SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.15 número1Fatores motivacionais, cognitivos, emocionais e os efeitos relacionados ao voluntariado índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Revista Brasileira de Terapias Cognitivas

versão impressa ISSN 1808-5687versão On-line ISSN 1982-3746

Rev. bras.ter. cogn. vol.15 no.1 Rio de Janeiro jan./jun. 2019

http://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20190011 

10.5935/1808-5687.20190011 RELATOS DE PESQUISAS

 

Esquemas iniciais desadaptativos e ajustamento diádico na conjugalidade

 

Early maladaptive schemas and dyadic adjustment in conjugality

 

 

Luciane VargasI; Juliana da Rosa PurezaII

IGraduada em Psicologia - (Psicóloga) - Novo Hamburgo - RS - Brasil
IIMestre em Psicologia - (Psicóloga clínica e Professora)

Correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo é fundamentado na teoria de Jeffrey Young e tem como objetivo estudar a relação entre os esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) e o ajustamento diádico na conjugalidade. A amostra foi constituída por 77 participantes, e os instrumentos utilizados foram: questionário sociodemográfico, Escala de Ajustamento Diádico (EAD) e Questionário de Esquemas de Young – YSQ-S3 (YSQ, do inglês Young Schema Questionnaire). Os resultados apresentaram 27 correlações entre EIDs e os fatores da EAD. Nos domínios esquemáticos de desconexão e rejeição, autonomia e desempenho prejudicados, e direcionamento para o outro, houve correlações significativas com os fatores coesão, consenso e expressão de afeto da EAD. Já o domínio limites prejudicados se correlacionou significativamente com os fatores expressão de afeto e consenso. Por fim, o domínio supervigilância e inibição se correlacionou significativamente com os fatores expressão de afeto, coesão e satisfação conjugal. Esses resultados indicam que há relação entre EIDs e o ajustamento diádico. É importante destacar que o estudo sobre o desenvolvimento da personalidade, mais especificamente sobre os EIDs, pode ser de grande relevância quando se deseja trabalhar com relacionamentos conjugais.

Palavras-chave: relações conjugais; esquemas iniciais desadaptativos; ajustamento conjugal.


ABSTRACT

This study is based on Jeffrey Young's theory and aims to study the relationship between early maladaptive schemas and dyadic adjustment in conjugality. The sample consisted of 77 participants, and the instruments used were: Sociodemographic Questionnaire, Dyadic Adjustment Scale (DAS), and Young Schema Questionnaire (YSQ-S3). The results point to 27 correlations among early maladaptive schemas and factors of the dyadic adjustment scale. In the schema domains of disconnection and rejection, impaired autonomy and performance, and directedness towards others there were significant correlations with the cohesion, consensus and expression of affection factors of the Dyadic Adjustment Scale. Besides, the impaired limits domain correlated significantly with the expression of affection and consensus factors. Finally, the overvigilance and inhibition domain correlated significantly with the expression of affection, cohesion and marital satisfaction factors. These results indicate that there is a relationship between early maladaptive schemas and dyadic adjustment. Given the results found, it is important to highlight that the study about personality development, more specifically about early maladaptive schemes, can be highly relevant when working with marital relationships.

Keywords: marital relations; early maladaptive schemas; marital adjustment.


 

 

O âmbito das relações interpessoais, em especial as amorosas, tem se mostrado uma das áreas mais importantes e, geralmente, problemáticas da vida dos sujeitos, em função de ser central tanto para o adoecimento psicológico quanto nos processos de saúde e bem-estar (Almeida, 2014). A necessidade de estar com outro indivíduo em intimidade é algo típico do ser humano, as interações, os vínculos, os afetos, as alianças e os compromissos que resultam das relações amorosas costumam dar rumo à vida das pessoas (Machado, 2007).

É natural do ser humano buscar um nível de satisfação em suas relações, no entanto, a definição de satisfação conjugal na literatura é extremamente ampla (Perlin, 2006). É nessa perspectiva de buscar compreender os diferentes critérios para avaliar a satisfação e a realização nas relações conjugais que se encontra o conceito de ajustamento diádico. Segundo Spanier (1976), o ajustamento diádico, ou conjugal, deve ser entendido como um processo ou estado do casal que se subdivide em quatro fatores referentes à qualidade de casamentos e outros relacionamentos diádicos, a saber: consenso diádico, satisfação diádica, coesão diádica e expressão de afeto (Perlin, 2006).

O modelo de comunicação e interação que os cônjuges desenvolvem e os aspectos do ambiente físico e interpessoal da família podem influenciar a relação conjugal. Diante disso, uma perspectiva sistêmica sobre o funcionamento da família integra a terapia do esquema (TE), que se desenvolveu com o objetivo de tratar os transtornos da personalidade e os pacientes refratários, mas que, ao mesmo tempo, é uma abordagem flexível e integrativa que permite aplicação ao tratamento de pessoas em relacionamentos conjugais (Paim, 2016). O termo esquema, para a TE, seria como um padrão imposto pelo sujeito, auxiliando-o a entender, perceber, explicar e responder às experiências que ocorrem ao seu redor (Young, Klosko, & Weishaar, 2008). Além da ênfase nos esquemas pessoais de cada cônjuge, na TE com casais também são avaliados os esquemas acerca da relação e do papel em que cada um se coloca, bem como as suas estratégias de enfrentamento e os ciclos de ativação esquemática (Dattilio, 2011).

