SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.17 issue2WebParents: online parent counseling program focusing on homeschooling amidst the COVID-19 pandemicsSelf-guided internet-based cognitive-behavioral interventions for adolescents: a review author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Revista Brasileira de Terapias Cognitivas

Print version ISSN 1808-5687On-line version ISSN 1982-3746

Rev. bras.ter. cogn. vol.17 no.2 Rio de Janeiro July/Dec. 2021

http://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20210025 

REVISÃO TEÓRICA

 

Psicologia positiva no Brasil: cenário atual e indicações futuras

 

Positive psychology in Brazil: current scenario and future indications

 

 

Sheyla Christine Santos FernandesI; Alanda Maria Ferro PereiraI; Amarillys Rayzza Félix da SilvaI; Ig Ibert BittencourtII; Leogildo Alves FreiresI; Claudio Simon HutzIII

IUniversidade Federal de Alagoas (UFAL), Instituto de Psicologia (IP) - Maceió - Alagoas - Brasil
IIUniversidade Federal de Alagoas (UFAL), Instituto de Computação (IC) - Maceió - Alagoas - Brasil
IIIUniversidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Instituto de Psicologia (IP) - Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Correspondência

 

 


RESUMO

No intuito de analisar a produção científica brasileira acerca da Psicologia Positiva e compreender como esta abordagem vem sendo utilizada nesse contexto, realizou-se uma revisão sistemática. Aplicou-se os termos "psicologia positiva" AND "Brasil" OR "brasileiro" OR "português" e "positive psychology" AND "Brazil" OR "brazilian" OR "portuguese" nas bases SciELO, Index Psi, LILACS, PePSIC e PsycINFO. Selecionou-se trabalhos em português contendo a Psicologia Positiva como tema central. Gerou-se um banco de dados textuais, analisado no software Iramuteq. Evidenciou-se que a Psicologia Positiva cresceu significativamente no cenário brasileiro, porém de forma não sistemática, sendo utilizada predominantemente na área da Psicologia, na interpretação e elaboração de instrumentos de avaliação, e em trabalhos acerca dos construtos resiliência, bem-estar, bem-estar subjetivo, satisfação conjugal e familiar e afetos em relacionamentos.

DESCRITORES: Psicologia Positiva; Revisão; Brasil.


ABSTRACT

In order to analyze the Brazilian scientific production about Positive Psychology and understand how this approach has been used in this context, a systematic review was carried out. The terms "positive psychology" AND "Brazil" OR "Brazilian" OR "Portuguese" and "positive psychology" AND "Brazil" OR "Brazilian" OR "Portuguese" were applied in the SciELO, Index Psi, LILACS, PePSIC and PsycINFO databases. Works in Portuguese were selected with Positive Psychology as the central theme. A textual database was generated, analyzed using the Iramuteq software. It was evident that Positive Psychology has grown significantly in the Brazilian scenario, however in a non-systematic way, being used predominantly in the area of Psychology, in the interpretation and elaboration of assessment instruments, and in works about resilience, well-being, subjective well-being, marital and family satisfaction and affections in relationships.

HEADINGS: Psychology, Positive; Brazil; review.


 

 

INTRODUÇÃO

A Psicologia Positiva teve início nos Estados Unidos com Martin Seligman, com o objetivo de analisar as qualidades e características positivas do ser humano (Hutz, 2014), centralizando seu interesse no conhecimento de pontos profícuos, como virtudes e sentimentos benéficos (Seligman, 2004).

De acordo com Seligman (2002), três pilares fundamentam essa perspectiva, (1) o estudo das emoções positivas, (2) o conhecimento dos traços otimistas dos sujeitos, como habilidades e forças efetivas, e (3) as entidades positivas, que se resumem aos espaços onde os sujeitos habitam e que lhes possibilitam o desenvolvimento de aspectos favoráveis (Rocha et al., 2017). Ademais, procura-se compreender como alcançar esses estados, valorizando todo e qualquer momento de bem-estar no cotidiano, dando vazão para que este seja prolongado ou acolhido com um olhar diferente.

Antes da Segunda Guerra Mundial, alguns estudos dentro da Psicologia estavam inseridos no campo dos aspectos positivos, como as pesquisas realizadas por Terman, Buttenwieser, Ferguson e Wilson (1938) acerca da sobredotação e felicidade conjugal (Seligman, 2011). Posteriormente, a Psicologia passou a se preocupar com problemas patológicos, como as doenças mentais e transtornos desenvolvidos no decorrer da guerra, e a partir disso identificar formas de tratamento (Paludo & Koller, 2007).

Alguns psicólogos, como Maslow (1954) e Rogers (1959), desenvolveram reflexões sobre os pontos positivos no desenvolvimento dos indivíduos, mas, de acordo com Seligman (2011), seus estudos não tiveram tanto alcance, visto que não possuíam o rigor metodológico exigido, fazendo com que a Psicologia Humanista declinasse.

Apesar disso, a Psicologia Humanista deixou sua herança ao defender uma perspectiva que procurava mostrar os aspectos humanos positivos, os quais posteriormente foram trazidos à luz novamente por Martin Seligman, por volta de 1998, ano em que assumiu a presidência da American Psychological Association (APA). Para Seligman, mais do que trazer melhorias ao indivíduo, a Psicologia também deveria buscar o que nele há de melhor, e propor meios de alimentar essas potencialidades para que sejam reconhecidas pelo próprio indivíduo, o que pode vir a evitar problemas patológicos no futuro. Diante disso, Seligman sugere o fortalecimento das forças benéficas dos sujeitos a fim de tratar futuros impasses (Seligman, 2011).

