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Revista Brasileira de Terapias Cognitivas

versão impressa ISSN 1808-5687versão On-line ISSN 1982-3746

Rev. bras.ter. cogn. vol.14 no.1 Rio de Janeiro jan./jun. 2018

http://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20180004 

RELATOS DE PESQUISAS

 

Habilidades sociais, estresse, desempenho acadêmico em universitários de moradias coletivas

 

Social skills, stress, academic performance in university collective houses

 

 

Zenith Nara Costa DelabridaI; Carla Mayra de Jesus SantosII; Janaína Bianca BarlettaIII

IDoutorado - (Professora do Magistério Superior) - Aracaju - SE - Brasil
IIPsicóloga pela Universidade Federal de Sergipe - (Atua em consultório clínico)
IIIDoutora em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe - (Pesquisadora colaboradora do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC/USP)

Correspondência

 

 


RESUMO

A presente pesquisa investigou as Habilidades Sociais (HS) de estudantes universitários habitantes de moradias coletivas universitárias. Foi avaliado se há diferenças nas HS em termos do tipo de moradia coletiva: residências universitárias e repúblicas universitárias. Para mais, foi investigado se as HS estão relacionadas à percepção de desempenho acadêmico e ao estresse. Participaram da pesquisa 131 estudantes universitários, com 66,4% do sexo feminino e média de idade de 20,71 (dp=2,03), sendo a maioria (69,5%) dos estudantes moradores de residências universitárias em relação a 30,5% de estudantes moradores de repúblicas universitárias. Observou-se maior habilidade assertiva e autocontrole da agressividade nos estudantes moradores de residências universitárias, embora em ambos os grupos houve déficit de assertividade e elaborado repertório de autocontrole. O grau de habilidades sociais é preditor da percepção de desempenho acadêmico com a mediação do nível de estresse percebido. As características de cada tipo de moradia podem estar relacionadas a uma maior ou menor exigência no desempenho social o que acarreta diferenças nas HS. Os dados do estudo podem contribuir para a melhoria da dinâmica das moradias coletivas, diminuindo os conflitos interpessoais, aumentando o bem-estar e favorecendo uma adaptação acadêmica bem-sucedida.

Palavras-chave: Habilidades Sociais; Desempenho Acadêmico; Estresse Psicológico


ABSTRACT

This study investigated the Social Skills (SS) of university students living in shared houses. It was evaluated whether there are differences in SS in terms of the type of university shared house: "residences" or "republics". In addition, we investigated how SS are related to the perception of academic performance and perceived stress. A total of 131 college students participated 66.4% females and mean age of 20.71 (SD = 2.03) years-old, 69.5% living in university shared houses called "residences" and 30.5% living in university shared houses called "republics". A greater assertive ability and self-control of aggressiveness in students living in "residences" were observed, although in all groups there was a deficit of assertiveness and elaborate repertoire of self-control. The degree of social skills is a predictor of the perception of academic performance with the mediation of stress level. As characteristics of each type of dwelling may be related to a greater or lesser requirement for social performance. The study data can contribute to an improvement in the dynamics of collective housing, reducing interpersonal conflicts, increasing the well-being of a successful academic adaptation.

Keywords: Social Skills; Academic Performance; Stress, Psychological


 

 

INTRODUÇÃO

A vida acadêmica propicia uma série de experiências novas e desafiadoras. Sabe-se que a falta de preparação dos estudantes para lidar com essas situações pode repercutir no desempenho acadêmico, na saúde e no bem-estar psicossocial desses indivíduos (Furtado, Falcone & Clark, 2003). Dependendo da percepção do indivíduo sobre a situação vivenciada no dia a dia da academia e o impacto sentido, tais situações podem ser geradoras de estresse (Laranjeira, 2009).

Assim, a adaptação à universidade e às suas demandas são fundamentais para a qualidade de vida dos universitários. Igue, Barianie Milanesi (2008) estudar a ma influência das expectativas dos estudantes universitários e sua consequência na adaptação ao contexto acadêmico. A pesquisa mostrou que os alunos com maiores expectativas em relação ao curso também possuíam melhor percepção de suas vivências acadêmicas e estavam mais motivados para investir na vida acadêmica.