Segundo os estudos de Young, os sujeitos, durante o seu desenvolvimento na infância, carecem de ser atendidos em algumas necessidades emocionais que lhes permitirão, na vida adulta, ter relacionamentos saudáveis (Young et al., 2008). Se supridas essas necessidades, as pessoas teriam uma base sólida e uma estrutura saudável de sua personalidade, podendo procurar e manter relacionamentos funcionais. As relações primárias devem ser responsáveis por satisfazer as necessidades de vínculo seguro, proteção, cuidado, amor, empatia e atenção, por proporcionar senso de autonomia, competência e identidade individualizada, liberdade de expressão, validação das necessidades e emoções, espontaneidade, lazer e limites realistas. Para McGinn e Young (2012), essas necessidades não atendidas, combinadas ao temperamento inato da criança e a acontecimentos traumáticos na infância e adolescência, originam esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) que trazem prejuízos funcionais ao sujeito e aos seus relacionamentos interpessoais.

Na teoria proposta por Jeffrey Young, há cinco domínios que geram 18 tipos de EIDs, conforme representado na Figura 1.

 

 

Alguns estudos com base nessa abordagem têm surgido com o intuito de compreender as relações conjugais, sugerindo que a TE oferece uma nova leitura do modo como o indivíduo se coloca nas relações, como explica Dattilio (2006). É de significativa relevância o estudo sobre a predisposição do sujeito diante de seus EIDs e o nível de ajustamento diádico na relação conjugal. Segundo o autor, a partir do momento em que compreende seu funcionamento esquemático na relação conjugal, o indivíduo pode se fortalecer e ganhar autonomia para mudança de pensamento e de comportamento diante das situações estressantes, corroborando tanto sua felicidade como a do cônjuge e, consequentemente, beneficiando as relações sociais como um todo, aumentando, assim, os indicadores de ajustamento diádico.

Apesar de, mesmo no contexto internacional, ser uma abordagem teórica recente, a produção científica sobre a TE está em crescente expansão, com estudos que comprovam sua efetividade em diversos transtornos (Falcone, 2014). Todavia, os estudos acerca da TE ainda são escassos no contexto brasileiro (Rangé, Falcone, & Sardinha, 2007). Nesse sentido, acredita-se que este estudo pode auxiliar no preenchimento dessa lacuna da literatura nacional, colaborando com a produção de conhecimento acerca da temática.

 

MÉTODO

Trata-se de uma investigação com delineamento de caráter quantitativo, descritivo, correlacional e transversal.

Participantes

Participaram da pesquisa 77 pessoas adultas, selecionadas pelo método de seleção de amostra Snow Ball. Os participantes residiam na região metropolitana de Porto Alegre e estavam em um relacionamento conjugal há, no mínimo, um ano, residindo na mesma casa. Foi observado que 81,8% (n = 63) dos participantes do estudo eram do sexo feminino, enquanto apenas 18,2% (n = 14) eram do sexo masculino. Além disso, apresentaram idades variando de 22 anos a 65 anos, sendo a média de idade dos participantes de 38,51 anos (DP = 9,17).

Instrumentos

Questionário de dados sociodemográficos. Questionário fechado, composto de 24 itens, utilizado com o objetivo de caracterizar a amostra em termos sociodemográficos.

Escala de Ajustamento Diádico. A Escala de Ajustamento Diádico (EAD) é um instrumento desenvolvido por Spanier (1976) com base no conceito de ajustamento conjugal. É uma escala mundialmente conhecida, com adaptação para vários países e culturas (Comin & Santos, 2011). Baseada em autorrelato, é composta por 32 itens, agrupados em quatro subescalas que abarcam áreas fundamentais dos relacionamentos: satisfação, coesão, consenso e expressão de afeto. O instrumento deve ser respondido por meio de uma escala tipo Likert variada com cinco, seis e sete pontos.

De forma geral, os pontos extremos das escalas significam "nunca" e "todo o tempo", e os itens 29 e 30 apresentam apenas duas opções, "sim" ou "não". Alguns itens são afirmações positivas e negativas. A pontuação total pode variar de 0 a 151, sendo obtida pela soma dos valores atingidos nos quatro fatores: consenso (de 0 a 65), satisfação (de 0 a 50), coesão (de 0 a 24) e expressão de afeto (de 0 a 12) (Barata, 2015; Hernandez, 2008).

Os índices de consistência interna da escala original encontrados foram: alfa de Cronbach de 0,90 (consenso diádico), 0,94 (satisfação diádica), 0,86 (coesão diádica) e 0,73 (expressão de afeto) (Spanier, 1976). Neste estudo, os índices de consistência interna da escala foram: alfa de Cronbach de 0,85 (total), 0,87 (consenso diádico), 0,34 (satisfação diádica), 0,84 (coesão diádica) e 0,82 (expressão de afeto).

