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Revista Brasileira de Terapias Cognitivas

versão impressa ISSN 1808-5687versão On-line ISSN 1982-3746

Rev. bras.ter. cogn. v.2 n.1 Rio de Janeiro jun. 2006

 

ARTIGOS

 

A relação entre habilidades sociais e qualidade de vida na terceira idade 1, 2

 

The relationship between social skills and quality of life among the ederly

 

 

Rachel Shimba Carneiro

Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Estudos atuais apontam que a capacidade de interagir socialmente é fundamental para o idoso, a fim de que este possa obter melhor qualidade de vida. Entretanto, pesquisas científicas nacionais nessa área, que poderiam fornecer maior compreensão da relação entre habilidades sociais e qualidade de vida, são escassas. O presente estudo teve como objetivo investigar as habilidades sociais e a qualidade de vida de 30 idosos da UnATI/UERJ, 30 idosos de contextos familiares e 15 idosos que vivem em asilos e a relação entre esses temas. Como instrumentos de pesquisa foram utilizados: o Inventário de Habilidades Sociais e o WHOQOL-ABREVIADO. A partir dos dados obtidos nos instrumentos especificados acima, observou-se que os idosos que vivem em asilos, quando comparados aos idosos freqüentadores da UnATI/UERJ ou aos idosos do contexto familiar, apresentaram menor repertório de habilidades sociais e pior qualidade de vida. Os resultados desse estudo apontam correlações estatisticamente significantes entre o escore total da variável habilidade social e o escore total da qualidade de vida (r=0,456, n=71, p=0,000). Essa pesquisa fornece subsídios para a implantação de Programas de Treinamentos de Habilidades Sociais específicos para terceira idade, contribuindo para que os idosos obtenham melhor qualidade de vida.

Palavras-chave: Habilidades sociais, Qualidade de vida, Idosos.


ABSTRACT

Current studies suggest that the capacity to interact socially is an essential skill for the development of a better quality of life. The national literature in this area that could provide a greater understanding of this relationship is, however, still scarce. The purpose of the present study was to investigate the social skills and the quality of life of 30 elderly from UnATI/UERJ, 30 elderly of familiar context and 15 elderly that live in asylums and the relationship between social skills and the quality of life. In this study, the Social Skills Inventory and the WHOQOL-BREF were applied and revealed that the elderly that live in asylums display a reduced repertoire of social skills and a worse quality of life, when compared to the elderly of the UnATI/UERJ or the elderly that live with their families. Significant correlations between social skill and quality of life scores (r=0,456, n=71, p=0,000) were identified. These findings contribute to the research literature and provide support for the implementation of specific Programs of Social Skills Training for the elderly, which could enhance their ability to develop a better quality of life.

Keywords: Social skills, Quality of life, Elderly.


 

 

“É mais fácil obter o que se deseja com um sorriso
do que à ponta da espada.” (William Shakespeare)

 

Introdução

O crescimento da população de idosos é um fenômeno mundial e está ocorrendo em um nível sem precedentes (Pereira, Curioni & Veras, 2003). Em 1950, havia cerca de 204 milhões de idosos no mundo. Já em 1998, quase cinco décadas depois, esse contingente alcançava 579 milhões de pessoas - um crescimento de quase oito milhões de pessoas idosas por ano. As projeções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1,9 bilhões de pessoas (IBGE, 2002). Esse fenômeno desperta a atenção de pesquisadores, observando-se, no Brasil, um crescente interesse pelas questões ligadas à qualidade de vida na terceira idade (Freire, 2000). Dentro desse contexto, Paschoal faz algumas afirmações e, ao mesmo tempo, indaga:

A expectativa de vida está aumentando em todo o mundo. Com isto, um número cada vez maior de indivíduos passa a sobreviver até 70, 80, 90 anos. Qual a qualidade dessa sobrevivência? Como aumentar o vigor físico, intelectual, emocional e social dessa população até os momentos que precedem a morte? A maioria dos indivíduos deseja viver cada vez mais, porém a experiência do envelhecimento (a própria e a dos outros) está trazendo angústias e decepções, pelo menos em nosso país. Como favorecer uma sobrevida cada vez maior, com uma qualidade de vida cada vez melhor? (Paschoal, 1996a, citado por Paschoal, 2000, p. 17).

