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Arquivos Brasileiros de Psicologia

versão On-line ISSN 1809-5267

Arq. bras. psicol. vol.67 no.1 Rio de Janeiro  2015

 

ARTIGOS

 

Produção científica em Psicologia nos cursos de graduação de psicólogos*

 

Papers of College students' of Psychology under investigation

 

Producción científica en psicología en la formación de grado de psicólogos

 

 

Joyce CostaI; Oswaldo Hajime YamamotoII

IMestre em Psicologia. Programa de Pós-Graduação de Psicologia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Natal. Estado do Rio Grande do Norte. Brasil
IIDocente. Programa de Pós-Graduação de Psicologia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Natal. Estado do Rio Grande do Norte. Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Esta pesquisa objetivou analisar a presença da produção científica nacional em Psicologia na formação graduada de psicólogos do Rio Grande do Norte. Focalizaram-se referências bibliográficas (básicas e complementares) em planos de ensino de disciplinas do Núcleo Comum da formação, ministradas em 2011, em três cursos do Estado. Analisaram-se aspectos bibliográficos e contextuais da produção, como nacionalidade, vinculação dos autores a Programas de Pós-Graduação (PPGs), eixo estruturante da disciplina à qual pertence, entre outros. Os resultados revelaram que a produção científica brasileira de Psicologia está presente na graduação - algo positivo, visto sua importância para o desenvolvimento da área. Porém, tal inserção é menos expressiva que o crescimento da produção nos PPGs. A prevalência de publicações estrangeiras na maioria dos eixos estruturantes indica lacunas da produção nacional em alguns domínios investigativos da Psicologia e descompasso entre o que é investigado nos PPGs e o que é visto na graduação da área.

Palavras-chave: Comunicação científica; Pós-Graduação; Ensino de psicologia.


ABSTRACT

This research aims to analyze the presence of scientific production in psychologists' undergraduate in Rio Grande do Norte. It focuses on the bibliography suggested on the subject plans of the basic undergraduate curriculum in Psychology, held in 2011, in three courses. The analysis refers to bibliographic and contextual aspects of the production, such as nationality and professional bonds of the authors from Postgraduate Programs. The results revealed that Brazilian scientific production in Psychology can be found on the undergraduate curriculum. Nevertheless, the inclusion of Brazilian scientific production on the psychologists' undergraduate courses is not as expressive as its growth in Postgraduate Programs, which indicates gaps on some researching domains on the national Psychology and a discrepancy between what is investigated in Postgraduate Programs and what is studied during the undergraduate courses.

Keywords: Scientific production; Postgraduate; Teaching Psychology


RESUMEN

Esta investigación objetiva analizar la presencia de la producción científica brasileña en la formación de grado de psicólogos de Rio Grande do Norte. Se apuntó hacia las referencias bibliográficas recomendadas en las asignaturas del Núcleo Común curricular, profesadas en 2011, en tres cursos. El análisis fue acerca de aspectos bibliográficos y contextuales de la producción, como la nacionalidad, vinculación de los autores a los Programas de Posgrado, eje estructural de la asignatura. Los resultados han revelado que la producción científica brasileña de Psicología está presente en el currículo, algo positivo, dada su importancia para el desarrollo de la zona. Sin embargo, dicha inserción en la formación de psicólogos ocurre de modo menos expresivo que su crecimiento en los Programas de Posgrado. La prevalencia de publicaciones extranjeras en la mayoría de los ejes estructurales indica huecos en el desarrollo de algunos dominios investigativos de la Psicología nacional y el descompaso entre lo que es investigado en los cursos de Posgrado y lo que es estudiado en el grado.

Palabras clave: Comunicación Científica; Posgrado; Enseñanza de Psicología


 

 

Introdução

Conforme apontam alguns índices nacionais e internacionais, o Brasil cresceu em número de produções científicas nos últimos anos e aproxima-se de nações centrais no cenário da ciência mundial - historicamente representadas por países da Europa, da América do Norte e da Ásia (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior [CAPES], 2010; Nature, 2012; Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura [UNESCO], 2010; SCImago, 2007). Embora tais índices não retratem com exatidão o crescimento da produção nacional - as classificações empreendidas por reconhecidas bases de dados (como Scopus ou Web of Science) consideram apenas a produção em formato de artigos veiculada em periódicos indexados pelas mesmas -, tal expansão reflete o desenvolvimento científico do país, produto de políticas governamentais empreendidas nesse âmbito. Dentre estas, destacam-se as voltadas para o desenvolvimento das universidades públicas e de seus programas de pós-graduação, considerados os centros da atividade científica brasileira.

