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Estudos e Pesquisas em Psicologia

On-line version ISSN 1808-4281

Estud. pesqui. psicol. vol.21 no.3 Rio de Janeiro Sept./Dec. 2021

http://dx.doi.org/10.12957/epp.2021.62693 

Estudos e Pesquisas em Psicologia
2021, Vol. 03. doi:10.12957/epp.2021.62693
ISSN 1808-4281 (online version)

 

PSICOLOGIA SOCIAL

 

Envelhecimento Masculino entre Idosos Gays: suas Representações Sociais

 

José Victor de Oliveira Santos*; Ludgleydson Fernandes de Araújo**
Universidade Federal do Piauí - UFPI, Parnaíba, Piauí, Brasil
Endereço para correspondência

 

RESUMO

Esta pesquisa tem como escopo identificar as representações sociais do envelhecimento masculino entre homens idosos gays. Método: Participaram 20 homens gays idosos com idades entre 60 e 75 anos, média de 63,25 (DP=3,58). Para apreensão dos dados, realizaram-se entrevistas semiestruturadas sobre envelhecimento masculino, que foram analisadas mediante o programa IRAMUTEQ, que realiza a classificação hierárquica descendente. Resultados: Esta análise divide as representações sociais dos participantes em classes de proximidade lexical, que resultaram em quatro classes: mudanças biopsicossociais, negação da velhice, aceitação das mudanças e cuidar para ter saúde. Discussão: As representações sociais dos participantes exibem o conhecimento sobre as mudanças que culminam na velhice, assim como a negação destas mudanças. E, ainda, a preocupação com a sexualidade, associando a masculinidade à ereção. Em suas representações sociais, eles abordam soluções para lidar com as dificuldades que surgem na velhice, como o autocuidado. Espera-se que este estudo subsidie discussões sobre o tema em diferentes contextos.

Palavras-chave: envelhecimento, idoso gay, representações sociais.


 

Male Aging Among Older Gay Men: Their Social Representations

 

ABSTRACT

This research aims to identify the social representations of male aging among older gay men. Method: 20 gay elderly men, aged 60 to 75 years, average of 63.25 (SD = 3.58), participated in this study. To grasp the data, a semi-structured interview on male aging was conducted, which was analyzed using the IRAMUTEQ program, which performs the descending hierarchical classification. Results: This analysis divides the participants' social representations into lexical proximity classes, which resulted in four classes: biopsychosocial changes, denial of old age, acceptance of changes and caring for health. Discussion: Participants' social representations display knowledge about the changes that culminate in old age, as well as the negation of these changes. And, still, the concern with sexuality, associating masculinity with erection. In their social representations, they approach solutions to deal with the difficulties that arise in old age, such as self-care. This study is expected to support discussions on the topic in different contexts.

Keywords: aging, gay elderly, social representations.


 

Envejecimiento Masculino Entre Gays De Edad Avanzada: Sus Representaciones Sociales

 

RESUMEN

Esta investigación tiene como objetivo identificar las representaciones sociales del envejecimiento masculino entre los hombres homosexuales mayores. Método: participaron 20 hombres homosexuales mayores de 60 a 75 años, un promedio de 63.25 (DE = 3.58). Para comprender los datos, se realizó una entrevista semiestructurada sobre el envejecimiento masculino, que se analizó utilizando el programa IRAMUTEQ, que hace la clasificación jerárquica descendente. Resultados: Este análisis divide las representaciones sociales de los participantes en clases de proximidad léxica, resultaron en cuatro clases: cambios biopsicosociales, negación de la vejez, aceptación de cambios y cuidado de la salud. Discusión: Las representaciones sociales de los participantes muestran conocimiento sobre los cambios que culminan en la vejez, así como la negación de estos cambios. Y, sin embargo, la preocupación por la sexualidad, asociando la masculinidad con la erección. En sus representaciones sociales, abordan soluciones para hacer frente a las dificultades que surgen en la vejez, como el autocuidado. Se espera que este estudio respalde las discusiones sobre el tema en diferentes contextos.

Palabras clave: envejecimiento, gay anciano, representaciones sociales.


 

 

Os idosos gays dos dias atuais vivenciaram a juventude durante a ditadura militar. Essa época foi marcada por repressão, perseguição e patologização da homossexualidade (Green, Quinalha, Caetano, & Fernandes, 2018). Esses mesmos idosos integram a expansão mundial do envelhecimento, contudo, estudos indicam a invisibilidade de idosos gays (Salgado et al., 2017; Carlos, Santos, & Araújo, 2018). Neste contexto, autores enfatizam que o envelhecimento populacional se deve a três fatores: redução da natalidade, redução da mortalidade e aumento da expectativa de vida (Brito, Camargo, Giacomozzi, & Berri, 2017; Neri, 2016).

