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Revista Brasileira de Terapias Cognitivas

versão impressa ISSN 1808-5687versão On-line ISSN 1982-3746

Rev. bras.ter. cogn. vol.16 no.2 Rio de Janeiro dez. 2020

http://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20200013 

ARTIGOS DE REVISÃO REVIEW ARTICLES

 

Mindfulness e transtornos por uso de substäncias: uma revisão integrativa

 

Mindfulness and substance related disorders: an integrative review

 

 

Eduardo Bacelar AlmeidaI,II; Ihan Souza CavalcanteII

IUniversidade Federal Do Ceara, Ciências Médico-Cirurgicas - Fortaleza - CE - Brasil
IICentro Terapëutico Villa Vita, Centro Integrado de Neurociëncias (CINC) - Fortaleza - CE - Brasil

Correspondência

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO: O presente trabalho tem como objetivo verificar e avaliar produções científicas relevantes quanto a aplicação do mindfulness no tratamento de indivíduos com transtornos decorrentes do uso de substâncias.
MÉTODO: Foi realizada uma seleção de literatura através das bases de dados PubMed e LILACS para o desenvolvimento da revisão integrativa da literatura através de seis etapas distintas.
RESULTADOS: De 391 textos encontrados, livre de filtros, nas duas bases de dados, foram selecionados 18 artigos para análise após os critérios de inclusão e exclusão. Esse total de artigos selecionados foi dividido em quatro categorias: 1) Comparação da eficácia entre intervenções baseadas em Mindfulness e Terapia Cognitivo-Comportamental; 2) Resultado da convergência entre Mindfulness e Terapia Cognitivo-Comportamental e Mindfulness e Terapia de Aceitação e Compromisso; 3) O treinamento de mindfulness em usuários de opioides com dor crônica; 3.1) Os benefícios do mindfulness disposicional em usuários de opioides; 4) O mindfulness como prevenção de recaída.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente estudo demonstra em seus achados a eficácia do mindfulness, sobretudo, no manejo da fissura e na prevenção de recaídas. Essa abordagem desempenha importante papel na manutenção do tratamento a longo prazo.

Palavras-chave: Atenção plena; Transtorno por uso de substância; Meditação.


ABSTRACT

INTRODUCTION: This paper aims to verify and evaluate relevant scientific productions on the implementation of mindfulness in the treatment of patients with substance use disorders.
METHOD: A literature selection was performed through the PubMed and LILACS databases to develop the integrative literature review through six distinct steps.
RESULTS: From 391 texts found, free of filters, in both databases, 18 articles were selected for analysis after the inclusion and exclusion criteria. This total of selected articles were divided into four categories: 1) Comparison of effectiveness between interventions based on Mindfulness and Cognitive Behavior Therapy; 2) Result of the convergence between Mindfulness and Cognitive Behavior Therapy and Mindfulness and Acceptance and Commitment Therapy; 3) Mindfulness training in opioid users with chronic pain; 3.1) The benefits of dispositional mindfulness in opioid users; 4) Mindfulness as a relapse prevention.
CONCLUSIONS: The present study demonstrates in its findings the efficacy of mindfulness, especially in the management of fissure and in the prevention of relapses. This approach plays an important role in maintaining long-term treatment.

Keywords: Mindfulness; Substance-Related Disorders; Meditation.


 

 

INTRODUÇÃO

A problemática relacionada ao uso de substâncias psicoativas (SPA) no Brasil e as estratégias terapêuticas persistem como tema de ampla discussão. Dados epidemiológicos do II Levantamento do Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil de 2005, pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), quando comparados ao I Levantamento de 2001, sugerem que há um aumento progressivo do uso na vida e na dependência de SPA nas faixas etárias entre 12 e 65 anos (Carlini et al., 2005). Já o VI Levantamento do Uso de Drogas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio indica prevalência do consumo em faixa etárias ainda menores, entre 10 e 12 anos (Carlini et al., 2010).

