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Arquivos Brasileiros de Psicologia

On-line version ISSN 1809-5267

Arq. bras. psicol. vol.62 no.2 Rio de Janeiro  2010

 

RELATOS DE PESQUISA

 

Escala de emoções vivenciadas em ambiente familiar - BEAF

 

Emotions experienced in households scale

 

 

Samuel Lincoln Bezerra LinsI; Aline Vieira de Lima NunesII; Isabel VasconceloIII

IMestrando em Psicologia Social. Universidade Federal da Paraíba (UFPB). João Pessoa. Paraíba. Brasil
IIDoutoranda em Psicologia Social. Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa/Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). Lisboa. Portugal
IIIProfessora Substituta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestranda em Psicologia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Natal. Rio Grande do Norte. Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Buscando auxiliar profissionais e pesquisadores a investigarem emoções em ambiente familiar, o objetivo deste estudo foi observar índices de validade fatorial e consistência interna da Escala de Bem-Estar Afetivo na Família (mediante adaptação de itens da Escala de Bem-Estar Afetivo no Trabalho). Para tanto, compuseram a amostra 302 estudantes universitários, com idade média de 23 anos e 59,6% do sexo feminino. Por meio de uma análise dos componentes principais (rotação Varimax), verificou-se a existência de dois componentes, Familiar Positivo e Familiar Negativo, que apresentaram alfas de Cronbach aceitáveis aos padrões psicométricos. Tais componentes se correlacionaram na direção esperada a aceitação, identificação e importância atribuída à família pelo indivíduo, mas não apresentaram diferenças relevantes em função de sexo ou idade. Conclui-se, portanto, que a BEAF é apresentada como uma escala adequada a mensurar o contexto emocional específico do ambiente familiar.

Palavras-chave: Emoções; Família; Avaliação; Bem-Estar.


ABSTRACT

Aiming to help professionals and researchers to investigate emotions in a familiar environment, this study observed indices of factorial validity and internal consistency of the Familiar Affective Well-Being Scale (by adapting items from the Job-Related Affective Well-Being Scale). To this end, the sample included 302 college students, mean age 23 years and 59.6% female. Using a principal components analysis (Varimax rotation), it was showed two factors, Family Negative and Family Positive, which showed acceptable Cronbach's alphas to psychometric standards. Factors correlated in the expected direction to acceptance, identification and importance attributed to family by individual, but did not show significant differences according to gender or age. It is, therefore, that BEAF is presented as an appropriate scale to measure the emotional context of family environment.

Keywords: Emotions, Family, Assessment, Well-being.


 

 

Introdução

A família é a unidade básica de crescimento e experiência, doença e saúde (Ackerman, 1986), que engloba diversas emoções inerentes ao ser humano: identidade, pertença, aceitação, rejeição, amor, carinho, raiva, medo, ódio. Desse modo, é esta fusão de opostos que torna a família tão complexa e sua compreensão desafiadora (Souza, 1997).

Algumas teorias colaboram para compreensão da dinâmica e da formação familiar. Podemos citar a Teoria Geral dos Sistemas que encontra aplicação tanto nas ciências naturais quanto nas sociais (Bertalanffy, 1975). Segundo Souza (1997), todo ser humano tem a 'parte da familidade' que corresponde a duas necessidades intrínsecas do indivíduo: "ter uma família" e "estar numa família". Sendo assim, ter uma família significa possuir uma identidade civil estabelecida pelo nome do pai e da mãe no próprio documento de identidade e estar numa família é se sentir enraizado, ter para onde voltar a despeito de situações difíceis. O significado de família para cada uma está intrinsecamente ligado às vivências passadas e atuais, bem como às expectativas futuras. Tais vivências dizem respeito a diversas emoções e sentimentos vivenciados no ambiente familiar (Souza, 1997).

Parte dos distúrbios emocionais das pessoas convergem da experiência da vida familiar cotidiana. É neste sentido que a emoção, tema controverso dentro das Ciências Sociais, deixa de ser vista como experiência interna/subjetiva, passando a ser analisada como prática discursiva com efeitos externos, extrapolando o chamado domínio do privado. É com este sentido que, para o presente estudo, o conceito de emoção deve ser compreendido e associado ao ambiente familiar. Isto é, para a pessoa adulta, experiências do dia-a-dia familiar desempenham um papel central na estabilização e intensificação da saúde mental, no favorecimento da satisfação pessoal, no sucesso da integração social e no estímulo de um crescimento da personalidade. Em contrapartida, sintomas causados devido ao desgaste dos conflitos familiares são a ansiedade, depressão e dificuldades de se relacionar com outros. Portanto, a qualidade da interação familiar pode intensificar ou diminuir a ansiedade; ela molda o marco humano no qual os conflitos são expressos e contribui para o sucesso ou fracasso na solução desses conflitos (Zimerman, 1999).