As questões apresentadas acima chamam atenção para o fato de que não se deve aceitar apenas a longevidade do ser humano como a principal conquista da humanidade contemporânea, mas que esse ser humano tenha garantia de uma vida com qualidade, felicidade e ativa participação em seu meio (Silvestre & Neto, 2003). Como sugere Lepargneur (1999, citado por Merlin, Baptista & Baptista, 2004), uma das preocupações do momento é a longevidade com qualidade de vida.

O reconhecimento de que a qualidade de vida se constitui em tema importante para a promoção da saúde física e mental e para o bem-estar social das pessoas tem estimulado o Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde a realizar estudos envolvendo esse assunto. A qualidade de vida foi definida por esse grupo como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (Fleck et al., 2000, p. 179).

As investigações sobre as condições que permitem aos idosos uma boa qualidade de vida mostram que esta pode estar relacionada aos seguintes componentes: capacidade funcional, estado emocional, interação social e atividade intelectual (Santos, Costa Santos, Fernandes & Henriques, 2002). Frutuoso (1999), por exemplo, indica que muitos estudos fazem referência a um aumento da qualidade de vida e da longevidade em idosos que apresentam vida social intensa. Uma relação direta entre relacionamentos sociais, qualidade de vida e capacidade funcional e uma relação inversa desses fatores com a depressão têm sido apontadas por diversos autores (por ex., Albuquerque, 2003; Fleck et al., 2002; Xavier, Ferraz, Bertollucci, Poyares & Moriguchi, 2001). Os dados apresentados acima sustentam a relevância dos relacionamentos sociais para o bem-estar físico e mental na velhice (Capitanini, 2000) e, conseqüentemente, para uma vida com qualidade.

O argumento favorável à idéia de que as relações sociais podem, de várias formas, promover melhores condições de saúde tem sido salientado em vários estudos (Ramos, 2002; Silberman et al., 1995). Por outro lado, a ausência de convívio social causa severos efeitos negativos na capacidade cognitiva geral (Katz & Rubin, 2000), além de depressão (Freire & Sommerhalder, 2000). A pobreza de relações sociais, como um fator de risco à saúde, tem sido considerada tão danosa quanto o fumo, a pressão arterial elevada, a obesidade e a ausência de atividades físicas (Andrade & Vaitsman, 2002). Esse conjunto de evidências sugere que a deterioração da saúde pode ser causada não somente por um desgaste natural do organismo, sedentarismo ou uso de tabaco, mas, também, pela redução da quantidade ou qualidade das relações sociais (Ramos, 2002). De forma geral, pode-se argumentar que as pessoas que têm maior contato social vivem mais e com melhor saúde do que as pessoas com menor contato social (Dressler, Balieiro & Santos, 1997).

Seguindo os estudos apresentados anteriormente, Chelala (1992, citado por Oliveira, Pasian & Jacquemin, 2001) alerta para o fato de que a qualidade dos contatos sociais é mais importante do que a quantidade. Como propõem Carmona e Melo (2000), a pessoa que tem uma conduta interpessoal efetiva é capaz de desenvolver redes sociais de apoio, que operam como um dos fatores mais relevantes na recuperação e prevenção dos problemas de saúde mental. Portanto, a capacidade de interagir socialmente é fundamental para o idoso, para conquistar e manter redes de apoio social e, conseqüentemente, garantir melhor qualidade de vida (Gray, Ventis & Hayslip, 1992). A constatação de que as habilidades sociais estão relacionadas à melhor qualidade de vida (Caballo, 1991; Collins & Collins, 1992; Goleman, 1995; Ickes, 1997) vem despertando o interesse de especialistas e multiplicando as pesquisas sobre o tema (Del Prette & Del Prette, 1999).