Ainda que esses dados indiquem que uma parcela de indivíduos faz apenas uso alguma vez na vida, os que utilizam de maneira abusiva ou dependente, podem apresentar problemas que podem contribuir para comprometimento pessoal, familiar, social e legal. Discussões e agressões familiares (Melo & Cavalcante, 2019), perda de emprego, estigma e exclusão social (Melo & Maciel, 2016) e acidentes de trânsito (Ponce & Leyton, 2008) são alguns exemplos das consequências do abuso de SPA. Ademais, SPA estão estreitamente ligadas ao desenvolvimento de comorbidades psiquiátricas que podem levar a prejuízos ainda maiores na vida do indivíduo.

Diversas intervenções têm sido estudadas para a prevenção e tratamento de problemas relacionados a substâncias psicoativas. Podemos destacar tratamentos que tem como objetivo a cessação do consumo, seja através do regime de internação ou ambulatorial com suporte clínico e psicoterápico, ou estratégias de redução de danos, cujo objetivo é reduzir os danos associados ao uso de SPA em indivíduos que não podem ou não querem cessar consumo (Souza & Carvalho, 2014).

Apesar das inúmeras estratégias utilizadas para esse perfil de indivíduos as taxas de recuperação ainda são muito baixas quando comparadas a outras enfermidades, principalmente, quanto a manutenção da resposta terapêutica a longo prazo (Assumpção et al., 2018; Lima et al., 2019). Os desafios postos pelos transtornos causados pelo uso de substâncias e a ainda precária resposta das abordagens atuais despertam a necessidade de busca por novas estratégias a serem implementadas. Assim, nos últimos anos, o mindfulness tem ganho força como uma técnica complementar aos diversos tratamentos (Rizzuti, Siquara & Abreu, 2017; Davis et al, 2014a).

De acordo com Williams e Penman (2015), o mindfulness, ou atenção plena, é uma meditação baseada no que o próprio nome sugere: atenção. Essa meditação consiste no treino da completa atenção e consciência sobre os eventos do momento presente, seja lavar a louça, comer, dirigir, caminhar, respirar, etc. Por conseguinte, essa técnica ensina a aceitar, compreender e não julgar estados físicos e emocionais angustiantes para o indivíduo.

O mindfulness, hoje, contribui na melhora de: ansiedade e depressão (Williams & Penman, 2015); estados de humor (Spears et al., 2017); dores crônicas (Garland et al., 2017); funções executivas (Geronimi, Arellano & Woodruff-Borden, 2019); sintomas psiquiátricos (Garland et al., 2016) e suporte para prevenção e cessação do uso de diversas substâncias.

Para obter melhores resultados com a utilização do mindfulness para tratamento do uso de substâncias, pesquisas estão aplicando a técnica integrada a outras estratégias.Terapia de Aceitação e Compromisso, programas de cessação de tabagismo e Terapia Cognitivo-Comportamental, são exemplos de intervenções associadas ao mindfulness utilizadas em internações ou em tratamento ambulatorial (Davis et al., 2014a; Shorey et al., 2017; Davis et al., 2014b; Garland, Roberts-Lewis, Tronnier, Graves & Kelley, 2016)

Desta maneira, é importante estender a aplicação do mindfulness aos transtornos decorrentes do uso de substâncias, alguns autores a desenvolveram para prevenção da recaída de indivíduos que cessaram o uso ou estivessem submetidos a um tratamento para o uso de substâncias através da técnica de Mindfulness Based Relapse Prevention (MBRP). O MBRP, ou prevenção de recaída com base no mindfulness, é um programa de assistência psicossocial que integra a atenção plena e as abordagens cognitivo- comportamentais, com objetivo de reduzir a fissura e, por consequência, reduzir o risco e a gravidade da recaída (Roos, Bowen & Witkiewitz, 2017).

Contudo, é necessário lembrar que os principais sintomas clínicos da dependência de substâncias incluem um desejo intenso para o consumo de drogas (fissura), comportamentos impulsivos e compulsivos, portanto, tendo o autocontrole prejudicado, desregulação emocional (humor negativo) e aumento da reatividade ao estresse (Jungerman, 2013). O que podem ser considerados como os sintomas mais recorrentes a recaída (Almeida & Neto, 2003) e, portanto, a importância de intervenções e pesquisas que contemplem a prevenção de recaída.

