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Estudos e Pesquisas em Psicologia

On-line version ISSN 1808-4281

Estud. pesqui. psicol. vol.21 no.2 Rio de Janeiro May/Aug. 2021

http://dx.doi.org/10.12957/epp.2021.61068 

Estudos e Pesquisas em Psicologia
2021, Vol. 02. doi:10.12957/epp.2021.61068
ISSN 1808-4281 (online version)

 

PSICOLOGIA CLÍNICA E PSICANÁLISE

 

Uso Moderado de Cannabis em Universitários e Habilidades Sociais

 

Jonas Caio Costa Porfírio*, I; Lucas Cordeiro Freitas**, II
I Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, PE, Brasil
II Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ, São João del-Rei, MG, Brasil
Endereço para correspondência

 

RESUMO

Cannabis é a droga ilícita mais amplamente consumida no mundo. Tendo em vista a alta prevalência do uso, mostra-se importante o estudo sobre o uso desta droga e sua possível relação com as habilidades sociais (HS). Alguns trabalhos sugeriram que usuários poderiam apresentar déficits em relação a não usuários, entretanto outros não encontraram que usuários teriam um repertório deficitário. Portanto, os objetivos deste estudo foram (i) comparar o repertório de habilidades sociais de universitários usuários e não usuários de cannabis e (ii) investigar a relação entre habilidades sociais de universitários usuários de cannabis e as variáveis: frequência do uso no último mês, quantidade de cigarros por ocasião e idade de início do uso. Participaram do estudo universitários, sendo 30 usuários de cannabis e 30 não usuários. Os instrumentos utilizados foram: Inventário de Habilidade Sociais, Escala de Severidade de Dependência e um questionário sobre variáveis relacionadas ao padrão de uso. Nos resultados, não se encontrou diferenças significativas entre o grupo de usuários e não usuários. A frequência do uso no último mês se relacionou positivamente aos fatores Autoafirmação e HS globais. Conclui-se que os usuários moderados de cannabis não apresentam um repertório deficitário de HS em comparação com não-usuários.

Palavras-chave: cannabis, habilidades sociais, uso de drogas.


 

Moderate Cannabis Use in College Students and Social Skills

 

ABSTRACT

Cannabis is the most widely used illicit drug in the world. In view of the high prevalence of use, it is essential to study the use of this drug and its possible relationship with social skills. Some studies suggested that users could have deficits in relation to non-users, however others did not find that users would have a deficit repertoire. Therefore, the objectives of this study were (i) to compare the social skills repertoire of university cannabis users and non-users, and (ii) to investigate the relationship between social skills of undergraduate cannabis users and the variables: frequency of use in the last month, quantity of cigarettes per occasion and age of onset of use. 30 cannabis users and 30 non-users participated in the study. The Social Skill Inventory, Dependency Severity Scale and a questionnaire on variables related to the pattern of use were used. In the results, no significant differences were found between the group of users and non-users. The frequency of use in the last month was positively related to factors Self-affirmation and global social skills. It can be concluded that moderate cannabis users do not have a deficit repertoire of social skill compared to non-users.

Keywords: cannabis, social skills, drug use.


 

Uso Moderado de Cannabis en Estudiantes Universitarios y Habilidades Sociales

 

RESUMEN

El Cannabis es la droga ilícita más ampliamente consumida en el mundo. En vista de la alta prevalencia de su uso, es esencial estudiar el uso de este medicamento y su posible relación con las habilidades sociales. Algunos estudios sugirieron que los usuarios podrían tener déficits en relación con los no usuarios, sin embargo, otros no han encontrado que los usuarios podrían tener un repertorio deficitario. Los objetivos de este estudio fueron (i) comparar el repertorio de habilidades sociales de los universitarios consumidores de cannabis y no consumidores, y (ii) investigar la relación entre las habilidades sociales de los consumidores universitarios de cannabis y las variables: frecuencia de consumo en el último mes, cantidad de cigarrillos por ocasión y edad al inicio del uso. 30 usuarios de cannabis y 30 no usuarios participaron en el estudio. Se utilizaron el Inventario de Habilidades Sociales, la Escala de Gravedad de la Dependencia y un cuestionario sobre variables relacionadas con el patrón de uso. En los resultados, no se encontraron diferencias significativas entre el grupo de usuarios y no usuarios. La frecuencia de uso en el último mes estuvo positivamente relacionada con factores de autoafirmación y habilidades sociales globales. Se puede concluir que los usuarios moderados de cannabis no tienen un repertorio deficitario de HS en comparación con los no usuarios.