Acompanhando tal desenvolvimento, a Psicologia não destoa desse cenário: entre 1996 e 2008, a quantidade de cursos de graduação na área cresceu 150%. Atualmente, apresenta-se como a segunda maior área em Ciências Humanas em número de programas e cursos de pós-graduação (n = 77) (CAPES, 2014). Outrossim, observa-se crescimento quantitativo de suas publicações: basta verificar que, no triênio 2010-2012, os PPGs de Psicologia produziram 11.764 publicações (7.373 artigos e 4.391 livros e capítulos de livros), contra 8.034 do triênio anterior (Bastos, Andery, & Trindade, 2013).

Esse crescimento não tem passado despercebido internacionalmente: em levantamento empreendido por García-Martínez, Guerrero-Bote e Moya-Anegón (2012) sobre a produção científica de Psicologia publicada no período 2003-2008 e indexada na base Scopus, as publicações brasileiras na área destacaram-se pelo aumento numérico. Contudo, as mesmas se mantiveram distantes do topo da lista desse levantamento, ocupado pelos EUA, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Áustria e Holanda, que, juntos, concentraram 70% da produção do período.

O aumento do número de periódicos, de programas de pós-graduação com doutorado, das facilidades para publicação de livros, dentre outros fatores, sugerem que as produções em Psicologia ainda tendem ao crescimento nos próximos anos. Esse fenômeno suscita diversas questões, que envolvem desde a qualidade do que se publica até a destinação dessa produção. Tomando essa última inquietação, questiona-se: tal produção tem subsidiado o desenvolvimento da área, ultrapassando os muros dos programas de pós-graduação (PPGs)? Além da preocupação atual com a inserção social dos PPGs, tal ultrapassagem também pode ocorrer, basicamente, de duas formas: pela inserção das publicações científicas no âmbito da graduação ou por sua utilização na prática profissional, sendo a primeira a que interessa diretamente à presente pesquisa.

Essa interrogação reveste-se de relevância na medida em que se reconhece que o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) pode oferecer contribuições para diversos âmbitos, especialmente para o campo educacional. Nesse sentido, a cooperação com a graduação é defendida por diversos autores, sobretudo com vistas à qualificação do ensino graduado. Tal qualificação pode ser alcançada, dentre outras formas, pela atualização do conhecimento transmitido, com a inclusão de saberes mais recentes e contextualizados, propiciando uma aproximação com a realidade, que é, em si, multifacetada (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia [ANPEPP], 2012; Féres-Carneiro, Bastos, Feitosa, Seidl-de-Moura, & Yamamoto, 2010; Yamamoto, 2006).

Assim, o crescimento da pós-graduação da área e de suas publicações científicas tem o potencial de sanar ou atenuar algumas defasagens historicamente observadas na formação graduada de psicólogos. Esses problemas envolvem, dentre outros fatores, a utilização excessiva e acrítica de conteúdos estrangeiros e pouca proximidade dos conhecimentos disseminados com a realidade nacional (Botomé, 1979; Lo Bianco, Bastos, Nunes, & Silva, 1994; Mello, 1975; Zanelli, 1995). Na contramão desse processo, alguns estudos apontam mudanças nos últimos anos, com crescente utilização de publicações brasileiras na graduação, maior criticidade no uso de trabalhos estrangeiros - material esse não desprovido de relevância, principalmente considerando-se as obras clássicas (Ferreira Neto, 2010; Hutz, Gomes, & McCarthy, 2006; Souza & Souza Filho, 2009).

Tal como em âmbito nacional, a formação em Psicologia no Rio Grande do Norte não escapa de críticas: de modo geral, tanto pesquisadores quanto os próprios profissionais problematizam a capacitação profissional na área, assinalando tradicionalismo teórico-metodológico, com forte viés clínico. Consequentemente, tal formação é avaliada como insuficiente, sobretudo frente aos novos campos de inserção do psicólogo (Ribeiro, 2010; Seixas & Yamamoto, 2012; Yamamoto & Cunha, 1998; Yamamoto, Siqueira, & Oliveira, 1997).

