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Arquivos Brasileiros de Psicologia

On-line version ISSN 1809-5267

Arq. bras. psicol. vol.58 no.2 Rio de Janeiro Dec. 2006

 

ARTIGO

 

Mães adolescentes de baixa renda: um estudo sobre as relações familiares

 

Adolescents mothers of low income: a study of family relationships

 

 

Deusivania Vieira da Silva FalcãoI; Nádia Maria Ribeiro SalomãoII

IUniversidade de São Paulo (USP)
IIUniversidade Federal da Paraíba (UFPB)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A família é o primeiro núcleo de influência socioafetiva do ser humano. Esta pesquisa objetivou investigar as relações familiares de adolescentes primíparas de baixa renda. Por meio de uma entrevista aberta com roteiro semi-estruturado, investigaram-se 25 mães adolescentes e suas respectivas mães, ou seja, as avós dos bebês. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas segundo a proposta de Bardin (1977/2000). Os resultados denotaram que as relações familiares desfavoráveis prevaleciam antes e durante a gravidez. Após a vinda do bebê, houve, na perspectiva das mães adolescentes, o estabelecimento de relações familiares mais favoráveis. Em contrapartida, as avós apresentaram tanto aspectos favoráveis como desfavoráveis. Entre outros fatores, esse resultado ocorreu porque os projetos de vida programados para a filha não foram realizados. Algumas adolescentes vivenciavam uma relação de dependência financeira e emocional com a família de origem, a qual se sentia com direitos de interferir no relacionamento da mãe com o bebê.

Palavras-chave: Família; Adolescente; Avós; Maternidade; Gravidez.


ABSTRACT

The family is the first nucleus of social-affective influence of human being. The aim of this research is to investigate low-income adolescent’s family relationship. A semi-structured interview was applied to 25 adolescent mothers and 25 grandmothers. The interviews were recorded, transcribed and analysed according to Bardin. The results denoted that the unfavorable family relations prevailed before and during the pregnancy. After the baby’s arrival, in the perspective of adolescent mothers, family relationships become more favorable. However, the grandmothers presented favorable and unfavorable aspects. Among other factors this can be related to the life’s project idealised for their daughters. Some adolescents were financially and emotionally dependent from their original family, and this appeared to interfere in the mother-baby interaction.

Keywords: Family; Adolescent; Grandparents; Maternity; Pregnancy.


 

 

INTRODUÇÃO

As Estatísticas do Registro Civil de 2003, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2005), sistematizaram as informações remetidas ao Instituto pelos cartórios de todo o país e revelaram o aumento relativo do número de nascimentos cujas mães eram adolescentes e pertencentes às classes de baixa renda. Por meio da revisão de literatura realizada por Silva e Salomão (2003), foi possível constatar que a maternidade na adolescência tem sido considerada por vários pesquisadores, freqüentemente, como um problema de saúde pública e familiar, trazendo conseqüências como a dependência financeira dos adolescentes à família de origem e o abandono escolar.

Contudo, observou-se que alguns pesquisadores problematizaram o discurso que tende a "normatizar" ou a "patologizar" a gravidez nesse período. No estudo desenvolvido por Santos e Schor (2003), por exemplo, foi visto que, apesar de a visão hegemônica da sociedade e da saúde pública em geral entender "os adolescentes como um bloco único e em conflito, e a gravidez na adolescência como indesejada" (p. 21), existem diversas maneiras de viver a maternidade. Para algumas adolescentes, essa experiência é desejada e plena de significados positivos. Os autores afirmaram ainda que a maternidade é uma experiência difícil em qualquer etapa da vida, e a mãe adolescente, como qualquer pessoa, tem o direito de desenvolver suas capacidades maternais. Reconheceram, também, muitas das preocupações da sociedade em relação à saúde da adolescente e de seu filho. Todavia, alertaram que as concepções negativas e reducionistas acerca do "problema" da gravidez e do exercício da maternidade nesse período implicam em restrições teóricas e práticas dos profissionais que lidam com essa população.

Medrado e Lyra (1999) relataram que uma abordagem preventiva da gravidez na adolescência não implica o alcance do objetivo de promover o desenvolvimento e bem-estar dessas garotas. Para eles, o uso do termo "prevenção" associa-se ao campo da patologia, não sendo, portanto, válido atrelá-lo à gravidez, já que esta não é uma doença. Aqui, merece ser pontuado que nem sempre a situação é algo que traz conseqüências negativas. Todavia, há de se levar em consideração que adolescentes muito jovens, freqüentemente, não possuem o corpo preparado para acolher a criança e acabam tendo complicações durante a gravidez e o parto, além das condições socioeconômicas não favoráveis ao sustento da criança, que passa a ser acolhida pelos avós.