Questionário de Esquemas de Young. O Questionário de Esquemas de Young (YSQ, do inglês Young Schema Questionnaire) foi desenvolvido por Jeffrey Young, em 2003, e é uma medida para autoavaliação de esquemas, sendo que os sujeitos se autoavaliam em relação ao quão bem cada item os descreve em uma escala Likert de 6 pontos (Paim & Copetti, 2016; Young et al., 2008). Pode ser encontrado em diversas versões, sendo que, para este estudo, foi utilizada a versão YSQ-S3, com 90 questões que avaliam os 18 esquemas, uma escala mais atualizada em relação à anterior, que continha 75 questões (YSQ-S2). Essa nova versão foi traduzida e adaptada para uso no Brasil por Seixas e Vasconcellos (2014), conforme os direitos de utilização para pesquisa adquiridos junto ao Schema Therapy Institute. Neste estudo, os índices de consistência interna da escala foram: alfa de Cronbach de 0,96 (total), 0,73 (privação emocional), 0,81 (abandono), 0,78 (desconfiança e abuso), 0,76 (isolamento social e alienação), 0,69 (defectividade e vergonha), 0,86 (fracasso), 0,71 (dependência e incompetência), 0,71 (vulnerabilidade ao dano e à doença), 0,46 (emaranhamento e self subdesenvolvido), 0,68 (subjugação), 0,76 (autossacrifício), 0,80 (busca de aprovação e reconhecimento), 0,84 (inibição emocional), 0,68 (padrões inflexíveis), 0,82 (negativismo e pessimismo), 0,73 (postura punitiva), 0,68 (arrogo e grandiosidade) e 0,71 (autocontrole e autodisciplina insuficientes).

Procedimento para Coleta de Dados

Após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Feevale (parecer nº 2.464.199), foi divulgado, a partir dos perfis pessoais da pesquisadora (Facebook, e-mail, WhatsApp, entre outros), o endereço eletrônico de acesso à pesquisa. Além disso, foi solicitada a colaboração de responsáveis por outros perfis de redes sociais na divulgação da pesquisa on-line, sempre respeitando que os sujeitos se adequassem aos critérios de inclusão estabelecidos. Destaca-se que a coleta de dados foi realizada de janeiro a fevereiro de 2018.

Procedimento de Análise dos Dados

Para a etapa de análise de dados, foi feito um levantamento dos instrumentos e o armazenamento dos dados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 16.0. Em um primeiro momento, foram realizadas análises descritivas para a caracterização sociodemográfica. Em seguida, visando a investigação das associações entre os indicadores avaliados nos participantes da pesquisa, foram realizadas análises de correlação de Pearson para amostras paramétricas.

Destaca-se que o critério para identificação da força das correlações neste estudo está embasado nos critérios definidos por Dancey e Reidy (2006), que consideram a correlação fraca (0,1 a 0,3), moderada (0,4 a 0,6) e forte (0,7 a 0,9). Ainda, destaca-se que os níveis de significância considerados neste estudo foram p < 0,05 e p < 0,01.

 

RESULTADOS

A análise de resultados desse estudo demonstra correlações significativas entre o domínio de desconexão e rejeição e os fatores do ajustamento diádico. Mais especificamente, foi encontrada correlação significativa, negativa e de fraca intensidade no fator coesão com os esquemas de isolamento social e alienação (p = 0,049; r = -0,225) e de defectividade e vergonha (p = 0,014; r = -0,280). No que se refere ao esquema privação emocional, a correlação encontrada com o fator coesão foi significativa, negativa e de moderada intensidade (p < 0,001; r = -0,460). Já no caso do fator expressão de afeto, foi encontrada correlação significativa, negativa e de fraca intensidade com o esquema privação emocional (p = 0,002; r = -0,352) e correlação significativa, negativa e de fraca intensidade com o esquema isolamento social e alienação (p = 0,013; r = -0,281). No que tange ao fator satisfação conjugal, não houve correlações significativas com o domínio de desconexão e rejeição. Por fim, no caso do fator consenso na relação conjugal, houve correlação significativa, negativa e de moderada intensidade com o esquema de privação emocional (p < 0,001; r = -0,447), enquanto a correlação com os esquemas de defectividade e vergonha (p = 0,003; r = -0,334) e isolamento social e alienação (p = 0,010; r = -0,292) foi significativa, negativa e de fraca intensidade. Em relação ao total da EAD para esse domínio, houve uma correlação significativa, negativa e de fraca intensidade no esquema de isolamento social e alienação (p = 0,027; r = -252) e de moderada intensidade no esquema de privação emocional (p < 0,001; r = -0,485). Já para o esquema de defectividade e vergonha, houve correlação significativa, negativa e de fraca intensidade (p = 0,004; r = -328).

Para o domínio de autonomia e desempenho prejudicados, foram identificadas correlações significativas com os fatores do ajustamento diádico. No fator de coesão, houve correlação significativa, negativa e de fraca intensidade nos esquemas de fracasso (p = 0,039; r = -0,236) e de dependência e incompetência (p = 44 0,019; r = -0,267), e uma correlação significativa, negativa e de moderada intensidade no esquema de emaranhamento e self subdesenvolvido (p < 0,001; r = -0,433). Em relação ao fator expressão de afeto, houve correlação significativa, negativa e de fraca intensidade nos esquemas de dependência e incompetência (p = 0,010; r = -0,292) e emaranhamento e self subdesenvolvido (p = 0,035; r = -0,241). Já para o fator de consenso, houve correlações significativa, negativa e de fraca intensidade nos esquemas de dependência e incompetência (p = 0,003; r = -0,339) e emaranhamento e self subdesenvolvido (p = 0,001; r = -0,358). Houve também correlação significativa, negativa e de fraca intensidade no esquema de fracasso (p = 0,040; r = - 0,235). O total da EAD para esse domínio apresentou uma correlação significativa, negativa e de fraca intensidade nos esquemas de fracasso (p = 0,041; r = -0,233), dependência e incompetência (p = 0,004; r = - 0,321) e emaranhamento e self subdesenvolvido (p < 0,001; r = -0,396).