Diante do exposto, o estudo ora apresentado objetivou analisar a presença da produção científica nacional em Psicologia na formação graduada de psicólogos no Rio Grande do Norte. Embora os resultados e análises refiram-se à realidade dos cursos desse Estado, acredita-se que os mesmos possam servir para pensar a relação entre a produção dos PPGs e a graduação em âmbito nacional, visto que os cursos possuem características muito semelhantes àquelas apresentadas em outras regiões (como poderá ser observado mais adiante), além do fato de responderem às mesmas diretrizes norteadoras da formação na área.

 

Método

A investigação aqui apresentada tratou de uma pesquisa documental, com caráter descritivo-exploratório. Teve como alvo as referências bibliográficas mencionadas em planos de ensino de disciplinas ligadas ao Núcleo Comum dos cursos de Psicologia do RN. Atualmente, os cursos de graduação em Psicologia no Brasil devem planejar e organizar sua grade de disciplinas em dois blocos: o "Núcleo Comum", que visa conferir uniformidade nacional à formação na área, e "Ênfases Curriculares", que substituem os estágios por área e permitem ao aluno aprofundar-se em algum campo específico da Psicologia, sem, contudo, implicar em especialização em alguma área (Resolução nº 5/2011). A fim de retratar o cenário mais atual, optou-se por coligir os planos de ensino das disciplinas ministradas em 2011 (ano em que foi realizada a coleta).

A análise desse material constitui-se em via legítima de investigação, uma vez que permite verificar em que medida os conhecimentos produzidos em âmbito institucional, nacional e internacional estão presentes nos cursos de Psicologia. Cabe notar que a delimitação da pesquisa em disciplinas do Núcleo Comum desses cursos justifica-se na medida em que esse bloco da formação objetiva conferir homogeneidade à preparação básica do psicólogo em todo o território nacional.

Atualmente, cinco instituições de ensino superior (IES) ofertam cursos de Psicologia no Estado, e todas estão localizadas na cidade de Natal/RN. Assim como ocorre em âmbito nacional, há predomínio da rede privada de ensino. Juntas, as instituições ofertam aproximadamente 665 vagas para graduação em Psicologia ao ano (Tabela 1). Quanto ao desenvolvimento de pesquisas, apenas uma delas possui programa de pós-graduação na área, com conceito cinco, conforme a última avaliação empreendida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES, 2014).

Procedimentos de coleta e análise dos dados

A coleta dos planos de ensino ocorreu entre o segundo semestre de 2011 e o primeiro de 2012, tendo sido solicitados às coordenações dos cursos. A análise incidiu sobre 121 documentos de três cursos do Estado, sendo um público e dois privados. Juntos, esses planos mencionaram 811 publicações distintas. Cabe esclarecer que esse montante de documentos não corresponde à totalidade dos cursos existentes (n = 5) nem das disciplinas ofertadas pelos cursos, devido a alguns obstáculos: um dos cursos passou a funcionar apenas em 2012, e uma das instituições não disponibilizou os documentos, de modo que esses dois cursos não participaram da pesquisa. Das demais IES, o material foi obtido parcialmente, correspondendo a 51%, 70% e 96% dos planos de ensino de cada curso.

As informações buscadas sobre as referências bibliográficas mencionadas nos documentos referiram-se a aspectos bibliométricos das produções científicas. É preciso fazer a ressalva de que há um campo específico da Ciência da Informação que se detém sobre esse tipo de informação: trata-se da Bibliometria, área voltada para o estudo quantitativo da elaboração, disseminação e circulação de publicações científicos, bem como seus autores e usuários. Busca identificar, dentre outras coisas, padrões de distribuição da literatura nas regiões, contribuição realizada por instituições de pesquisa, variações da produção de áreas do conhecimento e produtividade dos autores (Macias-Chapula, 1998; Santos & Kobashi, 2009; Silva, Hayashi & Hayashi, 2011). Assim como os trabalhos dessa área, compreende-se que a análise de aspectos bibliográficos oferecem indicadores para caracterização e avaliação dos padrões de publicações citadas nos documentos (Silva, Hayashi, & Hayashi, 2011; Vanz & Stumpf, 2010), auxiliando a presente pesquisa a responder a questão inicial.