O envelhecimento é um processo inevitável e universal de mudanças biológicas, psicológicas e sociais (Netto, 2016). Desse modo, entende-se que a expansão da velhice é ocasionada em razão de que existem mais pessoas envelhecendo do que um aumento nas taxas de natalidade. Dessa maneira, no século XX houve uma expansão demográfica e no século XXI há um progressivo envelhecimento demográfico, em que se considera a ampliação da organização cultural, política, econômica e social (Netto, 2016). Em 2017, no Brasil havia cerca de 30,2 milhões pessoas idosas, equivalendo a um aumento de 19% no número de idosos nos últimos cinco anos (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2018). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2015), são consideradas idosas pessoas acima de 60 anos nos países em desenvolvimento e 65 anos em países desenvolvidos.

Os primeiros estudos realizados sobre envelhecimento e velhice de homens gays enfatizaram os estereótipos negativos, como a solidão, a depressão e a promiscuidade (Henning, 2017). Estudos com grupos sociais diversos encontraram representações sociais objetivadas em preconceito, exclusão social, solidão, família ausente e dificuldades em ser idoso LGBT (Carlos, Santos, & Araújo, 2018; Salgado et al., 2020). Uma pesquisa com idosos sobre representações sociais da velhice LGBT demonstrou o preconceito e a invisibilidade do idoso LGBT entre pessoas da sua mesma coorte (Salgado et al., 2017). Uma investigação na Austrália encontrou três perspectivas para entender o envelhecimento de homens gays idosos: eles tentam se sentir mais jovens ao se relacionar com homens mais jovens; os idosos são solitários e reclusos; e a ressignificação da velhice, buscando viver a sexualidade além do próprio ato sexual (Ussher, Rose, & Perz, 2017).

No Canadá, uma pesquisa sobre os idosos gays enfatiza as vidas compartimentadas: o medo de revelar a orientação sexual nos dispositivos de saúde e para pessoas ao seu entorno faz com que eles reprimam a sexualidade e se expressem de uma forma que não são, vivendo duas vidas (De Vries et al., 2019). No Reino Unido, morrer em casa é uma preocupação de idosos LGBT, pois a grande maioria vive sozinho (Almack & King, 2019). Um estudo na África do Sul revelou que a exclusão e a marginalização advinda dos serviços públicos se contrapõem ao sentimento de pertencimento na comunidade e na família, focalizando que são essas redes que fornecem apoio necessário para sobrevivência (Reygan & Henderson, 2019).

Nos Estados Unidos, um estudo comparativo entre homens idosos heterossexuais e homossexuais demonstrou que os índices do transtorno depressivo são maiores para os homossexuais, porém menores na saúde biológica (Dai & Meyer, 2019). No Reino Unido, as políticas de saúde LGBT estão se aprimorando, porém o reconhecimento da população idosa LGBT tem sido lento (Almack & King, 2019). Mediante um estudo teórico sobre idosos homossexuais na Alemanha, Misoch (2017) constatou que é mais provável que idosos homossexuais vivam sozinhos do que idosos heterossexuais. A solidão se refere à escassez de contato social, isto é, uma dificuldade de compartilhar experiências sociais e emocionais devido ao reduzido número de laços afetivos. Dessa maneira, o isolamento social pode ser de origem intencional ou não. O fato é que os estudos apontam diversas causas, como o transtorno depressivo, a discriminação e estigmatização (Misoch, 2017).

Em Portugal, idosos gays possuem grande probabilidade de viverem sozinhos e sem filhos, sentem-se solitários, mas possuem renda suficiente para prover suas necessidades (Pereira et al., 2019). Sobre o envelhecimento, idosos gays relatam a importância de aceitar a velhice e de cuidar da saúde para se adaptarem às mudanças inerentes a essa fase do desenvolvimento (Pereira et al., 2019). Como aspectos negativos, eles citam a redução do desejo sexual e a disfunção erétil (Pereira et al., 2019). Outro fato, é a desvalorização do velho, em que a juventude é tida como sexualmente atraente (Siverskog & Bromseth, 2019; Pereira et al., 2019).