Diante dessas informações, é válido salientar que, para compreender melhor a adolescência, é preciso levar em consideração as características individuais de cada jovem e as características dos meios familiar, cultural, social e histórico, nos quais se manifestam. No sistema familiar de nível econômico baixo, na maioria das vezes, o adolescente ingressa precocemente no mercado de trabalho. Em níveis de classe média e alta, possui maior liberdade para dedicar-se ao estudo, acumulando diferentes vivências em níveis emocional, cultural e intelectual. Atrelado a esses aspectos, é importante notar que, muitas vezes, os pais desses adolescentes estão passando por modificações em virtude da entrada na meia idade, e seus avós estão enfrentando transformações decorrentes da velhice, tais como a aposentadoria, doenças e a morte. Diante desse cenário, esta pesquisa objetivou investigar as relações familiares de adolescentes primíparas de baixa renda, antes da gravidez, durante a gestação e após o nascimento do bebê.

 

MÉTODO

Local do estudo e participantes

A pesquisa foi realizada na cidade de João Pessoa (PB), no Centro de Atendimento Médico Especial (CAME) Primavera e na Maternidade Cândida Vargas. Participaram do estudo 25 adolescentes primíparas e suas respectivas mães (avós maternas dos bebês). Todas possuíam baixa renda e a maioria era católica. A idade das avós variou entre 30 e 48 anos (X = 40), sendo que 16 exerciam o papel de avó pela primeira vez e nove, pela segunda vez ou mais. As avós tinham em média três filhos. Quinze delas estavam casadas, oito separadas e duas viúvas. Quanto ao nível de escolaridade, dezenove tinham o ensino fundamental incompleto; três, o ensino médio completo; duas o ensino fundamental completo; e uma não estudou. Quanto à profissão, treze eram do lar e doze exerciam atividades fora do lar (por exemplo, auxiliar de serviço, comerciante, merendeira etc.). Destas últimas, oito trabalhavam em tempo parcial e quatro em tempo integral.

A idade das adolescentes variou entre 13 e 19 anos (X = 16). Quanto ao estado civil, quinze delas viviam junto com o companheiro, seis eram solteiras e quatro casadas. No que se refere ao nível escolar, dezesseis tinham o ensino fundamental incompleto; seis, o ensino médio incompleto; duas, o ensino fundamental completo; e uma, o ensino médio completo. Apenas uma trabalhava fora do lar e em tempo parcial. Quanto à estrutura familiar das adolescentes, constatou-se que, antes da maternidade, quatorze delas moravam com pais, mães e irmãos; oito moravam apenas com as mães e os irmãos; e três moravam com as mães, irmãos e padrastos. Após a maternidade, quinze delas continuaram morando com a família de origem. Todavia, sete destas estavam sem o companheiro e oito, com o companheiro. Constatou-se, também, que duas passaram a residir com a família de origem do companheiro e as demais residiam apenas com o companheiro e o bebê.

Instrumento e procedimentos

O instrumento utilizado consistiu em uma entrevista aberta com roteiro semi-estruturado (havia um roteiro estruturado, mas outras questões poderiam ser realizadas de acordo com as falas das participantes), elaborada por meio de revisão bibliográfica. Para efetivação da pesquisa, houve inicialmente um contato com as coordenadoras de cada instituição, em que foi entregue um documento que mencionava os objetivos do estudo e de que forma seria realizada a pesquisa, respeitando os critérios éticos.

Posteriormente, foi solicitada uma sala desocupada para realização das entrevistas. As adolescentes que preenchessem os critérios de inclusão eram encaminhadas a esta sala juntamente com a mãe. Naquele momento, explicavam-se os objetivos da pesquisa e solicitava-se a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, apontando-se que ficava a critério delas a escolha para participar ou não da pesquisa e que em nenhum momento elas seriam identificadas, respeitando os aspectos éticos. Para resguardar a identidade delas, ressalta-se que os nomes ora apresentados das participantes são fictícios. As entrevistas foram realizadas individualmente (primeiro com a avó do bebê e depois com a mãe adolescente), utilizando-se o gravador com autorização prévia da respondente. O tempo de aplicação era indeterminado, permitindo que as entrevistadas falassem até quando julgassem necessário. As entrevistas foram transcritas e analisadas segundo a técnica proposta por Bardin (1977/2000).

O presente estudo realizou-se em três períodos: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados. Reunindo as entrevistas transcritas, constituiu-se o corpus da pesquisa. Foi, então, preciso obedecer às regras de: a) exaustividade &– esgotamento da totalidade da comunicação, sem omitir nenhuma informação; b) representatividade &– representação do universo da amostra; c) homogeneidade &– os dados referiram-se ao mesmo tema, foram obtidos por técnicas iguais e colhidas por indivíduos semelhantes; d) pertinência &– as entrevistas foram adaptadas ao conteúdo e aos objetivos da pesquisa; e) exclusividade &– um elemento não foi classificado em mais de uma categoria.

