolvimento. Por exemplo, estudos sugerem que práticas coercitivas, que utilizam da punição ou força física, estão correlacionadas com problemas de comportamento e saúde mental em adolescentes. Por outro lado, práticas não coercitivas, que se utilizam do diálogo, da explicação, do afeto e do respeito auxiliam na autoestima e internalização de regras e normas (Mondin, 2008, Patias et al., 2012; 2013).

No entanto, os efeitos das práticas parentais também podem ser observados em outros contextos do desenvolvimento, como a escola (Patias et al., 2012). Uma pesquisa realizada com pais e/ou cuidadores de adolescentes e seus professores, sugeriu correlação positiva entre práticas parentais que combinam controle e afeto com competência acadêmica, indicando que pais que utilizam de regras e também do afeto auxiliam na melhora do desempenho escolar de seus filhos (Martins, Nunes, Faraco, Manfroi, Vieira, & Rubin, 2014).

Embora vários fatores (por exemplo, tipo de escola - privada ou pública, escolaridade dos pais, gênero, recursos físicos e financeiros da escola, formação e método dos professores (Moraes & Belluzzo, 2014), histórico de reprovações, habilidades sociais e percepção de apoio social (Fernandes, Leme, Elias, & Soares, 2018) contribuam para o melhor ou pior desempenho escolar, as práticas educativas parentais são um dos aspectos importantes que merecem atenção (Toni & Hecaveí, 2014). Neste sentido, o estilo parental autoritativo/competente, que engloba alta exigência e alta responsividade associa-se a níveis mais altos de desempenho dos adolescentes, embora esses resultados possam ser diferentes de acordo com a cultura, etnia e status socioeconômico (Spera, 2005).

Por exemplo, levando em consideração a cultura e etnia, no Paquistão, um estudo com 100 escolares com idade entre 9 e 17 anos, teve como objetivo relacionar o estilo parental autoritário e o desempenho acadêmico (Rauf & Ahmed, 2017). Os resultados revelaram que o estilo em questão afeta negativamente o desempenho escolar em estudantes, no qual representou 38% de variação nos escores. Os pesquisadores levaram em consideração que a dominação e a prática de poder, que são características da parentalidade autoritária, exigem que as crianças sigam rigorosamente a regras e regulações podendo prejudicar a sua confiança e frustrando a autoestima. Desta forma, este estudo sugeriu que atitudes excessivamente rígidas e exigentes podem prejudicar o nível de aproveitamento escolar (Rauf & Ahmed, 2017).

Na Espanha, estudiosos conduziram uma pesquisa acerca da relação dos estilos parentais com o desempenho escolar (Fernández-Alonso, Álvarez-Díaz, Woitschach, Suárez-Álvarez, & Cuesta, 2017). A amostra foi composta por 26.543 estudantes espanhóis com idade média de 14,4 (DP = 0,75). Os alunos cujos pais apresentaram um perfil de envolvimento familiar menos controlador tenderam a demonstrar melhores resultados do que aqueles de lares com um estilo mais controlador/autoritário. Estes resultados indicaram que estilos parentais menos intervencionistas, que incentivam a autonomia das crianças, estão associados a melhores resultados acadêmicos, sugerindo a necessidade de encontrar um equilíbrio adequado entre a ajuda que os pais dão aos filhos e o apoio e incentivo a autonomia (Fernández-Alonso et al., 2017).

Resultados divergentes foram encontrados em um estudo nacional com crianças. Tal estudo indicou que quanto maior a frequência da participação de ambos os pais nas atividades escolares e a comunicação pais-filhos, melhor o desempenho escolar quanto à leitura, escrita e aritmética (Cia, Pamplin, & Williams, 2008). Por outro lado, outro estudo nacional indicou associações positivas entre as práticas parentais ligadas a afeto e autonomia e rendimento escolar e correlações negativas entre excessiva fiscalização e proteção e desempenho escolar (Camacho & Matos, 2007). Ao investigar as relações entre competência social, práticas educativas parentais e o rendimento escolar em adolescentes, nos quais foram comparados dois grupos, um considerado com alto e outro com baixo desempenho escolar, observou-se que adolescentes com alto desempenho escolar tinham pais que utilizavam práticas educativas positivas, que auxiliam no desenvolvimento de comportamentos pró-sociais (Sapienza, Aznar-Farias, & Silvares, 2009).

