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Arquivos Brasileiros de Psicologia

versão On-line ISSN 1809-5267

Arq. bras. psicol. vol.62 no.1 Rio de Janeiro abr. 2010

 

RELATOS DE PESQUISA

 

Caracterização de programas de intervenção com crianças e/ou adolescentes

 

Characterization of intervention programs with children and/or adolescents

 

 

Alessandra Turini Bolsoni-SilvaI; Ana Carolina Villares Barral Villas BoasII; Vanessa Barbosa RomeraIII; Fabiane Ferraz SilveiraI

I Universidade Estadual Paulista (UNESP), Bauru, São Paulo, Brasil
II Universidade de Brasília (UnB), Brasília, Brasil
III Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O estudo teve por objetivo apresentar uma análise descritiva de resumos de pesquisas que avaliaram os efeitos de intervenções para prevenir e/ou remediar problemas de comportamento em crianças e/ou adolescentes. Foram analisados 192 resumos de artigos publicados entre os anos de 1986 e junho de 2006, indexados nas bases de dados Index-Psi/Periódicos, Lilacs, PsycInfo, Scielo e Medline. As categorias de análise dos estudos focalizaram bibliografia, método e resultados. A análise dos resultados indicou que a maioria dos estudos envolveu intervenções com grupos e famílias e amostras com mais de trinta participantes. O delineamento caracterizou-se pelo experimental e quase experimental, combinando observação e relato verbal ou apenas o relato para coleta de dados. A análise dos resultados das intervenções sugere que os programas possibilitaram, principalmente, redução dos problemas de comportamento dos filhos e melhora das práticas parentais. Este artigo discute contribuições para a área e lacunas no conhecimento.

Palavras-chave: Intervenção; Problemas de comportamento; Práticas educativas.


ABSTRACT

The objective was to present a descriptive analysis of interventions to prevent and/or reduce children’s and/or adolescents’ problem behaviors. The study reviewed 192 abstracts from journal articles published between the 1986 and June 2006, available on the following databases: Index-Psi/Periódicos, Lilacs, PsycInfo, Scielo and Medline. Categories of analysis focused on bibliography, method, and studies’ results. Data-analysis showed that most of the studies focused on groups and families, and samples with more than 30 participants. Study designs were experimental and quasi-experimental, combining observation and self report or just self report for data collection. Result analysis suggests that the intervention programs contributed specially for reducing behavior problems, and improving parental practices. Discussion evaluates contributions of the study and gaps in knowledge.

Keywords: Intervention; Behavior problems; Parenting practices.


 

 

INTRODUÇÃO

Nas últimas três décadas, muitos estudos foram realizados com a intenção de ajudar pais e mães a melhorarem o relacionamento com seus filhos e a superarem dificuldades encontradas na prática educativa. Segundo essas pesquisas, na maioria das vezes os pais procuram os atendimentos psicológicos para resolver problemas como desobediência, agressividade e desatenção dos filhos. Consequentemente, as intervenções realizadas junto a pais e mães focam a redução e/ou eliminação destes problemas de comportamento(BRESTAN ET AL., 1999; KAPLAN; SADOCK; GREBB, 1997; MARINHO, 1999; MCMAHON, 1996; ROCHA; BRANDÃO, 1997; RUMA; BURKE; THOMPSON, 1996; SILVA; DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2000; WEBSTER-STRATTON, 1994).

Autores que estudam problemas de comportamento (ALMEIDA, 1984; BOLSONI-SILVA; DEL PRETTE, 2003; BRIOSO; SARRIÀ, 1995; KAUFFMAN, 1977; MENDONÇA, 1990; ROSENBERG ET AL., 1992) afirmam que este termo apresenta pouca homogeneidade quanto à definição, classificação e diagnóstico. Existem, ainda, dificuldades concernentes às expectativas sociais e culturais sobre o comportamento, pois o mesmo pode ser esperado em uma cultura e pode ser indesejável em outra (KAUFFMAN, 1977; MENDONÇA, 1990). Corroborando essas ideias, Forehand e Kotchik (1996) enfatizam que, em relação aos programas de treinamento para pais, é imprescindível que os terapeutas conheçam o contexto cultural das famílias que participam das intervenções, isto é, os valores, os costumes e a história de competências que são considerados importantes para a sobrevivência e sucesso da criança, identificando as tensões interculturais e as discriminações culturais.