A partir dessa nova concepção de Psicologia, diversos trabalhos se desenvolveram no mundo, focando em diferentes ênfases da Psicologia, como educação, coaching, saúde pública, serviço social, filosofia, ciências políticas e gestão (Donaldson, Csikszentmihalyi & Nakamura, 2011). No ano de 1996, Hutz, Koller e Bandeira apresentaram um estudo sobre "Resiliência e vulnerabilidade em crianças em situação de risco", podendo ser descrito como um marco do início da Psicologia Positiva no Brasil (Pacico & Bastianello, 2014; Paludo & Koller, 2007).

De acordo com Pureza, Kuhn, Castro e Lisboa (2012), entre 2007 e 2008 registrou-se a maior alta nas produções científicas envolvendo a Psicologia Positiva no contexto brasileiro. A evolução deste enfoque teórico no Brasil culminou na criação da Associação Brasileira de Psicologia Positiva (ABP+) no ano de 2013, que tem por objetivo ampliar os trabalhos nesta área e divulgar o conhecimento produzido. Não obstante, a maioria dos estudos realizados no Brasil utilizando a Psicologia Positiva são ainda relativamente limitados, seja pela baixa produção de estudos empíricos com rigor científico, seja pelo crescimento não linear e pouco expressivo de publicações na área (Pureza et al., 2012). Em uma revisão posterior, Reppold, Gurgel e Schiavon (2015) chamaram a atenção para o aumento no interesse sobre esse paradigma, sobretudo, considerando os estudos teóricos que visam aprofundar o entendimento sobre a Psicologia Positiva. Além disso, as autoras apontam como crescente o esforço para adaptar e validar medidas para o contexto brasileiro e a busca por avaliar intervenções.

Nesse sentido, em que medida esse avanço vem acontecendo? Há a inclusão de novas temáticas dentro da área? De fato, qual a abrangência da Psicologia Positiva no contexto brasileiro, visto que houve uma expansão de estudos vinculados à área de avaliação e intervenção? Compreender como o cenário científico brasileiro vem trabalhando na perspectiva da Psicologia Positiva nos permite ter uma melhor visão desta nova concepção de determinados aspectos psicológicos e, consequentemente, compreender como e o quanto vem se desenvolvendo, para que sejam elaborados novos objetivos de investigação. Examinar o percurso da Psicologia Positiva se faz útil, por colaborar para a identificação de domínios que podem ser explorados aplicando essa abordagem, o que pode fomentar a expansão da produção de trabalhos nesta vertente. Diante disso, este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão sistemática de literatura para compreender como o cenário científico vem realizando estudos a partir do enfoque teórico da Psicologia Positiva no Brasil, desde suas primeiras pesquisas até o ano de 2019.

 

MÉTODO

Preparação, seleção do material e procedimentos

Inicialmente, foi realizada uma busca nas bases de dados SciELO (Scientific Electronic Library Online), Index Psi, LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), PePSIC e PsycINFO, utilizando os seguintes descritores e operadores booleanos: "psicologia positiva" AND "Brasil" OR "brasileiro" OR "português" e "positive psychology" AND "Brazil" OR "brazilian" OR "portuguese". Tais descritores foram inseridos nas buscas a partir de uma consulta prévia à terminologia utilizada em Psicologia, disponível na BVS-Psi (http://newpsi.bvs-psi.org.br/cgi-bin/wxis1660.exe/iah/). Tendo em vista que o interesse desta revisão é conhecer de forma ampla a utilização da Psicologia Positiva, não foi delimitado período de busca pelos estudos, evitando o risco de exclusão de estudos importantes. Para conhecer a abrangência da Psicologia Positiva no contexto brasileiro, partiu-se da seguinte questão: Como as áreas científicas vêm trabalhando com o enfoque da Psicologia Positiva no cenário brasileiro? Especificamente, busca-se descrever o escopo desse enfoque, as áreas que se interessam por essa perspectiva, os construtos investigados e sua expansão.

Foram considerados como critérios de inclusão, publicações em formato de artigo, que possuíam a Psicologia Positiva como tema principal e caso isso não ocorresse, o enfoque teórico precisaria se fazer presente na elaboração do estudo, sendo então, o referencial teórico. Além disso, deveriam ter sido realizados no Brasil e consequentemente em língua portuguesa e publicados por pesquisadores brasileiros. Em relação aos critérios de exclusão, foram eliminados estudos com títulos duplicados entre as cinco bases de dados utilizadas neste estudo. Trabalhos que não possuíam o rigor metodológico de um artigo também foram excluídos, isto é, estudos que não apresentavam o resultado de uma investigação ou problema de pesquisa e não contribuíam para os conhecimentos produzidos no campo científico brasileiro (Gonçalves, Wanderley & Nascimento, 2014), assim como artigos inacessíveis.

Organização e análise dos dados

A fim de atender aos critérios de inclusão e exclusão, inicialmente foram lidos os títulos dos estudos, resumos e palavras-chave, e quando nessas seções o trabalho não apresentava o termo "Psicologia Positiva", foram lidas as introduções e metodologias, para identificar seu referencial teórico. Posteriormente, foram lidos os escopos das revistas, com intuito de verificar sua área de publicação. Aplicados todos os critérios, os estudos foram recuperados nas bases de dados para serem analisados.

Foram encontrados 1.365 artigos, sendo 347 na plataforma SciELO (Scientific Electronic Library Online),510 na Index Psi (Periódicos Técnico-Científicos),191 na LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde),241 na PsycInfo (American Psychological Association) e 76 na PePSIC (Periódicos Eletrônicos de Psicologia).

Recuperados nas plataformas e submetidos aos critérios, foram excluídos 483 estudos, a partir da análise dos títulos entre as bases de dados e tendo em vista que estes se repetiam. Restaram 882 estudos, dos quais 832 não tinham como tema principal a Psicologia Positiva ou não estavam enquadrados no enfoque teórico da Psicologia Positiva, bem como, não se configuravam como estudos brasileiros ou não tinham acesso aberto. Essa triagem resultou em um banco de 50 produtos (ver Figura 1 - Fluxograma de seleção dos estudos).