Quando um dado estava ausente nos planos de ensino (por exemplo, ano da publicação), recorreu-se a fontes de informação complementares, a saber: Currículo Lattes, sites pessoais dos pesquisadores ou as próprias publicações citadas nos planos. As informações coligidas foram organizadas em banco informatizado de análise de dados. Para análise, recorreu-se à estatística descritiva simples - frequências e percentuais. Os dados foram analisados em dois blocos: a) "De onde vem essa produção?", que diz respeito à origem de toda produção recomendada nos planos de ensino e compreende nacionalidade, se presente em programa de pós-graduação e qual a sua área - essas duas últimas informações tomam como referência o ano da primeira edição da publicação; e b) "Que produção dos PPGs de Psicologia é sugerida?", que buscou analisar mais detalhadamente os materiais dos referidos programas quanto a outros aspectos, a saber: ano da publicação, autoria (primeiro autor), distribuição geográfica e institucional (baseada na vinculação do autor no ano da primeira edição da publicação), tipo de produção citada, se trata de obra organizada no caso de livros e distribuição do material pelos eixos estruturantes nos quais as disciplinas localizam-se (Fundamentos epistemológicos e históricos, Fundamentos teórico-metodológicos, Procedimentos para a investigação científica e a prática profissional, Fenômenos e processos psicológicos, Interfaces com campos afins do conhecimento e Práticas profissionais), sendo possível a categorização em mais de um eixo (Resolução nº 5/2011).

Uma síntese do percurso da análise realizada pode ser visualizada na Figura 1.

 

 

Nos dois blocos explicitados realizou-se análise por instituição, buscando caracterizar a produção sugerida nos cursos e captar possíveis especificidades que cada um poderia apresentar, dadas as diferenças quanto à organização acadêmica, natureza jurídica, programa de pós-graduação e tempo de existência. Essa discriminação por IES só não foi feita na análise por eixo estruturante. Tal análise, por sua vez, foi contemplada no segundo bloco de informações e justifica-se uma vez que permite a apreciação conjunta do material recomendado, além de fornecer indicativos sobre o conteúdo do mesmo. Diante disso, classificaram-se as disciplinas dos cursos potiguares quanto aos eixos aos quais pertencem, tomando-se por base a estratégia e a definição de eixos propostos por Seixas, Coelho-Lima, Silva e Yamamoto (2013).

Além disso, as disciplinas foram classificadas quanto a sua inserção na área ("Exclusivamente em Psicologia", "Em Psicologia e outra área", "Eminentemente em outra área"), o que serviu para que na análise de cada eixo estruturante fossem consideradas apenas as disciplinas ligadas à Psicologia (predominantemente ou parcialmente) -, com exceção do eixo "Interface com campos afins do conhecimento", que compreende conteúdos de outros campos do conhecimento.

 

Resultados e discussão

Caracterização geral da produção

Para evitar a identificação dos cursos aos quais pertencem os planos de ensino analisados, eles foram denominados, neste escrito, por Curso A, B e C. Ressalte-se também que, de modo geral, os dados correspondem às bibliografias básicas e complementares juntas - os casos em que houve análise desse material separadamente encontram-se sinalizados ao longo do texto.

No tocante ao número de produções sugeridas em cada curso analisado, observa-se a predominância do Curso C: Curso A (n = 165), Curso B (n = 280) e o Curso C (n = 438). Isso pode ser reflexo do fato de que a IES do referido curso possui programa de pós-graduação na área, o que favorece uma maior aproximação com a produção científica existente. Ademais, indica que a mesma possui um acervo bibliográfico mais extenso, fato corroborado pelo maior tempo de existência do Curso C em relação aos demais.

No total, os cursos recomendaram, juntos, 811 obras distintas, distribuídas entre 615 autores. Dessas, 745 referências apareceram exclusivamente em um dos cursos, e apenas seis foram mencionadas em todos eles, a saber: A construção social da realidade (Berger & Luckmann, 1966), Freud e o inconsciente (Garcia-Roza, 1984), Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evolução (Baum, 1994), Convite à filosofia (Chauí, 1994), Novas veredas da psicologia social (Lane & Sawaia, 1995) e As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social (Sawaia, 1999).