Bolsoni-Silva e Del Prette (2003) afirmam que há tanto autores preocupados com a topografia dos problemas de comportamento quanto pesquisadores que buscam avaliar sua funcionalidade. Ainda que muitas variáveis estejam envolvidas no surgimento e/ou manutenção de problemas de comportamento, o que dificulta o diagnóstico, sobretudo o funcional,1 é que parece haver consenso na literatura de que eles são multideterminados, ou seja, sua frequência tende a ser maior conforme mais fatores de risco estiverem combinados e/ou acumulados (KINARD, 1995; PATTERSON; REID; DISHION, 2002).

Tendo em vista a complexidade acerca do surgimento e da manutenção dos problemas de comportamento, diversas habilidades têm sido alvo dos programas de intervenção realizados com pais, por exemplo: comunicação (DISHION; ANDREWS, 1995; RUMA; BURKE; THOMPSON, 1996; WEBSTER-STRATTON, 1994); manejo de comportamentos, tais como elogiar, dar feedback, time-out, ignorar (BRESTAN ET AL., 1999; JOURILES ET AL., 2001; RUMA; BURKE; THOMPSON, 1996; SANDERS ET AL., 2000); suporte social (WEBSTER-STRATTON, 1994); conflitos e resolução de problemas (JOURILES ET AL., 2001; RUMA; BURKE; THOMPSON, 1996; WEBSTER-STRATTON, 1994); enfrentamento (COBHAM; DADDS; SPENCE, 1998; TAYLOR; EDDY; BIGLAN, 1999; WEBSTER-STRATTON, 1994); autocontrole (RUMA; BURKE; THOMPSON, 1996; TAYLOR; EDDY; BIGLAN, 1999); promoção de relacionamento positivo e competência social da criança – tempo de qualidade, conversar com a criança, afeto físico (JOURILES ET AL., 2001; SANDERS ET AL., 2000); ouvir atentamente a criança (BRESTAN ET AL., 1999). Essas habilidades indicam que as intervenções com os pais parecem priorizar, conforme sinaliza Webster-Stratton (1997), os problemas de comportamento, em detrimento do desenvolvimento da competência social dos pais e dos filhos.

Ao analisar a literatura internacional sobre intervenções que procuram reduzir problemas de comportamento em crianças e adolescentes, verifica-se que é vasto o número de estudos que avaliam os efeitos de procedimentos de intervenção junto aos pais (KENDALL ET AL., 2004; JOURILES ET AL., 2001; BRESTAN ET AL., 1999; COBHAM; DADDS; SPENCE, 1998; PFIFFNER; MCBURNETT, 1997). Todavia, ainda que muitos trabalhos avaliem os programas de intervenção, poucos descrevem seus procedimentos com clareza (por exemplo, DIAMOND; JOSEPHSON, 2005; FARMER ET AL., 2002; SERKETICH; DUMAS, 1996; TAYLOR; EDDY; BIGLAN, 1999), de forma a instrumentalizar pesquisadores na condução de novos estudos. Uma forma de resolver tal questão é proceder à análise de estudos de revisão, os quais serão apresentados a seguir, quanto a aspectos metodológicos e resultados obtidos.

Serketich e Dumas (1996) realizaram uma metanálise de 26 treinamentos para pais de crianças com problemas de comportamento. Os pesquisadores verificaram que os procedimentos envolviam coleta de dados por meio do relato e/ou da combinação relato e observação e continham, em média, 9,53 sessões de intervenção. Todos os estudos analisados, ao comparar grupos controle e experimentais, mostraram resultados positivos (aproximadamente 80 %) quanto à aquisição de habilidades sociais. Contudo, os programas mais efetivos foram os realizados com amostras pequenas, de pais com filhos em torno de 10 anos. Segundo os autores, apenas 22 % dos procedimentos utilizavam grupos controle adequados, dificultando conclusões quanto à validade interna do estudo. Porém, a maioria dos treinamentos produziu mudanças benéficas, ainda que se mantivessem apenas no curto prazo.