Uma das principais dificuldades apontadas para a adaptação a esse momento da vida está diretamente relacionada ao que se prioriza no ensino superior no Brasil. De acordo com Barletta et al. (2016) a ênfase está no desenvolvimento das chamadas hard skills, ou seja, das capacidades analítica (conhecimento teórico e raciocínio) e instrumental (conhecimento técnico e prático) do aluno. Isto implica em dizer que as soft skills, como as habilidades interpessoais, são deixadas em segundo plano neste contexto. A literatura indica que ambas são fundamentais para o desenvolvimento profissional, apontando que as soft skills são competências transversais imprescindíveis e que somadas as hard skills favorecem o sucesso acadêmico como um todo (Bergh et al., 2006; Campo et al., 2008; Kaufman & Mann, 2012).

Os estudos de Ferreira, Almeida e Soares (2001) corroboram com essa ideia ao sustentar que a universidade deve se importar como sucesso acadêmico dos seus estudantes, mas não só no que diz respeito aos resultados obtidos nas disciplinas, pois isso pode tornar os alunos apenas reprodutores de informação. Precisa-se ir além e levar em consideração o desenvolvimento das competências acadêmicas, cognitivas e sociais, para que os alunos entendam a si próprios e se integrem nos ambientes sociais e profissionais de maneira adequada.

Nesse sentido, as habilidades interpessoais, também conhecidas como habilidades sociais (HS) deveriam fazer parte da formação acadêmica (Soares & Del Prette, 2013). Uma vez que a universidade é um lugar de formação profissional e promotor de integração social, as HS favorecem a adaptação do estudante nesse contexto, fortalecendo o ajustamento psicossocial, o desempenho acadêmico e a satisfação pessoal e interpessoal (Soares et al., 2016). As HS constituem uma variedade de classes de comportamentos usadas nas mais diversas interações sociais para estabelecer relações consideradas saudáveis e produtivas. Esses comportamentos interferem na qualidade do desempenho de uma tarefa social. Assim, quando o desempenho foi avaliado como adequado, com efeitos positivos nas relações e no alcance do objetivo da tarefa, pode-se dizer que o indivíduo foi competente socialmente (Del Prette & Del Prette, 2009).Vale ressaltar que tarefas sociais podem incluir entrar em um grupo de colegas, iniciar e manter conversação, fazer amigos, brincar, etc.

Partindo do raciocínio sobre a importância das HS na formação acadêmica, Bolsoni-Silva et al. (2010) fizeram um estudo cujo o objetivo consistia em descrever as HS apresentadas por estudantes universitários ao longo da graduação. Nessa pesquisa foram observadas as diferenças entre homens e mulheres e entre diferentes etapas do curso de graduação. Os autores concluíram que os alunos dos primeiros e segundos anos apresentam maiores dificuldades nos comportamentos de comunicação, expressividade e resolução de conflitos. Outros estudos, especificamente com alunos do curso de Medicina, apontaram um resultado contrário, ressaltando que ao longo do curso médico há um decréscimo de HS, em especial da empatia (Kommalage, 2011; Nunes et al., 2011). A explicação sugerida sobre esse efeito considerou a diferença entre expectativa do curso e a realidade vivenciada, a carga de trabalho, estudo e responsabilidade exigida e a dificuldade de adaptação as demandas situacionais.

Nota-se que os padrões de inter-relação variam de forma ampla entre culturas e sub culturas, e as HS emitidas dependem de alguns fatores: a) pessoais como idade, sexo e classe social (aspectos sócio demográficos), componentes cognitivo-afetivo, comportamental e fisiológico; b) situacionais como as demandas da situação específica e os participantes/interlocutores e; c) culturais como normas e valores (Caballo, 2003).Barletta et al. (2014) reforçam que é necessário levar em consideração tais aspectos para que se possa avaliar e estabelecer relação que seja considerada harmoniosa.

Outra questão a ser considerada é o aperfeiçoamento das HS que pode ocorrer naturalmente por meio das interações sociais cotidianas ao longo da vida, porém, nem sempre irão aparecer condições favoráveis para que a competência seja alcançada. De maneira contrária, as contingências e reforços sociais podem instalar ou manter comportamentos indesejáveis, impactando negativamente nas relações interpessoais e/ou acarretando problemas psicológicos (Del Prette & Del Prette, 2011).Desta forma, o treino de habilidades sociais (THS) pode facilitar o desenvolvimento do repertório socialmente adequado (Caballo, 2003; Del Prette & Del Prette, 2017). O THS é estruturado, educativo e programado a partir de um público-alvo e de demandas específicas, também favorece o desempenho e competência social (Neufeld & Carvalho, 2014) e pode ser considerado uma ferramenta para beneficiar o desempenho acadêmico na população universitária (Ferreira, Oliveira & Vandenberghe, 2014). Assim, o THS pode favorecer, de uma forma geral, o ingresso no ambiente universitário, uma vez que esse contexto exige um repertório diferenciado, com maior exigência quanto a responsabilidade e autonomia do estudante (Soares et al., 2016).