Palabras clave: cannabis, habilidades sociales, consumo de drogas.


 

 

Dados do relatório mais recente sobre uso de drogas da Organização Mundial da Saúde (OMS) (World Health Organization [WHO], 2014) apontaram que, em 2016, cerca de 275 milhões de pessoas em todo o mundo usaram drogas, pelo menos uma vez, no ano anterior. Além disso, observou-se um aumento em 20 milhões de pessoas de 2015 a 2016, provavelmente consequência de um aumento no número global de usuários de cannabis, na sua maior parte. Em relação ao uso de drogas ilícitas, a cannabis permaneceu de longe a droga mais amplamente consumida no mundo em 2016, com algo em torno de 192,2 milhões de usuários no último ano (aproximadamente 3,9% da população global entre 15 e 64 anos).

Os possíveis efeitos da cannabis decorrem da interação dos componentes desta planta com o sistema canabinóide humano. O seu principal componente psicoativo é o tetra-hidrocanabinol (THC). Receptores para os canabinóides existem em várias partes do corpo humano e seus efeitos psicotrópicos decorrem das alterações do funcionamento cerebral pela interação dos canabinóides exógenos com esses receptores. Assim, possíveis efeitos a longo prazo podem decorrer do uso desta substância, notadamente durante a adolescência, em que ocorre o desenvolvimento cerebral (Hall, 2015).

No estudo epidemiológico mais recente sobre uso de drogas realizado no Brasil, o uso durante a vida de cannabis nas 108 maiores cidades do país foi de 8,8%, com uma prevalência de dependentes estimada em 0,5% dos usuários entrevistados. A região sudeste foi a campeã em porcentagem de uso na vida (10,3%) e teve também a maior prevalência de dependentes estimados de cannabis, com 1,5% (Carlini, Galduróz, Noto, & Nappo, 2002). Tendo em vista a alta prevalência do uso de cannabis no âmbito global e nacional, mostra-se fundamental o estudo sobre o uso desta droga e sua possível relação com variáveis psicológicas. Um construto psicológico que se destaca são as chamadas habilidades sociais (Z. A. P. Del Prette & A. Del Prette, 2018), habilidades relacionadas a resultados positivos no âmbito pessoal, social e profissional.

As habilidades sociais (HS) são definidas como diferentes classes de comportamentos sociais do repertório de um indivíduo que contribuem para a competência social e para um relacionamento saudável e produtivo com as demais pessoas (Z. A. P. Del Prette & A. Del Prette, 2018). Nesta perspectiva, existem três conceitos chave para uma compreensão inicial do campo: o desempenho social, que se refere a qualquer comportamento que é emitido no âmbito social; as habilidades sociais, que se aplicam a diferentes classes de comportamento sociais do repertório de determinado indivíduo que contribuem para a competência social e a qualidade dos relacionamentos e; finalmente, a competência social, a capacidade de articular pensamentos, sentimentos e ações em função de objetivos pessoais e de demandas da situação e da cultura (Z. A. P. Del Prette & A. Del Prette, 2018).

Essas habilidades são fundamentais para o desenvolvimento global dos indivíduos, pelas associações positivas encontradas entre um repertório elaborado dessas habilidades e diversos indicadores de funcionamento adaptativo, como relações interpessoais positivas, bom desempenho acadêmico e menor frequência de dificuldades comportamentais (Del Prette, Prette, Oliveira, Gresham, & Vance, 2012; Sorlie, Hagen, & Ogden, 2008). Nesse sentido, diversas variáveis foram analisadas em suas relações com possíveis déficits em habilidades sociais, como depressão, ansiedade, comportamento antissocial e uso de drogas, incluindo o uso de cannabis (Z. A. P. Del Prette & A. Del Prette, 2018; Freitas, Porfírio, & Buarque, 2018).