Taylor, Eddy e Biglan (1999) revisaram estudos sobre o treinamento em habilidades sociais para reduzir problemas de comportamento em crianças e adolescentes. Foram analisados 19 estudos, dos quais 8 foram conduzidos com professores, 3 com pais, e os demais foram realizados com os estudantes ou conselheiros. Os atendimentos focalizaram mais meninos do que meninas e foram, em sua maioria, conduzidos em grupo, com coleta de dados por intermédio do relato e da observação. A análise das intervenções indicou que os programas que conseguiram reduzir os problemas de comportamento foram aqueles que, além do treinamento de habilidades sociais com pais, também realizaram intervenções na sala de aula, com os professores e com as crianças. Os autores sinalizam a importância de intervenções multimodais na prevenção e na redução de problemas de comportamento em crianças e adolescentes.

Já Farmer et al. (2002) conduziram uma revisão de estudos para tratamento especificamente de problemas externalizantes (Transtorno de Déficit de Atenção e de Hiperatividade, distúrbio de conduta etc) em crianças de 6 a 12 anos. As bases de dados utilizadas foram Medline e PsycoInfo, e os trabalhos publicados entre os anos de 1985 e 2000, envolvendo pesquisas que avaliaram efeitos de treinamentos com pais para remediar problemas de comportamento, combinados ou não com atendimento às crianças ou com o uso de medicamentos. Os autores afirmaram que, de modo geral, os resultados das intervenções são otimistas no sentido de reduzir problemas de comportamento. Os treinamentos para pais, segundo Farmer et al. (2002), têm-se mostrado mais efetivos e com menor custo de resposta. Os pesquisadores afirmam que, ainda que os resultados pareçam favoráveis, o fato de grande parte das intervenções ser conduzida com poucos participantes dificulta a generalização dos resultados, apontando para uma lacuna na área. Entre os estudos analisados, apenas três apresentaram características de prevenção; todos tiveram como foco a intervenção via escola acrescida da participação dos pais. Os autores sugerem evidências positivas dos programas multimodais desenvolvidos para atender a criança em idade escolar.

Em outro artigo de revisão, Diamond e Josephson (2005) focaram os tratamentos baseados na família e concluíram que esses têm sido efetivos para reduzir problemas externalizantes, particularmente distúrbios de conduta e abuso de substâncias, além de reduzir comorbidade para problemas escolares e déficits de atenção e hiperatividade. Nota-se que este estudo de revisão, diferentemente dos demais, teve por foco apenas um tipo de tratamento (baseado na família), deixando de abordar outras formas de intervenção (tais como terapia comportamental, cognitivo-comportamental, social); além disso, os autores incluíram estudos que investigaram problemas de comportamento com comorbidade com outras dificuldades, como, por exemplo, abuso de substâncias, o que pode dificultar descrever procedimentos efetivos para o tratamento exclusivo de problemas de comportamento.

Diversos estudos de revisão foram realizados no período de 1990 a 2006 no que tange à temática do tratamento de problemas de comportamento. Estas pesquisas tiveram por objetivo avaliar: a) a efetividade de treinamento parental comportamental, baseado especialmente em técnicas de modificação de comportamento (CHRONIS ET AL., 2004; LUNDAHL; RISSER; LOVEJOY, 2006; MAUGHAN ET AL., 2005; MORAWSKA; SANDERS, 2005; SERKETICH; DUMAS, 1996); b) a efetividade de tratamentos para transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (FARMER ET AL., 2002; MCGOEY; ECKERT; DUPAUL, 2002; PURDIE; HATTIE; CARROLL, 2002; SERKETICH; DUMAS, 1996); c) variáveis envolvidas na adesão terapêutica (REYNO; MCGRATH, 2006); d) a participação do pai em procedimentos de intervenção (TIANO; MCNEIL, 2005); e) a correspondência entre o comportamento verbal e não verbal de pais que participaram de procedimentos de intervenção (PANIAGUA, 2004); f) a comparação entre diversas técnicas de intervenção: comportamentais x não comportamentais (LUNDAHL; RISSER; LOVEJOY, 2006), comportamentais x cognitivas x sociais (PURDIE; HATTIE; CARROLL, 2002), farmacológicas x treino de pais x modificação de comportamento (BEAUDIN; DUMAS; VERLAAN, 1995; MCGOEY; ECKERT; DUPAUL, 2002; PAGE; POERTNER; LINDBLOOM, 1995); g) o tratamento para problemas externalizantes (MAUGHAN ET AL., 2005; FARMER ET AL., 2002); h) a prevenção de problemas de comportamento, utilizando treinamento de pais e treino em habilidades interpessoais (ALLEN; ABER; LEADBEATER, 1990; TAYLOR; EDDY; BIGLAN, 1999); i) estudos considerando idades específicas dos filhos: pré-escolares (MCGOEY; ECKERT; DUPAUL, 2002; NIXON, 2002) e adolescentes (ALLEN; ABER; LEADBEATER, 1990).