As deficiências e comprometimentos das habilidades sociais estão geralmente associados às dificuldades nas relações interpessoais e a diversos tipos de transtornos psicológicos, como a timidez, o isolamento social, o suicídio e a depressão (Del Prette & Del Prette, 1999; 2002). É importante notar que ainda não existe um consenso quanto à definição de habilidades sociais. Visto que uma discussão sobre esse assunto iria além dos limites deste artigo, optou-se por adotar um conceito mais amplo, tal como o de Beddel e Lennox, em que o indivíduo socialmente habilidoso “é capaz de obter ganhos com maior freqüência, desempenhar o mínimo possível de tarefas indesejáveis, além de desenvolver e manter relacionamentos mutuamente benéficos e sustentadores” (Beddel & Lennox, 1997, p. 42).

A conceituação atual do comportamento socialmente habilidoso considera, além dos desempenhos verbais e não-verbais nas situações de interação, elementos cognitivos de percepção e de processamento de informação (Matos, 1997). De acordo com Carmona e Melo (2000), o indivíduo socialmente habilidoso deve ter conhecimento não somente da resposta adequada, mas também de como e quando essa conduta pode ser emitida.

Após uma revisão de estudos, Falcone (2001) e Falcone et al. (2001) constataram que as interações sociais bem sucedidas incluem a manifestação de duas habilidades conhecidas na literatura: a empatia e a assertividade. A empatia é entendida como a capacidade de compreender e de expressar compreensão acurada sobre a perspectiva e sentimentos de outra pessoa, além de experimentar compaixão e interesse pelo bem-estar desta (Barrett-Lennard, 1993; Falcone, 1999). Já a assertividade é definida como a “capacidade de defender os próprios direitos e de expressar pensamentos, sentimentos e crenças de forma honesta, direta e apropriada, sem violar os direitos da outra pessoa” (Lange & Jakubowski, 1976, p. 7). É importante ressaltar que a ausência e/ou a deficiência em manifestar empatia e assertividade pode(m) ocasionar padrões de comportamento socialmente inadequados, tais como a esquiva ou a agressividade, que acabam prejudicando a qualidade da interação e favorecendo os conflitos sociais.

Apesar de se reconhecer a importância do repertório social do idoso, ainda é ínfima a literatura em estudos de avaliação nessa área. Destaca-se a pesquisa realizada por Carneiro e Falcone (2004), em que foi utilizada uma entrevista estruturada para investigar as situações nas quais 30 idosos, freqüentadores de uma universidade da terceira idade, apresentavam capacidades e deficiências para interagir de forma socialmente competente. As autoras concluíram que os idosos que relataram habilidades em situações de fácil aquisição de apoio social e sem envolver risco de conflito apresentaram, por outro lado, déficits nas situações que envolviam confronto interpessoal. Uma vez que os idosos dessa amostra já possuíam uma rede de apoio social, pode-se supor que aqueles carentes dessa mesma rede apresentem um grau maior de deficiências em habilidades sociais. Para Del Prette e Del Prette (1999), a privação sócio-cultural, em casos de institucionalização ou isolamento do indivíduo, pode estar relacionada com dificuldades de interação social.

Se é possível sugerir que o idoso que conta com uma rede de apoio social tende a ser mais socialmente competente, além de possuir níveis mais elevados de qualidade de vida, também se tem a possibilidade de que idosos saudáveis moradores de asilos, por carecerem daquela rede, podem apresentar deficiências em habilidades sociais e baixa qualidade de vida. Tais suposições alicerçam os objetivos desta pesquisa, que pretende comparar as habilidades sociais e a qualidade de vida de idosos inseridos em três diferentes grupos sociais: (1) os que freqüentam a Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UnATI/UERJ), (2) os que não participam de atividades sociais fora do seu contexto familiar e (3) os que moram em asilos. O presente estudo objetiva investigar também se os temas habilidades sociais e qualidade de vida estão de alguma forma relacionados.