Um ponto fundamental quando se aborda o uso de drogas é o padrão de uso. Nesse sentido, estima-se que algo em torno de 10% das pessoas que usam cannabis se tornarão dependentes. Em relação à frequência do uso, a OMS desenvolveu uma classificação para facilitar a intervenção e pesquisa do uso de drogas. Assim, são considerados usuários pesados pessoas que utilizaram determinada droga diariamente nos últimos trinta dias. Já o usuário moderado é aquele que utilizou drogas semanalmente, mas não todos os dias, durante o último mês. Finalmente, o usuário leve é quem utilizou drogas no último mês, mas o consumo foi menor que uma vez por semana (WHO, 2014).

Com a crescente discussão sobre o status da cannabis em vários países do mundo, possivelmente observaremos um aumento no número de usuários em todo o mundo, resultando em um maior número de pessoas que podem desenvolver problemas decorrente deste uso. Assim, faz-se relevante investigar possíveis prejuízos do uso regular desta droga para a saúde (Hall, 2015) e cognição humana (Broyd, van Hell, Beale, Yücel, & Solowij, 2016), em particular as habilidades sociais (Schneider, Limberger, & Andretta, 2016).

Alguns estudos foram desenvolvidos com o objetivo de investigar os possíveis impactos em variáveis psicossociais do uso de cannabis (Hall, 2015). Estudos transversais sugeriram que usuários crônicos de cannabis tinham menores conquistas educacionais comparado a não usuários (revisado em Lynskey & Hal, 2000). Estudos longitudinais sugeriram uma relação entre consumo de cannabis antes dos 15 anos e maior abandono escolar, que persistiram após o controle de algumas variáveis (revisado em Ellickson, Bui, Bell, & McGuigan, 1998). Já uma metanálise de três estudos australianos apontou que quanto menor a idade de início de consumo de cannabis, menor a probabilidade de completar o ciclo escolar (Horwood et al., 2010).

Alguns fatores podem interagir para estes resultados psicossociais observados, como a existência de dificuldades educacionais anteriores ao uso da cannabis, dificuldades educacionais causadas pelo uso da droga, aproximação de grupos de pares que não valorizam a escola, entre outros (Lynskey & Hal, 2000). Ainda nesse sentido, um estudo genético levantou dúvidas sobre afirmações simplistas de relações causais entre o consumo de cannabis e dificuldades educacionais, sugerindo que grande parte destes resultados psicossociais tinham influência genética comum (Verweij, Huizink, Agrawal, Martin, & Lynskey, 2013).

 

Habilidades Sociais e Uso de Drogas

Poucos estudos foram realizados na literatura investigando especificamente o uso de cannabis e suas relações com HS (Schneider et al., 2016). Em um estudo (Llorens Aleixandre, Perelló del Río, & Palmer Pol, 2004), investigou-se a influência das estratégias de enfrentamento, HS e habilidades pessoais no consumo de diferentes substâncias legais e ilícitas. Foram medidas a quantidade de substância consumida em uma semana e as variáveis anteriormente citadas. As variáveis-respostas analisadas foram o número de bebidas destiladas, número de bebidas fermentadas e quantidade de cigarros de maconha e cigarros de tabaco utilizados. Nos resultados, os autores encontraram que possíveis déficits em HS influenciavam apenas o consumo de tabaco, mas não de cannabis, bebidas fermentadas ou bebidas destiladas.

Aliane, Lourenço e Ronzani (2006) fizeram um estudo comparativo das HS de dependentes e não dependentes de álcool no Brasil, em uma amostra de 80 sujeitos. Os achados revelaram que, apesar de a literatura sobre o tema discutir os déficits de HS entre dependentes, não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre os grupos. Wagner e Oliveira (2007) realizaram uma revisão bibliográfica e encontraram que o uso de substâncias poderia estar relacionado a existência de déficits, principalmente a dificuldade em resistir às drogas e dizer não. Os autores concluíram que a construção de habilidades de resistência ao oferecimento de drogas, a autoeficácia e o estímulo à capacidade de tomada de decisões poderiam reduzir o uso de substâncias.