A exploração do material consistiu essencialmente nas operações de codificação, em função das regras acima citadas, sendo feita a escolha pelas unidades temática e de contexto. Posteriormente, fez-se a definição das categorias e a classificação dos seus conteúdos. Destarte, foi necessário organizar todo o material das entrevistas, de acordo com um significado comum, expresso em códigos, relacionando-o a uma transformação dos dados brutos do texto, a qual permitiu atingir uma representação do conteúdo ou da sua expressão. Foram criadas categorias analíticas que permitiram abarcar a totalidade das entrevistas em grandes eixos temáticos. A análise de conteúdo da informação codificada favoreceu a identificação de subcategorias e, posteriormente, a verificação das ocorrências de cada categoria analítica e extração dos trechos das entrevistas correspondentes a essas categorias.

O tratamento dos resultados e as interpretações compreenderam a freqüência simples das unidades de análise. Segundo Bardin (1977/2000), a análise qualitativa não rejeita toda e qualquer forma de quantificação. A ponderação da freqüência de cada unidade traduziu um caráter quantitativo (dimensão) ou qualitativo (direção). A direção dos conteúdos analisados foi favorável (aspectos positivos das afirmações), desfavorável (aspectos negativos das informações) ou sem alteração (conteúdo indefinido, vago, indeterminado, indiferente ou imparcial, que não expressa partido nem a favor nem contra).

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os estudos sobre a família vêm sendo desenvolvidos por pesquisadores das mais diversas áreas, que trabalham em contextos diferentes e com propósitos diversos. Assim sendo, há várias maneiras de se investigar as famílias, e cada uma possui formas distintas de conceituar e tratar os relacionamentos familiares. No geral, o conceito de família é polissêmico. Restritamente, refere-se ao núcleo familiar básico e, amplamente, ao grupo de indivíduos vinculados entre si por laços consangüíneos, consensuais, jurídicos ou afetivos, que constituem complexas redes de parentesco e de apoio atualizadas de forma episódica, por meio de intercâmbios, cooperação e solidariedade, com limites que variam no que se refere à cultura, região e classe social (Falcão et al.[/sertitle], 2006). Portanto, verifica-se que o conceito de família é uma elaboração ideológica e social, e que fracassará qualquer tentativa de defini-la como uma instituição delimitada, com características universais (Carbonari, 2001).

Na família brasileira, o arcaico e o moderno convivem de modos sutis e complexos, com mudanças sociais, históricas e culturais ocorrendo de maneira rápida. Nas últimas décadas, o meio familiar aparece composto não apenas pela família nuclear, mas por estruturas cada vez mais extensas e distintas. Todavia, as mudanças inerentes à subjetividade surgem de forma mais lenta e onerosa. Nesse prisma, um dos fatores relacionados às dificuldades da maternidade na adolescência é a contraposição da gravidez à idealização da família.

As relações familiares antes da gravidez das adolescentes

As adaptações na estrutura e dinâmica familiar, necessárias para manejar as tarefas que o período da adolescência requer, são tão básicas que a própria família se transforma de uma unidade que protege os filhos pequenos para outra que funciona como centro de preparação para a entrada do adolescente no mundo das responsabilidades e dos compromissos adultos (Preto, 1995).

Neste estudo, a subcategoria mais destacada foi a das relações familiares desfavoráveis antes da gravidez, com 185 unidades de análise (55%) no total geral, sendo 102 unidades (47%) para as avós e 83 unidades (70%) para as mães adolescentes. As relações familiares favoráveis antes da gravidez apresentaram 125 unidades (38%), sendo 96 unidades (45%) para as avós e 29 unidades (25%) para as mães. Em seguida, veio a subcategoria relações familiares sem alteração, com 23 unidades (7%) no total.

 

Tabela 1: Relações Familiares Antes da Gravidez das Adolescentes.

 

Durante as entrevistas, as adolescentes destacaram, por exemplo1:

"Antes de engravidar, quando eu tava convivendo com a minha mãe, eu me sentia rejeitada! Morava eu, ela, meu padrasto, aí acontecia algumas coisas e ela punia mais por ele, aí saí de dentro de casa por causa dele!" (Susi); "Logo que eu comecei a namorar com ele [pai do bebê], eu namorei escondido, porque minha família não queria meu namoro com ele" (Helen).

Houve ainda quem relatasse o aspecto desfavorável das relações familiares como o principal motivo da gravidez:

"Eu me sentia na casa dos meus pais muito rejeitada! Eu dormia só, me sentia muito só e fiz essa criança como um pretexto pra sair de casa e ter companhia. Eu queria carinho e atenção, e isso eu não recebia deles [chora...]" (Patrícia); "Meu pai judiava muito de mim. Quando eu engravidei, foi um pretexto pra eu ir morar com ele [pai do bebê]. Foi uma luz que vi no fim do túnel" (Luciana).