Somado as dificuldades já expostas, para aqueles alunos que residem em moradias coletivas essas dificuldades são ainda maiores. Morar com pessoas de diferentes culturas, origens, costumes, provavelmente influencia o caminho para a conclusão de um curso superior. De acordo com Garrido e Mercuri (2013), as moradias coletivas possuem uma concepção, que é predominante no conjunto das ações da assistência estudantil, como um local com a finalidade única de alojar e permitir a permanência dos estudantes até o fim do curso. Porém, as autoras defendem a necessidade de perceber o papel da moradia estudantil como um espaço institucional de formação do estudante do ensino superior. Segundo Soares e Del Prette (2015) o contexto universitário é uma oportunidade de aprendizagem que não se restringe à acadêmica, mas deve incluir as interpessoais o que contribui para o desenvolvimento de HS importantes até o fim da graduação e no exercício da futura profissão.

Nesse contexto, as moradias coletivas, também chamadas de coabitação, podem ser entendidas com o papel de viabilizar o ingresso em um curso superior por estudantes que não são originários de cidades que possuem uma universidade. Nesse processo de busca de qualificação universitária surge a alternativa desses estudantes dividirem uma moradia em função dos custos e da rede social. No Brasil são observados dois modelos de moradias coletivas universitárias: as residências universitárias e as repúblicas universitárias (Sousa & Sousa, 2009).

As chamadas residências universitárias são moradias coletivas estudantis com financiamento institucional regidas pelo Programa de Residência Universitária de uma universidade federal em que há uma resolução (Resolução nº43, CONSU, 2013) com normativas específicas. Como exemplos dessas regras e normas podem ser citados o número máximo de moradores (até 8 pessoas) e quem pode ocupar essas moradias, a eleição de estudantes-moradores para ocupar determinados cargos, como tesoureiro e presidente, e para fazer a prestação de contas. A alocação de pessoas na residência universitária segue critérios de classificação de renda, não levando em consideração nenhum outro aspecto.

Já as repúblicas universitárias são moradias coletivas de ordem particular, cuja as normas e regras são determinadas de acordo com a convivência e diante dos acordos e das necessidades dos moradores que muitas vezes são pares, amigos ou oriundos da mesma cidade ou região e com financiamento particular (Sousa & Sousa, 2009). Segundo Freitas et al. (2012), é comum que nas repúblicas universitárias os moradores mais antigos decidam quais os critérios para entrar na moradia, que podem variar desde a afinidade interpessoal, interesses em comum e estilo de vida. Outro aspecto, associado ao local, é que geralmente são casas improvisadas para essa finalidade, o que pode gerar a necessidade de adaptação como a acomodação de mais uma pessoa no mesmo quarto.

Com base nas características do contexto da coabitação, a convivência torna-se uma forma particular de relação em grupo, exigindo um repertório de habilidades sociais amplo e diversificado (Silva et al., 2013). Esses autores ressaltam que as relações interpessoais nesse contexto envolvem uma variedade de papéis sociais bem como relação de poder, cooperação, conflitos e sentidos diferenciados de cada indivíduo residente nas moradias. Assim, o bem-estar subjetivo, a satisfação com a vida acadêmica e o suporte social são preditores da adaptação universitária (Dinis, 2013). Nesse processo de adaptação que inclui integração e acomodação das vivências acadêmicas ao contexto universitário (Soares & Del Prette, 2015), a moradia desempenha um papel fundamental no que tange a privacidade, condições de estudo e, no caso das moradias compartilhadas, envolve o aspecto social (Delabrida, 2014).

Por outro lado, a experiência acadêmica pode favorecer o estresse e sabe-se que as deficiências em HS estão relacionadas com maiores níveis de estresse experienciado (Furtado, Falcone, & Clark, 2003).Uma vez que a literatura aponta que há poucos estudos abordando as moradias coletivas estudantis, sejam residências ou repúblicas universitárias, mas que a coabitação tem grande impacto na vida acadêmica (Delabrida, 2014; Freitas et al., 2012; Garrido, 2015), faz-se imprescindível pesquisas na área. Dessa forma, este artigo tem por objetivo avaliar as HS de estudantes universitários, o estresse, a percepção de desempenho acadêmico de estudantes universitários que residem em moradias coletivas institucionais (ResidênciasUniversitárias) e em moradias coletivas privadas (RepúblicasUniversitárias) no estado de Sergipe. Pretendeu-se responder às seguintes perguntas: Há diferenças no grau de HS entre residentes universitários e republicanos universitários? As HS podem estar associadas ao estresse e a percepção de desempenho acadêmico?