Outras evidências que conectam o estilo parental acolhido à atitude do adolescente em face às suas atividades acadêmicas foram encontradas. O estudo verificou que o estilo parental autoritativo/competente das mães motivavam adolescentes nas atividades de classe e insistência nas tarefas escolares. Os resultados ainda sugerem que a aprendizagem está positivamente relacionada ao estilo autoritativo/competente, que combina alta exigência e alta responsividade (Damasceno, Padilha, Lima, Brito, & Fonsêca, 2016). Embora estudos tenham indicado as relações entre responsividade e exigência e desempenho escolar, há divergências quanto aos resultados, indicando que podem haver especificidades quanto as amostras investigadas. De fato, as práticas educativas são influenciadas pelos contextos sociais e culturais em que se desenvolvem e diferenciam-se de acordo com a idade e desenvolvimento dos filhos (Toni & Hecaveí, 2014; Weber, Salvador, & Branbenburg, 2018). Desta forma, o presente estudo teve como objetivo verificar a correlação entre desempenho escolar e a percepção de responsividade e exigência parental em adolescentes. Além disso, verificou-se diferenças por sexo e faixa etária nos construtos investigados. Ainda, buscou-se associar o desempenho escolarcom os estilos paternos e maternos.

 

Método

Participantes

Estudo quantitativo, transversal, de caráter descritivo e correlacional. Participaram 432 adolescentes, 247 (57%) do sexo feminino de idades entre 15 e 18 anos (M = 16,32; DP = 0,86), de duas escolas públicas de uma cidade do norte do estado do Rio Grande do Sul, escolhidas por conveniência. O número de adolescentes participantes foi calculado considerando-se o número de alunos matriculados no ensino médio da cidade, considerando-se erro amostral de 5%. Os adolescentes eram estudantes do 1º ao 3º ano do ensino médio sendo que 210 estudavam no 1º ano (47%), 127 alunos no 2º ano (29%) e 95 no 3º ano (22%). 234 adolescentes provinham de escolas de turno integral (54%) e 197 de turno regular (46%). No que diz respeito à reprovação, 81 (19%) dos alunos autorrelatou que já teve, pelo menos, uma reprovação. Quanto à família, 246 dos adolescentes são de famílias nucleares (57%), 110 vivem com o tio, tia, avó, pai ou mãe adotivo (26%), 9% é de família monoparental feminina, 7% de famílias reconstituídas ou reconfigurada e 1% de família monoparental masculina.

Instrumentos

Questionário sociodemográfico. Construído especialmente para o projeto do qual este estudo faz parte. O questionário possuíaquestões referentes à idade, sexo, nível de ensino, configuração familiar, entre outros.

Escala de Responsividade e Exigência parental (Teixeira, Bardagi, & Gomes, 2004). Avalia dimensões de exigência e responsividade parentais percebidas entre adolescentes. O instrumento possui 24 afirmativas respondidas por meio de escala tipo Likert de cinco pontos, indicando a intensidade ou frequência das atitudes e comportamentos do pai (ou figura paterna) e da mãe (ou figura materna), separadamente. Os 12 primeiros itens referem-se à dimensão exigência e os 12 itens seguintes à dimensão responsividade. Os índices alpha de Cronbach na versão do instrumento foram de 0,78 a 0,93.

A avaliação do desempenho escolar foi realizada por meio da média geral (nota) por área de conhecimento correspondente ao primeiro, segundo e terceiro trimestre do ano letivo de 2017.

Procedimentos

Mediante a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Meridional/IMED, a pesquisadora iniciou a coleta de dados, visando selecionar os participantes que preencheriam os critérios de inclusão da pesquisa. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos pais e/ou responsáveis, os adolescentes assinaram o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE). O início da coleta de dados deu-se após combinações com as escolas sobre local e data de acordo com possibilidades das mesmas. Na coleta de dados, a pesquisadora informou os objetivos, o sigilo da identidade do participante e a liberdade do mesmo de retirar-se da pesquisa se assim desejasse sem quaisquer prejuízos. Esses direitos foramassegurados ao participante por meio do TCLE redigido de acordo com as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos (Resoluções n.º 466/2012 e 510/2016). Após, foi realizado um encontro presencial, com vistas a responder aos instrumentos da pesquisa. De forma coletiva nas dependências das escolas, primeiramente foram apresentados os objetivos da pesquisa e, em caso afirmativo, houve a assinatura do Termo de Assentimento. Após, foi entregue aos adolescentes para preenchimento o questionário sociodemográfico e aplicada a Escala de Responsividade e Exigência Parental (Teixeira et al., 2004). As notas foram obtidas por meio das secretarias da escola com o consentimento dos participantes.