Na Suécia, a busca por espaços de socialização LGBT é libertadora, pois esses espaços trazem segurança, conforto, sigilo, transformam vidas, sem preocupação com assédio, e mantém laços afetivos com pessoas politizadas; por outro lado, ocorre uma auto segregação em relação à população heteronormativa (Siverskog & Bromseth, 2019). Para os participantes desse estudo, a velhice é encarada como uma fase de mudanças e as redes psicossociais constituídas nos espaços subculturais proporcionam satisfação por terem construído um legado de ativistas LGBT.

Uma investigação com idosos gays argentinos evidenciou que a velhice é pensada como um prazo, em que o tempo está passando e se faz necessário aceitar a orientação para a sociedade (Iacub, Arias, Mansinho, Winzeler, & Jofre, 2019). Um aspecto percebido é o arrependimento de ter vivido a sexualidade reprimida desde a juventude, causado pelo medo de sofrer preconceito, um dos impactos causados pela homofobia internalizada. Nesse contexto, as mudanças sociais que modificam o sentimento de pertença na sociedade propiciam bem-estar biopsicossocial (Iacub et al., 2019). Na China, os idosos gays são negligenciados pela sociedade, experimentando dupla estigmatização, advinda do receio de vivenciar os traumas da exclusão social, da invisibilidade e das barreiras para acessar recursos sociais (Hua, Yang, & Fredriksen-Goldsen, 2019).

Diante dessa fundamentação do envelhecimento e seus aspectos biopsicossociais e da discussão do envelhecimento gay em diversos países, evidenciou-se a relevância social e acadêmica deste estudo para fomentar a expansão de estratégias que visem à redução da invisibilidade, da marginalização e da negligência com idosos gays. A homossexualidade e o envelhecimento formam a identidade do idoso gay, destarte, sabe-se que os participantes possuem influência intraindividual e societal do objeto deste estudo. Fato esse que possibilita a análise partir do paradigma das representações sociais.

As representações sociais enquanto objeto, para Moscovici, possuem duas funções: a de conhecimento e a de orientação. A primeira significa a possibilidade das pessoas entenderem e explicarem a realidade a partir de suas representações sociais, e a segunda, orientar as práticas sociais (Coutinho, Araújo, & Saraiva, 2013). O francês Abric acrescentou duas funções: a identitária e a justificadora. A identitária consiste nos processos de comparação social, pois essa permite que o indivíduo se veja dentro de um grupo social (Abric, 1998). A justificadora refere-se ao papel que as representações sociais assumem para justificar os seus comportamentos sobre um objeto (Abric, 1998).

Os elementos constitutivos das representações sociais estão sempre em ação para compor o campo simbólico na relação entre o sujeito ou o grupo em contato com um objeto. Jodelet (2001) elenca estes elementos: informativos, cognitivos, normativos, crenças, valores, opiniões, atitudes, imagens e ideologias. Esses elementos que formam a representação situam-se em três dimensões: a de informação, o campo de representação e a orientação global (Coutinho, Araújo, & Saraiva, 2013; Moscovici, 2017).

Para sua formação, as representações sociais perpassam por um processo sociocognitivo, que Moscovici explicou como ancoragem e objetivação. Os dois processos ocorrem simultaneamente. Ancorar é categorizar e dar nomes, é conhecer um objeto desconhecido com base em algo conhecido (Moscovici, 2017). A ancoragem enraíza a representação social através de uma conexão significante (Jodelet, 2001). Na objetivação, os sujeitos tornam concretos elementos abstratos através de um processo seletivo e esquemático (Moscovici, 2017). Diante do exposto, esta pesquisa objetiva identificar as representações sociais do envelhecimento masculino entre homens idosos gays, a fim de compreender a visão de mundo atrelada ao objeto do estudo e ao grupo de pertença: idosos e pessoas homossexuais. Com isso, pretende-se identificar os elementos das representações sociais associados às suas características intragrupos, usando os dados sociodemográficos.

 

Método

Tipo do Estudo

Este é um estudo qualitativo descritivo-exploratório com dados transversais.

Participantes

Participaram 20 homens gays idosos com idades entre 60 e 75 anos, média de 63,25 (DP=3,58). A quantidade de participantes foi baseada em estudo prévio que se utiliza da teoria das representações sociais e de análises semelhantes (Fonseca et al., 2020). Apresenta-se na tabela 1 os dados sociodemográficos dos participantes.

 

 

Instrumento

Para caracterizar os participantes, foram coletados os seus dados sociodemográficos com as seguintes questões: idade, religiosidade, renda, atividade laboral, contato familiar, estado civil e se possui filhos. Realizou-se uma entrevista semiestruturada com questões norteadoras sobre o envelhecimento.