No domínio de limites prejudicados, houve correlação significativa, negativa e de fraca intensidade no esquema de arrogo e grandiosidade (p = 0,018; r = -0,269) no que diz respeito ao consenso na relação conjugal. Já para o esquema de autocontrole e autodisciplina insuficientes, houve correlações significativas, negativas e de fraca intensidade tanto no fator consenso (p = 0,024; r = -0,257) quanto em expressão de afeto (p = 0,002; r = -0,351). O valor total da EAD para esse domínio não apresentou correlações significativas.

Em relação ao domínio direcionamento para o outro, no esquema de subjugação, houve correlação significativa, negativa e de fraca intensidade nos fatores coesão (p = 0,003; r = -0,329), expressão de afeto (p = 0,005; r = -0,319) e consenso (p = 0,032; r = -0,244). Para o esquema de autossacrifício, houve correlação significativa, negativa e de baixa intensidade no fator coesão (p = 0,034; r = -0,241). Ainda, o esquema busca de aprovação e reconhecimento apresentou correlação significativa, negativa e de fraca intensidade com a expressão de afeto (p = 0,019; r = -0,268). Com relação ao total da EAD, houve correlação significativa de fraca intensidade com o esquema subjugação (p = 0,017; r = -0,272).

Por fim, em relação ao domínio de supervigilância e inibição com o esquema de padrões inflexíveis, houve correlação significativa, positiva e de fraca intensidade no fator de satisfação conjugal (p = 0,004; r = 0,327). Já com o esquema de inibição emocional, houve correlação significativa, negativa e de fraca intensidade nos fatores coesão (p = 0,019; r = -0,266) e expressão de afeto (p = 0,005; r = -0,320). No que tange ao total da EAD para esse domínio, houve correlação significativa, negativa e de fraca intensidade com o esquema de inibição emocional (p = 0,018; r = -0,268). Os dados de correlações da amostra são apresentados na Tabela 1.

 

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Com base nos conceitos da TE, é possível realizar uma leitura dessa amostra com a finalidade de entender as correlações significativas desta pesquisa. Indivíduos que apresentam esquemas relacionados ao domínio de desconexão e rejeição tendem a apresentar dificuldades em obter satisfação e segurança na relação com seus pares, como sugerido por Young, Klosko e Weishaar (2008). Entre os esquemas que fazem parte desse domínio está o de isolamento social e alienação, que, segundo os autores, corresponde a pessoas que se sentem diferentes e isoladas do mundo, como se não pertencessem ao contexto no qual estão inseridas. Este estudo apontou uma correlação significativa, negativa e de fraca intensidade entre o esquema de isolamento social e alienação e o fator de coesão da EAD. Isso se faz relevante, pois, de acordo com Hernandez e Hutz (2008) e Perlin (2006), um casal coeso seria aquele em que os sujeitos compartilham sentimentos de conexão, vivência, união e integração na relação. Outro fator da EAD que apresentou correlação significativa, negativa e de fraca intensidade com o esquema de isolamento social e alienação foi o fator expressão de afeto, que poderia se justificar, como explicam os autores citados, pela falta de pertencimento do sujeito inserido nessa relação, contribuindo para que se sinta distante de seu parceiro, com mais dificuldade de se ajustar à frequência e aos modos de demonstrar carinho e desejos sexuais, questões que estão implicadas no fator expressão de afeto da EAD.

Por fim, em correlação ao esquema de isolamento social e alienação está o fator consenso da EAD, questão que se refere ao compartilhamento de ideias e perspectivas, medindo o nível de concordância dos sujeitos na relação (Hernandez & Hutz, 2008; Spanier, 1976). Sugere-se que essa correlação significativa, negativa e de fraca intensidade se justifique pelas dificuldades que os sujeitos com esquema de isolamento social e alienação teriam de se conectar com as outras pessoas, fazendo com que o compartilhar, o discutir, o negociar e o obter um consenso na relação com os demais sejam dificultados.

Outro esquema que se insere no domínio de desconexão e rejeição é o de defectividade e vergonha. Pessoas com esse esquema tendem a se sentir falhas, inferiores, más, indesejadas, defeituosas, não sendo dignas de merecer amor (Paim, Madalena, & Falcke, 2012; Young et al., 2008). Na amostra, esse esquema se correlacionou de forma significativa, negativa e com fraca intensidade aos fatores consenso e coesão da EAD. A coesão, na relação conjugal, está associada à união íntima das partes (Comin & Santos, 2011), portanto, pode-se sugerir que manter-se coeso em uma relação conjugal para o sujeito que se percebe como falho e defeituoso seria um grande desafio. Outro empecilho para os indivíduos com o esquema de defectividade e vergonha na relação conjugal está no fator de consenso na relação. De acordo com a teoria do esquema, uma das formas que os sujeitos teriam de lidar com seus esquemas seria a hipercompensação (Young et al., 2008). Pode-se sugerir que o baixo nível de consenso na relação conjugal ocorreria quando o sujeito, como forma de hipercompensar seu esquema de defectividade, estivesse sendo crítico e não aceitasse as opiniões, os desejos e as necessidades do cônjuge, fazendo com que o nível de concordância e o consenso na relação ficassem comprometidos.