A partir dos trabalhos citados, conclui-se que as revisões realizadas são importantes por tratarem de dimensões específicas do tratamento de problemas de comportamento, no entanto, são raros os estudos que descrevem com minúcia os procedimentos de intervenção e os resultados obtidos. Diante dessa lacuna e considerando que pesquisas indicam uma considerável demanda em clínicas-escola de crianças encaminhadas com queixas de problemas comportamentais (MELO; PERFEITO, 2006; SCORTEGAGNA; LEVANDOWSKI, 2004), o presente estudo teve por objetivo descrever pesquisas, a partir de análises de resumos, que avaliaram efeitos de intervenções com pais e mães (com ou sem a participação de professores, crianças e adolescentes) para prevenir e/ou remediar problemas de comportamento (externalizante e/ou internalizante). Desse modo, acredita-se que os resultados obtidos poderão contribuir para o avanço tecnológico na implementação de programas de intervenção, especialmente em serviços de saúde pública.

 

MÉTODO

Procedimento de Coleta de Dados

Foram analisados 192 resumos publicados entre o ano de 1986 e junho de 2006, que avaliaram a efetividade de procedimentos de intervenção para o tratamento ou prevenção de problemas de comportamento de crianças e/ou adolescentes. As bases de dados, consultadas entre março e junho de 2006, foram: Index-Psi/Periódicos, Lilacs, PsycInfo, Scielo e Medline.  As palavras utilizadas para a condução da busca foram selecionadas a partir de trabalhos que envolviam o treinamento de pais para o tratamento de problemas de comportamento. Os termos poderiam aparecer em qualquer campo de indexação, ou seja, no título, resumo ou palavras-chave. As combinações de palavras utilizadas nas bases Index-Psi, Scielo e Lilacs foram: a) treinamento ou intervenção e pais; b) família ou pais e intervenção; c) intervenção e pais e filhos; d) problemas de comportamento. Já na Medline e na PsycInfo foram utilizadas as seguintes combinações: a) parent training or family intervention and behavior disorders; b) parent training or family intervention and behavior problems; c) parents and behavior problems and intervention; d) parent training or family intervention and antisocial behavior. No total foram encontrados 1808 estudos.

Os critérios de inclusão dos resumos foram: a) estudos que descrevessem ou avaliassem procedimentos de intervenção a fim de remediar e/ou prevenir problemas de comportamento (como categoria geral ou específica, na forma de comportamento opositivo ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)); b) trabalhos conduzidos com pais e/ou mães; c) publicações em periódicos. Por outro lado, foram excluídos: a) artigos de revisão; b) estudos com crianças e adolescentes, sem, contudo, haver intervenção na família; c) trabalhos cujo foco era a relação conjugal; d) foco em abuso sexual; e) estudos que envolvessem outras variáveis de comorbidade, como depressão, estresse pós-traumático, enurese, fobias, esquizofrenia, Transtorno Obsessivo Compulsivo, doenças mentais, autismo, lesão cerebral, distúrbios de saúde: obesidade, câncer, AIDS, tabagismo, drogas, epilepsia, álcool, fenilcetonúria, diabetes; f) estudos com modelos animais; g) estudos que avaliaram efeitos de medicação, ainda que relacionados a problemas de comportamento; h) pesquisas que avaliaram a fidedignidade e/ou validade de instrumentos; i) estudos publicados em livros ou teses. Com base nesses critérios, foram selecionados 192 resumos para a condução das análises. As referências dos resumos selecionados encontram-se anexadas a este artigo.

Procedimento de Análise de Dados

Os resumos foram analisados com base em um protocolo que incluiu as seguintes categorias: bibliografia, método e principais resultados. As duas primeiras categorias eram compostas de subcategorias, como mostra a Tabela 1.

Tabela 1. Categorias, subcategorias e elementos de análise dos resumos selecionados para este estudo

 

 

O material foi lido e organizado conforme as categorias e subcategorias mencionadas na Tabela 1. Em seguida, planilhas foram elaboradas em um pacote estatístico (SPSS 14.0) e os resultados foram organizados em figuras, considerando a frequência absoluta de cada categoria ou subcategoria. Cabe mencionar que a subcategoria referente à abordagem teórica (comportamental, cognitiva ou social) foi excluída da análise, pois poucos resumos (≤10 %) traziam tal informação.