 

Método

 

Participantes e Locais

A amostra contou com 75 idosos (63 do sexo feminino e 12 do sexo masculino, com idades variando de 61 a 95 anos) distribuídos da seguinte forma: 30 idosos que freqüentam ambientes de ensino, como a Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UnATI/UERJ (GUF); 30 idosos residentes em seus lares e sem engajamento em atividades sociais em instituições (GF) e 15 idosos que vivem em asilos (GA).

 

Instrumentos

Cada participante recebeu o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) contendo informações sobre os objetivos da pesquisa, a gravação das verbalizações emitidas nas situações de jogos de papéis e o compromisso com o sigilo a respeito da identidade dos participantes.

Uma Ficha de Entrevista foi utilizada para a obtenção de dados pessoais referentes à amostra estudada (idade, sexo, localização geográfica, estado civil, escolaridade, tempo de ingresso na Universidade da Terceira Idade ou tempo de residência no asilo).

Um instrumento de avaliação de qualidade de vida (WHOQOL-ABREVIADO), elaborado pela Organização Mundial da Saúde, traduzido e validado no Brasil por Fleck et al. (2000), foi utilizado na pesquisa. Tal instrumento contém 26 itens, sendo duas questões gerais sobre qualidade de vida e as demais divididas em quatro domínios: (1) físico, (2) psicológico, (3) relações sociais e (4) meio ambiente. As características psicométricas do WHOQOL-ABREVIADO preencheram os critérios de consistência interna, validade discriminante, validade concorrente, validade de conteúdo e confiabilidade teste-reteste (Fleck et al., 2000).

O Inventário de Habilidades Sociais - IHS-Del-Prette (Del Prette & Del Prette, 2001), utilizado para avaliar as habilidades sociais dos participantes, é composto por 38 itens que se agrupam em cinco fatores: (1) enfrentamento e auto-afirmação; (2) auto-afirmação na expressão de sentimentos positivos; (3) conversação e desenvoltura social; (4) auto-exposição a desconhecidos e situações novas e (5) autocontrole da agressividade. O fator 1 avalia principalmente o conceito de assertividade; o 2 retrata demandas interpessoais de expressão de afeto positivo e de afirmação da auto-estima; o 3 apresenta situações sociais neutras de aproximação, demandando, principalmente, “traquejo social” na conversação, o que supõe conhecimento das normas de relacionamento cotidiano. As situações que envolvem a abordagem de pessoas desconhecidas são medidas pelo fator 4. Por fim, o fator 5 reúne itens que supõem reação a estimulações aversivas do interlocutor, demandando controle da raiva e da agressividade. Conforme consta no Manual (Del Prette & Del Prette, 2001), propriedades psicométricas do IHS-Del-Prette apresentam índices de validade, fidedignidade e consistência interna satisfatórios. Alguns itens do questionário foram adaptados ao contexto de indivíduos da terceira idade.