 

MÉTODO

Participantes

Participaram do estudo 131 estudantes universitários. A amostra foi composta por alunos de graduação das áreas de humanas (41,2%), biológicas (24,4%) e exatas (31,3%) com maioria do sexo feminino (66,4%) e média de idade de 20,71 (dp= 2,03). Foram 91 (69,5%) moradores de residências universitárias e 40 (30,5%) moradores de repúblicas universitárias, sendo apenas 3,8% dos participantes estudantes de instituições particulares de ensino superior do estado, os demais pertencem à universidade federal do estado.

Local

Moradias coletivas universitárias

Instrumentos

Para o presente estudo foram utilizados os seguintes instrumentos:

Inventário de Habilidades Sociais (IHS). É um inventário com características psicométricas aplicável a jovens no final da adolescência e adultos. OIHS-Del-Prette (Del Prette & Del Prette, 2001) é um instrumento de autor relato para avaliação de habilidades sociais, analisado e aprovado pelo Conselho Federal de Psicologia de uso restrito do psicólogo. Compõe-se de 38 itens, cada um descrevendo uma situação de relação interpessoal e uma demanda de habilidade para reagir àquela situação. O respondente deve estimar a frequência com que reage da forma sugerida em cada item, considerando o total de vezes que se encontrou na situação descrita e estimar a frequência de sua resposta em escala tipo Likert, com cinco pontos, variando de zero (nunca ou raramente) a 4 (sempre ou quase sempre).OIHS-Del-Prette produz um escore geral, referenciado à norma em termos de percentise escore sem cinco sub escalas de habilidades sociais: a)F1- Enfrentamento e Auto afirmação com Risco (reúne itens que retratam situações interpessoais que demandam afirmação e defesa de direitos e autoestima, com risco potencial de reação indesejável). Pode-se considerar que o Fator 1 avalia principalmente o conceito de assertividade; b) F2- Auto afirmação na Expressão de Sentimento Positivo (retrata demandas interpessoais de expressão de afeto positivo e de afirmação da auto estima, com risco mínimo de reação indesejável.); c) F3- Conversação e Desenvoltura Social (retrata situações sociais neutras, em termos de afeto positivo ou negativo, de aproximação com risco mínimo de reação indesejável, demandando, principalmente, "traquejosocial" na conversação, oque supõe conhecimento das normas de relacionamento cotidiano); d) F4-Auto exposição a Desconhecidos e Situações Novas ( inclui basicamente itens de situações que envolvem a abordagem de pessoas desconhecidas.); e)F5-Autocontrole da Agressividade(reúne itens que supõem reação a estimulações aversivas do interlocutor, demandando controle da raiva e da agressividade).Para a análise do IHS são construídos os escores de cada fator a partir dos itens acima descritos sendo que os itens 2, 8, 9, 13, 17, 18, 19, 22, 23, 24, 26, 34, 36 e 37 tem a pontuação invertida para a obtenção dos escores.

Escala de Estresse Percebido (EEP). Essa escala foi validada para o Brasil por Luft, Sanches, Mazo e Andrade (2007) aborda a forma como o respondente tem se sentido em relação a eventos do dia-a-dia no seu último mês. Possui 14 questões com opções de resposta que variam de zero a quatro (0=nunca; 1=quase nunca; 2=às vezes; 3=quase sempre 4=sempre). As questões com conotação positiva (4, 5, 6, 7, 9, 10 e 13) têm sua pontuação somada invertida. As demais questões são negativas e devem ser somadas diretamente. O total da escala é a soma das pontuações destas 14 questões e os escores podem variar de zero a 56.

Foi utilizado também um questionário a respeito dos dados demográficos no qual foi perguntado aos participantes, com base em uma escala de satisfação (0-insatisfeito a 10-satisfeito), "Como você se sente em relação ao seu desempenho acadêmico".

Procedimentos

Procedimento ético

A presente pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (CAAE 26236514.0.0000.5546).