 

RESULTADOS

Esta seção está organizada conforme as categorias previamente indicadas no método. A Figura 1 apresenta os resultados referentes ao número de resumos encontrados em cada base de dados segundo o ano de publicação, bem como a quantidade de autores em cada publicação. A Figura 2 mostra a população-alvo das pesquisas e os procedimentos de intervenção empregados. Já as Figuras 3 e 4 apresentam dados referentes aos aspectos metodológicos dos estudos, indicando o tamanho das amostras utilizadas, delineamento e procedimento de coleta e análise de dados. Por fim, na Figura 5 encontram-se os resultados descritos nos resumos das pesquisas.

 

Figura 1. Base de dados e número de autores dos estudos conforme o ano de publicação

 

De acordo com a Figura 1, verifica-se que a maioria dos estudos nas duas décadas analisadas estava indexada na base de dados PsycInfo, enquanto as publicações disponíveis na base Medline aumentaram de frequência no decorrer dos anos. Observa-se que as menores frequências de resumos indexados correspondem aos anos de 1986 a 1995, com um aumento considerável a partir de 1996 e principalmente no período entre 2001 e 2006.

Verifica-se que, quanto à composição da autoria, estudos com um autor apresentaram frequência similar nas duas décadas analisadas, com discreta redução ao longo dos anos. Pesquisas envolvendo dois autores tiveram alta frequência nos primeiros quatro anos analisados, diminuindo a partir de 1991 e aumentando, novamente, em 1996 e 2001. Publicações de três autores demonstraram aumento constante na sua frequência no decorrer dos anos analisados, com destaque para 2001, assim como pesquisas com quatro e cinco ou mais autores, que revelaram um aumento gradual da frequência entre 1986 e 2006.

 

Figura 2. População-alvo e procedimentos de intervenção empregados nos estudos

 

De acordo com a Figura 2, constata-se que a maioria dos estudos foi conduzida com pais e filhos (37 %) ou apenas com os pais (34,4 %), o que poderia envolver apenas um ou ambos os genitores. Já programas envolvendo pais, professores e filhos, bem como pais e professores, apresentaram frequências menores.

Em relação aos procedimentos de intervenção, observa-se que os de intervenções em grupo representam as maiores frequências se comparados aos demais (35,9 %). Seguiram-se os procedimentos do tipo familiar (12,5 %), outros (4,2 %) e individual (3,6 %). Estudos combinando intervenções em grupo e individuais foram os menos frequentes (3,1 %). Em 40,6 % dos resumos, o procedimento de intervenção empregado não foi descrito.

 

Figura 3. Tamanho da amostra dos estudos de acordo com o ano de publicação

 

No que diz respeito ao tamanho da amostra, conforme a Figura 3, verifica-se que trabalhos com 101 ou mais participantes (20,8 %), 31 a 60 participantes (18,2 %) e 11 a 30 participantes (17,2 %) apresentaram frequências similares e superiores aos demais. Amostras envolvendo 61 a 100 participantes e 2 a 10 participantes foram citadas, respectivamente, em 12 % e 13 % dos estudos, ao passo que a utilização de sujeito único foi mencionada em apenas 1 % dos resumos. Em 17,7 % dos resumos não constava o tamanho da amostra. É possível observar ainda, de acordo com a Figura 3, que estudos envolvendo 31 a 60 participantes e 101 ou mais participantes tornaram-se cada vez mais frequentes ao longo dos anos.

 

Figura 4. Procedimentos de coleta empregados conforme ano de publicação e tipo de delineamento, e delineamento e análise de dados, por ano de publicação

 

Conforme a Figura 4, em relação ao procedimento de coleta de dados, observa-se que o uso de medidas de relato manteve-se constante entre 1986 e 1995, entretanto, teve aumento a partir de 1996. Verifica-se um aumento na frequência de procedimentos de coleta envolvendo relato e observação e relato no decorrer dos anos analisados. Também é possível notar que parte dos resumos não continha a descrição do procedimento de coleta de dados, com destaque para o período entre 2001 e 2006.