Procedimentos Éticos e de Coletas de Dados

A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, com o CAEE: 57225916.1.0000.5214 e parecer número 1.755.790. Com isso, iniciou-se o recrutamento dos participantes mediante um contato inicial com os idosos gays nas redes sociais, que possuem grupos e páginas voltadas ao público LGBT. Conforme a identificação, verificamos se os participantes atendiam a todos os critérios de inclusão: idade acima de 60 anos, sexo masculino e orientação sexual homossexual. Os participantes foram abordados de três formas: aleatoriamente nas redes sociais; alguns foram indicados por bola de neve entre os participantes; e por pessoas que viram a divulgação e manifestaram que conhecem pessoas gays idosas.

Após a confirmação, eles foram convidados para participar do estudo. Nesse momento, para esclarecer ao participante do que se trata o estudo, explicitou-se os objetivos da pesquisa e informou-se que seria preservado o anonimato, que os dados seriam utilizados apenas para fins científicos e que eles poderiam desistir a qualquer momento da coleta de dados. Após o aceite, foi marcado o dia e o horário da entrevista, que ocorreu presencialmente ou virtualmente a depender da distância e da disponibilidade do participante. No ato da entrevista, apresentou-se o TCLE e solicitou-se a gravação da entrevista. Os dados sociodemográficos foram coletados inicialmente como uma forma de quebra-gelo e de ir conhecendo o perfil dos participantes. Em seguida realizada a entrevista semiestruturada. Houve uma alta percentagem de recusa.

Análise dos Dados

Os dados coletados a partir dos questionários sociodemográficos foram organizados e tabulados e em seguida submetidos às estatísticas descritivas, a partir do software IBM SPSS versão 22, apresentando média, desvio-padrão e frequência. Os dados provenientes das entrevistas semiestruturadas foram organizados em bancos de dados no formato de bloco de notas (.txt) e compilados no software IRAMUTEQ, em que foi realizado o procedimento de Classificação Hierárquica Descendente (CHD), que forma um dendrograma, composto pelas classes lexicais em que foi dividido o discurso, a partir da frequência e do qui-quadrado (X²) (Reinert, 1990). Os dados foram analisados à luz do paradigma das representações sociais.

 

Resultados

O corpus inicial foi composto por 20 textos, referentes aos participantes do estudo, e, quando analisados pelo software IRAMUTEQ, a Classificação Hierárquica Descendente subdividiu esses 20 textos em 118 segmentos de textos, dos quais 85 (72,03%) foram considerados relevantes para compor o corpus de análise. Cada segmento de texto contou com 26,86 palavras em média e 3170 ocorrências. O corpus foi dividido em quatro classes de proximidade lexical. Uma partição principal dividiu duas subpartições, uma composta pelas classes 1 e 4 e outra pelas classes 3 e 2. A seguir, apresenta-se o dendrograma que apresenta as classes, as palavras com a frequência e o qui-quadrado, a quantidade de segmentos de texto que formou e a variável descritiva que teve destaque. A variável descritiva apresentada não significa que foi a única a compor a classe, é apenas a mais representativa na classificação hierárquica descendente.

Destaca-se que as variáveis descritivas relevantes para as classes foram as de religiosidade. Os de religiosidade espiritista e os umbandistas discursaram sobre elementos representacionais associados à aceitação das mudanças e à necessidade de autocuidado, enquanto pessoas ateístas exibiram a negação da velhice em suas representações sociais e os católicos, identificação das mudanças advindas no processo de envelhecimento.

As classes foram nomeadas a partir da análise de três juízes. A classe 1, intitulada "mudanças biopsicossociais", foi formada por 26 segmentos de textos, sendo 30,59% do corpus. O discurso dos participantes focalizou representações sociais ancoradas na percepção das suas próprias mudanças e das mudanças que eles veem na sociedade. Destaca-se o surgimento de rugas, calvície, surgimento de doenças, esquecimento, dependência e alterações na sexualidade. Os trechos a seguir ilustram as representações sociais dessa classe:

"Eu me preocupava muito no sentido de rugas, de ficar velho e ter rugas" (Hipnos, 64 anos, católico, ensino médio). "A pessoa fica esquecida, esquece onde guarda as coisas, a pessoa fica careca" (Zéfiro, 63 anos, católico, ensino fundamental). "Eu acho triste, são as mudanças [...] Toda hora aparece doença né, eu acho que com todo mundo é assim" (Anteros, 61 anos, católico, ensino médio). "Depois que você não se satisfaz sexualmente, fica vivendo por viver, com os outros fazendo as coisas por você, é um negócio complicado, eu tenho medo disso aí" (Hades, 66 anos, católico, mestrado).