Procedimento de coleta de dados

Coleta residências universitárias

Para ter acesso aos moradores de moradias coletivas conhecidas como residências universitárias foi feito contato com a Coordenação de Assistência e Integração do Estudante (CODAE) que administra o Programa de Residência Universitárias da Universidade Federal de Sergipe. Com a aprovação do projeto de pesquisa, foi disponibilizado o acesso aos e-mails dos estudantes que residem em moradias coletivas vinculadas à universidade e para estes foi enviado uma carta-convite que apresentava os objetivos, aspectos gerais da pesquisa e a importância de sua participação, além dos contatos das pesquisadoras. Após uma semana, foi feito um segundo contato afim de verificar o interesse em participar e marcou-se a data e o horário da visita à moradia. No dia acordado, duas pesquisadoras foram à moradia para a coleta de dados, havendo inicialmente a entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Após o consentimento eram aplicados os instrumentos de coleta tendo o IHS como primeiro instrumento, em seguida da EEP, ao final os Dados Demográficos, incluindo as questões de desempenho acadêmico e satisfação com a moradia. Todas as dúvidas que os participantes vieram a apresentar foram retiradas durante o processo de aplicação e ao final foram dadas explicações a respeito da pesquisa que por ventura surgiram.

Coleta repúblicas universitárias

Para se ter acesso aos moradores de moradias coletivas conhecidas como repúblicas universitárias, os possíveis participantes foram contatados por meio de rede social das pesquisadoras com a estratégia bola de neve, ou seja, os estudantes de uma república indicando estudantes de outra república. Esse grupo não possui uma instituição ou associação que agrupe suas informações ou faça seu acompanhamento, essa estratégia foi a mais adequado para se ter acesso à essa amostra. Após o início do contato por meio de rede social, os participantes eram contatados por e-mail ou por meio de ligações telefônicas para combinar a entrega da Carta-Convite. Aceitando a participação, no dia acordado, duas pesquisadoras iam à moradia para a coleta dos dado se seguiu-se os demais procedimentos descritos para as moradias coletivas conhecidas como residências universitárias.

Procedimento de análise dos dados

Foram seguidas as orientações de Larson-Hall (2009) e de Field (2009) para se realizar as análises e descrevê-las. Foi utilizado o pacote de análise estatística IBM SPSS Statistics 22.0 do SPSS (SPSS IBM; Chicago, IL) para as análises descritiva se para as análises inferenciais com Testt para amostras independentes e correlação de Pearson. A análise de mediação foi conduzida utilizando a ferramenta PROCESS(Hayes,2013) que é uma ferramenta de análise estatística inferencial disponível gratuitamente para SPSS e SAS que reúne muitas das funções de ferramentas estatísticas existentes para análise de mediação e moderação bem como a sua integração por meio de path analysis ou análise de caminho.

 

RESULTADOS

Os resultados estão organizados de forma a responder as perguntas de pesquisa. A primeira pergunta investiga se há diferenças no grau de habilidades sociais entre residentes universitários e republicanos universitários. Para respondê-la foram analisados os fatores do IHS utilizando como variável de grupo o tipo de moradia coletiva que o estudante pertencia, ou seja, residência universitária ou república universitária.

Encontrou-se diferença significativa em relação ao Fator 1, no qual a média foi de 2,10 (dp=0,638)para osresidentesuniversitáriosede1,77 (dp=0,613) para os republicanos sendo essa diferença estatisticamente significava (t 130=2,723,p=0,007). Da mesma forma, o Fator 5, no qual a média foi de 3,04 (dp= 0,705) para os residentes universitários e de 2,77(dp=0,653) para os republicanos sendo essa diferença igualmente estatisticamente significativa (t130=1,985; p=0,049). Os dados demonstram mais habilidade nos indivíduos das moradias coletivas denominadas residências universitárias em comparação aos estudantes de moradias coletivas denominadas repúblicas universitárias.

Os moradores de residências universitárias têm maior média em relação aos moradores de repúblicas universitárias. Essa diferença foi identificada a partir dos seguintes itens do IHS: Elogiar outro (item 6), Devolver mercadoria defeituosa (item 21), Lidar com críticas justas (item 25), Fazer pergunta a conhecidos (item 29) e Cumprimentar desconhecidos (item 31).Ositens21e29fazem partedaconstruçãodoF1(Enfrentam ento e auto-afirmação com risco) do IHS; o item 6 faz parte do F2 (Auto afirmação na expressão de sentimento positivo); o item 31 faz parte do F5 (Autocontrole da Agressividade) e o item 25 está dentro do conjunto dos itens que não entraram em nenhum fator (Tabela 1).