Sobre os procedimentos de coleta de dados utilizados conforme o delineamento, percebe-se que os procedimentos mantiveram-se com frequência semelhante independente do tipo de delineamento, com variação pouco maior no uso do relato em estudos quase experimentais. No que se refere ao delineamento segundo o ano de publicação do resumo, observa-se que o uso do delineamento experimental permaneceu constante entre 1986 e 2000, embora, a partir de 2001, seja possível constatar um aumento de estudos experimentais. Estudos quase-experimentais tiveram uma frequência similar na primeira década analisada, com aumento entre 1996 e 2000.

Como resultados adicionais, avaliaram-se os resumos quanto ao tipo de análise realizada: qualitativo categorial, qualitativo categorial e estatístico descritivo, estatístico inferencial e estatístico descritivo. Os resultados indicaram frequências similares para qualitativo categorial (9,9 %) e qualitativo categorial e estatístico descritivo (10,9 %). Já os estudos que usaram a análise estatístico inferencial (4,7 %) e estatístico descritivo (1,6 %) apresentaram as menores frequências. Na grande maioria dos resumos não constava esta informação (72,9 %).

 

Figura 5. Principais resultados descritos nos resumos

 

Sobre os resultados descritos nos resumos e apresentados na Figura 5, constata-se que as subcategorias redução de problemas de comportamento (26 %) e redução de problemas de comportamento e melhoria das práticas parentais (20,8 %) apresentaram frequências similares e superiores às demais. Estudos que produziram melhora das práticas parentais (9,9 %) e redução de problemas de comportamento e aquisição de habilidades sociais (7,8 %), quando comparados aos resultados anteriormente citados, apresentaram as terceiras maiores frequências, seguidos de trabalhos em que não houve melhora (5,2 %). Resultados que não puderam ser inseridos nas demais categorias foram inseridos na categoria outros, enquanto 9,4 % dos resumos não descreviam os resultados. As subcategorias ajustamento da criança, melhora das práticas e redução de problemas de comportamento e melhora das práticas, redução de problemas de comportamento e ajustamento da criança apresentaram as menores frequências.

 

DISCUSSÃO

Com a finalidade de ajudar pais e mães a lidarem com dificuldades encontradas no relacionamento com os filhos, especialmente diante de problemas de comportamento, diversos programas de intervenção têm sido desenvolvidos (BRESTAN ET AL., 1999; MARINHO, 1999; RUMA; BURKE; THOMPSON, 1996; MCMAHON, 1996; ROCHA; BRANDÃO, 1997; SILVA; DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2000; WEBSTER-STRATTON, 1994). Contudo, verifica-se que faltam estudos de revisão que descrevam com clareza e sistematicamente os procedimentos e os resultados obtidos nessas intervenções, de forma a fornecer informações que norteiem a realização de novas. O presente estudo apresenta uma atualização no estado da arte em pesquisas que avaliam a efetividade de intervenções para prevenir ou remediar problemas de comportamento (externalizantes e/ou internalizantes) em crianças e/ou adolescentes, sinalizando lacunas no conhecimento e tendências na área.

Os resultados deste levantamento indicaram que a maioria dos resumos sobre programas de intervenção é encontrada na base de dados PsycoInfo, possivelmente porque esta base caracteriza-se por englobar temas relacionados especificamente a assuntos abordados na Psicologia. Além disso, os resultados sinalizaram que as publicações são fruto do trabalho, na sua maioria, de dois e três autores, demonstrando que são pequenos os grupos de pesquisadores que estão desenvolvendo intervenções a este respeito. Entretanto, dado o aumento de estudos com cinco ou mais autores nos últimos cinco anos avaliados, possivelmente houve parcerias entre estudos multicêntricos, o que pode maximizar a troca de experiências e o enriquecimento dos estudos realizados, bem como favorecer a ampliação das amostras e consequente uso de metodologia experimental.

O fato de a maioria das intervenções ter sido realizada principalmente com pais, mães e filhos e com pais e mães, sendo que poucos estudos contaram com a participação dos professores, é preocupante. Outros artigos de revisão (TAYLOR; EDDY; BIGLAN, 1999; FARMER ET AL., 2002; DIAMOND; JOSEPHSON, 2005) indicaram que programas com a participação de pais, professores e filhos foram mais eficazes na prevenção e na redução de problemas de comportamento em crianças e em adolescentes. Dessa forma, pesquisadores devem estar atentos para a inserção da escola nas intervenções, pois segundo Brioso e Sarrià (1995), problemas de comportamento ocorrem também na escola, produzindo rejeição por pares e professores.