Sendo assim, a família é uma facilitadora social do bem-estar. Vale salientar que uma família saudável não é aquela na qual não existe conflito, pois o núcleo gerador de um relacionamento familiar salutar encontra-se, exatamente, nas estratégias que seus membros encontram para a resolução dos seus problemas (Féres-Carneiro, 1992). Diante do exposto, deduz-se que a família é importante e se faz necessária para ser geradora e promotora de saúde mental e bem-estar de cada indivíduo. A saúde familiar tem sido foco de muitos estudos que buscam relacioná-la com diversas variáveis como: qualidade de vida (Torres, Reis, Reis & Fernandes, 2009), identidade (Szymanski, 2006), comportamento resiliente (Silva, Lacharité, Silva, Lunardi & Lunardi Filho, 2009) e suporte social (Leite, Battisti, Berlezi & Scheuer, 2008).

A busca do bem-estar, motor do desenvolvimento humano, está diretamente relacionada com as experiências mais precoces do sujeito em sua família. Bons níveis de saúde familiar, muitas vezes, encontram-se associados a núcleos que favorecem tanto a expressão de agressividade, de raiva e hostilidade, quanto de carinho, ternura e afeto (Wagner, Ribeiro, Arteche & Bornholdt, 1999). Exercer a função de proteção é, principalmente, propiciar um ambiente favorecedor de bem-estar (Minuchin, 1982).

A literatura apresenta escalas que mensuram construtos referentes ao ambiente familiar, este sendo abarcado de forma mais ampla, e não somente ao ambiente físico em que os membros residem. Isto é, o ambiente familiar está voltado para o seu clima social, para as percepções dos pais e filhos e dinâmica e funcionamento entre os membros (Moos & Moos, 1994). A Family Support Scale - FSS (Dunst, Trivette & Deal, 1988), capaz de identificar áreas de necessidades que a família precisa investir como o grau de proximidade (formal e informal), o núcleo familiar e as organizações sociais. A Family Enviroment Scale - FES (Moos & Moos, 1994) foi desenvolvida para mensurar características sociais e internas das famílias, utilizada em settings clínicos para facilitar a psicoterapia familiar. A Family APGAR (Smilkstein, 1992), por fim, é usada para mensurar o nível individual de satisfação com a família. No Brasil podemos citar o IPSF (Baptista, 2007), que é o Inventário de Percepção de Suporte Familiar e mede três dimensões: (I) afetividade-consistência, voltado para a expressão de afetividade entre os membros familiares (verbal e não verbal), interesse, proximidade, acolhimento, comunicação, interação, respeito, empatia, clareza nas regras intrafamiliares, consistência de comportamentos e verbalizações e habilidades na resolução de problemas; (II) adaptação, questionando sobre sentimentos e comportamentos negativos em relação à família, tais como raiva, isolamento, incompreensão, exclusão, não pertencimento, vergonha, irritação e relações agressivas e (III) autonomia, assinalando relações de confiança, liberdade e privacidade entre os membros. Cita-se, ainda, o Inventário de Estilos Parentais de Young (YPI), traduzido e validado para o contexto brasileiro por Valentini (2009), que avalia as características globais de interações entre pais e filhos, por meio de 5 fatores: (I) desconexão e rejeição, caracterizado pelo desrespeito e pela falta de estabilidade emocional entre os membros; (II) afetividade e estabilidade emocional, que avalia os pais como afetivos, compreensivos, conselheiros e que atendem as necessidades de carinho e aceitação dos filhos; (III) hipervigilância e orientação para o outro, com conteúdos voltados para pais que impõem regras rígidas e que são vigilantes para o cumprimento das mesmas, e associados, ainda, a preocupações com as opiniões alheias sobre o desempenho e a posição social; (IV) superproteção e autonomia prejudicada, emergindo a idéia de proteção excessiva, com dificuldade em sustentar a autonomia dos filhos fora da família; e (V) limites prejudicados, referindo-se a dificuldade no estabelecimento de regras e limites adequados.