Análise de dados

Primeiramente, foram coletadas as médias das notas escolares por trimestre. Na escola A, de turno integral, as notas eram por disciplinas. Já na escola B, as notas finais eram por área, no entanto, ao longo dos trimestres, as mesmas era por disciplinas, o que possibilitou que as notas por disciplinas fossem obtidas. Após isso, optou-se por transformar ambas as notas de ambas as escolas em quatro grandes áreas, de acordo com a escola B. As notas dos três trimestres de cada disciplina foram somadas. Após, a nota geral de cada disciplina foi somada para derivar a área, a saber: Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química), Ciências Humanas (Filosofia, Geografia, História e Sociologia), Linguagens (Arte, Educação Física, Literatura, Língua Estrangeira Moderna – Inglês e Língua Portuguesa) e Matemática. As notas do Ensino religioso não foram somadas, pois na escola B alguns alunos optaram por não fazê-la. As médias por área foram somadas e divididas pelo número de áreas. Após, foi realizada a média total das notas.

No que diz respeito aos escores em exigência e responsividade parental, os mesmos foram utilizados para determinar os estilos parentais, de acordo com estudos anteriores (Pacheco, Silveira, & Schneider, 2008; Patias et al., 2018). Os pais (pais e mães) que apresentavam alto nível em responsividade e exigência foram classificados como autoritativos ou competentes; os pais que apresentavam baixos níveis em ambas as dimensões foram classificados como negligentes; já os pais que apresentavam baixa responsividade e alta exigência, foram classificados como autoritários e os que apresentavam alta responsividade e baixa exigência como permissivos. As divisões em alta e baixa responsividade e exigência foram realizados pela mediada da amostra.

Neste processo, os escores de exigência e responsividade foram combinados para determinar o estilo parental do casal. No entanto, escores nas dimensões responsividade e exigência, separadamente, para pai e mãe, também foram investigados. Análises de frequência dos estilos parentais foram realizadas, bem como teste U de Mann-Whitneya fim de comparar se haviam diferenças estatisticamente significativas entre dimensões da parentalidade (responsividade e exigência) por sexo e faixas etárias.

Análises descritivas (médias e desvios-padrão) foram realizadas com o intuito de verificar a média, desvio padrão, mínimo e máximo em cada construto. Testes U de Mann-Whitney foram realizadas com o intuito de comparar as médias nos escores de desempenho escolar, na responsividade e exigência parental por sexo e faixa etária. Com o objetivo de verificar se havia correlação entre desempenho escolar e responsividade e exigência, correlação de Spearman foi realizada. Por fim, Qui-quadrado foi realizado com o intuito de classificar os adolescentes no que diz respeito ao desempenho escolar (distribuídos pelos quartis) e estilos parentais maternos e paternos. O grupo 1, primeiro quartil, corresponde aos adolescentes com média de 31,53 a 69,39 (n = 108). O segundo quartil corresponde às médias de 69,40 a 77,70 (n = 108), o terceiro, por sua vez, corresponde as médias de 77,71 a 85,43 (n = 108) e, por fim, no quarto grupo, estão os adolescentes com média acima de 85,44 (n = 108). Análises não paramétricas foram realizadas devido a não normalidade na distribuição das variáveis investigadas.

 

Resultados

Foram realizadas análises descritivas dos construtos investigados. A Tabela 1 indica mínimo e máximo nos escores, além das médias e desvios-padrão do desempenho escolar, responsividade e exigência maternas e paternas.

 

 

Análises U de Mann-Whitney foram realizadas com o intuito de investigar as diferenças nos construtos desempenho escolar, exigência e responsividade parental por sexo e faixas etárias. No que diz respeito ao desempenho escolar, houve diferença por faixa etária sendo que adolescentes mais novos possuem melhor desempenho escolar do que os adolescentes mais velhos (U = 18560,0; p = 0,003) com tamanho de efeito d = 0,34. No entanto, não houve diferenças estatisticamente significativas no desempenho escolar por sexo.