A escola, enquanto segundo ambiente socializador (BIASOLI-ALVES, 1994) e tendo por atribuição, conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), o ensino de habilidades interpessoais, além das acadêmicas, poderia ser foco de avaliação e de intervenção. Além disso, a inclusão do ambiente escolar nas intervenções junto às famílias poderia facilitar a consistência nas práticas educativas entre pais e professores (BOLSONI-SILVA, 2003), favorecendo a efetividade da prevenção e/ou tratamento de problemas de comportamento, sejam eles externalizantes ou internalizantes. Bolsoni-Silva et al. (2006) notaram que mães e professores avaliam diferentemente o comportamento das crianças, sugerindo que os contextos são diversos e exigem diferentes habilidades interpessoais. Conhecer tais contextos e programar intervenções próprias e combinadas pode ser útil para resolver problemas de comportamento e promover habilidades sociais.

A pouca participação dos professores nas intervenções pode ser decorrente da ênfase dada à família como lócus principal para o surgimento e/ou manutenção dos problemas de comportamento, o que é observado em vários estudos de revisão (por exemplo, SERKETICH; DUMAS, 1996; FARMER ET AL., 2002; DIAMOND; JOSEPHSON, 2005). Alguns estudos nacionais (MEIRA, 2003; SCORTEGAGNA; LEVANDOWSKI, 2004) sobre a avaliação de professores a respeito de queixas acadêmicas e/ou comportamentais dos alunos, demonstraram que os educadores consideram os problemas de comportamento fruto de disfunções familiares.

É possível que esses dados estejam influenciando a delimitação do público-alvo das intervenções, mantendo, desta forma, a lacuna no conhecimento a respeito de intervenções que incluam, além do ambiente da família, o escolar e a participação dos professores. Em consonância com os dados sobre o público-alvo, os resultados deste estudo indicaram que a maioria das intervenções foi realizada com grupos e famílias, o que está de acordo com outros estudos de revisão (TAYLOR; EDDY; BIGLAN, 1999; DIAMOND; JOSEPHSON, 2005). Entretanto, tendo em vista que muitos resumos não descreviam o procedimento de intervenção, a análise da produção da área ficou prejudicada.

Quanto ao tamanho da amostra, a maioria dos resumos sinalizou que as pesquisas foram realizadas com um número considerável de participantes (de 30 a 100), o que representa amostras razoáveis no que se refere ao tamanho, sobretudo quando se consideram os estudos brasileiros como parâmetro de comparação (por exemplo, aqueles desenvolvidos por Marinho (1999) e Rocha e Brandão (1997)). Contudo, esses resultados são diferentes dos encontrados nas revisões de Serketich e Dumas (1996) e Farmer et al. (2002), os quais encontraram em suas análises um número majoritário de intervenções realizadas com amostras pequenas. No presente estudo, poucos foram os resumos com delineamento de sujeito único (1%).

Poucas pesquisas relataram a abordagem teórica no resumo, sendo que a maioria das que a informaram era pautada em técnicas cognitivo-comportamentais. Já o delineamento dos estudos caracterizou-se, em sua maioria, pelo experimental e quase experimental, lembrando que o uso de delineamentos experimentais envolvendo grupos controle aumenta a confiabilidade dos resultados observados (COZBY, 2003). Diferentemente, Serketich e Dumas (1996) encontram em seu estudo de metanálise que apenas 22 % das pesquisas utilizaram grupos controle apropriados, o que interfere na validade interna dos trabalhos.

Quanto aos procedimentos de coleta de dados, os resultados indicaram que os mesmos foram realizados especialmente por meio da combinação de observação e relato ou só de relato, o que está de acordo com os resultados encontrados por outras revisões (TAYLOR; EDDY; BIGLAN, 1999; SERKETICH; DUMAS, 1996). No que tange ao procedimento de análise empregado, notou-se que muitos resumos não descreveram qual foi o procedimento, o que pode enviesar conclusões quanto aos resultados. Tal dado justifica, em pesquisas futuras, analisar esta variável, bem como os procedimentos de intervenção a partir do texto completo e não apenas de seu resumo.