No que concerne aos estudos sobre bem-estar, observa-se que a psicologia, durante um longo período, focalizava sua atenção em tratar de problemas, como depressão, ansiedade e tantos outros distúrbios (Diener & Biswas-Diener, 2000). Essa visão negativa da ciência psicológica dava mais ênfase à doença do que à saúde, voltando-se mais para o alívio do sofrimento, deixando a promoção da felicidade para segundo plano (Novo, 2003).

Morais e Koller (2004) alertaram para a explosão de pesquisas sobre desordens psicológicas e os efeitos negativos de fatores estressantes como divórcio dos pais, morte, abusos físico e sexual, nas quais o foco é, geralmente, a busca do acesso e cura do sofrimento pessoal, deixando de lado, assim, características humanas positivas, como criatividade, esperança, coragem, espiritualidade, responsabilidade. No início do século XX, alguns estudos já se orientavam para os aspectos positivos, como os trabalhos de L. Terman, J. Watson, C. Jung, como também os estudos de teóricos humanistas como A. Maslow, G. Allport, C. Rogers, que reabriram as portas para a retomada de questões que, por muito tempo, foram esquecidas e negligenciadas (Novo, 2003). A visão pessimista dá lugar a uma nova direção da psicologia, que tem por objetivo principal ajudar as pessoas a terem vidas mais agradáveis (Diener & Biswas-Diener, 2000).

O bem-estar surge então como um termo psicológico utilizado para avaliações cognitivas das pessoas a respeito das suas vidas (julgamentos sobre satisfação com a vida) e avaliações afetivas (relacionadas ao humor e às emoções) (Fiquer, 2006). Nos estudos psicológicos, os afetos costumam ser classificados em positivos e negativos. A afetividade positiva é referente ao tipo de emoções positivas como o prazer e a alegria, estes ligados ao entusiasmo e a excitação, por exemplo, e são de alta energia. Contrariamente, a afetividade negativa é referente ao tipo de emoções negativas como a ansiedade, a raiva e a culpa. Estes últimos são considerados de baixa energia e referentes mais a estados de calma e tranqüilidade, por exemplo. Qualquer pessoa pode apresentar as duas dimensões de afetos, positivos e negativos, como citam Ruiz e Oliveira (2005).

Existem indicações na literatura de que os componentes afetivos e cognitivos do bem-estar se apresentam de forma consistente nas pessoas ao longo dos anos e das situações que ocorrem no decorrer de suas vidas. Albuquerque e Tróccoli (2004), por exemplo, argumentam que o humor, as emoções e os julgamentos auto-avaliativos das pessoas se modificam com a passagem do tempo (constituindo-se um fenômeno dinâmico); no entanto, tais flutuações não implicam a estabilidade do fenômeno. Estas estão correlacionadas com traços específicos e construtos da personalidade de cada indivíduo, esta sendo compreendida como uma estrutura composta por aspectos internos e externos, relativamente permanentes do caráter de um indivíduo (Schultz & Schultz, 2004). Os componentes do bem-estar também se relacionam de forma distinta com os traços da personalidade como extroversão, que se correlaciona com o afeto positivo de forma moderada. Já o neuroticismo correlaciona-se com o afeto negativo, e as metas pessoais estão mais relacionadas com o componente cognitivo do bem-estar (Giacomoni, 2004).

A relação entre os afetos positivo e negativo tem sido controversa, não sendo possível determinar se são dimensões independentes ou pólos opostos de uma única dimensão. Todavia, segundo Giacomoni (2004), há uma grande evidência que mostra que os níveis proporcionais de afeto negativo e positivo são independentes mesmo que medidos por diferentes instrumentos. Nesse momento faz-se de interesse salientar que o termo afetividade é um termo utilizado não apenas para resumir os afetos estritamente, mas também a sentimentos rápidos ou aspectos sentimentais de agrado ou desagrado. Conquanto, o afeto é apresentado como qualquer espécie de sentimento e/ou emoção associada a idéias ou a idéias compostas de uma variedade que as tornem complexas (Ruiz & Oliveira 2005).