Já que no diz respeito à responsividade e exigência parental, não houve diferença estatisticamente significativa nos construtos em relação ao sexo nem em relação à faixa etária. A correlação de Spearman foi realizada com o intuito de verificar a associação entre desempenho escolar, exigência materna e paterna e responsividade materna e paterna. O resultado da correlação indicou haver associação negativa e fraca entre desempenho escolar e exigência materna (rho = -0,12; p = 0,01) e associação positiva e fraca entre desempenho e responsividade materna (rho = 0,14; p = 0,005) e responsividade paterna (rho = 0,13; p = 0,008).

Quanto à classificação dos estilos parentais paternos e maternos, 154 (36%) dos pais foi classificado como negligentes, seguido de 143 (33%) autoritativos/competentes, 71 (16%) permissivos e 64 (15%) autoritários. Já as mães foram classificadas, em sua maioria, como 137 (32%) negligentes, 130 (30%) autoritativas/competentes, 83 (19%) autoritárias e 82 (19%) permissivas. Os resultados do teste Qui-quadrado, com o intuito de classificar o desempenho dos adolescentes por estilos parentais maternos e paternos, indicam não haver diferenças estatisticamente significativas no desempenho escolar por estilo parental percebido materno (X2 = 16,65; gl =9; p= 0,054) nem paterno (X2 = 7,28; gl = 9; p = 0,61), conforme indicam as Tabelas 2 e 3.

 


Nota. Grupo 1: adolescentes com média de 31,53 a 69,39; Grupo 2: médias de 69,40 a 77,70; Grupo 3: médias de 77,71 a 85,43; Grupo 4: médias a partir de 85,44.

 


Nota. Grupo 1: adolescentes com média de 31,53 a 69,39; Grupo 2: médias de 69,40 a 77,70; Grupo 3: médias de 77,71 a 85,43; Grupo 4: médias a partir de 85,44.

 

Discussão

O objetivo desse estudo foi investigar a correlação e associação entre desempenho escolar e a percepção de responsividade e exigência parental em adolescentes. Além disso, verificaram-se diferenças por sexo e faixa etária nos construtos investigados. No geral, os resultados indicaram que adolescentes mais novos possuem maior desempenho escolar do que os adolescentes mais velhos. Neste sentido, os resultados corroboram alguns estudos que indicam que adolescentes mais velhos têm pior desempenho escolar do que os mais novos (Martins et al., 2014; Navarro, García-Rubio, & Olivares, 2015). A hipótese para tal diferença pode relacionar-se ao fato de que os adolescentes, com o passar dos anos, enfrentam novas demandas e outros interesses, como os relacionamentos afetivos, que acabam influenciando na queda de seu rendimento escolar.

Ainda sobre o desempenho escolar, o estudo não demonstrou diferenças em relação ao sexo. No entanto, esse dado vai de encontro com outros estudos que encontraram correlação entre desempenho e sexo. No estudo de Martins et al. (2014), o mesmo indicou haver diferenças no desempenho entre meninos e meninas, tendo as últimas maior competência acadêmica. Semelhantemente, diferenças por sexo foram encontradas em adolescentes de ensino médio (Fragoso, Benítez, Rodríguez, & Olán, 2018). Este resultado pode indicar que tanto meninos, quanto as meninas, tem se dedicado de maneira semelhante aos estudos, o que pode decorrer do fato de que a sociedade tem se modificado no que diz respeito aos papéis sociais que são esperados de cada gênero, diferentemente do que era em décadas anteriores.

Sobre a responsividade e exigência parental, as análises indicaram haver correlação negativa e fraca entre desempenho e exigência materna. Assim, quanto maior a percepção de exigência materna, menor o desempenho escolar. Embora o resultado do presente estudo esteja de acordo com estudos anteriormente realizados (Fernández-Alonso et al., 2017; Rauf & Ahmed, 2017), ele também diverge de outros estudos que indicam que o nível de exigência estaria relacionado ao desempenho acadêmico (Damasceno et al., 2016). Embora a exigência seja um aspecto importante no desenvolvimento, pois se pode pensar que mães exigentes cobrariam de seus filhos adolescentes algumas atitudes diante dos estudos, parece que, no estudo atual, a responsividade tem maior importância no desempenho dos alunos.