Segundo Silva (2001), em uma tentativa de escapar dos conflitos familiares, muitas adolescentes podem casar-se precipitadamente, viver com namorados ou amigos e, às vezes, fugir de casa. Nesse prisma, existem forças centrífugas que as impelem para fora do sistema, principalmente quando os pais são emocionalmente perturbados ou abusam de substâncias ilícitas. No presente estudo, uma das adolescentes entrevistadas disse que engravidou psicologicamente, e atribuiu essa pseudociese ao desejo intenso de sair da casa dos pais:

"No começo, eu tive uma gravidez psicológica. Minha menstruação faltava. Com três meses que eu ainda morava na casa do meu pai, a barriga cresceu, eu sentia que o bebê até mexia. Aí, depois dos sete meses que aconteceu tudo isso, foi que realmente eu engravidei. No fundo, eu tinha mesmo era muita vontade de sair de casa. Minha mãe, que é separada do meu pai, preferia tá com a minha irmã que é casada do que tá comigo. Ela só vinha me visitar no domingo e com poucos minutos ela queria ir embora pra casa dela. Eu me sentia muito só. Passei quase um ano sem me alimentar direito. Pra onde eu ia, ficava desmaiando. Eu me sentia tão excluída da vida deles que, no início, acreditava que tava grávida de verdade" (Kátia).

Percebe-se, nas entrelinhas de alguns desses discursos que, para algumas adolescentes, a gravidez ocorria quando a necessidade de atenção e proteção não havia sido satisfeita. Nas suas fantasias, o bebê seria alguém a quem poderia expressar todo o amor e dar todo o cuidado que buscou para si mesma, alguém que necessitaria dela, e não a abandonaria:

"Antes da gravidez, não tinha ninguém comigo. E eu achava que, se eu tivesse um esposo e um filho, eu estava acompanhada. Eu queria, na verdade, ter alguém pra cuidar e ao mesmo tempo ser cuidada"; "O pai do meu filho dizia: ‘eu vou lhe dar todo o amor que tu quer ter dos teus pais! E o nosso filho vai lhe trazer alegria na vida!’. E foi isso que aconteceu!" (Débora).

Também no estudo de Taquete (1992), realizado na Santa Casa de Franca (São Paulo), com cem primigestas, foram detectados os seguintes antecedentes familiares: alcoolismo nos pais (37%); brigas conjugais freqüentes, com agressões (27%); espancamento (21%); infidelidade paterna (25%); pai ausente (20%); mãe ausente (12%); e casos de mãe solteira (26%).

Compreendendo a família a partir de um ponto de vista sistêmico, percebe-se que um conjunto de pessoas está ligado por interações específicas, envolvendo pelo menos três gerações. No que concerne à história familiar das adolescentes, constatou-se que dezoito avós maternas dos bebês foram, também, mães na adolescência; duas tinham pelo menos um membro da família que também foi mãe nesse período; e apenas cinco não tinham membro algum nessa condição. A provável influência das gerações passadas nos casos de maternidade e paternidade precoces e a transmissão de padrões às gerações futuras também foram encontradas em outros estudos (Cerveny, 1996; Paiva, Caldas e Cunha, 1998). Estes indicaram a presença de uma repetição horizontal intergeracional da ocorrência de gravidez na adolescência.

A repetição de histórias, por vezes, funciona como legados, e o envolvimento intergeracional favorece a assimilação dos papéis de mãe e de avó (Silva e Salomão, 2003). No presente estudo, determinadas adolescentes destacaram que, antes da gravidez, recebiam algumas orientações de suas mães, como, por exemplo:

"A minha conversava de tudo! Ela falava de sexo, gravidez, como cuidar do bebê. Então, eu já vinha me preparando pra isso" (Diana); "Minha mãe dizia que, se acontecesse alguma coisa, conversasse com ela que ela ia entender, porque isso acontecia mesmo. Tinha acontecido com ela e com a mãe dela, entende?" (Carla). "A mãe alugava fitas de sexo e dizia como era. Ela falava: ‘tá vendo isso aqui, é o que a mulher faz quando chega a uma certa idade’. E sempre explicava que eu tava muito nova e não podia fazer isso agora. Mas, isso não é coisa do outro mundo. Ela também foi mãe com 14 anos" (Ana).

Na pesquisa realizada por Wagner (2001), foi visto que, apesar das diferenças entre as gerações, existiam aspectos, tais como sexo e idade, que favoreciam a comunicação entre os membros da família. Os adolescentes investigados mostraram uma tendência em buscar o progenitor do mesmo sexo para conversar, assim como os irmãos como elementos apoiadores. A pesquisadora apontou ainda a possibilidade de esta tendência estar relacionada ao processo de consolidação da identidade do adolescente, que, ao mesmo tempo em que necessita sentir-se diferente de seus familiares, busca apoio e identificação entre os iguais.