Ainda fazendo parte do domínio de desconexão e rejeição, observa-se o esquema de privação emocional. Young, Klosko e Weishaar (2008) indicam que pessoas com esse esquema costumam vivenciar expectativas de privação emocional em três níveis (cuidados, empatia e proteção). Na amostra, as correlações com esse esquema se deram nos fatores coesão e consenso de forma significativa, negativa e de moderada intensidade, e com o fator expressão de afeto, de forma significativa, negativa e de fraca intensidade. Destaca-se que, segundo os autores, sujeitos com esquema de privação emocional têm dificuldades de expor seus sentimentos ao outro pois acreditam que não serão atendidos e que uma das formas que as pessoas teriam de conviver com esse esquema seria resignarem-se a ele, ou seja, envolverem-se com parceiros que tendem a privá-los emocionalmente, contribuindo para que não compartilhem suas emoções. Diante disso, poderia justificar-se que estar coeso e em consenso em uma relação conjugal seria mais difícil para um sujeito com esquema de privação emocional, pois o fato de não expor ou compartilhar o que sente dificultaria a integração do casal na relação, questão referente à coesão da EAD, como explica Hernandez (2008). Para o autor, seria custoso para indivíduos com esse esquema estar em concordância na relação sobre uma variedade de questões básicas, como financeiras, de lazer, religiosas, de amizades, entre outras, pois o sujeito não expõe seus sentimentos, impossibilitando o consenso na relação. Outra correlação significativa e negativa dessa amostra com o esquema de privação emocional foi referente ao fator expressão de afeto, e isso poderia se justificar pelas características que esse esquema representa. O sujeito que se desenvolveu em um ambiente em que os cuidadores eram frios, rejeitadores ou até abusadores dificilmente teria facilidade para se colocar em um relacionamento com trocas e discussões sobre questões de carinho, afeto e desejo sexual, temas que fazem parte do fator expressão de afeto da EAD (Comin & Santos, 2011; Wainer & Rijo, 2016).

O segundo domínio da TE consiste em necessidades emocionais, que, quando são atendidas, possibilitam aos sujeitos ter senso de autonomia e desempenho. Sujeitos com esquemas desadaptativos desse domínio normalmente estiveram inseridos em uma família de origem com funcionamento emaranhado, destruindo sua confiança (Young et al., 2008).

Essa amostra apresentou correlação significativa com três esquemas desse domínio, que são: fracasso, dependência/incompetência e emaranhamento e self subdesenvolvido. O esquema fracasso diz respeito aos sujeitos que se sentem de alguma forma inferiores aos outros, acreditando que já fracassaram ou que fracassarão em algum momento (Young et al., 2008). Um dos itens em que houve correlação significativa, negativa e de fraca intensidade com o esquema fracasso foi o fator coesão da EAD. Um casal coeso seria aquele que consegue se envolver em atividades extrafamiliares e que com frequência troca ideias estimulantes sobre algum objeto (Comin & Santos, 2011). O sujeito com a crença de fracasso poderia ter dificuldades de se envolver com essas trocas, pois acredita que não será bem-sucedido em seu desempenho, e, portanto, evitaria sua exposição. Outro fator da EAD que se correlacionou significativamente de forma negativa e com fraca intensidade ao esquema de fracasso foi o consenso, o que leva a crer que os sujeitos teriam dificuldades de entrar em concordância na relação. Isso poderia se justificar pela maneira com que o sujeito está enfrentando/lidando com seu esquema. Entre as formas possíveis, como sugerem Young, Klosko e Weishaar (2008), haveria a resignação (fazer as coisas com pouca dedicação) ou a hipercompensação do esquema (fazer de tudo para ser bem-sucedido), ambas sendo desadaptativas, o que promove a manutenção do esquema.

Para o esquema de dependência/incompetência, identificam-se correlações significativas, negativas e de fraca intensidade com os fatores coesão, expressão de afeto e consenso. O esquema de dependência/incompetência diz respeito a sujeitos que sentem que são incapazes de lidar com as coisas de seu cotidiano sem obter ajuda de outros, tendo a sensação de impotência (Wainer & Rijo, 2016; Young et al., 2008). O indivíduo, por meio de seu esquema, poderia ter dificuldade em integrar-se com seu parceiro, pois não haveria a divisão de tarefas, ficando somente o cônjuge como provedor de decisões, consequentemente dificultando a conexão do casal e enfraquecendo a coesão na relação. O fator da EAD expressão de afeto diz respeito à percepção subjetiva acerca da concordância ou discordância de um casal sobre a forma e a frequência de demonstrações de carinho, afeto e desejo sexual (Perlin, 2006). A correlação entre o esquema de dependência/incompetência e esse fator poderia se justificar pelo fato de o sujeito com esse esquema não se sentir capaz de tomar decisões sobre o afeto, deixando muitas vezes a tarefa para o parceiro (Hernandez, 2008). Em relação ao fator consenso, que avalia o nível de concordância na relação, a correlação significativa apontada nessa amostra pode estar a favor da dificuldade do sujeito com seu esquema de dependência/incompetência ativado expor suas opiniões ou também quando, para se proteger, o sujeito estaria se colocando como superior, não validando o que seu cônjuge sugere.