Morales, Plazas, Sanchez e Ventura (2011) investigaram fatores de risco e proteção relacionados ao consumo de drogas em estudantes de enfermagem. Foi aplicado um instrumento de fatores de risco e proteção para o consumo de substâncias psicoativas validado (FRP-SPA) para alunos de graduação em enfermagem em 390 estudantes. O domínio Habilidades Sociais e Autocontrole foram fatores de risco para o consumo de drogas em quase todos dos participantes. Espiritualidade e Satisfação com as Relações Interpessoais foram domínios protetores. Com base nos dados, os autores apontaram que os estudantes possivelmente não dimensionam os riscos frente ao consumo de álcool e cigarro, o que os leva a considerar seu consumo como normal e com aceitação social.

Em outro estudo realizado (Wagner & Oliveira, 2009), investigou-se HS de adolescentes usuários de cannabis e de não-usuários. Utilizou-se o Inventário de Habilidades Sociais – IHS; Screening Cognitivo do WISC-III e do WAIS-III e os Inventários de Ansiedade e Depressão de Beck. Participaram 98 adolescentes, com idades de 15 a 22 anos, dos quais 49 eram usuários de maconha e 49 não o eram. Os resultados sugeriram prejuízos no grupo de usuários de maconha no screening cognitivo e presença de sintomas de ansiedade e depressão. Além disso, encontrou-se diferenças estatísticas significativas em relação às HS em Auto exposição a desconhecidos ou a situações novas e Autocontrole da agressividade em situações aversivas.

Sá e Del Prette (2014), em um estudo exploratório, investigaram relações entre HS e envolvimento com álcool, crack, maconha e nicotina em uma amostra composta por 47 pessoas admitidas em tratamento ambulatorial por abuso ou dependência dessas drogas. Os resultados apoiaram a hipótese de que déficits no repertório geral de HS não são necessariamente uma característica do abuso ou dependência de álcool e outras drogas, mas que classes e contextos específicos podem predizer o envolvimento com as substâncias. Destacadamente, encontraram que abuso de crack se relacionava negativamente com quatro classes de comportamentos (itens na escala de HS). Em relação ao uso de maconha, não se encontrou relações significativas.

Em um estudo realizado com 110 adolescentes usuários de drogas vinculados a 16 serviços da rede de saúde e de assistência social, Tatmatsu (2016) encontrou que adolescentes usuários de drogas apresentaram um repertório pouco elaborado de HS tanto no indicador de frequência como em dificuldade. Além disso, encontrou-se uma correlação negativa entre a frequência do uso de drogas e os fatores empatia, assertividade e abordagem afetiva, além do escore geral de HS.

Observando-se que a literatura sobre possíveis relações entre HS e uso de drogas e especificamente cannabis ainda está em um estágio inicial, torna-se fundamental realizar novos estudos sobre essa temática. Ainda nesse sentido, aponta-se que a maioria dos estudos encontrados utilizou amostras apenas de usuários, em sua maioria usuários de várias drogas diferentes, sendo escassos estudos comparando HS de usuários com não-usuários, especificamente de cannabis (Wagner & Oliveira, 2007). Finalmente, os estudos revisados foram realizados com usuários com vários padrões de uso. Entretanto, a maioria dos usuários de cannabis são usuários recreativos sem traços de dependência (Hall, 2015).

A partir desse contexto, os objetivos deste estudo foram (i) comparar o repertório de habilidades sociais de universitários usuários e não usuários de cannabis; (2) investigar a relação entre habilidades sociais de universitários usuários de cannabis e as variáveis: frequência do uso no último mês, quantidade de cigarros por ocasião e idade de início do uso.

 

Método

Amostra

A amostra foi constituída por alunos de graduação maiores de 18 anos da Universidade Federal de Pernambuco. A amostragem de conveniência (não-aleatória) incluiu 30 participantes usuários de cannabis e 30 participantes não usuários. Não houve cálculo do tamanho amostral. Os participantes eram de curso de diversas áreas (sociais, humanas, saúde). Com relação aos dados sociodemográficos, no grupo de usuários, 17 foram do sexo masculino e 13 do sexo feminino. Já no grupo de não-usuários, 18 foram do sexo masculino e 12 do sexo feminino, com idade média de 22 anos em ambos os grupos (desvio-padrão de 2,2 entre os usuários e de 4,1 no grupo-controle). O resumo dos dados sobre o uso de álcool, nicotina e drogas ilícitas para os dois grupos são apresentados na Tabela 1. Os participantes usaram cannabis, em média, em 12,86 ocasiões nos últimos trinta dias com uma média de 1,76 cigarros por ocasião, indicando um padrão de uso moderado. A idade média do início do uso foi de 17,79 anos, com o tempo médio desde que iniciou o uso sendo de 4,2 anos, como pode-se observar na Tabela 2.