É importante destacar o uso frequente do relato verbal como procedimento para coleta de dados, o que pode facilitar a obtenção de informações sobre as atitudes e as crenças dos participantes (COZBY, 2003), além de contribuir para a eficácia dos programas de intervenção.  Deve-se considerar que práticas parentais são, sobretudo, práticas culturais. E a cultura é compartilhada e transmitida por um grupo de geração a geração pelo comportamento verbal (BAUM, 1999). Isso mostra a relevância do uso do comportamento verbal como fonte de informações para favorecer a descrição de características de determinada prática cultural, o que pode servir de base para interpretações acerca da função de determinados comportamentos, reiterando uma tendência na literatura internacional avaliada.

Finalmente, a análise dos resultados dos resumos indicou que os programas de intervenção possibilitaram, principalmente, a redução dos problemas de comportamento dos filhos e a melhora das práticas parentais, o que está de acordo com as revisões realizadas por Taylor, Eddy e Biglan (1999), Farmer et al. (2002) e Diamond e Josephson (2005). Já a aquisição de habilidades sociais pela criança foi o resultado menos expressivo alcançado nas intervenções, provavelmente por ter sido pouco focada quando comparada ao foco dado à redução de comportamentos-problema. Estes achados confirmam o estudo de Webster-Stratton (1997), que afirma que as pesquisas com pais pouco enfocam a competência social, o que dificultaria a manutenção de resultados.

Considerando que a maioria dos estudos analisados nos resumos parece priorizar a redução dos problemas de comportamento, em detrimento da aquisição de habilidades sociais, sejam pelos pais sejam pelos filhos algumas alusões podem ser feitas. Primeiramente, as intervenções poderiam focalizar também o comportamento social, proporcionando a aquisição e/ou o desenvolvimento de habilidades sociais que seriam funcionalmente equivalentes ao comportamento-problema. Assim, a criança e o adolescente obteriam reforçadores positivos e/ou negativos sem precisar recorrer a comportamentos-problema (GOLDIAMOND, 1974/2002). Alguns programas de intervenção, ainda que em minoria, têm, nas últimas décadas, atentado para essas habilidades, como aqueles desenvolvidos por Webster-Stratton (1994), Sanders et al. (2000), Jouriles et al. (2001) e também por Serketich e Dumas (1996).

Ao trabalharem de forma combinada com pais e filhos, os programas podem possibilitar a aprendizagem de repertórios mais adequados por modelagem e por modelação, tanto dos pais quanto dos filhos. Desse modo, os pais poderiam alterar suas práticas parentais para outras menos coercitivas (tais como fazer ameaças e agredir de forma verbal e/ou física), produzindo, então, reações menos agressivas nos filhos. Estes, por sua vez, iriam interagir de forma mais positiva com os pais. Assim, novas práticas parentais podem surgir e, portanto, novas práticas culturais que garantiriam mais reforçadores positivos do que negativos e punições (ABIB, 2001).

Considera-se que o presente trabalho de revisão contribuiu para sinalizar lacunas a serem investigadas em outros estudos, por exemplo, os efeitos de intervenções que envolvam o ambiente escolar e a eficácia de programas que promovam habilidades sociais tanto dos pais quanto das crianças. Entretanto, vale ressaltar que muitos resumos não especificavam a abordagem teórica, o tamanho da amostra, o tipo de intervenção, o delineamento e o procedimento de análise de dados, o que se configura enquanto uma limitação do presente estudo. Além disso, destaca-se a importância de avaliar o resultado das intervenções no curto e no longo prazo. Isso indica a necessidade de se revisar os textos completos para uma caracterização ainda mais minuciosa dos programas de intervenção que buscam prevenir e/ou remediar problemas de comportamento.

 

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Endereço para correspondência
Alessandra Turini Bolsoni-Silva
E-mail:bolsoni@fc.unesp.br

Ana Carolina Villares Barral Villas Boas
E-mail:villares_ana@yahoo.com.br

Vanessa Barbosa Romera
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Fabiane Ferraz Silveira
E-mail:fabianeferrazsilveira@yahoo.com.br

 

Submetido em: 15/11/2008
Revisto em: 01/09/2009
Aceito em: 23/10/2009

 

 

1Problemas de comportamento podem ser classificados em externalizantes e internalizantes (ACHENBACH; EDELBROCK, 1979). Achenbach e Edelbrock (1979) e Graminha (1998) apresentam um sistema de categorias para problemas psicológicos infantis, considerando respostas externalizantes irritabilidade/nervosismo, rebeldia/desobediência/dominância, agressividade/provocação, entre outros, e internalizantes, por exemplo, desinteresse por atividades acadêmicas, tristeza/depressão e retraimento social.

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