Nesse cenário, é válido indagar como as mães das adolescentes primíparas percebiam as relações familiares antes da gravidez de suas filhas. No que diz respeito aos conteúdos desfavoráveis, cita-se, por exemplo, as seguintes verbalizações:

"Na época que ela foi morar com minha mãe [avó da adolescente], o meu irmão [tio da adolescente] de 18 anos tentou estuprá-la várias vezes... e ele (pai do bebê), com medo de meu irmão ser o primeiro a transar com ela, foi primeiro que ele!" (Angélica); "No início, eu não aceitava o namoro deles dois! A gente brigava sempre! Ela nunca gostou de escutar, de ouvir meus conselhos" (Mirian).

Como argumentou Romaneli (2000), na família, a manifestação de sentimentos, aspirações e emoções é mais livre do que no domínio público, destarte, a cena doméstica é repleta de tensões. A família é um espaço atuante de comunicações, na qual todos os membros influenciam e são influenciados pela natureza de todo o sistema. A interdependência retrata que toda e qualquer parte de um sistema está relacionada de tal modo com as demais partes que uma mudança em uma delas provocará alteração em todas as partes e no sistema geral. Os comportamentos ou a ocorrência de fatos ligados a um dos membros da família influenciam e são influenciados pelos de outrem. Como bem expressou uma avó: "porque a família é como uma raiz: atingiu um, como no caso dela aí, o problema dela atingiu todo mundo dentro de casa! Devido a esse problema dela, muitos outros problemas se desencadearam..." (Talita).

Durante o processo de entrevista, observou-se, também, que as mães das adolescentes tendiam a falar mais do relacionamento com os companheiros: "Eu brigava muito com o meu marido, tentei até me separar dele" (Daren); "Meu esposo é uma pessoa distante e já me feriu muito. Ele toda vida foi pra baixo, um baixo astral horrível! Ficava no meu pé direto, perguntando pra onde ia, o que eu fazia" (Leandra). Conforme expressou uma delas: "Tudo o que acontece na vida do casal, os filhos sentem, eles sentem muito!" (Rute).

Conforme Raad (1998), o sistema conjugal chega a ser o mais complexo dos sistemas de relações humanas, em virtude da união de dois subsistemas diferentes. Quando os laços se ampliam, deve-se também levar em consideração os desafios próprios de cada tipo de organização familiar. Na visão de Preto (1995), as demandas adolescentes, por serem intensas, funcionam, muitas vezes, como catalisadores para reativar questões emocionais e acionar os triângulos familiares. Estes, freqüentemente, envolvem: o adolescente, o pai e a mãe; o adolescente, um dos pais e um(a) avô(ó); ou o adolescente, um dos pais e os amigos do adolescente. Uma vez acionado, o triângulo aumentará ainda mais a tensão, o conflito, a insatisfação e o desentendimento entre todos. Desse modo, pais e avós que não resolveram suas próprias questões vivenciadas durante o período da adolescência apresentam dificuldades em orientar os filhos/netos que estão nessa fase.

Neste estudo, foi registrado que, algumas vezes, os avós das adolescentes interatuavam como figuras que amorteciam o estresse familiar. Como exemplo, cita-se a fala de uma delas: "meu pai batia muito em mim, me espancava muito, aí eu fui morar com minha avó por uns tempos pra me livrar desse sofrimento" (Wanda). Isso sustenta a idéia de que, em situações de crise na família, os avós podem funcionar como fontes de apoio. Na revisão realizada por Dias e Silva (1999), vários estudos mostraram que, quando os netos entram na adolescência, o relacionamento com seus avós é enfraquecido, havendo um distanciamento emocional entre eles. Em famílias de baixa renda, é comum pais, avós e netos morarem na mesma casa. Esses lares são, muitas vezes, marcados pela falta de lazer e intercâmbios culturais em decorrência da privação econômica. Conforme apontou Carvalho (2000), alguns fatores importantes na sobrevivência destas famílias são: a solidariedade parental, a solidariedade apadrinhada e a solidariedade missionária.

A primeira é expressa, diariamente, por meio dos empréstimos para pagar: uma conta, uma prestação, um táxi (porque algum membro familiar ficou doente e precisa ser levado, às pressas, para o hospital); alguém que providencie cuidados em uma emergência. A segunda diz respeito àquele membro que mantém ligações com as classes média e alta, seja como porteiro do prédio, jardineiro ou empregada doméstica. Tal vínculo propicia um canal de doação de roupas, de remédios etc. E, por último, a solidariedade missionária é desenvolvida pelas igrejas, que, por meio de seus programas pastorais, favorecem suportes de tipo espiritual, emocional, afetivo e material.