 

 

Figura 1. Representações sociais do envelhecimento masculino entre homens gays idosos

 

Os participantes contemplam nas suas representações sociais que a mudança não ocorre somente no seu corpo, mas que a sociedade está em constante evolução, assim como as formas de vivenciar a velhice e o envelhecimento. Em alguns casos, apresentam representações sociais da velhice sobre a sua visão de mundo quando eram jovens e a sua visão de mundo atual. Eles partilham a partir do conhecimento, orientando o discurso a partir da identidade sócio-histórica. Um fato é que prevalecem elementos das representações sociais justificadas no preconceito e nas dificuldades biológicas, mas que não se deve maximizar as características disfuncionais da velhice, como se essa fosse o fim da vida, como pode ser visto nas falas a seguir:

"Nos tempos em que vivemos agora, o envelhecimento até que não é uma coisa tão ruim, porque o mundo mudou muito, mas eu acho que a pessoa mais velha não tem qualquer tipo de apoio" (Hefesto, 67 anos, ateu, pós-graduação). "Você está velho, aposentado, fica para o lado [...] eu tenho minhas limitações, não sou aquela pessoa tão ativa, mas nem por isso eu deixo de fazer minhas coisas" (Ares, 60 anos, católico, pós-graduação). "O envelhecimento não é você deixar o tempo passar por você e você ficar de braços cruzados, o envelhecimento tem que ser saudável" (Dionísio, 66 anos, católico, ensino superior). "A vida é muito curta, ontem eu tinha 20 anos e era bonitinho e hoje as pessoas idosas deixam de viver algumas coisas por causa de preconceito" (Morfeu, 75 anos, espírita, ensino superior).

A classe 4, que se situou na mesma partição da classe 1, foi nomeada de "negação da velhice" e formada por 17 segmentos de textos, que corresponde a 20% do corpus total. As representações sociais dos idosos gays abordaram objetivos que eles almejam ter na velhice, entretanto indicando não aceitar ser tratados como velhos. Conota-se a representação social do velho como algo ruim, negativo e inválido, e, com isso, reafirmam que envelheceram, mas sentem-se jovens. É interessante perceber que não se trata apenas de não se considerar velho, mas de que as pessoas idosas de hoje não possuem o desgaste físico e mental de antigamente, então negar a velhice é uma conjuntura da mudança pela qual esse grupo vem passando. Observe os discursos sobre a negação da velhice entre os participantes:

"Eu costumo dizer que quem é velho não sou eu, é minha certidão de nascimento" (Hermes, 67 anos, espírita, ensino médio). "Eu quero aproveitar a vida, como eu disse, o maior medo que eu tenho é o de envelhecer" (Hades, 66 anos, católico, mestrado).

Eles destacam os cuidados com a saúde, para que permaneçam ativos por mais tempo, e investir não só em saúde, mas em lazer, educação e cultura. Por exemplo: "tem cinema, tem teatro, tem muita coisa gratuita, você só fica em casa se você quiser" (Hefesto, 67 anos, ateu, pós-graduação). Esse participante fala também sobre sexualidade e ereção: "ou você usa viagra ou então tem que fazer reposição hormonal para desenvolver a testosterona, mas acho que isso é coisa perigosa né".

A classe 3, "aceitação das mudanças", com 25 segmentos de texto, corresponde a 29.41% do total. Os idosos gays focalizaram em suas representações sociais as mudanças que ocorrem no envelhecimento e que tem o ápice na velhice. Comumente, eles objetivaram o envelhecimento masculino na maturidade e na experiência. Em algumas falas, eles ancoram sua representação em aspectos fisiológicos, ressaltando a representação social de que na velhice a ereção peniana reduz, trazendo esse direcionamento identitário e justificador nas causas naturais da vida e na preocupação com a masculinidade. A gratidão em ter chegado na velhice também é manifestada. Algumas falam exemplificam as representações sociais dessa classe:

"Na questão mais fisiológica do envelhecimento tem muita diferença, o corpo da gente já não é mais o mesmo" (Hefesto, 67 anos, ateu, pós-graduação). "É uma conquista chegar numa grande idade, idade de responsabilidades e conquistas, você pode chegar saudável e resiliente" (Ares, 60 anos, católico, pós-graduação). "Estou mais maduro, mais experiente, apenas aceito o fator físico da mudança" (Alfeu, 64 anos, umbandista, ensino médio).