O alto índice de trabalhos não repetidos entre os cursos manifesta a diversidade que marca a construção do conhecimento em Psicologia, reconhecida pela variedade de abordagens teóricas, metodológicas e objetos de estudo adotados. Essa diversidade não se apresenta apenas em termos de quantidade de obras distintas mencionadas, mas se confirma pelo grande número de autores identificados, havendo pouco mais de um trabalho por autor. Depreende-se também que os cursos podem proporcionar formações distintas, de modo que foi possível estruturar três cursos de Psicologia cujas referências quase não se repetem. Esse traço, a princípio, pode distanciar os cursos da homogeneidade nacional para formação de psicólogos no Brasil, conforme proposta pelas DCNs, que propõe que haja um Núcleo Comum presente na estruturação dos currículos nas IES.

Note-se que, dentre as seis únicas referências que se repetiram nos três cursos, três podem ser relacionadas à Psicologia Social crítica: A construção social da realidade, Novas veredas da psicologia social e As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social.

Em relação aos autores que se repetem nas três IES, percebe-se que há mais autores nacionais do que estrangeiros, conforme mostra a Tabela 2.

 

 

A maior presença de autores nacionais, como sinalizado anteriormente, indica que os mesmos são considerados autores basilares para a Psicologia no Brasil, sendo indispensável o conhecimento de suas obras na formação.

Assim, verifica-se que entre cursos de Psicologia do RN há uma tendência à modificação da bibliografia sugerida, especialmente no tocante à origem dessa produção e às perspectivas teóricas.

De onde vem essa produção?

Para a leitura dos dados apresentados nessa e na próxima subseção, não se deve tomar por base o total de 811 obras, tendo em vista que houve repetição de obras entre dois ou três cursos; diante disso, a soma dos valores apresentados nos cursos superará esse total em alguns casos.

Inicialmente, dentre as 791 obras das quais se identificou a origem, verifica-se a prevalência de obras de autores com vinculação nacional nos três cursos - Curso A (75,3%; n = 122), Curso B (64,6%; n = 177) e Curso C (61%; n = 257) -, traço esse que permanece mesmo quando se consideram apenas as referências básicas - Curso A (71%; n = 71), Curso B (63,6%; n = 68) e Curso C (60%; n = 225). Diante do exposto, observa-se, mais uma vez, que os cursos de Psicologia do RN distanciam-se do cenário apresentado em análises anteriores quanto às referências bibliográficas que embasam os cursos (Botomé, 1979; Lo Bianco et al., 1994; Mello, 1975; Zanelli, 1995). Esse processo vai em direção a uma maior inserção de publicações nacionais, conforme foi identificado em parágrafos anteriores. Tal inserção reflete, em parte, o crescimento da produção nacional como um todo, bem como da Psicologia em particular, assim como os debates sobre a formação do psicólogo. Essa propensão já vem sendo apontada por alguns autores (e.g., Ferreira Neto, 2010; Souza & Souza Filho, 2009) e mostra-se positiva frente "à ênfase em manter os estudantes lendo (e não estudando) os autores e autoridades de outros países e de outros tempos" (Botomé, 1979, p. 188), sinalizada em décadas anteriores (Lo Bianco et al., 1994; Mello, 1975; Zanelli, 1995). Em última instância, a maior presença das publicações nacionais pode refletir a tentativa dos cursos de proporcionar uma preparação profissional mais adequada à realidade brasileira.

Analisando-se exclusivamente a produção estrangeira, identificam-se obras provenientes de 22 países, com maior diversidade apresentada pelo Curso C (20 países). Observa-se que as produções estrangeiras são originárias, majoritariamente, da Europa e da América do Norte, com destaque para os Estados Unidos, que detêm o maior número de obras estrangeiras citadas nos cursos - Curso A (35%); Curso B (49%); Curso C (33%). Escritos da América Latina também foram sugeridos, especialmente da Argentina (n = 6), aparecendo nos três cursos analisados. Esses índices não surpreendem, tendo em vista que a produção científica mundial é dominada, historicamente, pelo grupo dos países centrais, não sendo diferente no caso da Psicologia. A própria constituição da Psicologia como ciência e profissão no Brasil, que contou com a colaboração de diversos pesquisadores estrangeiros, é um fato que ilustra a influência desses países no desenvolvimento do conhecimento aqui produzido. E, embora atualmente as nações centrais estejam perdendo espaço para países emergentes, como o Brasil, não se pode negligenciar a predominância das primeiras no conjunto do saber existente (Nature, 2012; UNESCO, 2010; SCImago, 2007).