O último esquema que se correlacionou significativamente na amostra compondo o domínio de autonomia e desempenho foi o esquema de emaranhamento e self subdesenvolvido, por meio de uma correlação negativa e de fraca intensidade com os fatores expressão de afeto e consenso, e de forma significativa, negativa e de moderada intensidade com o fator coesão. Sujeitos com esse esquema não teriam uma identidade clara e se sentiriam desorientados, tendo a necessidade de estar fundidos com uma ou mais pessoas importantes (Young et al., 2008). É possível compreender que a correlação desse esquema com o fator coesão seria um sintoma de quando o sujeito, para hipercompensar seu esquema, não se integra com o outro, demonstrando não necessitar dessa conexão. Já para a correlação com o fator consenso, o sujeito, quando resignado a seu esquema, não conseguiria fazer trocas com o cônjuge, sendo o parceiro o único a opinar e tomar decisões, consequentemente impossibilitando discussões para que haja concordância na relação. Ainda, o fator expressão de afeto correlacionado ao esquema de emaranhamento e self subdesenvolvido poderia se justificar pelo fato de o sujeito, como forma de evitar entrar em contato com seu esquema, não se permitir se relacionar de forma mais íntima, dificultando que na relação conjugal haja concordância relativa a trocas de carinho e expressões afetivas, questões que fazem parte desse fator da EAD (Hernandez, 2008).

O terceiro domínio esquemático diz respeito aos sujeitos que têm déficit em limites internos, podendo se apresentar pela ausência de responsabilidades com os outros ou pela orientação para cumprir objetivos pessoais. Fazem parte desse domínio os esquemas de arrogo/grandiosidade e autocontrole/autodisciplina insuficientes (Young et al., 2008). Na amostra, o esquema de arrogo/grandiosidade se correlacionou de forma significativa, negativa e de fraca intensidade com o fator consenso da EAD. Consenso diz respeito ao nível de concordância dos parceiros na relação, seja sobre finanças, lazer, questões religiosas, amizades, entre outros assuntos (Hernandez & Hutz, 2008). Essa correlação poderia falar de sujeitos que, a partir de seu esquema disfuncional, tendem a forçar o próprio ponto de vista ou a controlar o comportamento e as opiniões do cônjuge. Ainda nesse domínio, os fatores expressão de afeto e consenso se correlacionaram de forma significativa, negativa e de fraca intensidade com o esquema de autocontrole/autodisciplina insuficientes. A correlação com o fator expressão de afeto poderia se justificar pelo fato de os sujeitos que se inserem nesse esquema terem dificuldades de controlar suas emoções e impulsos (Young et al., 2008). Essa dificuldade poderia trazer insatisfação na relação, tendo em vista que a forma como o indivíduo com esse esquema expressará seu afeto e carinho para com o cônjuge estará desajustada. Já no que tange ao fator consenso, a satisfação do sujeito na relação poderia estar comprometida negativamente, pois os sujeitos com o esquema autocontrole/autodisciplina insuficiente tendem a ser intolerantes diante de frustrações, o que dificultaria que os parceiros entrassem em acordo nas questões que envolvem o relacionamento.

O penúltimo domínio que comporta a TE diz respeito às pessoas que têm excessiva orientação para o outro. Indivíduos com esquemas provenientes desse domínio fazem isso para obter amor ou para evitar retaliações, acabando por não atender as próprias necessidades, muitas vezes não tendo consciência da própria raiva ou preferência (Rodrigues, 2015). Os esquemas subjugação, autossacrifício e busca de aprovação/reconhecimento, que fazem parte desse domínio, correlacionaram-se significativamente na amostra com os fatores de coesão, expressão de afeto e consenso da EAD.

Na amostra, o esquema de subjugação correlacionou-se de forma negativa e com fraca intensidade aos fatores coesão, expressão de afeto e consenso. Sujeitos com o esquema de subjugação entendem que as necessidades do outro devem se sobressair as suas (Young et al., 2008). Na relação com os pares, é difícil haver a sensação de conexão. Quando o sujeito, a partir de seu esquema, abre mão de suas necessidades individuais, não dá oportunidade para que o outro possa atendê-lo, o que dificultaria a intimidade e a conexão do casal. Com esse funcionamento, o sujeito, na relação conjugal, poderia avaliar negativamente a coesão na relação.

A correlação negativa dessa amostra com o fator expressão de afeto na relação conjugal poderia se justificar pelo fato de o sujeito subjugar suas emoções. A partir disso, como modo de enfrentamento, evitaria situações em que teria que demonstrar afeto para com o cônjuge, ou seja, situações em que as expressões de afeto seriam compartilhadas. Por fim, a última correlação significativa com o esquema de subjugação na amostra se deu no fator consenso da EAD, resultado que poderia ser explicado pela dificuldade de expressão de opiniões e afeto por parte do indivíduo, o que dificultaria ao casal chegar a uma decisão que fosse representativa da necessidade de ambos em diferentes aspectos. Porém, uma das formas de os sujeitos enfrentarem seus esquemas de subjugação poderia ser a hipercompensação do esquema, o que também poderia justificar a correlação com o fator consenso da amostra, pois, quando o sujeito hipercompensa a subjugação, tende a rebelar-se contra o outro, ou seja, poderia querer impor suas necessidades sem considerar as do outro.

Ainda, o esquema de autossacrifício na amostra se correlacionou significativamente de forma negativa e com fraca intensidade somente ao fator de coesão da EAD. O sujeito com esquema de autossacrifício, no momento que atende o outro, desconecta-se daquela situação, pois ela deixa de estar relacionada a sua necessidade. Diante disso, a satisfação na relação conjugal no que diz respeito à coesão, que se refere à conexão e/ou à integração do casal, tenderia a ser deficiente (Hernandez & Hutz, 2008; Perlin, 2006).