A gravidez é uma fase do desenvolvimento da mulher que envolve uma série de mudanças que implicam uma vivência tanto individual como grupal e familiar; o mesmo processo ocorre com a adolescência, que redimensiona não só o indivíduo, como todo o meio ao seu redor. Neste estudo, as relações familiares desfavoráveis durante a gravidez prevaleceram nos discursos das participantes, apresentando 129 unidades de análise (60%) no total geral, sendo 53 unidades (54%) para as avós e 76 unidades (64,4%) para as mães. Em seguida, observaram-se as relações familiares favoráveis, com 78 unidades (36%) no total geral, e relações familiares sem alteração, com 9 unidades (4%).

 

Tabela 2: Relações Familiares durante a Gravidez das Adolescentes.

 

De um modo geral, as relações familiares durante a gravidez das adolescentes mantiveram-se desfavoráveis. Tais dados mostraram que principalmente as adolescentes vivenciaram situações familiares conflituosas no percurso gestacional. Um dado a ser frisado é que os relatos delas se centralizaram principalmente no relacionamento com o pai do bebê. Em alguns casos, ocorreram agressões entre elas e os pais das crianças: "quando eu tava grávida, o pai dele [bebê] batia em mim!" (Larissa); "Uma vez, ele [pai do bebê] deu um chute na minha barriga, aí começou a doer minha barriga, assim, perto dos nove meses" (Cíntia). Tais situações envolviam, freqüentemente, outros membros da família, especialmente os avós dos bebês, que, com assiduidade, viam-se obrigados a intervir, aumentando, por vezes, os conflitos já existentes:

"Ele [pai do bebê] tava arengando comigo, aí eu peguei e dei nele, né? Aí ele foi pra cima de mim, e disse: se você vir eu dou-lhe um chute. Aí eu peguei um pedaço de pau pra dar nele, mas primeiro ele deu um chute! Aí eu contei pra minha mãe e ela colocou ele pra fora e ele voltou pra casa da mãe dele" (Júlia); "Ele [pai do bebê] me batia quando eu tava grávida! Não queria que eu saísse de casa, puxava meu cabelo, não queria que eu falasse com ninguém, eu só fazia chorar! A minha mãe brigou com ele e colocou ele pra fora" (Bianca); "Meu pai disse que não queria nem eu e nem ele [pai do bebê] em casa e, passou semanas sem falar comigo, rejeitando a criança! Gritando comigo! Dizia que o menino ia nascer um macaquinho igual ao pai. Até os nove meses eu sofri; ele rejeitando eu e a criança. Foi muito agressivo!" (Fernanda).

Segundo Menezes et al.[/sertitle] (2003), a violência praticada pelo parceiro é um fenômeno histórico-cultural de sociedades que compreendem e aceitam a violência contra mulheres como forma de ação disciplinar exercida sobre esposas e filhas. Outrossim, a violência física é significativamente maior entre mulheres com baixa escolaridade, tabagistas e com história familiar de violência, ao passo que as características do parceiro associadas ao maior risco são de baixa escolaridade, consumo de álcool e ausência de trabalho remunerado.

Essa realidade revelou a importância de inserir, nos programas e serviços de saúde voltados para as grávidas adolescentes, informações e intervenções nos casos de violência doméstica. É preciso que os profissionais de saúde estejam preparados para atender casos dessa natureza, e sejam reconhecidos pela comunidade como possível fonte de ajuda ou orientação em questões de violência conjugal e familiar. Campanhas de esclarecimento do papel das instituições de saúde podem reverter essa realidade, revelando-se às vítimas como uma opção de acolhimento.

Detectou-se ainda que as relações desfavoráveis dos pais das adolescentes que já ocorriam antes da gravidez se acirraram nesta fase: "meu [da mãe da adolescente] marido não queria acordo! Expulsou ela [adolescente] de casa e me expulsou também! Mandou a gente ir embora do nosso próprio lar!" (Giovana). Além da gravidez das filhas, os motivos principais dessa piora ocorreram em decorrência da entrada do novo membro (pai do bebê) na família e/ou dos comportamentos emitidos por parte deste: "na gravidez, o marido da minha filha bateu muito nela. Sabendo disso, o pai dela queria até matar o rapaz! Eu já não me relacionava bem com ele, mas tive que conversar, isso não poderia acontecer! Ela também foi a culpada por tudo isso ter acontecido!" (Nina).

Percebeu-se que, embora a reação inicial e os relacionamentos familiares tenham sido majoritariamente desfavoráveis, o apoio prestado, principalmente, pelas mães durante a gravidez das filhas adolescentes foi de suma importância. Os cuidados abarcavam desde reunir os amigos e familiares para ajudar no enxoval até levar para o médico e fazer o pré-natal. Também, na pesquisa de Godinho et al.[/sertitle] (2000), a maioria das adolescentes afirmou ter recebido apoio da família na gravidez, especialmente das mães.