Embora pesquisas sobre SPA não sejam um tema inusitado, é de conhecimento coletivo que tratamentos para essa problemática precisam ser abrangentes para atender às diversas necessidades dos indivíduos e promover melhoria do bem-estar dos mesmos. Neste contexto, a utilização da meditação para fomentar as práticas clínicas de cuidado ao indivíduo torna-se de suma importância. Em face do exposto, o presente trabalho tem como objetivo verificar e avaliar as produções científicas relevantes quanto a aplicação do mindfulness no tratamento de indivíduos com transtornos decorrentes do uso de substâncias.

 

MÉTODO

O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura. Para desenvolvimento do estudo, foram adotados os seguintes procedimentos: (1) identificação do tema; (2) questão norteadora; (3) estabelecimento de critérios de inclusão/exclusão; (4) classificação de categorias dos estudos; ( (5) avaliação dos estudos; (6) síntese do conhecimento; e (6) interpretação dos resultadosOrientados por protocolos para os estudos de revisão integrativa, a questão norteadora foi definida a partir do método PICO (P=participantes; I=intervenção; C=comparação; O=resultado/desfecho), a partir de adaptações pertinentes à área na qual se situa este estudo: Qual o desfecho da aplicação do mindfulness (I) no tratamento (O) de pessoas com transtornos relacionados ao uso de substâncias (P)?

Para tanto, o processo de seleção e categorização dos estudos foi realizado por dois avaliadores independentes. Realizou-se a seleção dos estudos nos meses de abril a maio de 2019, em duas bases de dados: PubMed e LILACS. Em primeira busca, livre de filtros, no PubMed foram encontrados 230 textos e 161 textos no LILACS, todos obtidos através dos descritores "mindfulness" AND "drug abuse".

Após a seleção com os descritores, foram definidos os seguintes critérios iniciais de inclusão através das opções de busca do PubMed: "Clinial Trial" (apenas casos clínicos); "5 years" (últimos 5 anos); Free Full Text (textos completos); "Only humans" (apenas humanos). Com a utilização desses critérios, foram reduzidos para 33 textos. Ressalta-se, ainda, que a escolha do filtro "Clinical Trial" se deu pelo alto número de produções fora da temática abordada na ausência desse critério.

Em sequência foram filtrados no LILACS, para critérios de inclusão, as seguintes opções: textos completos; textos em inglês; e publicados nos últimos 5 anos. Com a utilização desses critérios, foram reduzidos para 90 textos, totalizando 123 textos das duas bases de dados no processo de critérios de inclusão.

Posteriormente, foram aplicados os seguintes critérios de exclusão nos 123 textos encontrados nas duas bases de dados: estudos não ligados a temática em questão (N = 51); textos que não retratavam estudos empíricos (N = 38); estudos com mais de 5 anos (N = 11); e estudos repetidos (N = 5). Ao final do processo de exclusão, permaneceram 8 textos da base de dados LILACS e 10 textos do PubMed, totalizando 18 artigos para serem avaliados. Todos publicados entre o período de 2014 e 2019.

O esquema utilizado para relatar o processo de seleção dos estudos escolhidos para revisão obedece ao fluxograma do modelo PRISMA (ver Figura 1). O fluxograma do PRISMA visa, através de quatro etapas (identificação, seleção, elegibilidade e inclusão), auxiliar os autores a melhorarem o relato de revisões sistemáticas (Galvão, Pansani & Harrad, 2015).

 

 

RESULTADOS

Em síntese dos estudos obtidos demonstrados no fluxograma, foi realizado uma análise estatística descritiva simples sobre os dados encontrados nos artigos. Para tanto, elaborou-se um perfil quantitativo dos estudos tendo em consideração os seguintes indicadores:ano de publicação;país de origem da publicação;e quantidade de artigos por categoria; (ver Tabela 1). Esta tabela descritiva demonstra que entre os anos de 2014 e 2017 há um pico de publicações, sendo nos anos de 2015 e 2018 apresentando, cada um, apenas uma publicação. Já em 2019 notou-se a ausência de publicação. Não foi constatado o motivo, no entanto o estudo apresenta viés de idioma e de busca que possa interferir neste aspecto.