A segunda pergunta de pesquisa trata de como as habilidades sociais podem estar associadas ao estresse e à percepção de desempenho acadêmico. Para responder essa pergunta foram feitas, primeiro, análises de correlação de Pearson, já que todas as variáveis são contínuas, para identificar se as mesmas estavam relacionadas. Com base nos resultados das correlações foi investigado se haveria relações condicionais entre as variáveis.

Foram encontradas correlações negativas entre os fatores do IHSF1,F2,F3 e a Escala de Estresse Percebido (EEP) bem como foi encontrada correlação negativa entre a EEP e a percepção do desempenho acadêmico (r=-0,258,p= 0,004) como pode ser observado na Tabela 2.

Decidiu-se realizar uma análise de mediação para identificar o papel do estresse na relação das HS com a percepção de desempenho acadêmico. Para isso foi construída uma única variável com os três fatores do IHS, F1,F2,F3, identificados previamente como correlacionados com a EEP (Tabela 2). Foi utilizada a ferramenta PROCESS(Modelo 4; Hayes, 2013) para analisar o modelo que testou o efeito indireto das habilidades sociais (variável independente) na percepção do desempenho acadêmico (variável dependente) por meio do estresse percebido (variável mediadora). Os resultados indicam que há mediação do estresse na relação entre o grau de habilidades sociais e a percepção de desempenho acadêmico (Tabela 3). Analisando o efeito das variáveis, as habilidades sociais tem um efeito negativo no estresse percebido (a=-4,59; p=0,003), o estresse percebido tem um efeito positivo na percepção de desempenho acadêmico (b=0,05; p=0,013), as habilidades sociais não possuem efeito direto estatisticamente significativo na percepção do desempenho acadêmico (c'=0,41;p=0,230) mas possuem um efeito indireto estatisticamente significativo (c=0,64; p=0,045) além de ser estatisticamente diferente de zero, como evidenciado pelo Intervalo de Confiança de 95% que está inteiramente acima de zero (0,0157 a 1,2653). Dessa forma, os dados sugerem que um aumento no grau das habilidades sociais pode gerar uma diminuição no estresse e, consequentemente, pode aumentar a satisfação na percepção do desempenho acadêmico (Figura 1). A identificação do efeito da variável independente habilidades sociais na variável dependente percepção do desempenho acadêmico é mediante a variável mediadora percepção do estresse.

 

DISCUSSÃO

A discussão foi organizada conforme as duas perguntas de pesquisa. Para tanto, a literatura vem apontando a importância de um repertório de HS amplo do estudante universitário na adaptação a esse contexto, uma vez que favorece o manejo com as diversas demandas específicas, potencializando o ajustamento psicossocial e o desempenho intelectual (Campo et at., 2008; Soares et al., 2016). Na busca da identificação das HS apresentadas pelos estudantes universitários que vivem em moradias coletivas do estado de Sergipe, este estudo encontrou diferença no repertório baseada no tipo de coabitação entre os participantes dessa pesquisa. Estudantes residentes nas moradias coletivas institucionais, isto é, nas chamadas residências universitárias, apresentaram maior grau de HS no que tange ao enfrentamento e auto afirmação com risco em situações interpessoais que demandam afirmação e defesa de direitos e auto estima, com risco potencial de reação indesejável. Essa diferença foi mostrada no Fator 1 do IHS (Del Prette & Del Prette, 2001) que mensura a capacidade assertiva de defesa dos próprios direitos ou direitos de outros.

Essa diferença pode ser consequência das maiores exigências no desempenho social em interações dentro da residência comparando com a república, ainda que também sejam exigidas interações complexas dos republicanos. Uma das explicações, a partir da experiência prévia das autoras, pode se direcionar ao fato de que há mais mediação familiar na república que na residência. Dessa forma, observou-se uma presença maior da família dos estudantes nas repúblicas que nas residências, em que os familiares desempenham, além do suporte afetivo, um suporte na resolução de problemas, na mediação de interações sociais e no suporte financeiro. O mesmo não ocorre para os estudantes das residências, em que os estudantes são os principais tomadores de decisões, os principais mediadores nas suas interações sociais, recebem o apoio afetivo familiar apenas quando esses vão visitar seus familiares e a CODAE, o órgão gestor, faz o acompanhamento da prestação de contas e apenas das demandas interpessoais mais graves. Fortalecendo esse pensamento, sabe-se que a alocação dos estudantes nas residências universitárias, as regras estabelecidas e os cargos administrativos (como tesoureiro e presidente) da comunidade são regidas pelo Programa de Residência Universitária (Resolução, n° 43, CONSU, 2013), não passam por escolhas dos estudantes, mas pelo critério financeiro (classificação de renda). Assim, os residentes universitários, além de lidarem com os colegas de moradia, as demandas acadêmicas, também devem lidar com o órgão gestor, o que não acontece com os estudantes republicanos universitários.