Considerando o que foi exposto, esta pesquisa considera importante compreender como as emoções vivenciadas no contexto familiar se agrupam e se correlacionam, e para tanto, a Escala BEAF surge como uma alternativa instrumental para tal estudo. Portanto, tem-se como objetivo principal observar índices de validade fatorial e consistência interna da escala. Especificamente, objetiva-se observar como o escore obtido pela Escala BEAF se correlaciona com a aceitação, identificação e importância atribuída à família pelo indivíduo e se varia em função de idade ou sexo.

 

Método

Participantes

Esta pesquisa foi realizada com 302 estudantes de uma Universidade Pública do Estado da Paraíba, idade média de 23 anos (DP = 5,19), com a maioria pertencente ao sexo feminino (59,6%) e classe média (85,3%). O número de sujeitos permitiu satisfazer condições básicas para as análises estatísticas utilizadas.

 

Instrumento

A escala foi construída mediante adaptação para o contexto familiar da Escala de Bem-estar Afetivo no Trabalho (JAWS) (Gouveia, Fonsêca, Lins, Lima & Gouveia, 2008), composta por 30 itens, com afirmações iniciadas por "Minha família me faz sentir..." e a respectiva emoção. As respostas foram dispostas na escala Likert variando de 0 ("Nunca") a 5 ("Sempre"). Tal estrutura julgou-se adequada haja vista que medidas de auto-relato são apropriadas para a avaliação do Bem-Estar, por somente o indivíduo ser capaz de julgar suas experiências prazerosas e dolorosas (Albuquerque & Tróccoli, 2004).

Também foi solicitado aos participantes da pesquisa que expressassem qual a emoção, dentre as 30 propostas na escala, que ele mais e menos vivenciava no contexto familiar. Por fim, foram apresentados itens para que esses informassem o quanto eles consideram a família importante para si e para as pessoas de forma geral, o grau de identificação com sua família, o quanto eles se consideram aceitos pelas mesmas, e a religiosidade, em uma escala de 7 pontos.

 

Procedimentos e aspectos éticos

A amostra foi não-probabilística por conveniência e a aplicação ocorreu tanto coletivamente, em sala de aula, como individualmente, ao abordar alunos no espaço da Universidade e solicitar sua cooperação para responder ao questionário de acordo com a sua disponibilidade. Cada participante utilizou entre 15 a 30 minutos para a execução da tarefa. Quanto aos aspectos éticos, estes foram assegurados por meio do termo de consentimento livre e esclarecido, que atestava o anonimato dos participantes, a confidencialidade de suas respostas e a sua livre deliberação em participar da pesquisa.

 

Análise dos dados

Os dados foram registrados na forma de banco de dados do programa de informática SPSS (Statistical Package for Social Sciences) for Windows 15.0, e analisados por meio de estatística descritiva e inferencial uni, bi e multivariada. Para os procedimentos descritivos, foram apresentadas frequências e medidas de tendência central (Média) e de variabilidade (Desvio Padrão). Os procedimentos de inferência estatística foram feitos com base em estatística paramétrica, depois de avaliadas a assimetria e a curtose para a normalidade dos dados. Para tanto, foram realizados testes de hipóteses para amostras independentes (teste t de student e análises de correlação (r de Pearson). Por fim, os procedimentos multivariados se deram por meio de análise dos componentes principais (com rotação varimax) e cálculos do Alfa de Cronbach.

 

Resultados

Inicialmente foi construída uma matriz de correlação para se observar a direção dos itens, que sugeriu itens bidirecionais. Os negativos à avaliação do constructo foram invertidos quando computado o escore total de bem-estar afetivo familiar, utilizado a posteriori nas análises de correlação. Para os procedimentos multivariados, no entanto, foram utilizados os itens tais quais dispostos aos participantes.

Após verificar a fatorabilidade da matriz de correlação entre os itens da escala por meio do KMO (=0,95) e teste de Esfericidade de Bartlett [c²(435)=4763,5; p<0,001], foi realizada uma análise dos componentes principais (considerando a sua natureza exploratória), com rotação varimax (com o intuito de maximizar as altas correlações e minimizar as baixas). Foi apresentada uma estrutura com 4 componentes (com valores próprios superiores a 1), que explicava 56,64% da variância total. No entanto, dado o modelo expresso graficamente (ver gráfico 1) e pressupostos teóricos da bidimensionalidade do afeto, optou-se por realizar uma nova extração, fixando desta vez o número de componentes.