 

 

Para melhor compreensão dos estudos analisados no presente estudo, foi feita uma síntese qualitativa dos artigos através de autor, ano, país de origem do primeiro autor, objetivo da pesquisa, resultados da pesquisa e nível de evidência da pesquisa (ver Tabela 2). O nível de evidência se configura como um sistema de classificação de evidências que dependem da abordagem metodológica adotada (Souza, Silva & Carvalho, 2010). Nos artigos analisados emergiram dois níveis de evidência: II e IV. O nível de evidência II se caracteriza por estudos com delineamento experimental. E o nível de evidência IV são estudos descritivos, portanto, não experimentais, embora nenhum dos estudos de evidência IV seja de cunho qualitativo..

Com os resultados obtidos, fez-se necessário uma divisão por categorias dos artigos analisados. Esta divisão implica didaticamente na melhora da elaboração de ideias e síntese dos estudos que tenham objetivos e resultados parecidos para reforçar as evidências encontradas. Desta forma, esta separação resultou em quatro categorias e uma subcategoria a serem apresentadas a seguir (ver Tabela 3).

 

DISCUSSÃO

Categoria 1 - Comparação da eficácia entre intervenções baseadas em Mindfulness e Terapia Cognitivo-Comportamental (N= 7)

Esta categoria é composta por sete artigos e aborda os estudos que utilizaram em seu método duas intervenções (mindfulness e TCC) em grupos distintos. Em virtude da TCC e o mindfulness apresentarem fortes evidências na eficácia do tratamento para pessoas com transtornos relacionados ao uso de substâncias, é visível os estudos que se propõem a comparar o nível de eficiência entre essas técnicas de tratamento de maneira desquitada.

Com a existência de diferentes intervenções, há uma tendência de ser criado programas de intervenção que contemplem apenas uma das técnicas como: MBRP - intervenção de meditação direcionado para a prevenção de recaída do uso de substâncias; Cognitive-Behavior Relapse Prevention (CBRP) - técnicas de TCC direcionadas a prevenção de recaída; Mindfulness Training for Smokers (MTS) - intervenção de meditação direcionada especificamente para fumantes; Freedom from Smoking (FFS) - programa baseado em técnicas da TCC para cessação do tabagismo (Roos, Bowen & Witkiewitz, 2017; Davis et al., 2014a).

Para exemplificar tais comparações, Roos, Bowen e Witkiewitz (2017) avaliaram se o MBRP seria eficaz em pessoas com transtornos de uso de substâncias com sintomas depressivos e ansiosos, internados ou em tratamento ambulatorial intensivo, em comparação a CBRP e grupo de 12 passos. Os participantes do grupo MBRP apresentaram 82% menos dias de recaídas do que os participantes do grupo CBRP e 12 passos, ao final de 12 meses. Já em comparação com apenas o grupo que utilizou 12 passos, o grupo MBRP demonstrou 96% menos dias de recaída. Desta forma, esse estudo demonstra que MBRP parece ser uma boa combinação para tipos de indivíduo caracterizados por níveis graves de sintomas de depressão e ansiedade, bem como por tipos de clientes caracterizados apenas por sintomas graves de uso de substâncias.

As intervenções de mindfulness direcionadas especificamente à tabagistas (MTS), em comparação com FFS, baseado em técnicas relacionadas a TCC, demonstram que durante o tratamento, as duas intervenções pouco demonstram diferenças na eficácia da cessação do tabagismo (Davis et al, 2014a). Contudo, a intervenção de MTS demonstrou maior eficácia na abstinência do cigarro quando avaliados semanas após o tratamento quando comparado a quitline (chamadas telefônicas de auxílio à cessação do tabagismo) e TRN (Davis et al., 2014b). Sugere-se que esses dados são resultado da capacidade, para quem pratica mindfulness, de não julgar os próprios pensamentos, emoções, impulsos e sentimentos, portanto, o não-julgamento da experiência anterior (Schuman-Olivier, Hoeppner, Evins & Brewer, 2014; Spears et al., 2017).