Entrementes, ao mesmo tempo em que a presença materna era positiva ao processo gestacional saudável, também foram constatados aspectos negativos durante esse período. As falas de algumas das adolescentes revelaram o que se segue:

"Tomei um chá que fizeram pra eu abortar a criança e quem fez foi minha mãe. Eu bebia forçada, porque primeiro eu não queria abortar e me sentia forçada pelos meus parentes a abortar. Isso me causou muita angústia, eu chorava demais à noite! [chora]" (Ilka); "Quando eu soube que tava grávida, meus pais não queriam primeiramente e quando eu disse à minha mãe, minha mãe fez de tudo pra mim tomar remédio!" (Mariana); "Mainha ficou chocada e pediu pra eu colocar a criança pra fora no mesmo dia!" (Nívea).

Algumas avós dos bebês também admitiram ter influenciado a filha adolescente a tentarem aborto. Como ilustração, segue o depoimento:

"Eu pedi a ela: mulher toma remédio! Vê se tu toma um remédio e aborta! Porque a gente não tem condição de criar, né? Pra criar uma criança tem que ter bastante responsabilidade. Aí ela disse: não, mainha, eu não queria tirar, eu queria criar. Aí eu disse: então vamos conversar com a mãe dele e o pai dele. A gente foi lá e eles disseram não! O que precisar pra criança a gente vai dar. Aí ela teve, mas, eu me aperreei muito, viu! Me aperreei muito porque eu estava me separando do pai dela e tinha acontecido isso com ela. Ela é muito nova com 15 anos. Foi muito desesperado! Eu fui lá conversar com o pai dela e ele ainda me culpou porque foi depois que eu tinha me separado dele. Ele disse: não! Você soltou a menina demais! Mas ela não vivia solta. Era do colégio pra casa... [chora]" (Clarissa).

O aborto é um tema polêmico e multidimensional, que envolve, entre outros aspectos, questões intrínsecas ao preconceito, crenças, valores, fatores socioculturais, econômicos e familiares. Na pesquisa de Fonseca (2000), as adolescentes afirmaram que, diante da gravidez, a rejeição foi mais forte por parte de suas figuras paternas e de seus avós. Suas mães foram as que mais apoiaram. Considerou-se que isso tenha ocorrido porque, provavelmente, as mães sentiam-se responsáveis pela gravidez das filhas, considerando que deveriam tê-las orientado e mantido sob controle e vigilância, ou porque elas tinham na sua história, a experiência de uma gravidez nesse período. 

No estudo de Sabroza et al.[/sertitle] (2004), constatou-se que as reações negativas à gestação por parte da família e do pai do bebê foram mais vivenciadas por adolescentes com menos idade e sem união consensual. O mesmo se observou com a insatisfação materna e com a exposição à agressão física durante o processo gestacional. Provavelmente, elas não haviam desejado a gravidez e o fator que melhor predizia a atitude delas era a percepção de que essa era bem aceita pelo pai do bebê. Verificou-se ainda que a tentativa de aborto e o abandono escolar foram mais freqüentes entre as adolescentes mais velhas. Outrossim, foi visto que a aceitação da família e do companheiro em relação à gravidez era negativa no início, porém tendia a melhorar com o passar do tempo, principalmente em virtude da necessidade de apoio às adolescentes.

As relações familiares após a vinda do bebê

A vinda de um bebê traz consigo mudanças importantes no meio familiar. A nova mãe, por exemplo, sente mais necessidade de ficar próxima de sua mãe, procurando aprender sobre os cuidados com o bebê e sentir-se ela mesma cuidada e protegida (Prado, 1996). A visão sistêmica embasa a idéia de que, na família, há uma série de papéis a serem desempenhados por seus membros. Assim sendo, com a chegada do bebê, as adolescentes passam da função de apenas filhas para a função de mães, requisitando, portanto, uma nova posição que as diferencia dos demais membros na hierarquia familiar. Pensando sistemicamente, vê-se que, no contexto sociofamiliar, as relações entre pessoas, papéis, regras, normas de comportamento e estilos de comunicação não suprimem o indivíduo, que por sua vez é um sistema único. Com a chegada do bebê, a posição de cada membro familiar e seu papel na família confere novos significados aos seus comportamentos, tanto quanto suas características pessoais exercem influência na constelação estrutural e funcional do grupo.

Neste estudo, verificou-se que a subcategoria mais destacada foi a das relações familiares favoráveis após o nascimento do bebê. Na Tabela 3, esta subcategoria se apresenta com 313 unidades de análise (50,5%), sendo 170 unidades (44%) provenientes das avós e 143 unidades (61%) advindas das mães. Em seguida, constataram-se as relações familiares desfavoráveis após o nascimento do bebê, com 249 unidades (40,2%), sendo 178 unidades de análise (46%) provenientes das avós e 71 unidades (30%) oriundas das mães. Por último, apareceram as relações familiares sem alteração após o nascimento do bebê, com 58 unidades de análise (9,3%).