Gráfico de sedimentação dos valores próprios

Nesta segunda extração, os dados foram submetidos à análise dos componentes principais com rotação Varimax (cargas fatorias ≥ 0,40) e estabelecimento de dois componentes. Para tanto, explicou 48,91% da variância total, conforme está detalhado na Tabela 1. Ressalta-se que se optou por esta estrutura fatorial, haja vista que melhor representa o modelo teórico adotado.

Tabela 1 - Disposição fatorial dos componentes da BEAF

Componentes
Item Conteúdo I II
16 Empolgado 0,84  
17 Entusiasmado 0,83  
15 Animado 0,79  
14 Com energia 0,77  
25 Inspirado 0,73  
09 Contente 0,68  
29 Satisfeito 0,67  
28 Honrado 0,64  
13 Orgulho do que sou 0,64  
06 Alegre 0,63  
24 Feliz 0,58  
01 Tranqüilo 0,53  -0,46
07 Calmo 0,53 -0,42
30 À vontade 0,51  
27 Agradecido 0,46  
18 Assustado   0,72
08 Confuso   0,71
21 Triste   0,70
10 Depressivo   0,69
11 Desgostoso   0,67
22 Cansado   0,60
03 Chateado    0,59
05 Incomodado   0,59
20 Furioso   0,57
04 Ansioso   0,57
02 Com Raiva   0,56
23 Pressionado    0,54
12 Desencorajado -0,46 0,53
19 Malsucedido   0,43
26 Miserável    
Eigenvalue   12,44 2,23
% Variância Total     41,47 7,44,
Alpha de Cronbach   0,93 0,90
Número de Itens   16 16

Para este modelo, um dos itens (26. Minha família me faz sentir miserável) não apresentou carga fatorial satisfatória (≥0,40) para se enquadrar em algum dos componentes, sendo, portanto, excluído da versão final do instrumento. Quanto aos demais, estes foram distribuídos nos seguintes fatores.

Componente I: Nomeado de "Familiar Positivo", apresentou 16 itens, referentes às emoções preditoras de um alto bem-estar, como "feliz", "satisfeito" e "animado". Suas cargas fatorias variaram de 0,46 a 0,84, explicando 41,47% da variância total, por meio de um valor próprio de 12,44. Por fim, sua consistência interna foi calculada, expressa pelo Alfa de Cronbach (α = 0,93). Os itens "tranqüilo" e "calmo" deste componente também apresentaram cargas satisfatórias para integrar o outro componente.

Componente II: "Familiar Negativo", apresentou 16 itens, relacionados, em contrapartida, às emoções opostas ao do fator anterior, tais como "confuso", "cansado" e "assustado". As cargas fatoriais variaram de -0,42 a 0,72, com valor próprio igual a 2,23. A variância total deste componente explicou 7,44% e a sua consistência interna teve um Alfa de Cronbach igual a 0,90. Destaca-se, finalmente, que o item "desencorajado" integrou também o componente "Familiar positivo".

Com relação à freqüência das emoções, temos que as mais vivenciadas foram "feliz" (n = 51), "agradecido" (n = 38) e "orgulho do que sou" (n = 36), e as emoções menos vivenciadas foram "miserável" (n = 130), "depressivo" (n = 30) e "mal-sucedido" (n = 14).
Tendo em vista o caráter exploratório da técnica dos componentes principais, e os seus fins de redução de um conjunto de dados para outros menores, são sugeridas análises adicionais, como testes de hipóteses e análises de correlação (Dancey & Reidy, 2006). Para tanto, com o intuito de se obter uma melhor compreensão das demais variáveis com os fatores positivo e negativo do bem estar familiar foi realizada uma análise de correlação r de Pearson. (ver tabela 2). Foram observadas correlações positivas e negativas entre todas as variáveis, variando de 0,120 a 0,944.

Tabela 2 - Contingenciamento dos componentes do BEAF com a Percepção de Família e seus fatores subjacentes

Variáveis

Importância atribuída à família

Religiosidade

Aceitação

Identificação

Familiar Positivo

Familiar Negativo

Bem-Estar Afetivo Familiar

Importância atribuída à família

1

 

 

 

 

 

 

Religiosidade

0,210**

1

 

 

 

 

 

Aceitação

0,576**

0,167**

1

 

 

 

 

Identificação

0,543**

0,201**

0,671**

1

 

 

 

Familiar Positivo

0,490**

0,117**

0,635**

0,636**

1

 

 

Familiar Negativo

-0,402**

-0,120*

-0,598**

-0,594**

-0,786**

1

 