Sobre aspectos da sexualidade, um participante (Hipnos, 64 anos, católico, ensino médio) aborda metaforicamente que "Chega o tempo que o homem cai, não levanta mais, o meu ainda está vivo, mas tem muita coisa pela frente, não vai ficar assim o tempo todo". "Muda sim e chega um momento que você até precisa usar umas pílulas azuis" (Hefesto, 67 anos, ateu, pós-graduação). Destaca-se que todos os participantes declararam ter atividade sexual na velhice, associando o sexo ao bem-estar e à saúde. Porém, eles percebem que a sociedade tenta impor a ideologia de que idoso não faz sexo, resultando em situações de preconceito. Um participante (Dionísio, 66 anos, católico, ensino superior) relata que "hoje eu percebo preconceito, já chegaram para mim perguntando se eu ainda dou o cu".

A classe 2, "cuidar para ter saúde", contou com 17 segmentos de texto (20%). As representações sociais do envelhecimento masculino nessa classe revelaram o cuidado com a saúde como o hábito essencial para um envelhecimento saudável. A religiosidade é um fator predominante, pois os participantes acentuam a gratidão a Deus por terem chegado na velhice, a fé atrelada à saúde e Deus como o criador da vida e do envelhecimento. A masculinidade, quando associada à sexualidade, demonstra uma preocupação com a possível diminuição da desenvoltura sexual:

"Cuidado com o seu corpo, fazer atividade física e manter o que você tem, isso depende de cada um. A vitalidade sexual diminui, não é a mesma" (Deméter, 60 anos, espírita, ensino médio). "Você tem que se cuidar e ter amor próprio por si próprio, se ver antes do outro. Isso me ajuda a envelhecer com mais vigor, mais vitalidade. Envelhecer é se amar a cada dia mais, para mim é isso" (Dionísio, 66 anos, católico, ensino superior). "Eu sempre rezo de noite para que Deus me dê muita saúde" (Zelo, 60 anos, católico, ensino médio). "Tudo envelhece, uma flor envelhece, um móvel envelhece. Porque que a gente também não vai envelhecer? Tudo é questão de você aceitar como você é e como Deus te fez" (Hermes, 67 anos, espírita, ensino médio).

Apesar das classes proporcionarem uma visão separada de cada assunto, em muitos casos eles coocorrem. A classe 2 também exibiu a negação da velhice (classe 4), pois a busca por saúde física se remete à busca por se sentirem mais jovens. E ainda, reconhecer e aceitar as mudanças se associam, como nas classes 1 e 3. Os idosos gays discutiram o envelhecimento masculino a partir das suas experiências e dos conhecimentos adquiridos no senso comum. Esse saber é prático, pois age como um guia para a busca das melhores perspectivas de vida, de como enfrentar o envelhecimento de forma saudável, mesmo reconhecendo as dificuldades e o preconceito presente na sociedade.

Nesse sentido, o enfrentamento de tais dificuldades é a partir do autocuidado, tendo em vista que 90% desses idosos são solteiros, 85% não têm filhos e 65% vivem sozinhos. Considerando as variáveis mencionadas, observa-se que a autonomia pode ser uma atitude atrelada ao autocuidado para os idosos gays. Outro aspecto é que 55% não são aposentados, remetendo a uma preocupação recente advinda com a reforma da previdência.

 

Discussão

As representações sociais dos idosos gays sobre o envelhecimento masculino apresentaram conteúdos sobre aceitação e negação da velhice, compreensão sobre as mudanças biopsicossociais e cuidado com a saúde como facilitador para a longevidade. A classe 1 exibiu representações sociais do envelhecimento masculino a partir da ancoragem e objetivação nas mudanças biopsicossociais que ocorrem na meia idade e início da velhice. A partir dos 40 anos, iniciam-se modificações nos homens a nível biológico, psicológico e sexual que eles remetem aos sintomas do envelhecimento masculino (Netto, 2016). Nesse sentido, os sintomas psicológicos do envelhecimento se associam com a autopercepção da saúde. As representações sociais conferem uma rede de significações que permitem compreender um objeto a partir da vinculação do sujeito com o objeto representado (Jodelet, 2001).