 

 

 

Instrumentos

Inventário de Habilidades Sociais (Z. A. P. Del Prette & A. Del Prette, 2001). Este instrumento de autorrelato visa a avaliar o repertório de HS usualmente requerido em situações cotidianas (trabalho, família, amigos) por meio de 38 itens, que descrevem uma relação interpessoal e um possível desfecho. Na resposta a cada item, o respondente deve estimar a frequência com que reage a uma situação específica, em uma escala tipo Likert, que varia de 0 (nunca ou raramente) a 4 (sempre ou quase sempre), de 5 pontos, com um escore total entre 0 e 152. O instrumento visa a avaliar os seguintes domínios: Enfrentamento e autoafirmação com risco; Autoafirmação na expressão de afeto positivo; Conversação e desenvoltura social; Autoexposição a desconhecidos ou a situações novas e Autocontrole da agressividade em situações aversivas (Z. A. P. Del Prette & A. Del Prette, 2001). Os escores dos indivíduos podem indicar possíveis déficits em HS, de acordo com as normas do instrumento.

Na análise das propriedades psicométricas, o IHS apresentou um padrão de confiabilidade e de consistência interna satisfatória com um alfa de Cronbach de 0,75, estabilidade teste-reteste (r=0,90; p=0,001) e validade concomitante com o Inventário de Rathus (r=0,79; p=0,01) (Bandeira, Costa, Del Prette, Del Prette & Gerk-Carneiro, 2000).

Questionário sociodemográfico e sobre padrão de uso de drogas. Este questionário, composto por 14 itens, foi desenvolvido pelo primeiro autor especificamente para este estudo para coletar informações sobre dados sociodemográficos e padrão de uso de drogas (cannabis, nicotina, álcool e outras drogas ilícitas) em termos de frequência do uso, tipo de drogas, quantidade e idade de início do uso.

Escala de Severidade de Dependência – SDS (Cuenca-Royo et al., 2012). A Escala de Severidade de Dependência é um instrumento de autorrelato. Foi usada para avaliar possíveis traços de dependência de substâncias, baseando-se nos critérios do DSM-5 (American Psychiatric Association, 2014). É composta pelos itens "Você acha que o seu uso de maconha está fora de controle?", "A ideia de não ter maconha o deixa ansioso ou preocupado?", "Você se preocupa com o seu uso de maconha?" e "Quão difícil você acha ficar sem maconha?". Esta escala apresentou bons índices psicométricos para a população brasileira, com o alfa de Cronbach de 0,82 e os coeficientes de correlação intraclasse teste-reteste de 0,83 (Cuenca-Royo et al., 2012). As pontuações dos itens são adicionadas para fornecer uma pontuação total do SDS, que pode variar de 0 a 15, com 15 representando o nível mais alto de dependência.

Procedimentos

Após o estudo ter sido aprovado pelo Comitê de Ética da instituição (UFPE), os participantes foram recrutados por meio de redes sociais e no campus da universidade, através de panfletos que foram deixados em vários departamentos e através de um post no grupo do Facebook da Universidade (UFPE Oficial). Os interessados entraram em contato por WhatsApp e pelo aplicativo Messenger. No contato inicial, eram esclarecidas dúvidas e explicado como seria feita a avaliação.

Tendo sanadas todas as dúvidas, os participantes escolhiam o dia e a hora mais adequados para eles. Os horários disponíveis eram de 9 horas até as 17 horas de segunda à sexta-feira. Antes da testagem, era assinado o termo de consentimento livre e esclarecido. As testagens eram realizadas individualmente no Laboratório de Neurociência Cognitiva da Universidade Federal de Pernambuco.