 

Tabela 3:Relações Familiares Após o Nascimento dos Bebês.

 

Constatou-se que, apesar do "choque" inicial adiante da gravidez, e dos relacionamentos desfavoráveis durante o percurso, houve na perspectiva das mães adolescentes relacionamentos familiares mais favoráveis após a vinda do bebê. Para algumas delas, a oportunidade de unir mais os pais e de melhorar ou reatar a união com o pai do bebê ficou evidente: "Ah... foi bom! Porque era carinho pra mim e pra ele. Eu não me sentia desprezada por ninguém"; "Hoje em dia, minha mãe não sai de casa, ela fica muito com o meu bebê, com meu pai"; "Na minha casa, nunca falta ninguém. Hoje em dia, eu tô no paraíso!". Segundo Dadoorian (2003), a carência afetiva das adolescentes no meio familiar as leva à maternidade. É como se elas transferissem para o filho essa demanda de amor, sendo ele o depositário de muitas expectativas, de tudo que elas não tiveram: estudo, carinho, proteção e até uma família.

Para algumas avós, o bebê também veio para unir pessoas que há algum tempo já não se falavam, para amortecer conflitos existentes, entre outros. Todavia, o meio familiar, após a vinda do(a) neto(a), foi mencionado pelas avós de maneira um pouco mais desfavorável que favorável ao funcionamento saudável da família. Entre os fatores de ordem socioeconômica, esse resultado ocorreu porque vários projetos de vida programados para a adolescente não foram realizados. Também conflitos que já haviam existido vieram à tona e triângulos familiares foram acionados. Como exemplo disso, apresenta-se os seguintes relatos das avós:

"Ninguém queria isso pra ela! Se ela quisesse ser feliz, que trabalhasse e, depois de desprender-se, pensasse em filhos!"; "Ele [avô do bebê] nunca mais tinha bebido, mas, depois desse problema dela, ele tá nervoso! Eu já disse a ela: teu problema tá me atingindo dentro de casa! Eu queria que ela parasse de descarregar o problema em mim, que eu não tenho nada a ver. Já nem gosto mais dele [avô] como eu gostava antes, já devido a esses problemas. O amor existe, mas acaba!".

De acordo com Carvalho (2000), a família vive em um dado contexto que pode ser fortalecedor ou esfacelador de suas possibilidades e potencialidades. Portanto, é de fundamental importância observá-la em seu movimento. Nesse sentido, é necessário compreendê-la como grupo social cujos movimentos de organização-desorganização-reorganização mantêm estreita relação com o contexto sociocultural e econômico. Para Dadoorian (2003), a maternidade adolescente no nível socioeconômico médio é, geralmente, indesejada, pois a pressão social familiar se expressa por meio do incentivo ao estudo e ao trabalho. Em contrapartida, a maternidade é valorizada nas classes populares, nas quais ser mãe equivale a assumir um novo status social, o de ser mulher.

Nesse contexto, as mudanças (adolescência, união de cônjuges, nascimento do bebê, entre outras variáveis) vivenciadas pelos membros familiares alteraram o equilíbrio dinâmico da família, sendo necessária a mobilização de recursos internos de seus integrantes, no sentido de conservar um mínimo de suporte para se vivenciar a situação.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em síntese, antes e durante a gravidez as relações familiares foram desfavoráveis na perspectiva das mães e das avós. A gestação foi o fator que mais precipitou o enlace matrimonial das adolescentes, pois nem todas eram casadas. A maioria delas, contudo, vivia uma relação de dependência quanto às famílias de origem, que se sentiam com direitos de interferir na vida do casal. A chegada do bebê proporcionou para alguns familiares a união entre os membros, principalmente sob a perspectiva das mães adolescentes.

Faz-se mister a implantação e execução de programas de apoio às adolescentes e seus familiares no sentido de promover a saúde entre os membros. Para futuras pesquisas, é importante investigar outras pessoas da família, inclusive a figura do pai da criança. Também é fundamental desenvolver políticas públicas e educacionais voltadas para apoiar as pessoas envolvidas com a temática em pauta.

 

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Endereço para correspondência
Deusivania Vieira da Silva Falcão
E-mail: deusivania@yahoo.com

Nádia Maria Ribeiro Salomão
E-mail: nmrs@uol.com.br

Recebido em: 29/05/2006
Revisado em: 07/07/2006
Aprovado em: 04/01/2007

 

1Nas transcrições a seguir, foram respeitadas as marcas de oralidade, bem como os usos que fogem à norma culta padrão da língua portuguesa.

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