Por outro lado, apesar da diferença significativa mostrada nos resultados de acordo com a coabitação, ambos os grupos apresentaram déficit nas habilidades de enfrentamento e autoafirmação com risco. Sabe-se que os alunos que vivem em moradias coletivas, sejam institucionais ou privadas, moram longe da família, enfrentam situações adversas, com pessoas advindas de culturas, valores e hábitos cotidianos diversos. Segundo Soares e Del Prette (2015), tais aspectos poderiam potencializar o desempenho das HS no que tange à dimensão interpessoal, uma vez as diferentes contingências tendem a aumentar a variabilidade comportamental do indivíduo. Em contrapartida, uma vez que as habilidades interpessoais podem ser aprendidas por observação, se não há bons modelos, tão pouco haverá imitação de comportamentos adequados (Bergh et al., 2006; Barletta et al., 2014). Ou seja, as interações cotidianas podem não favorecer o desenvolvimento de HS necessárias e até mesmo o contrário, podem reforçar comportamentos inadequados que prejudicam as relações interpessoais (Del Prette & Del Prette, 2011). Ressalta-se então a importância de investimentos da universidade no desenvolvimento das soft ksills (Barletta et al., 2016; Kaufman & Mann, 2012), transformando as moradias coletivas em espaço oportuno de desenvolvimento e educação (Delabrida, 2014).

Outro aspecto que pode estar em consonância com essa dinâmica, conforme demonstrou Delabrida (2014) em sua pesquisa, é a baixa percepção de pertencimento e de apropriação do espaço dos estudantes moradores de residências universitárias, tendo como consequências a falta ou o menor envolvimento nas tarefas de casa, colaboração nas atividades coletivas e cumprimento de regras, aumentando os conflitos. Essas questões levantadas aumentam a complexidade do contexto e potencializam a quantidade de interações sociais necessárias para sua adaptação a esse tipo de moradia.

No presente estudo, os estudantes moradores de residências universitárias também apresentaram maior repertório no Fator 5, referente ao autocontrole da raiva e da agressividade (Del Prette & Del Prette, 2001), porém ambos os grupos de estudantes apresentaram repertório bastante elaborado nesse quesito. Algumas possibilidades podem ser levantadas a fim de explicar esse resultado, como o número cada vez maior de heterogeneidade de alunos e diversidade cultural presentes no cotidiano universitário (Soares et al., 2016), potencializando a promoção de algumas classes de HS. No estudo de Delabrida (2014) a estratégia mais comum para manejo de conflitos foi a reunião para conversa entre os moradores da residência que indica um repertório adequado de solução de problemas, ainda que também tenham sido apontadas que alguns conflitos não são resolvidos. Acredita-se que ambas as formas possam minimizar a agressividade, ainda que não necessariamente as duas sejam boas escolhas de enfrentamento da adversidade. Dessa forma, conforme revisão realizada por Bolsoni-Silva et al. (2010), pode-se entender que essa habilidade social isoladamente não seja capaz de prever um nível adequado de competência social no contexto de coabitação estudantil.

Baseado na segunda pergunta de pesquisa, identificou-se que as HS passara mater efeito na percepção de desempenho acadêmico, uma vez que os estudantes universitários residentes de moradias coletivas estão expostos a uma série de dificuldades que se tornam causadoras de estresse para alguns. Assim, os resultados da presente pesquisa estão de acordo com a literatura que afirma quanto menor o nível de estresse e maior o nível de habilidades sociais, maior a percepção positiva de desempenho acadêmico (Soares & Del Prette, 2013; Laranjeira, 2009).Por exemplo, na pesquisa de Furtado, Falcone e Clark (2003) com estudantes universitários do Rio de Janeiro, apontou que o déficit de HS do aluno para lidar com as demandas do contexto universitário é uma fonte de estresse que impacta negativamente no desempenho acadêmico. Reforçando essa ideia, Soares e Del Prette (2015) afirmam que o repertório de HS adequado favorece a adaptação à universidade, aumenta a qualidade da experiência acadêmica e de seu desempenho, o que por sua vez, diminui a percepção de estresse.