Os dados de observação direta foram obtidos com base em testes comportamentais orientados por um roteiro que estruturava situações de jogos de papéis. As situações de jogos de papéis utilizadas foram: (1) recusar pedido (“Você está indo para o consultório médico, quando encontra um amigo que não vê faz algum tempo. Ele dá um grande sorriso e, desconhecendo o seu compromisso, convida-o para tomar um café, para contar sobre a viagem que fez. O que você diria nessa situação social?”); (2) fazer pedido com conflito de interesses (“Você foi comprar pão no supermercado. Quando se dirigiu ao caixa, verificou que as filas eram longas e que as pessoas estavam abarrotadas de compras. Se você ficasse esperando sua vez, não conseguiria chegar a tempo do programa marcado com seu amigo. O que você faz?”); (3) defender os próprios direitos em situações nas quais são oferecidos serviços insatisfatórios (“Há duas semanas, você comprou uma roupa numa loja da vizinhança em que tem sido cliente. E, depois de vestir a roupa pela segunda vez, você descobriu que o zíper estava quebrado. O que você faz? Caso voltasse à loja, como falaria com a vendedora?”); (4) lidar com pessoas com atitudes grosseiras (“Quando lhe pedem um favor, você está sempre pronta para ajudar e faz com boa vontade. Certo dia, pela manhã, uma pessoa lhe pede para buscar uma roupa e você acaba esquecendo. No momento em que essa pessoa fica sabendo do seu esquecimento, chama-lhe de imprestável e diz: ‘não sei onde estava com a cabeça para lhe pedir isso’. O que você responderia nessa situação?”) e (5) expressar opiniões pessoais (“Você está numa roda de amigos e colegas que falam sobre um filme que você achou ruim. Entretanto, as pessoas ao seu redor estão elogiando o filme e argumentando o quanto ele é bom. Em um determinado momento, perguntam o que você achou do filme. Qual seria a sua resposta?”). Tais situações foram escolhidas com base em um estudo realizado por Carneiro e Falcone (2004).

 

Procedimentos gerais

Após aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – COEP/UERJ e do Comitê de Ética em Pesquisa da UnATI/UERJ, foi realizado um contato formal com a diretora de um asilo, objetivando o consentimento para a realização da presente pesquisa. Em seguida, os idosos que voluntariamente concordaram em participar receberam o TCLE, o IHS-Del-Prette (Del Prette & Del Prette, 2001) e o WHOQOL-ABREVIADO (Fleck et al., 2000). Depois de responderem os dois inventários de auto-informe, os participantes se submeteram às situações de jogos de papéis. A aplicação das medidas de avaliação foi realizada individualmente e em um único encontro; além disso, não houve tempo pré-determinado para o preenchimento dos questionários utilizados e para responder às situações de jogos de papéis.

 

Aspectos Éticos

A elaboração desta pesquisa foi realizada buscando atender às normas da Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – COEP/UERJ e do Comitê de Ética em Pesquisa da UnATI/UERJ.

 

Tratamento dos dados

Inicialmente, de acordo com as instruções normativas de cada instrumento, foram calculados os escores totais de cada respondente para o IHS-Del-Prette (Del Prette & Del Prette, 2001) e o WHOQOL-ABREVIADO (Fleck et al., 2000), bem como os escores fatoriais de cada participante e os valores médios por grupo em cada um dos fatores e domínios respectivamente. Para a comparação entre os grupos (GUF, GF e GA), foi utilizada a Análise da Variância simples (one-way ANOVA) com post-hoc (LSD), com o tipo de grupo entrando como variável independente e os quatro domínios do WHOQOL-ABREVIADO e os cinco fatores do IHS-Del-Prette entrando como variáveis dependentes. Para verificar a associação entre habilidades sociais e qualidade de vida, foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson.