Além promover regulação emocional, o treinamento de meditação para fumantes contribui para redução do estresse e auxilia o aumento atividade do córtex cingulado anterior e do córtex pré-frontal adjacente e, por consequência, colabora com a prevenção e tratamento da adicção (Tang, Tang & Posner, 2016).

Em comparação de três grupos distintos de mindfulness, TCC e cuidados usuais, Garland et al. (2016) analisaram os efeitos com usuários de substâncias em situação de vulnerabilidade residentes em uma comunidade terapêutica. Desta forma, foi observado em seus resultados que houve efeitos significativos do tempo na diminuição da fissura nos três grupos em 10 semanas de tratamento. Ademais, o mindfulness também demonstrou maiores reduções em sintomas de estresse pós-traumático e maior capacidade de autorregulação.

Categoria 2 - Resultado da convergência entre Mindfulness e Terapia Cognitivo- Comportamental e Mindfulness e Terapia de Aceitação e Compromisso (N = 3)

Esta categoria apresenta três estudos que abordam a associação do mindfulness com outras intervenções (TCC e Terapia de Aceitação e Compromisso - TAC), para avaliar se a combinação com outras técnicas obtém maior eficácia quanto ao tratamento dos transtornos relacionado ao uso de substâncias e suas comorbidades.

Posto isto, a TAC é uma estratégia viável no tratamento de usuários de substâncias por aumentar a flexibilidade psicológica através de processos de aceitação, valores, ações de compromisso e consciência do momento presente (Heyes, Strosahl & Wilson, 2011) e, portanto, considera-se passível a utilização de maneira conjunta com o mindfulness.

Com isso, Shorey et al. (2017) buscaram em seu estudo medir os efeitos do mindfulness e da TAC em um programa de tratamento residencial com usuários de substâncias sobre a fissura do álcool e outras drogas, a capacidade de ter consciência e atenção do momento presente, e a flexibilidade de lidar com o uso de drogas. Os dados sugerem que a associação de mindfulness e TAC aumentaram a flexibilidade psicológica, o que colabora para prevenção da recaída. Contudo não demonstraram correlação significativas com as outras variáveis após a alta do tratamento.

Em intervenções integradas com mindfulness e TCC, Hosseinzadeh e Barahmand (2014) avaliaram o potencial do Mindfulness-Based Cognitive Therapy (MBCT) - método de mindfulness baseado na TCC - em indivíduos com transtornos relacionados ao uso de substâncias com sintomas depressivos. Os achados sugerem que a associação entre essas duas intervenções contribui significativamente para a diminuição de sintomas depressivos em indivíduos usuários de substâncias.

Esses dados corroboram o estudo de Biseul et al. (2016) ao avaliarem os efeitos da combinação entre psicoeducação orientada por TCC e MBRP em grupo durante 14 sessões de tratamento. Esse tipo de intervenção demonstrou que a combinação de técnicas pode alcançar resultados que melhoram sintomas relacionados ao humor e até mesmo redução de sintomas depressivos. Assim, a redução desses sintomas pode ser associada à diminuição no consumo de substâncias (30%) pelos participantes diagnosticados com dependência de substância e Transtorno Bipolar.

É importante ressaltar que, embora algumas pesquisas demonstrem resultados relativos aos sintomas depressivos e de humor dos indivíduos, o tratamento das comorbidades associadas aos quadros clínicos graves de dependência de substância contribui diretamente para o auxílio na cessação do uso. O indivíduo, desta forma, tem maior vulnerabilidade ao consumo quando apresenta outro transtorno mental (Ribeiro, 2012).