Uma pauta é que a subjetividade do idoso sobre sentir-se velho decorre de aspectos objetivos como a fragilidade, a dependência e a inatividade (Brito et al., 2017). Essas representações sociais mostram que o conhecimento reificado é apropriado no senso comum, tornando-se consensual, no sentido de que nessa classe eles discutiram o envelhecimento masculino com base nos conceitos de envelhecimento primário, secundário e terciário (Neri, 2016; Papalia & Feldman, 2013). Destaca-se que uma pesquisa aponta que, para homens idosos, os sintomas sexuais sobrepõem-se aos outros, corroborando as representações sociais dos participantes deste estudo (Siverskog & Bromseth, 2019).

A classe 4 apresentou representações sociais direcionadas à negação da velhice, possivelmente um reflexo do preconceito por trás de ser velho. O conceito de idade psicológica possui dois sentidos explicativos: o primeiro se refere à percepção da idade cronológica associada às habilidades físicas e cognitivas, o segundo a partir da subjetividade do sujeito (Neri, 2016; Netto, 2016). Neste sentido, as pessoas idosas, ao chegarem à velhice, não se sentem velhas, pois a imagem de ser velho envolve aspectos negativos como o declínio cognitivo e a dependência, como na classe 1. A autopercepção da saúde atrelada à visão sobre ser velho na sociedade contribui para a negação da velhice. A sociedade propaga o medo da velhice, possibilitando vê-la como uma doença, e a exaltação da juventude marginaliza a pessoa idosa (Goldenberg, 2011).

Possivelmente, a pessoa idosa não se reconhece como uma pessoa velha pois é a representação si que carregou durante toda a vida (Goldenberg, 2011). Em dados de outros estudos, os idosos negam a velhice afirmando não se sentirem velhos (Esteves & Fernandez, 2017). O corpo masculino gay envelhecido, na forma em que é construído socialmente, não é considerado atrativo (Esteves & Fernandez, 2017; Siverskog & Bromseth, 2019). A negação da velhice seria um resultado da mudança na aparência física dos idosos da atualidade, que buscam artifícios para sentirem-se mais jovens e atraentes.

Nas representações sociais, a função identitária permite que o sujeito se compare com as pessoas de seu grupo (Abric, 1998). Neste estudo, possivelmente, levando em conta que a média de idade é de 63,25 anos, esses idosos usam diferentes nomenclaturas ao falar sobre o seu grupo de pertença e sobre si mesmos, como maduros, tiozões, coroas e paizões, terminologias essas, sinônimas de idoso gay, que de certa forma suavizam e sexualizam a imagem do homem gay mais velho. A negação da velhice não é comum a todos os idosos, mas constitui as representações sociais dos idosos gays sobre o envelhecimento masculino.

Em oposição, a classe 3 categorizou representações sociais sobre a aceitação das mudanças advindas com o envelhecimento. O reconhecimento do legado construído possibilita aceitação da velhice, sendo um elemento da representação social do envelhecimento, como ancorarem e objetivarem as representações sociais em experiência e sabedoria (Torres, Camargo, Boulsfield, & Silva, 2015).

Essa classe evidenciou ainda a preocupação com as mudanças que surgem na sexualidade, externalizadas num misto entre aceitação e preocupação com essa fase. A masculinidade do homem associa-se à ereção e a ausência desta ocasiona conflitos subjetivos como a frustração (Tramontano, 2018). Outro estudo identificou representações sociais do envelhecimento masculino associado à ereção (Santos & Araújo, 2020). Uma pesquisa discutiu que idosos gays que tomam medicamentos para ereção recuperam sua virilidade e ânimo físico e sexual, principalmente os ativos (Tramontano, 2018).

A classe 2 enfatizou representações sociais sobre cuidado e saúde como aspectos importantes para satisfação com o envelhecimento. Essas representações sociais mostram que existe a atenção sobre a própria saúde, sendo que alguns estudos verificam que esse grupo tem dificuldades para acessar os serviços de saúde, devido ao preconceito (Salgado et al., 2017; Hua, Yang, & Fredriksen-Goldsen, 2019; Reygan & Henderson, 2019). Numa outra investigação, os participantes relatam não utilizar serviços de saúde por estarem satisfeitos com a sua saúde, e quando são atendidos não falam que são gays (Pereira et al., 2019).