Bem-Estar Afetivo Familiar

0,482**

0,131*

0,658**

0,653**

0,944**

-0,936**

1

** p ≤ 0,01
* p ≤ 0,05

Para o escore total de Bem-Estar Afetivo Familiar, uma matriz de correlação indicou a presença de itens negativos ao bem-estar, que foram invertidos para o cálculo do escore total de BEAF, feito a partir da soma de todos os seus itens. Tal escore apresentou correlação positiva e fraca com o grau de religiosidade do participante e positiva e moderada com o grau de importância atribuído a família, a aceitação e identificação deste com a sua família. Para o primeiro componente, os resultados foram semelhantes, tanto na força quanto na direção das correlações, ao passo que para o segundo componente, o "Familiar Negativo", este apresentou correlações negativas com todas as variáveis, sendo fraca para a religiosidade e moderada para a importância, aceitação e identificação com a família.

Os componentes do BEAF e a sua pontuação total também foram correlacionados entre si, apresentando-se fortes (r>0,70) e na direção esperada. Por fim, com relação à avaliação do BEAF em função do sexo e idade, foram realizados testes t de student, após satisfeitos os critérios de normalidade e homogeneidade dos dados. Os dados pormenorizados encontram-se na tabela 3.

Tabela 3 - Avaliação do Bem-Estar Afetivo Familiar em função do sexo e idade

Variáveis

Bem-Estar Afetivo Familiar

Familiar Positivo

Familiar Negativo

M

DP

M

DP

M

DP

Sexo

Masculino

117,3

20,4

62,5

12,2

34,3*

11,0

Feminino

113,5

21,6

60,9

12,6

37,2*

12,9

Idade

<21 anos

115,3

20,7

61,7

12,2

36,0

11,2

≥22 anos

114,6

21,6

61,4

12,8

36,1

12,4

As estatísticas descritivas apontam que estudantes do sexo masculino apresentaram escores maiores de Bem-Estar Afetivo Familiar e Familiar Positivo, no entanto, essa diferença não é significativamente relevante do ponto de vista estatístico. Em contrapartida, no componente Familiar Negativo, índices estatísticos (t=-2,113;gl=300; p=0,035) sugerem que há diferença de sexo, nos quais os estudantes de sexo feminino apresentam maiores escores. Finalmente, quanto ao confronto das variáveis do BEAF com a idade dos participantes, ainda que os escores positivos sejam maiores para o primeiro grupo (idade<21anos), esta variação não é estatisticamente significante (p>0,05).

Para verificar o quanto os estudantes atribuem importância a sua família em comparação com as outras pessoas, foi realizada uma subtração entre duas variáveis "Para mim, família é" e "Para as pessoas de uma forma geral, família é" (a escala de resposta era 7 pontos, onde 0 = Nada importante e 7 = Muito Importante). O resultado da subtração poderia apresentar 3 possibilidades: menor, igual ou maior que zero, onde o "> 0" representa um maior grau de importância (ver Tabela 4).

Tabela 4 - Importância atribuída à família em comparação com as pessoas de forma geral

Importância atribuída à família

Resultado

%

As pessoas de forma geral atribuem mais importância a família do que eu

< 0

12,5%

Tanto as pessoas de forma geral como eu atribuímos importância a família de igual forma

= 0

30,5%

Eu valorizo a família mais do que as pessoas de forma geral

> 0

57,0%

Pode-se observar que 57% dos estudantes atribuem maior importância à valorização da família em comparação com as pessoas de forma geral, e em detrimento de uma atribuição igual (30%) ou inferior (12,5%) nessa comparação. A valorização da família pode ser um fator agregado à efetivação de um bem-estar afetivo no contexto familiar e, consequentemente, à promoção da saúde mental.

 

Discussão

De acordo com os resultados apresentados, infere-se que a Escala de emoções vivenciadas em ambiente familiar (BEAF) pode ser utilizada para identificar indicadores de afetos positivos e/ou negativos relacionados com o bem-estar afetivo no contexto específico da família.