Análise de Dados

O programa SPSS 23.0 foi utilizado para a tabulação dos dados e análises dos resultados. Inicialmente foram usadas estatísticas descritivas para apresentação dos dados sociodemográficos dos participantes, sobre padrão de uso dos usuários de cannabis e resultados dos testes e escalas. Após essa etapa, o utilizou-se o teste Kolmogorov-Smirnov para analisar a distribuição dos dados. Após isso, utilizou-se o teste t de student para os dados distribuídos normalmente conjuntamente com o tamanho do efeito estimado d. Finalmente, foi realizado o teste de correlação de r de Pearson para investigar relações entre as HS e variáveis relacionados ao uso de cannabis (frequência do uso no mês anterior, quantidade de cigarros por ocasião e idade do início do uso).

 

Resultados

Análise da Normalidade dos Dados

Para verificação da normalidade dos dados utilizou-se o teste de Kolmogorov-Smirnov. Os valores encontrados nos resultados para os fatores específicos da escala (p=0,18; p=0,08; p=0,20; p=0,20; p=0,20) e para a escala global (p=0,50) atendiam aos critérios de normalidade (p>0,05).

Análises Comparativas em HS e Seus Fatores

Para a investigação de possíveis diferenças no repertório de HS de usuários e não-usuários de cannabis, realizou-se uma análise comparativa entre os grupos. Inicialmente, em relação aos dados normativos do instrumento (Z. A. P. Del Prette & A. Del Prette, 2001), observou-se que tanto o grupo de usuários como o de não-usuários apresentaram um bom repertório de HS. Os escores de ambos os grupos foi acima da mediana nos fatores Enfrentamento, Autoafirmação e Conversação e abaixo da mediana em Autoexposição e Autocontrole. O escore global indicou bom repertório de HS, sendo abaixo da mediana, para ambos os grupos. Na Tabela 3 podemos observar os resultados descritivos nos grupos e os resultados das estatísticas inferenciais.

 

 

Nos resultados das análises comparativas, não se observou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos em relação às HS, tanto no fator Habilidades Sociais Globais (m = 71,47 e 71,53, t =-0,02, p =0,98, d =0,005 ), como nos fatores específicos Enfrentamento (m = 9,90 e 9,24, t = 0,84, p =0,40, d = 0,22), Autoafirmação (m = 7,87 e 7,8, t = 0,11, p =0,91, d =0,02 ), Conversação (m = 3,80 e 4,31, t =-1,10, p =0,27, d =0,29 ), Auto exposição (m = 1,28 e 1,83, t =-2,12, p =,05, d =0,56 ), e Autocontrole (m = 0,51 e 0,25, t =1,83, p =,072, d =0,47 ). Além disso, os tamanhos de efeitos observados das diferenças foram pequenos ou moderados. Tamanhos de efeitos grandes indicam que, aumentando de forma substancial a amostra, possivelmente encontraríamos diferenças estatisticamente significativas nos resultados. Finalmente, os intervalos de confiança das diferenças foram bastante abrangentes e incluíram o valor zero.

HS e Relações com Variáveis Associadas ao Consumo entre Usuários

Após as análises comparativas, investigou-se de forma exploratória as possíveis correlações entre as variáveis frequência de uso nos últimos trinta dias, intensidade do uso (em quantidades de cigarros por uso) e idade de início do uso e os fatores das habilidades sociais e habilidades sociais globais, relações não investigadas em outros estudos.

Nos resultados, encontraram-se relações significativas negativas fracas dos fatores Autoafirmação (r = -0,39; p < 0,05) e Habilidades Sociais Globais (r = -0,44, p < 0,05) com a frequência do uso nos últimos trinta dias. Não se encontraram relações significativas estatisticamente entre os demais fatores (p > 0,05), como poder ser observado na Tabela 4.

 

 

 

Discussão

No presente estudo realizou-se uma comparação entre o repertório de HS de universitários usuários de cannabis e o de não-usuários desta droga. Destaca-se que a amostra deste estudo, de conveniência, se caracterizou por um padrão de uso moderado de cannabis, sendo esse dado importante para a consideração dos resultados. Não foram encontradas diferenças significativas estatisticamente entre os grupos no repertório global de HS ou em fatores específicos dessas habilidades, resultados também encontrados em estudos prévios (Llorens Aleixandre et al., 2004; Sá & Del Prette, 2014). A presente pesquisa também teve por objetivo relacionar variáveis sobre o uso de cannabis (frequência de uso no último mês, quantidade de cigarros por ocasião e idade do início do uso) com as HS. Apenas a frequência do uso desta substância no último mês se relacionou negativamente ao fator Autoafirmação e às HS globais.