De fato, no presente estudo, tanto a responsividade materna quanto a paterna correlacionaram-se positivamente com o desempenho escolar. Embora a correlação seja fraca, os resultados sinalizam para a importância de práticas de educação que possibilitem o diálogo, pois auxiliam no desempenho escolar de adolescentes. Assim, mais do que a cobrança (exigência), atitudes de diálogo, escuta atenta e afeto possibilitam um melhor rendimento escolar, o que contraria dados do senso comum e de muitos educadores que entendem que os pais devem exigir muitos dos adolescentes.

De forma geral, os resultados do estudo atual e de outros estudos anteriores (Cia & Barham, 2004; Cia et al., 2008; Sapienza et al., 2009) apontam a importância tanto do envolvimento materno quanto paterno para o desempenho escolar, principalmente um envolvimento permeado pelo diálogo que se refere a dimensão da responsividade. Pais e mães que apresentam um nível alto de responsividade tendem a apresentar atitudes de aceitação e compreensão, além de manter uma boa comunicação com os filhos, fatores auxiliares na construção da autonomia, confiança e regulação do comportamento de adolescentes (Justo & Lipp, 2010; Osti, 2016). Atitudes mais afetivas dos genitores contribuem para que os filhos venham a desenvolver hábitos de estudo, possivelmente pela construção da comunicação entre os pais e adolescentes, permitindo que estes expressem suas necessidades e dificuldades e, conjuntamente, encontrem soluções para as questões enfrentadas pelos jovens (Pacheco et al., 2008; Rinhel-Silva, Constantino, & Rondini, 2012).

Sobre a responsividade e exigência parental por sexo e faixas etárias, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. Este dado contraria e também corrobora alguns resultados de estudos anteriores (Martins et al., 2014; Rinhel-Silva et al., 2012; Sampaio, 2007; Weber, Prado, Viezzer, & Brandenburg, 2004). Sobre o sexo, pode-se hipotetizar que, atualmente, esteja havendo mudanças culturais e sociais relacionadas a uma educação mais igualitária entre os sexos. No entanto, há de se considerar novos estudos para tal constatação. A respeito das faixas etárias, ressalta-se que apenas adolescentes foram incluídos na amostra e, mesmo que possa haver diferenças desenvolvimentais entre adolescentes mais novos quando comparados com os mais velhos, talvez elas sejam imperceptíveis. Dessa forma, parece que os pais utilizam estratégias semelhantes quando educam adolescentes, mesmo que no início ou final da adolescência. Ainda, é importante compreender que a idade é apenas um critério etário, sendo possível que hajam vivências individuais da adolescência que independem da idade.

Quanto à classificação geral quanto aos estilos parentais, a maior parte dos pais e das mães foram classificados como negligentes, seguido de autoritativos/competentes. Se, por um lado, há uma preocupação em relação à percepção de negligência dos pais (pela baixa exigência e baixa responsividade), por outro lado, há vários pais e mães que foram classificados como autoritativos/competentes (alta exigência e alta responsividade). A negligência, no Brasil, tem sido apontada como o principal tipo de violência contra crianças e adolescentes, ao modo que os impactos causados no desenvolvimento infantil e adolescente afetam significativamente o comportamento na vida adulta estabelecendo-se como grave problema social e evidenciando os pais como os principais responsáveis (Nunes & Sales, 2016).

Por outro lado, seguido dos pais negligentes, os autoritativos apresentam destaque, sendo o melhor estilo parental em termos de consequências desenvolvimentais, pois são pais que apresentam alta exigência e alta responsividade. Neste sentido, as pesquisas demonstraram que o acompanhamento, a comunicação, a baixa negligência e uso de regras consistentes colaboravam para um desenvolvimento escolar adequado (Damasceno, et al., 2016; Sapienza et al., 2009). Tais atributos são fatores protetores no desenvolvimento da criança e do adolescente, os quais possibilitam discriminar contextos, desenvolver repertórios e resolver problemas, contribuindo para a adaptação escolar (Toni & Hecaveí, 2014). Achados da literatura internacional revelam que adolescentes que percebem seus pais como disponíveis e com alto monitoramento atribuem mais autoridade a eles, obedecendo a suas orientações mesmo quando discordam delas (Cumsille, Darling, Flaherty, & Martínez, 2009).