Destaca-se o esquema de busca de aprovação/reconhecimento, que se refere aos sujeitos que procuram a todo momento por reconhecimento, aprovação e atenção dos outros a fim de obter uma identidade segura (Young et al., 2008). Na amostra, houve correlação significativa, negativa e de fraca intensidade entre esse esquema e o fator expressão de afeto da EAD. Com base na compreensão de que, como forma de enfrentar seu esquema, os sujeitos podem se resignar, ou seja, agir de acordo com as características do esquema, entende-se que o indivíduo poderia ter atitudes de demonstração ou de concordância exageradas ou desproporcionais ao que realmente sente em relação ao afeto, com o objetivo de impressionar o cônjuge, tendo, com isso, sua satisfação comprometida, considerando que o fator expressão de afeto da EAD se refere ao nível de satisfação do casal no que tange à concordância sobre questões sexuais e de afeto (Perlin, 2006).

Por fim, o último domínio esquemático fala de supervigilância e inibição. Indivíduos com esquemas nesse domínio têm dificuldades para relaxar, pois tendem a ser pessimistas, ficando sempre vigilantes para que algo ruim não aconteça. Na amostra, os esquemas que se correlacionaram aos fatores da EAD foram inibição emocional e padrões inflexíveis.

Pessoas com esquema de inibição emocional limitam ações, sentimentos e comunicações espontâneas, pois acreditam que isso as protege de críticas ou da perda do controle de seus impulsos (Young et al., 2008). Diante disso, a correlação significativa, negativa e de fraca intensidade com o fator coesão poderia ser compreendida, uma vez que, para estar coeso com seu cônjuge, é necessário que haja esse compartilhamento entre os dois, permitindo que ambos se sintam unidos e integrados em seus projetos e em suas questões pessoais (Hernandez & Hutz, 2008; Perlin, 2006). Foi identificada, ainda, uma correlação significativa, negativa e de fraca intensidade com o esquema de inibição emocional e o fator expressão de afeto da EAD. Pode-se entender que isso ocorre porque esse fator avalia o quanto o casal está conseguindo expressar o seu afeto, verificando como cada cônjuge percebe a frequência e a forma com que as demonstrações de carinho acontecem (Perlin, 2006). O sujeito com o esquema de inibição emocional, a fim de evitar entrar em contato com as sensações desagradáveis de seu esquema, poderia evitar situações em que seria necessário discutir e compartilhar emoções, o que poderia favorecer a insatisfação no quesito expressão de afeto.

Por fim, identifica-se o esquema de padrões inflexíveis, que foi o único esquema que se correlacionou significativamente de forma positiva e fraca com algum fator da EAD, mais especificamente com o fator satisfação conjugal . Pessoas com esquema de padrões inflexíveis acreditam que devem ser extremamente esforçadas para atingir os altos padrões de desempenho internalizados a fim de evitar críticas (Young et al., 2008). Já o fator satisfação conjugal avalia a percepção direta de como cada cônjuge percebe seu casamento em diversas questões que envolvem a relação (Hernandez, 2008). A partir do exposto, pode-se levantar a hipótese de que a correlação positiva do esquema de padrões inflexíveis com a satisfação conjugal seria explicada pelo fato de o sujeito com esse esquema desadaptativo estar se esforçando ao máximo para que todas as atividades e ações na relação sejam perfeitas. Isso lhe proporcionaria conforto, pois estaria resignado ao seu esquema, resultando em uma avaliação satisfatória no que diz respeito ao relacionamento. Outra possibilidade seria a de os sujeitos com esquema de padrões inflexíveis, por sua característica mais rígida, só entrarem em um relacionamento ao considerá-lo dentro de seus padrões perfeccionistas, o que poderia implicar níveis maiores de satisfação ao conseguir, de fato, atingir esse patamar elevado.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir deste estudo, pode-se identificar que há correlações significativas entre os EIDs e os indicadores de ajustamento diádico. Os resultados sugerem fortemente que, quanto maiores os níveis de EIDs, menor será o ajustamento diádico do indivíduo, reforçando a ideia de que a ativação esquemática dos EIDs deve ser considerada no estudo, na investigação e no tratamento das demandas conjugais.

Entre as limitações deste estudo, pode-se destacar o fato de a coleta dos dados ter sido realizada on-line, o que não permite aproximação e controle dos participantes, bem como não garante que tenham respondido à pesquisa em um ambiente conveniente. Além disso, outras limitações que devem ser consideradas são o número de participantes e a desigualdade entre os sexos, estando os dados encontrados baseados principalmente no público feminino. Por fim, há uma limitação relacionada à avaliação dos participantes, por basear-se somente nos questionários, não se obtendo, desse modo, uma visão clínica mais ampla, que poderia permitir uma melhor compreensão dos sujeitos. Ademais, o uso de análises de correlação não permite afirmar que exista uma relação de causa e efeito entre as variáveis EIDs e ajustamento diádico, não sendo possível assegurar de forma precisa e objetiva como uma interfere no desenvolvimento e na expressão da outra.

É importante que novos estudos acerca dos EIDs e do ajustamento diádico sejam desenvolvidos a fim de contribuir para um entendimento mais completo dos sujeitos diante da avaliação de suas relações, possibilitando a procura por uma melhor qualidade na vida conjugal.