Portanto, a combinação de duas ou mais intervenções costuma demonstrar efeitos positivos na eficácia de problemas relacionados ao uso de substâncias. No entanto, é comum encontrar pessoas com transtornos relacionado ao uso de drogas com comorbidades, o que torna o tratamento de difícil manejo, com a necessidade de haver intervenções prolongadas e complementares.

Categoria 3 - O treinamento de mindfulness em usuários de opioides com dor crônica (N= 2)

Nesta categoria, há prevalência de dois estudos que tratam do mindfulness como intervenção a indivíduos com dor crônica que são usuários de opioides.Neste perfil de indivíduos, estratégias não farmacológicas são importantes, devido ao risco de uso abusivo de medicamentos prescritos.

Em indivíduos que apresentavam dor crônica e utilizavam opioides de maneira indiscriminada, Garland et al. (2017) verificaram os efeitos de um tratamento baseado em mindfulness. Os autores buscaram determinar se havia alterações na dor e no afeto positivo para, posteriormente, avaliar se essa interação foi associada ao uso indevido no pós-tratamento. Para isso foram aplicadas 8 sessões de mindufulness com duração de 2 horas. Os participantes submetidos a esse programa relataram melhorias significativas na dor momentânea e no afeto positivo durante o curso do tratamento. Os resultados, também, sugerem que após o tratamento, o aumento no afeto positivo em longo período foi associado a redução do uso indevido de opioides.

Outros sintomas importantes para indivíduos com dor crônica é a intensidade e a interferência que a dor causa no indivíduo e a fissura daqueles que usam opioides. Com isso, Garland et al. (2014) avaliaram que, em uma amostra de 115 participantes, foi reduzido significativamente a intensidade e interferência da dor em relação aos indivíduos do grupo controle, redução do estresse e a fissura por opioides e menor propensão a não preencher mais os critérios para o transtorno do uso de opioides após o tratamento.

Categoria 3.1 - Os benefícios do mindfulness

Esses estudos demonstram a viabilidade e a eficácia disposicional em usuários de opioides (N= 1) do mindfulness como tratamento para o uso indiscriminado de A aplicabilidade do mindfulness, contudo, tornaopioides para indivíduos que sofrem de dor crônica, além de se vasta de acordo com o objetivo que os profissionais encaram necessário para um tratamento, seja para uso de substâncias em geral, comorbidades psiquiátricas, estresse ou, especificamente, para o uso de opioides em indivíduos com dor crônica. Desta forma, esta subcategoria contempla um estudo que aborda o mindfulness disposicional como uma perspectiva diferente quanto a sua condução durante a intervenção com este público.

O mindfulness disposicional, portanto, se trata da propensão que o indivíduo tem de introjetar, de maneira consciente, qualidades na vida diária. Estas qualidades conscientes podem ser compreendidas a partir do sistema somatossensorial (da Silva & Ribeiro-Filho, 2011), como a capacidade de observar e descrever seus estados de saúde e doença (interocepção) e a experiência direta do mundo externo com o corpo (exterocepção), que geram menos ações automáticas e mais ações conscientes e incorporar respostas não-julgadoras com pensamentos e emoções que causem angustia ao indivíduo (Priddy et al., 2018).

Com o objetivo de investigar se havia associação entre o mindfulness disposicional e o uso indevido de opióides e a relação da fissura e a atenção a informações positivas (tendência de estímulos recompensadores), Priddy et al. (2018) verificaram que quanto menor a fissura, maior a atenção positiva. Além disso, a capacidade de refletir, pensar e agir de maneira consciente sobre os aspectos de sua doença (mindfulness disposicional) foi inversamente associada ao uso indevido de de opioides.

Pode-se considerar, deste modo, que os benefícios da prática de mindfulness disposicional além de auxiliar na melhoria do sistema somatossensorial e, por consequência, gerar maior capacidade de pensar e refletir sobre a doença, pode também contribuir para prevenção de recaída pela diminuição da fissura.