Por meio dos resumos extraídos das publicações selecionadas, os dados textuais foram reportados e tabulados no OpenOffice Writer e na sequência, foi elaborado um corpus único, denominado de Psicologia Positiva no Brasil. O arquivo foi importado para o Bloco de Notas do Windows e salvo na codificação UTF-8 para análise no software Iramuteq (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires) (Ratinaud, 2009). Para análise do conteúdo selecionado duas técnicas foram utilizadas, a nuvem de palavras, cujo objetivo é indicar a relevância dos vocábulos extraídos do corpus e a análise de Classificação Hierárquica Descendente (CHD), que tem como finalidade central categorizar e relacionar o material textual. Nessa análise foram consideradas ativas as seguintes classes gramaticais: adjetivo e substantivo. As demais classes de palavras foram codificadas como suplementares. Os procedimentos de análise aqui utilizados permitem que os segmentos de texto (ST) dos resumos sejam classificados em consonância com seus respectivos vocabulários, com base na frequência e no χ², possibilitando a criação de classes lexicais (Camargo, 2005). Depois de criadas, as classes foram nomeadas e descritas.

 

Resultados e discussão

Ao analisar os artigos, foi possível perceber que os trabalhos publicados, utilizando a Psicologia Positiva especificamente no contexto brasileiro, começaram a ser desenvolvidos a partir de 1996, corroborando com o explicitado por Pacico e Bastianello (2014), tendo a resiliência como construto central. Nos anos de 2004 a 2005 não foram encontradas publicações. Contudo, a partir de 2006, surgiram publicações contínuas. O número de publicações se manteve estável entre os anos de 2006 e 2014, tendo aumentado exponencialmente em 2015, chegando a 9 artigos. Possivelmente, com a fundação do Grupo de Trabalho "Avaliação Psicológica em Psicologia Positiva e Criatividade", em 2014, reunindo pesquisadores da área no encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), houve uma ampliação substancial da área no cenário brasileiro (ANPEPP, 2016) nos períodos subsequentes.

Quando comparadas as publicações dos estudos no contexto brasileiro ao contexto internacional há uma grande divergência em termos quantitativos. Em uma revisão realizada por Kim, Doiron, Warren e Donaldson (2018), considerando as contribuições empíricas relevantes para o cenário internacional da Psicologia Positiva, foram encontrados 863 produtos, sendo grande parte dos Estados Unidos, local onde o movimento dessa perspectiva foi originado. Na mesma direção, Ackerman, Warren e Donaldson (2018) demonstraram que o conjunto de pesquisa empírica sobre tópicos de Psicologia Positiva evoluiu de forma significativa nas últimas duas décadas no mundo todo. Com base em um arquivo de quase mil artigos empíricos ligados à área, sua revisão constatou que 762 artigos utilizaram pelo menos uma escala de mensuração e 312 medidas foram criadas ou adaptadas, o que demonstra a estreita relação entre Avaliação Psicológica e Psicologia Positiva.

Considerando a área das revistas responsáveis por publicar os 50 estudos recuperados na presente investigação, diferentes tipos de revistas foram identificados, porém havendo predominância de publicações em revistas de Psicologia. Os periódicos Psico-USF e Estudos de Psicologia - Campinas se destacaram com o maior número de publicações. Em segundo lugar, Psicologia: Reflexão e Crítica e Trends in Psychology/Temas em Psicologia. As demais revistas têm por escopo a Psicologia, no entanto com menor número de publicações. Foi observado também que é bastante restrita a quantidade de estudos que foram publicados em revistas de escopo distinto que abrangem outras áreas do conhecimento além da Psicologia (ver Tabela 1 - Lista de Periódicos por área e quantidade de artigos).

Para a classificação do método de pesquisa dos estudos, a noção de pesquisa teórica e empírica foi considerada. Estudos teóricos são definidos como aqueles que se dedicam à reconstrução de teorias, conceitos e que trazem condições explicativas da realidade (Baffi, 2002). Já trabalhos empíricos, referem-se ao tratamento de uma realidade factual, onde há produção de dados e a partir destes são elaboradas as análises (Baffi, 2002). Desta forma, houve predominância de estudos teóricos em mais da metade das publicações. A partir dos métodos apresentados nos estudos foi possível identificar o tipo de metodologia utilizada, partindo da noção de pesquisa qualitativa e quantitativa. Tem-se como qualitativa aquela que descreve os dados colhidos de forma subjetiva, levando em consideração a especificidade de cada um (Vergara & Molina, 2008). Já a pesquisa quantitativa, trata seus dados a partir de médias estatísticas, na tentativa de chegar a uma generalização dos resultados, bem como se tem uma tentativa de controle sobre o estudo realizado (Günther, 2006).

Dos estudos teóricos, a quase totalidade utilizou metodologia qualitativa. Quanto aos estudos de caráter empírico, a metodologia mista caracterizou a maioria dos estudos. A partir desses dados é possível destacar que no cenário brasileiro há predominância de estudos qualitativos, dado oposto ao campo internacional, onde as pesquisas quantitativas estão no topo do ranking de estudos em Psicologia Positiva (Kim et al., 2018).

Sobre o contexto de elaboração dos estudos empíricos, os contextos educacional, laboral e de relações interpessoais aparecem em pouco mais de uma publicação. É discreto também o quantitativo de estudos em outros contextos, sobretudo, em função da prevalência de produtos em que o debate e o aprofundamento de conceitos da Psicologia Positiva e suas interações com outros construtos psicológicos é dominante. Consistente com esse resultado, Reppold et al. (2015) referem que o interesse teórico pela Psicologia Positiva no Brasil vem se destacando por se tratar de uma abordagem recente e, como tal, necessita de investimento conceitual para posteriormente se desenvolver através de sua aplicação, o que vem a justificar a grande quantidade de artigos teóricos identificados na presente revisão.