Quanto aos índices psicométricos avaliados, estes se apresentaram satisfatórios, garantindo a validade fatorial e a consistência interna da escala proposta. No entanto, ainda que sugiram uma confiabilidade dos resultados, algumas ressalvas se fazem necessárias, sobretudo no que concerne a características da amostra. Apesar de esta atender aos critérios estatísticos propostos por Pasquali (2003), que sugere que para delineamentos fatoriais deve-se determinar o tamanho da amostra multiplicando por 10 o número de itens da escala, esta apresentou limitações quanto a sua diversidade. Isto é, contemplou somente estudantes universitários de faixas etárias próximas, impossibilitando, portanto, a generalização dos resultados. De qualquer forma, dado seus indicadores estatísticos, é possível discutir tais achados e estes podem contribuir para os estudos do bem-estar afetivo familiar.

A estrutura fatorial encontrada corroborou parcialmente com a medida de bem-estar subjetivo proposta por Albuquerque e Tróccoli (2004), considerando que a análise dos componentes dos seus dados identificou três dimensões: afeto positivo, afeto negativo e satisfação/insatisfação com a vida. Atribui-se o aparecimento de uma terceira dimensão nos resultados deles à inclusão de itens da escala de satisfação com a vida. Isto é, na elaboração da sua escala, boa parte dos seus itens foi originária de escalas já existentes, de forma que os resultados por eles encontrados refletem a seleção das escalas.

Os resultados apresentados neste manuscrito apontam para dois componentes, que podem revelar um fenômeno presente nos grupos sociais, mais especificamente no núcleo familiar, onde coexistem emoções opostas relacionadas aos membros do grupo em que o indivíduo está inserido, corroborando com a afirmação de Souza (1997), que trata do grupo "família" como um ambiente de relações afetivas complexas, que ora se complementam e ora divergem.

O quanto uma pessoa está se sentindo alerta, ativa, com entusiasmo e a extensão desse seu sentimento é refletida pelo afeto positivo (Albuquerque & Tróccoli, 2004). Altos níveis de afeto positivo representam um estado de alta energia, grande concentração e alto grau de satisfação. Entretanto baixos níveis de afeto positivo são caracterizados por estados de tristeza e de letargia. O afeto negativo é então visto como uma dimensão geral da angústia e da insatisfação que incluem uma variedade de estados de humor aversivos, incluindo a raiva, a culpa, o desgosto, o medo. Quando os níveis de afeto negativo estão baixos, eles são representativos de um estado de calma e serenidade. Os estudos acerca do bem-estar são baseados principalmente na freqüência de afeto prazeroso e menos na intensidade do mesmo, como sugere Giacomoni (2002).

Os afetos são utilizados em estudos acerca dos conflitos interpessoais (Leme, 2004). Estes conflitos são entendidos como situações de interação social de confronto, desacordo, frustração, etc., e desencadeadas por afetos negativos em determinadas situações, incluindo âmbito familiar. Nessas situações, a resolução pode ser feita de maneira violenta ou pacífica, o que irá depender dos recursos cognitivos e afetivos envolvidos e desenvolvidos pelo sujeito, sem excluir, evidentemente, o contexto social em que este conflito ocorre. Neste sentido, a resolução de problemas, como o conflito interpessoal, fornece importantes informações sobre o esclarecimento desta mobilização conjunta de afeto e conhecimento, e seu papel no funcionamento psicológico na infância e adolescência, em um contexto cultural.

As pontuações referentes aos componentes do afeto positivo e negativo, independentes do sexo ou faixa etária, foram bem superiores no primeiro componente. Resultados semelhantes foram encontrados por Arteche e Bandeira (2003), ainda que utilizando outra escala para avaliação do construto. Estes autores, investigando os afetos positivos e negativos em jovens trabalhadores e não trabalhadores, observaram bons níveis de bem-estar nos dois grupos, que indicam que adolescentes reportam, em geral, bons níveis de bem-estar subjetivo. Acredita-se que tais dados podem servir de parâmetro para comparação desta pesquisa, em virtude do fenômeno investigado e características próximas da amostra.

A pontuação total de Bem-Estar Afetivo Familiar e seus componentes apresentou correlações moderadas com a importância que o indivíduo atribui à sua família e com a aceitação e identificação deste com ela. Com relação a um maior bem-estar se este se sente aceito pela família, ressalta-se que um sentimento, de natureza bastante predominante, é o de fazer parte, de ser contido (não no sentido de repressão) (Souza, 1997). O sentir-se parte do grupo traz mais conforto aos seus membros, e quanto mais confortável um jovem se sentir na célula familiar, mais ele dedicará seu tempo à família, e buscará a estabilidade emocional que internamente ainda não alcançou (Atwater, 1988). Assim, a importância dada pelos jovens à valorização da família em comparação com os outros deve ser interpretada como uma percepção ou avaliação do seu relacionamento familiar. Esse tipo de representação está relacionado com a forma que o bem-estar afetivo, nesse ambiente em particular, pode ser positivo para outros âmbitos da vivência social.