Com relação às verbalizações emitidas nas cinco situações de jogos de papéis, estas foram gravadas e depois transcritas integralmente, sendo então avaliadas por dois juízes independentes, previamente treinados e cegos quanto aos grupos da amostra aos quais cada sujeito pertencia. Para orientar os juízes na avaliação das respostas dos participantes, foi construído um manual contendo explicações e exemplos de três categorias de avaliação, de acordo com a proposta de Falcone (2000; 2001): (1) respostas sociais inadequadas; (2) respostas sociais parcialmente adequadas e (3) respostas sociais adequadas. Os juízes foram orientados a enquadrar, na categoria número 1, as respostas passivas (de esquiva) ou agressivas (de hostilidade); na categoria 2, as respostas de enfrentamento da situação (assertivas), de defesa dos próprios interesses de forma objetiva, sem demonstrar claramente o interesse pelas necessidades, desejos ou sentimentos do interlocutor e, finalmente, na categoria 3, as respostas de enfrentamento, que incluem a defesa dos próprios interesses, desejos e necessidades, após demonstração clara de compreensão e de interesse pelos desejos e necessidades do interlocutor (empatia e assertividade). Após as verbalizações emitidas pelos participantes em cada situação de jogo de papel receberem de cada juiz uma única avaliação (resposta social inadequada, resposta social parcialmente adequada e resposta social adequada), foram calculados os coeficientes de concordância entre os dois juízes (Bauer, 2002). Os resultados indicaram um índice de concordância variando de 76% a 98%. Para a obtenção de um consenso nos itens em que existiram discordâncias, foi marcado um novo encontro com os juízes.

 

Resultados

Para verificar as habilidades sociais em cada um dos grupos, foram computadas as médias referentes aos 5 fatores do IHS-Del-Prette: (1.º) enfrentamento e auto-afirmação com risco; (2.º) auto-afirmação na expressão de sentimentos positivos; (3.º) conversação e desenvoltura social; (4.º) auto-exposição a desconhecidos e situações novas e o (5.º) autocontrole da agressividade, como podem ser observadas na figura 1.

 

Figura 1: Valores médios dos escores fatoriais do IHS-Del-Prette nos grupos estudados

 

As médias apresentadas na figura 1 revelaram diferenças significativas na análise da variância simples, entre os três grupos, para os seguintes fatores do IHS-Del-Prette: (1) enfrentamento e auto-afirmação com risco (F(2,72)=6,5; p=0,003); (2) auto-afirmação na expressão de sentimentos positivos (F(2,72)=6,0; p=0,004); (3) conversação e desenvoltura social (F(2,72)=6,7; p=0,002) e (4) auto-exposição a desconhecidos e situações novas (F(2,72)=6,5; p=0,002). Apenas no fator relacionado ao autocontrole da agressividade não ocorreram diferenças significativas (F(2,72) = 0,3; n.s).

No post-hoc (LSD), ao se comparar o GUF com o GF, não foram encontradas diferenças significativas em nenhum dos cinco fatores do IHS-Del-Prette. Entretanto, comparando o GUF com o GA, foram encontradas diferenças significativas, (p<0,01) favoráveis ao GUF, em quatro dos cinco fatores: F1, F2, F3 e F4. A comparação entre os GF e GA revelou diferenças significativas nos mesmos fatores e favoráveis ao GF. Nas duas comparações, não foram encontradas diferenças significativas no F5. A seguir, a figura 2 mostra a porcentagem de respostas sociais inadequadas, parcialmente adequadas e adequadas dos três grupos, nas cinco situações de jogos de papéis, obtida a partir da avaliação dos juízes.

A partir dos dados apresentados na figura 2, é possível observar alguns aspectos importantes nas situações de jogos de papéis, por exemplo: (a) para todos os grupos, a situação mais “fácil”, ou seja, com maior proporção de reações adequadas e menor de inadequadas foi a de defender os próprios direitos; (b) as situações mais difíceis foram as de fazer pedido com conflito de interesse e lidar com pessoas grosseiras, recebendo esta última reações inadequadas de quase todos os participantes dos três grupos; (c) GUF e GF apresentaram reações mais adequadas nas situações de recusar pedidos e defender os próprios direitos e mais inadequadas nas de lidar com pessoas grosseiras; (d) com exceção de expressar opiniões pessoais, na qual se equiparou com os demais grupos, o GA apresentou maior proporção de reações inadequadas nas situações de jogos de papéis.