Essa classe aborda ainda a gratidão pela vida, sendo um reflexo da religiosidade dos participantes. Um fator contribuinte para que o número de homens na velhice seja menor é a autonegligência, ocasionando a resistência de homens idosos quanto a cuidar da saúde, que justificam na ignorância própria o motivo de não se cuidar adequadamente (Coelho, Giacomin, & Firmo, 2016). Uma pesquisa demonstrou que homens gays se preocupam mais com a saúde do que homens heterossexuais (Dai & Meyer, 2019). Os dados dessa classe corroboram com o presente estudo, pois os idosos gays relataram preocupação e cuidado com a saúde. Em todas as classes, em algum momento, as representações sociais contemplam a sexualidade. Na velhice os homens levam mais tempo para ter ereção e ejacular (Papalia & Feldman, 2013). Tal fato os faz buscar terapias de reposição hormonal e medicamentos para disfunção erétil (Rohden, 2012).

As representações sociais dos idosos gays evidenciaram como eles instrumentalizam o saber prático do envelhecimento masculino, no sentido de que eles apresentam um problema e discutem as dificuldades e soluções. Os participantes compreendem que a ausência de saúde surge do autocuidado prejudicado. Abordam ainda a dualidade entre negação e aceitação da velhice, na qual se percebe que a aceitação ocorre a partir da identificação das mudanças biológicas irreversíveis. A negação envolve o seu corpo físico, que os leva a fazer atividades físicas tanto por saúde quando por autoestima corporal. Os aspectos psicológicos confirmam a negação, pois esses idosos não se veem como velhos, já que a representação social do velho traz consigo aspectos senis do envelhecimento.

Os diferentes elementos que constituem a representação de homem gay demonstraram aspectos que remetem à resiliência, no sentido de que eles reconhecem a necessidade de encorajamento e autoaceitação para que se sintam bem com o envelhecimento. Outro elemento da representação social relevante é que os idosos gays entendem que na velhice ocorre uma redução hormonal que pode resultar em impotência sexual, sendo a preocupação com a sexualidade o aspecto mais evidenciado. E, com isso, falam sobre reposição hormonal e uso do citrato de sildenafila (Viagra®). Eles percebem o preconceito em relação à orientação sexual e, na maioria dos discursos, eles não falam da orientação sexual no envelhecimento, podendo ser um reflexo da homofobia internalizada.

No que tange às particularidades dos participantes, 60% deles afirmam ser assumidos quanto a sua homossexualidade, mas apenas 20% assumem a identidade em qualquer local que ocupem. Uma fala comum entre os gays idosos é dizer que são assumidos para si mesmos e que não precisam ser gays para os outros, pois a vida íntima é algo pessoal. Um aspecto que influencia na visão do envelhecimento é o fato de que 40% deles são ou foram cuidadores dos pais na velhice, o que pode remeter ao pensamento de quem irá cuidar deles numa possível fase de dependência, sabendo que 65% deles vivem sozinhos, evidenciando uma preocupação com o suporte psicossocial de cuidado.

Por se tratar de um estudo qualitativo, estes dados não podem ser generalizados, porém eles registram representações sociais de um grupo invisível socialmente. Esse intragrupo possuiu um elevado grau de escolaridade, que revelou o conhecimento reificado por alguns dos participantes ao falar sobre as possíveis perdas que ocorrem na sexualidade. Os objetivos foram alcançados e as representações sociais apreendidas possibilitam entender o conhecimento compartilhado pelos idosos gays.

Nesse sentido, estes dados permitem a discussão por profissionais da saúde e das ciências humanas de forma a se instrumentalizarem na atuação profissional. E também pelos poderes legislativo e judiciário na formulação de políticas públicas que viabilizem qualidade de vida e um envelhecimento saudável desse grupo marginalizado socialmente. Para que esses idosos gays sejam quem eles são nos dispositivos públicos que necessitam frequentar e que não ocultem a sua sexualidade para evitar o preconceito dos profissionais dos serviços. Para estudos futuros, sugere-se que sejam abordadas outras técnicas teóricas e metodológicas para ampliar a visão sobre o fenômeno do envelhecimento de homens gays. Para finalizar, que este estudo viabilize a reflexão entre diversos profissionais da saúde e serviço social, que de alguma forma possam atender as especificidades de um suporte biopsicossocial adequado para os homens gays idosos.

 

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José Victor de Oliveira Santos
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Recebido em: 05/02/2020
Reformulado em: 14/09/2020
Aceito em: 23/09/2020

 

 

Notas

* Psicólogo, graduado pela Universidade Federal do Piauí, mestrando em Psicologia pela Universidade Federal do Piauí.
** Professor no quadro Permanente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (Stricto Sensu) do Campus Ministro Reis Velloso da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

 

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