Quando classificados os estilos parentais por desempenho escolar, não há diferenças estatisticamente significativas, nos estilos, no que diz respeito ao melhor ou pior desempenho escolar. Este aspecto contraria resultados de estudos anteriores que afirmam que pais/mães dos adolescentes com maior desempenho escolar apresentam menor uso de práticas negativas, enquanto os pais/mães dos adolescentes com baixo desempenho apresentam-se mais negligentes - menos disciplina e diálogo (Cia & Barham, 2004; Fernández-Alonso et al., 2017; Martins et al., 2014; Sapienza et al., 2009; Toni & Hecaveí, 2014; Rauf & Ahmed, 2017; Zahedani, Rezaee, Yazdani, Bagheri, & Nabeiei, 2016). Os resultados do presente estudo podem indicar que, nessa amostra, há outros fatores que estão relacionados ao desempenho e que possuem maior importância do que os estilos parentais. No entanto, também se pode hipotetizar que o fato de não haver associação entre o desempenho escolar e os estilospode estar relacionado a forma como o desempenho escolar foi medido. A utilização das médias nas notas escolares, embora seja o único meio possível, não é o ideal, pois há diferenças na maneira como as avaliações são realizadas, bem como influências subjetivas na correção de provas e trabalhos de alunos por professores, turmas e escolas, sendo necessários que estudos futuros investiguem o construto com escalas padronizadas.

 

Considerações finais

As análises mostraram que quanto mais exigente a mãe, pior o desempenho escolar dos adolescentes e quanto maior a responsividade materna e paterna melhor o desempenho. É fato que adolescentes necessitam de limites, mas o estudo demonstra a importância do diálogo, da escuta do adolescente como importante no que diz respeito ao desempenho escolar.No que diz respeito à classificação geral do pai quanto aos estilos, em sua maioria são percebidos pelos adolescentes como negligentes, seguida por estilo autoritativo/competente. Se, por um lado, há uma preocupação do senso comum ao afirmar que os pais são permissivos e não "sabem educar seus filhos" – o que poderia confirmar-se pelo resultado acerca da negligência, não há a confirmação ou generalização deste aspecto quando é observado o resultado a respeito dos pais autoritativos/competentes. Esse é um aspecto importante, pois embora pareça haver pais que não exigem e nem são afetuosos, há muitos pais que combinam boas "doses" de exigência e também de afeto, ideais para o desenvolvimento dos adolescentes. Espera-se que os resultados deste estudo possam auxiliar no aprofundamento dos conhecimentos do desempenho escolar e também sobre a educação de adolescentes. Ademais, contribua para a literatura vigente acerca da importância de se pensar em estratégias práticas de aproximação entre família e escola frente o impacto desta no desempenho escolar dos adolescentes.

As principais limitações deste estudo referem-se ao uso das notas para avaliar o desempenho escolar, já que não há, no Brasil, um instrumento que avalie desempenho escolar em adolescentes. Outro aspecto refere-se à amostra por conveniência, já que não foi possível fazer de forma aleatória a escolha das escolas pela não aceitação de algumas delas em participar do estudo. Sugere-se que estudos futuros possam avaliar o desempenho escolar de maneira padronizada ou utilizar várias medidas. Assim, sugerem-se novos estudos, com coleta maior, investigando possíveis diferenças na participação e organização familiar em virtude das configurações regionais e territoriais. Sugere-se, ainda, a avaliação das dimensões de exigência e responsividade na perspectiva dos pais, especificamente, uma vez que são poucos os estudos que pesquisam a área (Barbosa, Neumann, Alves, Teixeira, & Wagner, 2017). Além disso, novos estudos devem inserir outras variáveis que estão associadas ao desempenho escolar como: clima escolar, presença de transtornos mentais, tipo de escola (pública e privada), status socioeconômico.

 

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Endereço para correspondência
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Endereço eletrônico: naipatias@hotmail.com

Recebido em: 22/02/2019
Reformulado em: 21/09/2019
Aceito em: 14/11/2019

 

 

Notas

* Mestre em Psicologia (IMED).
** Mestranda em Psicologia (IMED).
*** Doutora em Psicologia (UFRGS). Docente do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

 

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