 

Figura 2: Percentagem de respostas inadequadas, parcialmente adequadas e adequadas dos três grupos, conforme a avaliação dos juízes

 

Com a finalidade de investigar a qualidade de vida em cada um dos grupos, foram computadas as médias referentes aos 4 domínios do WHOQOL-ABREVIADO: (1) físico, (2) psicológico, (3) relações sociais e (4) meio ambiente. A figura 3 apresenta a comparação estatística das médias dos três grupos, GUF, GF e GA, em relação aos quatro domínios do WHOQOL-ABREVIADO (Fleck et al., 2000):

 

Figura 3: Valores médios dos escores fatoriais do WHOQOL-ABREVIADO nos grupos estudados

 

Com base nos dados da figura 3, a comparação estatística entre as médias apresentadas permitiu constatar uma diferença significativa, entre os três grupos, para os seguintes domínios do WHOQOL-ABREVIADO (Fleck et al., 2000): (1) físico (ANOVA: F(2,72) = 6,2; p=0,003); (2) psicológico (ANOVA: F(2,72) = 17,0; p=0,000); (3) social (ANOVA: F(2,72) = 4,2; p=0,019) e (4) meio ambiente (ANOVA: F(2,68) = 27,1; p=0,000).

Em uma comparação entre o GUF e o GA, as diferenças foram altamente significativas (p<0,01) nos quatro domínios do WHOQOL-ABREVIADO (Fleck et al., 2000) com superioridade para o GUF. Ao se comparar o GF com o GA, também se constatou uma diferença altamente significativa (p<0,01), favorável ao GF nos domínios psicológico, social e meio ambiente. Já na comparação entre GUF e GF, foi encontrada diferença significativa apenas no domínio psicológico (p=0,019).

Na análise das duas questões gerais de qualidade de vida do WHOQOL-ABREVIADO, verificou-se, com relação à satisfação com a saúde, que o GF (3,27) apresentou a menor média, quando comparado ao GA (3,60) e ao GUF (3,77). Na segunda pergunta, sobre a qualidade de vida, a maioria do GUF (57%) e do GF (57%) avaliou como “boa”, enquanto grande parte dos participantes do GA (47%) avaliou como “nem ruim, nem boa”.

A relação entre as escalas possibilitou resultados que identificaram correlações estatisticamente significativas entre os escores totais da habilidade social e da qualidade de vida (r=0,456, n=71, p=0,000). Tais dados contribuem para fortalecer o argumento de que as habilidades sociais e a qualidade de vida estão, de alguma forma, interligadas.

 

Discussão

Conforme os resultados do IHS-Del-Prette (Del Prette & Del Prette, 2001), observou-se que os idosos do asilo, quando comparados aos idosos do GUF e GF, apresentaram um menor repertório de habilidades sociais nos seguintes fatores: a) enfrentamento e auto-afirmação, com risco potencial de reação indesejável por parte do interlocutor; b) auto-afirmação na expressão de sentimentos positivos; c) conversação e desenvoltura social; d) auto-exposição a desconhecidos e situações novas. Uma possível explicação para esses resultados refere-se ao isolamento dos idosos residentes em instituições ou à comunicação escassa entre eles (Deps, 1993). De acordo com Del Prette e Del Prette (1999; 2001), as deficiências e comprometimentos em habilidades sociais podem caracterizar relações sociais restritas e conflitivas.

Nas situações de jogos de papéis, a maioria dos indivíduos do GUF (67%) e do GF (70%) foi capaz de defender adequadamente os próprios direitos em situações como trocar uma mercadoria que está com defeito. Grande parte das pessoas do GUF (90%) apresentou respostas sociais adequadas para recusar pedido. Diante de tais constatações, é importante destacar que, segundo alguns autores (Neri, 1997; Nogueira, 2001), a participação em atividades educacionais, bem como a manutenção e o apoio das relações familiares, favorecem o aumento do senso de auto-eficácia. Se se considera que a competência do indivíduo na interação com o ambiente não seja só uma questão de saber “o que fazer” (Carmona & Melo, 2000), mas envolva também crenças sobre a sua auto-eficácia, é possível sugerir que tais crenças tenham contribuído para que os idosos do GUF e do GF, comparados aos idosos do asilo, apresentassem uma maior capacidade para defender seus próprios direitos e recusar um pedido de forma socialmente adequada. Enfrentar essas situações de forma habilidosa contribui para o senso de auto-eficácia do indivíduo e, conseqüentemente, para elevar sua qualidade de vida (Carneiro & Falcone, 2004).

