EDITORIAL

O segundo número de 2006 fecha um ciclo de Arquivos Brasileiros de Psicologia.  A revista atingiu sua periodicidade e regularidade, passando a publicar, de agora em diante, dois números anuais. Está portanto cumprida a missão de devolvê-la ao público nas condições de qualquer revista científica nacional de qualidade.

Neste número, constatamos a persistência da problemática da infância e da adolescência/juventude. A quase totalidade dos artigos se volta para ela. Os temas são de grande atualidade e convocam à reflexão da Psicologia em suas várias áreas. Discutem-se dificuldades vividas pelos menos favorecidos neste período da vida, abordando pontos sensíveis, como é o caso da situação de exploração sexual e o da relação da família com a gravidez adolescente. Discutem-se também tópicos da agenda contemporânea, como a alfabetização científica  no ensino médio, ou a relação dos jovens com o ciberespaço. Uma análise teórica aponta, a partir da perspectiva de Winnicott, a adolescência como momento de reinstalação do si-mesmo, contribuindo para pensar este momento da existência humana. Por fim, em consonância com este conjunto de textos, na rubrica inaugurada no número anterior, escolhemos reproduzir neste número um artigo de difícil acesso, publicado em Portugal, de interesse certo para todos/as os/as que trabalham e pesquisam com esta etapa: um trabalho sobre como a globalização afeta a infância.

Um único artigo apresenta temática distinta, ao propor um caso de personalidades múltiplas como exemplo para estudo da influência dos modelos da época sobre a definição do diagnóstico, ele ilustra a importância da perspectiva histórica na Psicologia.

Esperamos brindar nosso público com mais um exemplar de valor para profissionais e estudiosos, e o registro de uma parcela da produção atual, indicador de uma preocupação incontornável da nossa sociedade no presente.

Angela Arruda
Editora