A partir desse ponto, entendendo que a moradia coletiva pode ser um fator a mais de estresse (Delabrida, 2014) e que a qualidade da vivência acadêmica pode favorecer a aprendizagem e desenvolvimento das HS (Soares & Del Prette, 2015), tão fundamentais para o bem-estar do indivíduo e de seu futuro enquanto profissional (Campo et al., 2008; Kaufman & Mann, 2012), o fortalecimento das soft skills (Barletta et al., 2016) na universidade se torna necessário. Ressalta-se que tais aspectos citados, como bem-estar subjetivo e a satisfação com a vida acadêmica, são preditores da adaptação no contexto universitário (Dinis, 2013). Dessa forma, em consonância com as pesquisas sobre o estudante universitário, sugere-se que possam ser fomentados programas de THS (Caballo, 2003; Del Prette & Del Prette, 2017; Neufeld & Carvalho, 2014) como uma ferramenta educacional, a fim de transformar o espaço tanto das moradias coletivas quanto da própria universidade em promotor de saúde.

 

CONCLUSÕES

Devido à baixa quantidade de estudos científicos sobre os estudantes universitários em moradias coletivas (Garrido, 2015; Delabrida, 2014), os resultados adquiridos no presente estudo servem para proporcionar novas maneiras de analisar aspectos importantes para o bem-estar da população alvo. A importância de avaliaras habilidades sociais se justifica pelo fato de que ao residir em uma moradia coletiva, esse repertório é muito útil na viabilização da convivência, na adaptação à universidade, no manejo a novas demandas, na qualidade da experiência vivenciada nesse contexto bem como no desempenho acadêmico. Além disso, sendo o estresse um fator correlacionado negativamente às HS e tendo a coabitação estudantil como mais um fator de estresse no contexto universitário, a presente pesquisa torna-se importante na compreensão inicial desse cenário.

Uma das dificuldades encontradas na execução dessa pesquisa foi o acesso aos moradores de coabitações estudantis, em especial os republicanos universitários. Esse grupo é disperso pela cidade e não há um elemento agregador que favoreça o acesso. Assim, enquanto limitação desse trabalho, entende-se que uma amostra maior poderá trazer dados mais expressivos. Outra sugestão para transpor tal limitação é a ampliação de coleta de dados em moradias coletivas universitárias nas demais regiões do país. Também parece importante investigar a qualidade de moradia dos estudantes universitários tanto na perspectiva das relações sociais, quanto do desempenho acadêmico, estresse e bem-estar subjetivo, levando em consideração aspectos do ambiente físico que podem estar influenciando as variáveis psicológicas como o grau de privacidade permitido pela moradia, o seu tamanho, número de coabitantes e proximidade com a universidade.

Ainda como agenda de pesquisa, sugere-se que os próximos estudos investiguem o papel mediador do estresse na relação entre HS e desempenho acadêmico utilizando, inclusive, dados primários fornecidos pela instituição de ensino para que se tenha informações mais claras a respeito do sucesso acadêmico desses estudantes já que os dados foram exclusivamente baseados em autorrelatos. Seria interessante um estudo com um recorte longitudinal para investigar como o efeito de mediação do estresse se comporta ao longo do tempo com diferentes níveis dessa variável. Recomenda-se ainda a realização de THS para que haja um desenvolvendo das habilidades dos estudantes, levando em consideração situações específicas das moradias coletivas. Tal proposta, além de delinear protocolos de intervenção, permitirão que esses estudantes possuam um maior apoio e consigam, como seres sociais, estabelecerem uma boa convivência, influenciando na diminuição do estresse e no aumento do desempenho acadêmico.

Com essa pesquisa, espera-se contribuir com os poucos dados existentes na área sugerindo que se invista em mais medidas preditivas e menos em medidas descritivas, a fim de oferecer informações que possam direcionar políticas públicas para essa população favorecendo que as mesmas se estruturem a partir de evidências científicas além de orientar os gestores, os familiares e os estudantes. Espera-se, principalmente, inspirar novas pesquisas com coabitações universitárias a fim de contribuir para a melhoria da dinâmica das moradias coletivas, diminuindo os conflitos interpessoais e aumentando o bem-estar numa fase tão importante do desenvolvimento humano.

 

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Correspondência:
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Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBTC em 05 de dezembro de 2017. cod. 565.
Artigo aceito em 27 de julho de 2018.
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