Especificamente em relação à análise do conteúdo dos artigos, o corpus composto pelos resumos apresentou 81,86% de aproveitamento, gerando 7.011 números de ocorrências, 846 palavras ativas, 610 suplementares e 204 segmentos de texto (ST) com 167 classificados. Considerando uma análise global da frequência das palavras, a palavra "estudo" (n = 73) foi a mais frequente nas publicações, seguida das palavras "positivo" (n = 57), "psicologia" (n = 47), "trabalho" (n = 40) e "fator" (n = 34). Esses resultados podem evidenciar o caráter investigativo presente nas publicações, cujo interesse está centrado em apresentar a Psicologia Positiva e analisar os construtos psicológicos pertinentes à área. O vocábulo "intervenção" apresentou uma frequência relativamente baixa (n = 14), sendo menos frequentes ainda os termos "ensino" (n = 6), "escola" (n = 5) e "educação" (n = 4). Em conjunto, pode-se supor que o estudo e as intervenções da Psicologia Positiva destinados a temas educacionais, parecem ser pouco explorados no contexto brasileiro quando comparados a estudos de revisão e discussão conceitual (ver Figura 2 - Nuvem de palavras do corpus Psicologia Positiva no Brasil).

Após essa análise inicial, foi processada a classificação do corpus pelo método Reinert, gerando a CHD. Os resultados apresentaram três classes estruturadas a partir de duas partições. A primeira partição gerou dois blocos, dimensionando a classe 3 separada do restante do produto textual. Em uma segunda partição, emergiram as classes 1 e 2. Diante do conjunto de palavras agrupadas em cada classe, as classes 1 e 2 evidenciaram aspectos descritivos da Psicologia Positiva, bem como, temas e processos de interesse para a área. A classe 3 enfatizou aspectos metodológicos referentes a estudos empíricos. Foram consideradas em cada classe as palavras que apresentavam qui-quadrados mais elevados associadas aos STs mais relevantes (ver Figura 3 - Dendrograma da CHD do corpus Psicologia Positiva no Brasil).

A classe denominada "Paradigma da Psicologia Positiva" (classe 1) representa 41,3% do corpus e aparece associada à delimitação de uma nova abordagem psicológica, discutindo nas publicações elementos específicos que distinguem a Psicologia Positiva das demais áreas da Psicologia e a importância de considerar os aspectos positivos do ser humano. Como uma perspectiva em expansão, os artigos trazem à luz informações sobre o desenvolvimento e interdisciplinaridade dessa área, assim como, sobre propostas de pesquisa, intervenção e contribuição para a ciência como um todo. Os trechos que seguem ilustram essa classe:

"A atenção a pessoas que experimentam fatos favoráveis a incapacitações físicas e psicológicas se tornará mais comum, considerando a realidade contemporânea, e a Psicologia deve prover assistência visando fortalecer habilidades de enfrentamento em situações críticas." (Paranhos & Werlang, 2015, p. 558).

"(...) sugere-se o desenvolvimento de estudos sobre a temática, voltados à investigação dos aspectos sadios presentes na relação entre criatividade e saúde mental dentro da tendência atual da Psicologia Positiva." (Oliveira, Nakano & Wechsler, 2016, p. 1493).

"(...) A maioria dos estudos lida com a patogênese dos fatores psicossociais, mas há uma produção crescente combinando análises de fatores patogênicos com fatores motivacionais na promoção da saúde e no estudo de aspectos positivos preservados." (Vazquez, Pianezolla & Hutz, 2018, p. 06).

"(...) São também destacados os avanços nos estudos empíricos da adolescência, apontando as tendências da ciência e a emergência de investigações oriundas da aplicação das teorias sob a visão_positiva do jovem. Por fim, apresenta uma breve contextualização dos programas nacionais com foco na Psicologia Positiva." (Franco & Rodrigues, 2014, p. 677).

A classe 2, denominada "Abrangência da Psicologia Positiva", representa 22,2% do conteúdo analisado e está associada à definição de conceitos e processos que fazem parte do escopo dessa área. Seu conteúdo apresenta os temas trabalhados pela Psicologia Positiva que relacionados à classe 1, como pode ser observado no dendrograma, dimensiona a potencialidade dessa perspectiva em ampliar o conhecimento das emoções positivas como base para uma maior compreensão da condição humana diante das adversidades. Essa classe reporta também a grande quantidade de estudos de revisão que caracteriza a Psicologia Positiva brasileira, sendo um dos vocábulos de destaque o termo "revisão". Os seguintes trechos representam essa configuração:

"(...) Com relação aos construtos teóricos, observou que o bem-estar é o tema central da maioria dos estudos, e foram identificados sete diferentes instrumentos de pesquisa utilizados para avaliação de diferentes construtos da Psicologia Positiva." (Pureza et al., 2012, p. 109).

"(...) Observou-se um aumento na produção sobre avaliação em, envolvendo o estudo de diversificados construtos, se destacando qualidade de vida, resiliência, coping e bem-estar, além de estudos sobre a construção e adaptação de instrumentos para os avaliar." (Pires, Nunes & Nunes, 2015, p. 287).

"A teoria do bem-estar acrescenta a realização e os relacionamentos interpessoais aos elementos já incluídos na primeira teoria (emoções positivas, engajamento, sentido), destacando que o bem-estar não dependeria apenas de aspectos individuais, mas de questões ligadas ao contexto e relacionamentos interpessoais. (...) A teoria do bem-estar abre possibilidade de que se desenvolvam políticas públicas relacionadas à promoção da qualidade de vida, sem excluir a necessidade de constante revisão dessa abordagem." (Scorsolini-Comin, Fontaine, Koller & Santos, 2013, p. 663).