Categoria 4 - O mindfulness como prevenção de recaída: a importância da prática contínua de meditação em casa e no dia a dia (N = 5)

Esta categoria pretende apresentar cinco estudos que indicam a eficácia do MBRP na prevenção de recaída do uso de substâncias, quando suas técnicas são utilizadas de maneira recorrente em atividades cotidianas do indivíduo que apresenta transtornos relacionados ao uso de substâncias.

O MBRP apesar de demonstrar resultados positivos no tratamento do usuário de substâncias, deve-se considerar que a maioria dos estudos apresentam dados de intervenções realizadas em ambiente controlado com um profissional. Contudo, as práticas de mindfulness podem ser amplamente aplicadas em casa pelos usuários, em diversas atividades cotidianas como dirigir, andar, tomar banho, comer, etc., sendo fundamental na fidelidade do tratamento (Williams & Penman, 2015).

Assim, constatam-se evidências de que a aplicação de mindfulness nas atividades cotidianas são associadas ao menor fissura e consequente menor uso de substâncias. Além disso, também demonstra que tornar hábito as técnicas na vida diária é mais eficaz que utilizá-las somente em situações de alto risco e pode aumentar a longevidade dos efeitos do tratamento com MBRP (Bowen et al., 2014; Grow, Collins, Harropm & Marlatt, 2015).

O MBRP alcança tais resultados pela prática integrada com as técnicas cognitivo- comportamentais. Desta forma, essa intervenção torna-se importante pela preocupação com as altas taxas de recidiva de usuários de substâncias, além de demonstrar ser uma técnica eficaz para a prevenção de recaída (Enkema & Bowen, 2017).

Embora seja evidente a eficácia do mindfulness na prevenção de recaída (MBRP) para usuários de diversas substâncias, alguns estudos, por vezes, não se atentam a verificar seus efeitos nas comorbidades psiquiátricas, algo recorrente em usuários de substância. Desta forma, Glasner-Edwards et al. (2016) verificaram que, em usuários de estimulantes que apresentavam transtornos de humor, depressão e/ou ansiedade, o MBRP reduziu o uso de substância e os sintomas psiquiátricos dos indivíduos.

No entanto, os efeitos do MBRP podem ir além de problemas relacionados a comorbidades psiquiátricas. Witkiewitz et al. (2014) verificaram que um tratamento de 15 semanas de MBRP, comparado a intervenções apenas de prevenção de recaída, colaborou significativamente para a redução de dias de uso e problemas legais de mulheres infratoras da lei.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da necessidade de estratégias mais eficazes para o tratamento de transtornos relacionados ao uso de substâncias, o mindfulness tem crescido como uma opção terapêutica complementar. Ensinar e habilitar o indivíduo usuário de substâncias a perceber os pensamentos e emoções que contribuem para o consumo de SPA, assim como desenvolver estratégias para lidar com frustrações, fissura e tolerar dores e desconfortos sem a necessidade de uma esquiva experiencial são práticas que tem mostrado resultados promissores.

A importância do presente estudo, destaca-se pela exemplificação de como uma técnica pode beneficiar usuários de diversos tipos de substâncias e diferentes comorbidades. Contudo, os estudos demonstraram em seus achados a eficácia do mindfulness, sobretudo, na diminuição da fissura para prevenção da recaída após cessar o uso. A assimilação dessa prática pelo indivíduo, pode desempenhar importante papel na manutenção da resposta terapêutica. Entretanto, pode ser considerada como limitação do estudo o viés de seleção, pois os critérios de inclusão contemplavam apenas o idioma inglês e a busca por casos clínicos.

Vale ressaltar que o tratamento de transtornos relacionados ao uso de substâncias envolve demandas em diversas áreas da vida, assim como do entorno social e familiar do indivíduo, por isso a dificuldade de intervenções que atendam amplamente essas necessidades. Dessa forma, estratégias complementares como o mindfulness mostram-se como uma alternativa válida para a melhora do prognóstico desses indivíduos.

 

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Correspondência:
Ihan Souza Cavalcante
E-mail: ihanscavalcante@gmail.com

Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBTC em 22 de Novembro de 2019. cod. 057.
Artigo aceito em 12 de Outubro de 2020.

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