De maneira geral, neste estudo foi possível realizar de forma satisfatória a avaliação da relação entre os EIDs e o ajustamento diádico na conjugalidade. Diante das correlações significativas encontradas, é importante destacar que o estudo sobre o desenvolvimento da personalidade, mais especificamente sobre os EIDs dos sujeitos, é de grande relevância quando se deseja entender e trabalhar os relacionamentos conjugais. Novos estudos podem favorecer tanto a promoção da saúde nas relações conjugais de forma geral como a geração de subsídios para trabalhar com a prevenção do desenvolvimento de conflitos por conta da conduta dos sujeitos baseada em seus EIDs.

 

REFERÊNCIAS

Almeida, T. (2014). Processo da escolha conjugal sob a perspectiva da psicanálise vincular. Pensando Famílias, 18(1),3-18. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v18n1/v18n1a02.pdf        [ Links ]

Barata, N. (2015). Dyadic relationship and quality of life patients with chronic kidney disease. Brazilian Journal of Nephrology, 37(3),315-322. doi: https://dx.doi.org/10.5935/0101-2800.20150051        [ Links ]

Comin, F. S., & Santos, M. A. (2011). Ajustamento diádico e satisfação conjugal: Correlações entre os domínios de duas escalas de avaliação da conjugalidade. Psicologia: Reflexão e Crítica, 24(3),467-475. doi: https://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722011000300007        [ Links ]

Dancey, C. P., & Reidy, J. (2006). Estatística sem matemática para psicologia: Usando SPSS para Windows. (3. ed.). Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Dattilio, F. M. (2006). Reestruturação de esquemas familiares. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 2(1),17-33. doi: 10.5935/18085687.20060003        [ Links ]

Dattilio, F. M. (2011). Manual de terapia cognitivo-comportamental para casais e famílias. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Falcone, E. (2014). Terapia do esquema. In W. V. Melo . (Org.), Estratégias psicoterápicas e a terceira onda em terapia cognitiva (pp. 264-297). Novo Hamburgo: Sinopsys.         [ Links ]

Hernandez, J. A. E. (2008). Avaliação estrutural da escala de ajustamento diádico. Psicologia em Estudo, 13(3),593-601. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722008000300021        [ Links ]

Hernandez, J. A. E., & Hutz, C. S. (2008). Gravidez do primeiro filho: Papéis sexuais, ajustamento conjugal e emocional. Psicologia Teoria e Pesquisa, 24(2),133-141. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S010237722008000200002        [ Links ]

Machado, L. M. (2007). Satisfação e insatisfação no casamento: Os dois lados de uma mesma moeda? Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia.. Recuperado de http://www.pgpsi.ip.ufu.br/sites/pgpsi.ip.ufu.br/files/Anexos/Bookpage/DissertacaoLUCIANEMEDEIROSMACHADO.pdf        [ Links ]

McGinn, L. K., & Young, J. E. (2012). Terapia focada no esquema. In P. M. Salkovskis (Ed.), Fronteiras da terapia cognitiva (2. ed.) (pp. 179-200). São Paulo: Casa do Psicólogo.         [ Links ]

Paim, K. (2016). A terapia do esquema para casais. In R. Wainer, K. Paim, R. Erdos, R. Andriola (Orgs.), Terapia cognitiva focada em esquemas: Integração em psicoterapia (pp. 205-220). Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Paim, K., & Copetti, M. E. K. (2016). Estratégias de avaliação e identificação dos esquemas iniciais desadaptativos. In R. Wainer , K. Paim, R.

Erdos, R. Andriola (Orgs.), Terapia cognitiva focada em esquemas: Integração em psicoterapia (pp. 85-104). Porto Alegre: Artmed.

Paim, K., Madalena, M., & Falcke, D. (2012). Esquemas iniciais desadaptativos na violência conjugal. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 8(1),31-39. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872012000100005&lng=pt&tlng=pt        [ Links ]

Perlin, G. D. B. (2006). Casamentos contemporâneos: Um estudo sobre os impactos da interação família-trabalho na satisfação conjugal. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, Brasília.         [ Links ]

Rangé, B., Falcone, E., & Sardinha, A. (2007). História e panorama atual das terapias cognitivas no Brasil. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 3(2),1-22. doi: 10.5935/1808-5687.20070014        [ Links ]

Rodrigues, M. (2015). Educação emocional positiva: Saber lidar com as emoções é uma importante lição. Novo Hamburgo: Sinopsys.         [ Links ]

Seixas, C., & Vasconcellos, S. (2014). Questionário de Esquemas de Young: YSQ-S3. Recuperado de https://www.researchgate.net/publication/261319522_Questionario_de_Esquemas_de_Young_-_Forma_Breve_-_Valiando_para_o_Brasil_YSQ-S3        [ Links ]

Spanier, G. B. (1976). Measuring dyadic adjustment: New scales for assessing quality of marriage and similar dyads. Journal of Marriage and the Family, 38(1),15-28. doi: http://dx.doi.org/10.2307/350547        [ Links ]

Wainer, R., & Rijo, D. (2016). O modelo teórico: Esquemas iniciais desadaptativos, estilos de enfrentamento e modos esquemáticos. In R. Wainer , K. Paim, R. Erdos, R. Andriola (Org), Terapia cognitiva focada em esquemas: Integração em psicoterapia (pp. 47-61). Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Young, J., Klosko, J., & Weishaar, M. (2008). Terapia do esquema: Guia de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

 

 

Correspondência:
Luciane Vargas
Instituição: Universidade Feevale ERS-239, 2755
Novo Hamburgo, RS CEP 93525-075
E-mail: lucianevpsico@gmail.com

Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBTC em 20 de Novembro de 2018. cod. 697
Artigo aceito em 06 de Maio de 2019

Creative Commons License