A classe 3, nomeada "Aspectos teórico-metodológicos da Psicologia Positiva", (36,5%), apresenta conteúdo informativo sobre medidas e formas de avaliação considerando os construtos da Psicologia Positiva. Nesse sentido, a avaliação de escalas e a validação de instrumentos psicométricos são temas que aparecem em número significativo na produção em Psicologia Positiva no Brasil. Os recortes dos textos que seguem podem ilustrar essa classe:

"(...) Os resultados indicaram nível médio de bem_estar no trabalho e diferenças entre as categorias profissionais e regime de contratação quanto à satisfação com salário e promoções, o que pode refletir na qualidade do atendimento prestado aos pacientes" (Alves, Neves, Coleta & Oliveira, 2012, p. 01).

"(...) Todas as subescalas apresentaram correlações positivas com a liderança autêntica, a satisfação no trabalho e os afetos positivos, e negativas com os afetos negativos. Conclui-se que a Escala de Liderança Virtuosa apresentou boas qualidades psicométricas em uma amostra brasileira." (Guimarães et al., 2019, p. 01).

"(...) Destaca-se o papel dos afetos positivos (fator do bem-estar subjetivo) na percepção da satisfação conjugal (satisfação conjugal), o que é congruente com o enfoque, que atesta que as pessoas que experimentam emoções positivas tendem a se engajar em relacionamentos mais satisfatórios." (Scorsolini-Comin & Santos, 2010, p. 658).

Esses resultados evidenciam que a Psicologia Positiva, enquanto linha de pensamento relativamente jovem apresenta na sua produção a busca por um rigor teórico e metodológico comprometido com avanços sistemáticos na área. Foi possível demonstrar que a maioria das publicações conduz argumentos que visam esclarecer a comunidade científica acerca da pluralidade temática e fluidez metodológica pertinentes à área, sem, no entanto, negligenciar o cuidado metodológico. Além disso, os resultados puderam demonstrar a constante articulação entre teoria e prática, muito presente nessa vertente, uma vez que grande parte dos produtos aqui analisados propõe a avaliação de medidas para a proposição de intervenções adequadas e eficientes.

As respostas às questões de pesquisa levantadas nessa investigação apresentam um plano da área da Psicologia Positiva brasileira que revela pelo menos quatro aspectos significativos: (Q1) as áreas que utilizam a Psicologia Positiva como enfoque teórico seguem desde a Psicologia em geral a novas áreas, como Medicina, Enfermagem e Administração, muito embora apenas a Psicologia se destaque; (Q2) quanto aos aspectos metodológicos, há prevalência de estudos teóricos e de natureza qualitativa; (Q3) pode ser considerado crescente, mesmo que não linear, o número de publicações nessa área, tendo destaque o ano de 2015; as revistas que mais publicam nesse enfoque teórico são Psico-USF e Estudos de Psicologia - Campinas; (Q4) as publicações na área da Psicologia Positiva no cenário brasileiro giram em torno de teorizações sobre o paradigma da Psicologia Positiva, abrangência da área e descrição/discussão acerca de aspectos metodológicos, avaliativos e de intervenção.

Ademais, os estudos apresentam os diversos construtos trabalhados a partir da Psicologia Positiva, tendo maior foco a resiliência (Ex.: Yunes, 2003) e o bem-estar subjetivo (BES) (Ex.: Siqueira & Padovam, 2008). Sendo este primeiro trabalhado no meio laboral e em comparação com a pró-sociabilidade (Ex.: Farias & Monteiro, 2006). Já o BES é mais explorado no que se refere a instrumentos de mensuração (Ex.: Scorsolini-Comin & Santos, 2010), para mensurar interesse profissional (Ex.: Alves et al., 2012), satisfação no trabalho (Ex.: Siqueira & Padovam, 2008), satisfação conjugal (Ex.: Silva, Scorsolini-Comin & Santos, 2017) e personalidade (Ex.: Santos, Almeida & Werlang, 2012).

Os estudos também discutem sobre a relação entre saúde mental e criatividade (Ex.: Oliveira et al., 2016), estratégias utilizadas por casais em relacionamentos de longa duração (Ex.: Silva et al., 2017), trazem discussões a partir do conceito de felicidade para adolescentes (Ex.: Camargo, Abaid & Giacomoni, 2011), verificam a existência de estratégias que utilizaram os conceitos de felicidade, otimismo, esperança e espiritualidade na reabilitação (Ex.: Machado, Gurgel & Reppold., 2017). Abordam os conceitos de amizade e lazer, trazendo a infância como estágio importante para o desenvolvimento (Ex.: Souza, Silveira & Rocha, 2013).

Muito embora diferentes construtos venham sendo investigados sob o viés da Psicologia Positiva, em termos gerais, os construtos mais trabalhados no cenário brasileiro seguem sendo o bem-estar subjetivo e resiliência (Ex.: Siqueira & Padovam, 2008). É importante destacar que a área de Psicologia Positiva tem investigado diferentes construtos partindo do modelo conceitual de bem-estar proposto por Seligman (2018), conhecido como PERMA. O PERMA envolve: i) Emoções Positivas (P); ii) Engajamento ou Fluxo (F); Relacionamentos (R); iv) Significado e Propósito (M); Realização (A). Sob esta ótica, vários trabalhos foram publicados na última década sobre otimismo, esperança, fluxo, engajamento, dentre outros.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base no exposto, nota-se que a produção científica utilizando a Psicologia Positiva no contexto brasileiro tem avançado, contudo, de forma não sistemática. Apesar de ser um enfoque teórico ainda em expansão, a Psicologia Positiva vem sendo trabalhada de forma significativa no que diz respeito à interpretação e elaboração de instrumentos de avaliação, na compreensão da resiliência e em trabalhos que giram em torno dos construtos de bem-estar, bem-estar subjetivo, satisfação conjugal e familiar e afetos em relacionamentos. Porém, o que se percebe ainda é uma predominância dos estudos na área da Psicologia, o que se evidencia na quantidade de estudos publicados neste campo. Foram encontrados poucos estudos em campos distintos, apresentados, respectivamente, nas áreas de Medicina, Enfermagem e Administração.