Considerações sobre o suporte familiar também podem ajudar a compreender tais correlações. Baptista (2007) enfatiza a importância do suporte familiar para amostras específicas e sua relação com aspectos psicológicos e sociais. Por exemplo, o autor cita que indivíduos com baixo carinho paternal apresentam maiores traços de neuroticismo, baixa responsabilidade e menos direcionamento de vida. Cita como ilustração, ainda, a correlação positiva entre afetividade familiar, socialização e extroversão, e a correlação negativa entre consistência familiar e neuroticismo. Ou seja, ainda que utilize escalas diversas, observa-se que os achados sobre afetividade e família apresentam a mesma direção daqueles sobre suporte familiar e personalidade. Portanto, os resultados encontrados já eram esperados, se consideradas essas premissas, sendo respaldados pela literatura.
Ainda que apresente uma correlação fraca, o BEAF e seus componentes se relacionaram à religiosidade. Alminhana e Moreira-Almeida (2009) fazem menção às relações positivas entre religiosidade e bem-estar, sugerindo que atividades religiosas e/ou espirituais levam à redução dos sintomas de depressão e que psicoterapias seculares e de orientação religiosa apresentam a mesma efetividade. No entanto, não se reportam à relação com a família. Quando discutem o bem-estar afetivo no contexto familiar, citam apenas que adolescentes emocionalmente instáveis podem adotar a religião dos pais como forma de manter tal bem-estar e de evitar conflitos com a família.

Tais considerações, associadas aos achados desta pesquisa, incitam reflexões sobre a natureza da correlação encontrada. Ou seja, questiona-se se a correlação de fato é devida ao contexto familiar ou se tal correlação se deu apenas por se tratar de uma medida de bem-estar. Estima-se que esta última premissa é a mais adequada, considerando que já é considerada pela literatura.

Arteche e Bandeira (2003) propõem que adolescentes reportam bons níveis de bem-estar, embora tais níveis possam não ser tão elevados quando se avalia o bem-estar em relação aos diferentes contextos das suas vidas, por meio de medidas multidimensionais que considerem, por exemplo, a família, a amizade e a escola. Portanto, sugere-se para investigações futuras que, associado à escala BEAF, seja utilizado algum instrumento que avalie o bem-estar de forma geral, com o intuito de comparar os resultados e obter resultados empíricos para testar essa premissa.

Por fim, quanto à diferença encontrada entre os sexos dos participantes na avaliação do afeto negativo, chama-se a atenção para uma interpretação crítica desse dado. A variação nos escores foi mínina, de forma que é mais ponderado atribuir tal diferença a características da amostra. Com relação aos dois grupos etários, a semelhança nos resultados vai ao encontro de uma teoria que Fiquer (2006) destaca, a teoria do "set-point", que sugere que a idade tem um efeito irrelevante sobre o bem-estar. Mesmo essa teoria não sendo aceita consensualmente, atribui-se a semelhança dos escores nos componentes à pouca variabilidade das idades da amostra, não sendo possível avaliar o fenômeno com dados mais representativos.

É importante ressaltar o papel dos pais na vivência dos afetos das crianças e adolescentes (Giacomoni, 2002; Giacomoni, 2004; Oliveira & Caldanha, 2004 e Ruiz & Oliveira, 2005). Estes autores citam que se deve levar em consideração a vivência dos afetos desde a infância, e o desenvolvimento emocional da criança e do adolescente. Isso porque os afetos são um importante componente do bem-estar, ficando explícita a sua importância desde o desenvolvimento da criança para que este se torne um adulto saudável, assim como a importância da afetividade no processo de ensino-aprendizagem.

Por este motivo, sugere-se que investigações futuras avaliem crianças e adolescentes, ou ainda, amostras em distintas faixas etárias, com vistas a observar o percurso do bem-estar em função da idade. Sugere-se também a realização de novos estudos, que possam contemplar a avaliação de outros tipos de validade (como a convergente, por exemplo), por meio da correlação com medidas já válidas.

 

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Submetido em: 08/01/2010
Revisto em: 07/06/2010
Aceito em: 08/06/2010

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