Os resultados do presente estudo são semelhantes àqueles observados em Sá e Del Prette (2014) no que se refere a não haver diferenças significativas entre usuários e não usuários de drogas quanto ao repertório de HS. Estes autores analisaram indivíduos que faziam uso de várias drogas, incluindo maconha, e não encontraram uma alta prevalência de indivíduos com déficits em HS neste grupo. Apesar de os autores terem pesquisado indivíduos com padrão de consumo caracterizado por dependência e que faziam uso de várias drogas concomitantemente e de que poderíamos esperar resultados diferentes em uma amostra apenas com usuários moderados de cannabis, os resultados aqui encontrados foram similares aos dos autores citados.

Os resultados das análises comparativas entre os grupos de usuários e não usuários de cannabis também convergem com o estudo realizado por Llorens Aleixandre et al. (2004), que apontou que déficits em HS se relacionaram com o uso de tabaco, mas não o uso de cannabis. Importante destacar o maior potencial de dependência do tabaco em relação à cannabis, que pode ser um fator de influência. Tais resultados não foram convergentes com o de Wagner e Oliveira (2009), que apontaram possíveis déficits nos fatores Autoexposição e Autocontrole em uma amostra de adolescentes. Da mesma forma, o estudo de Tatmatsu (2016) indicou que adolescentes usuários de drogas que frequentavam serviços de assistência social teriam um repertório pouco elaborado de HS, tanto em dificuldade quanto em frequência. Entretanto, ressalta-se as diferenças das amostras do presente estudo em relação aos anteriormente citados. Enquanto a presente pesquisa foi realizada com usuários moderados, as anteriores utilizaram amostras de usuários dependentes, que frequentemente faziam tratamento em serviços de saúde, o que indica um padrão de uso problemático. Tais variáveis podem ter influenciado os resultados. Cabe destacar, ademais, que a amostra do presente trabalho se constituiu de adultos. Assim, a diferença de faixa etária dos estudos pode ter influenciado tais discrepâncias de resultados, tendo em vista que a literatura aponta que adultos têm maiores níveis de HS em relação a adolescentes (Z. A. P. Del Prette & A. Del Prette, 2018).

A não diferença no repertório de HS entre usuários moderados de cannabis e não usuários deve considerar outra característica da amostra: ambos os grupos são compostos por estudantes universitários. Observa-se que as HS nesse contexto se relacionam ao sucesso acadêmico (Z. A. P. Del Prette & A. Del Prette, 2018). Alguns estudos encontraram relação entre uso de drogas e piores resultados acadêmicos (Horwood et al., 2010). O presente trabalho se constituiu de adultos universitários sem sintomas de dependência, o que torna a amostra mais homogênea e pode ter influenciado os resultados. Tais características certamente se relacionam com maiores níveis de HS. Pesquisas com participantes com nível educacional mais baixo e com vários padrões de uso poderiam apresentar resultados diferentes.

Nas análises correlacionais exploratórias encontrou-se que o uso nos últimos trinta dias se relacionou negativamente com o fator Autoafirmação e com as habilidades sociais globais. Algumas hipóteses podem ser levantadas para compreender estes resultados. Especificamente, a Autoafirmação pode se relacionar com uma dificuldade em recusar drogas por parte dos indivíduos, possivelmente aumentando a frequência do uso. Sendo assim, a Autoafirmação pode ser apontada como uma HS importante na manutenção da abstinência em usuários dependentes (Wagner & Oliveira, 2009).

Em relação ao repertório global de HS, traços de personalidade relacionados com o repertório de HS podem mediar a relação com a frequência do uso. Em um estudo com universitários brasileiros, Bartholomeu, Nunes e Machado (2008) encontraram relações entre estes traços no modelo dos cinco grandes fatores e HS. Os estudos sugerem que traços de personalidade como neuroticismo, impulsividade e busca por sensações podem ser preditores e fatores de risco para uso e abuso de drogas (B. J. Sadock, V. A. Sadock, & Ruiz, 2016). Portanto, podem influenciar o padrão de uso e o repertório de HS simultaneamente.