Destaca-se o fato dessa revisão ter restringido a busca apenas em bases online, além de contar apenas com artigos, não considerando livros, capítulos de livros e literatura cinza, por exemplo. Importante referir também que nesta revisão não foram considerados os construtos da Psicologia Positiva, especificamente, como descritores de busca nas bases de dados, o que limitou a seleção apenas dos artigos que apresentavam de forma evidente o termo "Psicologia Positiva" ou mencionavam a Psicologia Positiva como enquadramento teórico.

Os resultados dessa revisão apresentam um panorama dos estudos na área da Psicologia Positiva publicados nos periódicos nacionais disponíveis nas bases de dados digitalizadas, respondendo às questões de pesquisa levantadas. Tais evidências reportam a relevância da produção científica no campo da Psicologia Positiva no Brasil com o fim de colaborar com novos trabalhos. A identificação de domínios distintos pode ser explorada aplicando-se a Psicologia Positiva e colocando em destaque a expansão deste enfoque teórico para que sejam elaborados novos objetivos de investigação.

Aspectos que podem ser explorados em pesquisas futuras giram em torno de três questões gerais:

(1) Quais evidências estão disponíveis sobre os instrumentos de investigação no enfoque da Psicologia Positiva? Nesta direção, trabalhos que podem ser considerados basilares para o aprofundamento e investigação acerca dos instrumentos de avaliação são os livros produzidos sobre avaliação psicológica de Hutz (2016) e Hutz (2014), por exemplo.

(2) Como a Psicologia Positiva vem sendo trabalhada em diferentes lócus, como no campo educacional, da saúde e do trabalho, para citar alguns? Mesmo escassos nessa revisão, esses ambientes agregam parte considerável do interesse de estudo dessa área. Alguns estudos foram publicados sobre o campo da Saúde Positiva, Educação Positiva e área organizacional, onde destacam-se os trabalhos em português de Cintra e Guerra (2017), Reppold e Hutz (2021), Hutz & Reppold (2018), Vasquez e Hutz (2021) e as meta-análises de Waters e Loton (2019), Jachimowicz, Wihler, Bailey e Galinsky (2018) e Credé, Tynan e Harms (2016).

(3) Como a Psicologia Positiva está sendo utilizada na prática cotidiana, na medida em que a maioria dos estudos em português foca no campo teórico? Duas meta-análises internacionais foram conduzidas sobre intervenções em Psicologia Positiva e pode ser utilizada como base para uma reflexão sobre a prática cotidiana da Psicologia Positiva (Koydemir, Sökmez & Schütz, 2020; White, Uttl & Holder, 2019).

Finalmente, pode-se considerar que a Psicologia Positiva é um enfoque em crescimento no contexto brasileiro, no entanto, quando comparado com o cenário internacional, parece ser ainda pouco utilizado (Kim et al., 2018). Estudiosos da Psicologia Positiva tem apresentado importante progresso em todo mundo ao enfatizarem as virtudes humanas em prol do bem-estar (Ackerman et al., 2018), assim, espera-se que estudos e intervenções sob essa perspectiva sejam prósperos não apenas na ciência psicológica, mas que possam beneficiar a pesquisa em diferentes contextos e áreas.

 

Referências

Ackerman, E. C., Warren, A. M., & Donaldson, I. S. (2018). Scaling the heights of positive psychology: A systematic review of measurement scales. International Journal of Wellbeing, 8(2),1-21. https://doi.org/10.5502/ijw.v8i2.734        [ Links ]

Alves, P. C., Neves, V. F., Coleta, D. F. M., & Oliveira, F. A. (2012). Avaliação do bem-estar no trabalho entre profissionais de enfermagem de um hospital universitário. Rev. Latino-Am. Enfermagem. jul.-ago. 20(4). http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n4/pt_10.pdf        [ Links ]

Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia. (2016). XVI simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico ANPEPP. Maceió, Alagoas.         [ Links ]

Baffi, M. A. T. (2002). Modalidades de Pesquisa: Um Estudo Introdutório. Pedagogia em foco. http://usuarios.upf.br/~clovia/pesq_bI/textos/texto02.pdf        [ Links ]

Camargo, B. V. (2005). Alceste: Um programa informático de análise quantitativa de dados textuais. In A. S. P. Moreira (Org.), Perspectivas teóricometodológicas em representações sociais (pp. 511-539). João Pessoa: UFPB/Editora Universitária.         [ Links ]

Camargo, H. P. S., Abaid, W. L. J., & Giacomoni, H. C. (2011). Do que eles precisam para serem felizes? A felicidade na visão de adolescentes. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, SP. V.15, N. 2, 241-250. http://www.scielo.br/pdf/pee/v15n2/v15n2a06.pdf        [ Links ]

Cintra, C. L. & Guerra, V. M (2017). Educação Positiva: A aplicação da Psicologia Positiva a instituições educacionais. Psicol. Esc. Educ. [online]. 2017, vol.21, n.3, pp.505-514. ISSN 2175-3539. https://doi.org/10.1590/2175-35392017021311191        [ Links ]

Credé M., Tynan M. C. & Harms P. D. (2016) Much ado about grit: A meta-analytic synthesis of the grit literature. J Pers Soc Psychol. 2017 Sep;113(3):492-511. https://doi.org/10.1037/pspp0000102        [ Links ]