Os dados destacados até o momento indicam que os participantes do GUF e do GF possuem maior capacidade para se comunicar socialmente do que os do GA. Se diversos autores (Caballo, 1991; Collins & Collins, 1992; Goleman, 1995; Ickes, 1997) têm relacionado às habilidades sociais uma melhoria na qualidade de vida, é válido supor que os idosos do GUF e do GF apresentem qualidade de vida superior aos do GA.

A partir do WHOQOL-ABREVIADO, foi verificado que o GUF e o GF apresentaram avaliações mais positivas do que o GA quanto à dor, à fadiga, ao sono, à mobilidade, à atividade da vida cotidiana, à dependência de medicação ou de tratamentos e à capacidade para o trabalho. Do mesmo modo, os idosos do GUF e do GF demonstraram maior satisfação quanto à segurança física, aos recursos financeiros, ao acesso aos serviços de saúde, às oportunidades em adquirir novas informações, às oportunidades de atividade de lazer e ao ambiente físico (poluição/ruído/trânsito/clima) onde moram.

Nos itens do WHOQOL-ABREVIADO - que investigam os sentimentos positivos, a concentração, a auto-estima, a imagem corporal, os sentimentos negativos e a espiritualidade/ religiosidade/ crenças pessoais – o GUF obteve melhor resultado do que o GF; enquanto que o GA alcançou resultado inferior aos dois grupos anteriores. Nos itens referentes às relações sociais, constatou-se que os idosos do GF apresentaram maior satisfação em suas relações pessoais e no apoio que recebem de seus amigos, parentes, conhecidos e colegas, seguidos pelos idosos do GUF e, posteriormente, pelos do GA. Neri (2001) pontua que a manutenção de relações sociais com o cônjuge, com os familiares e, principalmente, com amigos da mesma geração favorece o bem-estar psicológico e social dos idosos. Por outro lado, parece que viver em asilos torna os idosos menos capazes de manter a qualidade de vida (Sousa, Galante & Figueiredo, 2003).

Conclui-se que os idosos dos GUF e GF apresentaram níveis significativamente mais elevados de habilidades sociais e de qualidade de vida do que os idosos do grupo do asilo. Tais resultados fortalecem a proposição de que as habilidades sociais e a qualidade de vida estão de alguma forma interligadas. Entretanto, é importante chamar a atenção para o tamanho da amostra, que não permite fazer generalizações precipitadas. Algumas propostas sugeridas para futuros estudos na área incluem aumento do número de participantes e avaliação do impacto das habilidades sociais na qualidade de vida do idoso.

 

Referências Bibliográficas

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Endereço para correspondência
Rua Tiradentes, 122/706 - Ingá - Niterói/RJ.
CEP: 24210-510.
E-mail: rachelshimba@yahoo.com.

Recebido em: 12/05/2006
Aceito em: 15/06/2006

 

 

Notas

1 Agradecimentos às Professoras Eliane Falcone, por sua orientação, Cynthia Clark, pelo auxílio estatístico, Zilda A. P. Del Prette e ao Professor Almir Del Prette, pelas contribuições no estudo e a CAPES, pelo apoio financeiro à pesquisa.
2 Artigo baseado na dissertação de mestrado da referida autora intitulado: “Um Estudo Comparativo entre Qualidade de Vida, Habilidades Sociais e Apoio Social em Idosos de Diferentes Grupos Sociais”.

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