Outra hipótese que se pode levantar baseia-se na observação de que existe um uso prevalente de cannabis com fins de diminuição de dificuldades psicológicas, como por exemplo, a ansiedade (Hall, 2015). Assim, usuários moderados que fazem uso mais frequente poderiam utilizar esta droga com fins medicamentosos para aliviar possíveis dificuldades psicossociais, pela falta de repertório em HS para enfrentar variadas dificuldades que demandam recursos psicológicos.

Os resultados do presente estudo, no geral, sugerem que variáveis relacionadas ao consumo devem ser melhor investigadas em estudos futuros abordando as HS e o uso de drogas, o que pode ter implicações práticas em programas de intervenção. Entretanto, é importante destacar que não se pode fazer afirmações causais a partir dessas análises, ou seja, uma maior frequência do uso pode ter antecedido as possíveis dificuldades em HS de autoafirmação ou ser uma consequência destas.

Como sugestão para estudos futuros, recomenda-se estudos com amostras maiores para a obtenção de um maior poder estatístico. Além disso, estudar diferentes amostras de usuários da comunidade, com padrões diversificados de uso de substâncias, níveis educacionais e status econômico também é importante. Amostras contendo indivíduos de outras regiões do Brasil, levando em consideração as dimensões continentais e diferenças regionais entre as populações, também se mostram fundamentais. Finalmente, recomenda-se o uso de instrumentos variados para avaliação das HS, como instrumentos de heterorrelato, instrumentos observacionais e tarefas comportamentais, o que resultará em resultados mais robustos e conclusões mais consistentes.

 

Conclusões

Os resultados deste estudo sugerem que usuários moderados de cannabis podem não apresentar déficits globais nas habilidades sociais. Assim, se deve levar em conta diferentes padrões de uso e diferentes perfis sociodemográficos quando se analisam possíveis déficits em habilidades sociais em relação ao uso de drogas. Indivíduos com diversificados padrões são mais representativos da população de usuários de drogas. Os dependentes químicos constituem uma minoria dos usuários. Portanto, é inviável realizar generalizações sobre usuários de drogas sem levar em conta uma gama de variáveis individuais. Desta forma, o presente trabalho destaca a importância de diferenciar indivíduos por padrões de uso em estudos sobre uso de drogas mesmo em amostras específicas, como os universitários.

Como limitações do estudo, aponta-se a utilização apenas de instrumentos de autorrelato, que possuem uma limitação intrínseca pois se baseiam apenas em autoavaliações sobre o comportamento e cognição. Nesse sentido, é notório que autoavaliações são suscetíveis a múltiplos erros de medida e vieses. Outra limitação foi o tamanho da amostra utilizado (n = 60). Esse número reduzido torna difícil encontrar pequenos efeitos, supondo que eles existam na população do qual a amostra foi retirada, limitando a possibilidade de afirmações mais contundentes em relação aos resultados. Além disso, influências de variáveis como desejabilidade social e vieses de autoavaliação dos participantes podem tornar problemático o uso de instrumentos desse tipo para comparar grupos.

 

Referências

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Endereço para correspondência
Jonas Caio Costa Porfírio
Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH)
Avenida da Arquitetura, s/n, 8º andar, Cidade Universitária, Recife - PE, Brasil. CEP 50740-550
Endereço eletrônico: costa.psy@gmail.com
Lucas Cordeiro Freitas
Rua Antônio Lombelo Rocha, 229, apto 203, Caieiras, São João del Rei - MG, Brasil. CEP 36307-352
Endereço eletrônico: lcordeirofreitas@yahoo.com.br

Recebido em: 22/10/2019
Reformulado em: 22/09/2020
Aceito em: 14/10/2020

 

 

Notas

* Mestre e doutorando em Psicologia Cognitiva. Atualmente, estuda o processo de tomada de decisão e sua relação com traços sombrios da personalidade a partir da perspectiva da psicologia evolucionista.
** Doutor em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos (2011). Atualmente é Professor Adjunto no Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei e docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado e Doutorado) da mesma instituição.

 

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).

 

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