Donaldson, I., Csikszentmihalyi, M., & Nakamura, J. (2011). Review of Applied Positive Psychology: Improving Everyday Life, Health, Schools, Work, and Society. New York, Routledge, v. 152, p. 128-130. https://doi.org/10.1080/00224545.2012.631450        [ Links ]

Farias, A. M., & Monteiro, N. R. O. (2006). Reflexões sobre pró-socialidade, resiliência e psicologia positiva. Rev. Bras. ter. cogn. v.2 n.2. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872006000200004&lng=pt&tlng=pt        [ Links ]

Franco, G. R., & Rodrigues, M. C. (2014) Programas de intervenção na adolescência: considerações sobre o desenvolvimento positivo do jovem. Temas psicol. [online]. Vol.22, n.4, pp. 677-690. ISSN 1413-389X. http://dx.doi.org/10.9788/TP2014.4-01.         [ Links ]

Gonçalves, H., Wanderley, L., & Nascimento, M. (2014). Artigo Científico: Contribuições à Construção do Conhecimento no Ensino Superior. Em: IV Congresso Sergipano de História & IV Encontro Estadual de História da ANPUH/SE. Anais do IV Congresso Sergipano de História & IV Encontro Estadual de História da ANPUH/SE, Aracajú, Sergipe, Brasil.         [ Links ]

Günther, H. (2006). Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão?. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Vol. 22 n. 2. http://www.scielo.br/pdf/%0D/ptp/v22n2/a10v22n2.pdf        [ Links ]

Hutz, C. S.; Koller, S. H.; Bandeira, D. R. (1996) Resiliência e vulnerabilidade em crianças em situação de risco. Coletâneas da ANPEPP, v. 1, n. 12, p. 79-86.         [ Links ]

Hutz, C. S. (2014). Avaliação em psicologia positiva. Porto Alegre, RS: Artmed.         [ Links ]

Hutz, C. S. (2016). Avaliação em Psicologia Positiva: Técnicas e Medidas. 1. ed. São Paulo: Hogrefe, 2016. v. 1. 182p        [ Links ]

Hutz, C. S.; Reppold, C. T. (2018). Intervenções em Psicologia Positiva aplicadas à Saúde. 1. ed. São Paulo: Leader, 2018. v. 1. 352p.         [ Links ]

Jachimowicz, J. M., A. Wihler, E. R. Bailey & A. D. Galinsky (2018). Why grit requires perseverance and passion to positively predict performance', Proceedings of the National Academy of Sciences, 115(40):9980-9985        [ Links ]

Kim, H., Doiron, K., Warren, M. & Donaldson, S. (2018). The international landscape of positive psychology research: A systematic review. International Journal of Wellbeing, 8(1),50-70. https://doi.org/5502/ijw.v8i1.651        [ Links ]

Koydemir, S., Sökmez, A. B. & Schütz, A. (2020) A Meta-Analysis of the Effectiveness of Randomized Controlled Positive Psychological Interventions on Subjective and Psychological Well-Being. Applied Research Quality Life (2020). https://doi.org/10.1007/s11482-019-09788-z        [ Links ]

Machado, A. F., Gurgel, G. L., & Reppold, T. C. (2017). Intervenções em Psicologia Positiva na reabilitação de adultos e idosos: revisão da literatura. Estudos de Psicologia. 34(1),119-130. http://dx.doi.org/10.1590/1982-02752017000100012        [ Links ]

Maslow, A. H. (1954). Motivation and personality. New York: Harper & Brothers.         [ Links ]

Oliveira, K. S., Nakano, T. C., & Wechsler, S. M. (2016). Criatividade e saúde mental: uma revisão da produção científica na última década. Trends in Psychology / Temas em Psicologia, 24, nº 4, 1493-1506. https://doi.org/10.9788/TP2016.4-16        [ Links ]

Pacico, J. C., & Bastianello, M. R. (2014). As origens da psicologia positiva e os primeiros estudos brasileiros. In C. S. Hutz (Eds.), Avaliação em psicologia positiva, (pp. 13-22). Porto Alegre: Artmed. https://www.larpsi.com.br/media/mconnect_uploadfiles/c/a/cap_01_1_.pdf        [ Links ]

Paludo, S. S. & Koller, S. H. (2007). Psicologia Positiva: uma nova abordagem para antigas questões. Paidéia, 17(36),9-20. http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n36/v17n36a02.pdf        [ Links ]

Paranhos, E. M., & Werlang, S. G. B. (2015). Psicologia nas Emergências: uma Nova Prática a Ser Discutida. Psicologia: Ciência e Profissão 5(2),557-571. https://doi.org/10.1590/1982-370301202012        [ Links ]

Pires, J. G., Nunes, M. F. O., & Nunes, C. H. S. S. (2015). Instrumentos Baseados em Psicologia Positiva no Brasil: uma Revisão Sistemática. Psico-USF, Bragança Paulista, v. 20, n. 2, p. 287-295. https://doi.org/10.1590/1413-82712015200209        [ Links ]

Pureza, R. J., Kuhn, C. H. C., Castro, E. K., & Lisboa, C. S. M. (2012). Psicologia Positiva no Brasil: uma revisão sistemática da literatura. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 8(2), pp.109-11. https://doi.org/10.5935/1808-5687.20120016        [ Links ]

Ratinaud, P. (2009). IRAMUTEQ: Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires [Software de computador]. Recuperado de: http://www.iramuteq.org        [ Links ]

Reppold, C. T., & Hutz, C. S. (2021). Intervenções em Psicologia Positiva: No contexto escolar e educacional. Vetor Editora.         [ Links ]

Reppold, T. C., Gurgel, G. L., & Schiavon, C. C. (2015). Research in Positive Psychology: a Systematic Literature Review. Psico-USF, Bragança Paulista, v. 20, n. 2, p. 275-285. https://doi.org/10.1590/1413-827120152002208        [ Links ]

Rocha, A. C., Waldow, D. E., Ribeiro, J. P. M., Venceslau, J. S., Damaceno, L. C. G., & Silva, R. S. (2017). Psicologia Positiva aplicada à educação: Um olhar sobre as virtudes "humanidade e moderação". (Trabalho de Conclusão de Curso não publicado). Universidade de São Paulo, Instituto de Física de São Carlos, São Carlos, Brasil.         [ Links ]

Rogers, C. R. (1959). A theory of therapy, personality and interpessoal relationships, as developed in the client-center. In S. Kock, A study of science. Vol. III (pp. 184-256). New York: McGraw-Hill.         [ Links ]

Santos, S. C. G., Almeida, S. L., & Werlang, G. S. B. (2012). Excelência Humana: A Contribuição da Personalidade. Paidéia, V. 22, N. 52, 251-259. https://doi.org/10.1590/S0103-863X2012000200011        [ Links ]

Scorsolini-Comin, F., Fontaine, V. G. M. A., Koller, H. S., & Santos, A. M. (2013). From Authentic Happiness to Well-Being: The Flourishing of Positive Psychology. Psicologia: Reflexão e Crítica, 26(4),663-670. http://www.scielo.br/pdf/prc/v26n4/06.pdf        [ Links ]

Scorsolini-Comin, F., & Santos, A. M. (2010). Psicologia positiva e os instrumentos de avaliação no contexto brasileiro. Psicologia: Reflexão e Crítica, 23(3),440-448. http://www.scielo.br/pdf/prc/v23n3/04.pdf        [ Links ]

Seligman, M. E. P. (2002). Positive Psychology, positive prevention, and positive therapy. In C. R. Snyder & S. L. Lopez. (Eds.) Handbook of Positive Psychology. New York: Oxford University Press.         [ Links ]

Seligman, M. E. (2004). Felicidade Autêntica: usando a nova psicologia positiva para realização permanente. Rio de Janeiro. Objetiva.         [ Links ]

Seligman, M. E. P. (2011). Florescer - uma nova e visionária interpretação da felicidade e do bem-estar.Rio de Janeiro: Objetiva.         [ Links ]

Seligman, M. E. P. (2018). PERMA and the Building blocks of well-being. Journal of Positive Psychology.         [ Links ]

Silva, L. A., Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. (2017). Casamentos de Longa Duração: Recursos Pessoais como Estratégias de Manutenção do Laço Conjugal. Psico-USF, Bragança Paulista, v. 22, n. 2, p. 323-335. https://doi.org/10.1590/1413-8271201722021        [ Links ]

Siqueira, M., & Padovam, V. (2008). Bases Teóricas de Bem-Estar Subjetivo, Bem-Estar Psicológico e Bem-Estar no Trabalho. Psic.: Teor. e Pesq. Vol. 24 n. 2, pp. 201-209. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010237722008000200010&script=sci_abstract&tlng=pt        [ Links ]

Souza, K. L., Silveira, C. D., & Rocha, A. M. (2013). Lazer e amizade na infância: implicações para saúde, educação e desenvolvimento infantil. Psic. da Ed., 36, pp. 83-92. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psie/n36/n36a08.pdf        [ Links ]

Terman, L. M., Buttenwieser, P., Ferguson, L. W. B., & Wilson, D. P. (1938). Psychological factors in marital happiness. New York: McGraw-Hill.         [ Links ]

Vazquez, A. C.; Pianezolla, M.; Hutz, C. S (2018). Assessment of psychosocial factors at work: A systematic review. Estudos de Psicologia, v. 35, p. 5-13, 2018. http://dx.doi.org/10.1590/1982-02752018000100002        [ Links ]

Vazquez, A. C. S., & Hutz, C. S. (Eds.). (2021). Psicologia positiva organizacional e do trabalho na prática (Vol. 2). Hogrefe.         [ Links ]

Vergara, S. J. A., & Molina, A. J. (2008). Percursos da Pesquisa Qualitativa em Psicologia. Psicologia em Estudo, v. 13, n. 4, p. 893-894. http://www.scielo.br/pdf/pe/v13n4/v13n4a28.pdf        [ Links ]

Yunes, M. A. M. (2003). Psicologia Positiva e Resiliência: O foco no indivíduo e na família. Psicologia em Estudo, v. 8, n. esp., p. 75-84. http://www.scielo.br/pdf/pe/v8nspe/v8nesa10.pdf        [ Links ]

Waters, L. & Loton, D. (2019) Search: A Meta-Framework and Review of the Field of Positive Education. Int J Appl Posit Psychol 4, 1-46 (2019). https://doi.org/10.1007/s41042-019-00017-4        [ Links ]

White C. A., Uttl B. & Holder M. D. (2019) Meta-analyses of positive psychology interventions: The effects are much smaller than previously reported. PLoS ONE. 2019. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0216588        [ Links ]

 

 

Correspondência:
Sheyla Christine Santos Fernandes
E-mail: sheyla.fernandes@ip.ufal.br

Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBTC em 14 de Julho de 2021. cod. 224
Artigo aceito em 14 de Outubro de 2021

 

 

Errata: Os nomes dos autores que constavam como: Sheyla Christine Santos-erandes; Alanda Maria Ferro-Pereira; Amarillys Rayzza Félix-da-Silva; Ig Ibert Bittencourt; Leogildo Alves Freires; Claudio Simon Hutz, foram corrigidos para: Sheyla Christine Santos Fernandes; Alanda Maria Ferro Pereira; Amarillys Rayzza Félix da Silva; Ig Ibert Bittencourt; Leogildo Alves Freires; Claudio Simon Hutz.

Creative Commons License