Focalizando a produção nacional, buscou-se identificar se os autores pertenciam a PPGs no ano de publicação das obras. Quanto a esse dado, não foi possível encontrar tal informação para 16,7% das obras, tendo em vista a ausência de Currículos Lattes de alguns autores ou devido à não identificação do primeiro ano de publicação de alguns livros, usado como base para a coleta do dado. Entre as produções sobre as quais se obteve a informação almejada, verifica-se que, nos três cursos, a maioria dos autores estavam ligados a PPGs na época da publicação original, representando 76,6% (n = 72) dessas produções do Curso A, 70,9% (n = 78) do Curso B e 79% (n = 158) do Curso C.

O reconhecimento de que os programas de pós-graduação são o locus da produção científica no Brasil certamente está por trás da predominância identificada acima. Isso não difere da produção científica em Psicologia realizada no exterior, conforme aponta García-Martínez, Guerrero-Bote e Moya-Anegón (2012) e Hutz, Rocha, Spink e Menandro (2010). Refletindo tal organização, entre as bibliografias analisadas percebe-se que a maioria das obras é oriunda de programas de Psicologia (Tabela 3).

Ainda que as obras de PPGs de Psicologia prevaleçam, não se pode negligenciar o fato de que no Curso A elas aparecem em menor quantidade do que nos demais, chegando a pouco mais da metade do percentual apresentado nos cursos B e C. Por trás desse dado convergem diversos fatores: ele demonstra, por um lado, que o Curso A promove mais diálogo com outras áreas, o que é benéfico diante da heterogeneidade de objetos estudados pela Psicologia. Por outro, pode indicar que os docentes possuem um conhecimento limitado sobre a produção nacional da área. Pode, ainda, ser reflexo de um acervo restrito sobre assuntos da área, ao se considerar que há exigência de que a instituição disponibilize em sua biblioteca o material mencionado nos planos de ensino.

Nota-se também que, em seguida, há presença de referências de outras áreas das Ciências Humanas e das Ciências da Saúde. Embora com menor expressividade, isso reflete a histórica ligação da Psicologia com disciplinas desses campos: basta lembrar que o desenvolvimento inicial da disciplina no Brasil esteve submetido à Educação e à Medicina (Antunes, 2004; Soares, 1979).

Diante do exposto até aqui, a presença da produção dos programas de Psicologia é um fato identificado nesta pesquisa, mas que precisa ser relativizado: como identificado acima, a mesma predomina quando se consideram apenas os títulos nacionais; porém, essa prevalência não se mantém quando se tomam por base todas as obras citadas em cada curso, representando apenas 15,5% das produções sugeridas no Curso A, 15,7% no Curso B e 20,9% no Curso C. De todo modo, os dados apresentados nessa seção revelam que as publicações da pós-graduação em Psicologia não se restringem apenas aos PPGs; as mesmas começam a inserir-se na graduação, tendo sua qualidade indiretamente atestada na medida em que são recomendadas.

Que produção é essa?

Resta saber que características possuem as publicações recomendadas quando oriundas dos PPGs de Psicologia. A esse respeito, percebe-se que as mesmas são provenientes, em sua maioria, de programas do eixo Sul-Sudeste, demonstrando que a histórica concentração da produção científica no Brasil ainda se perpetua e se reflete no conjunto de obras de Psicologia sugerido nos cursos - sobretudo considerando-se que, no caso da Psicologia, aproximadamente 45% dos PPGs localizam-se no Sudeste (CAPES, 2014; A. L. F. Costa, Amorim, & J. P. Costa, 2010; Hutz et al., 2010). No estudo em questão, tal concentração evidencia-se quando se analisa a origem institucional das produções dos programas de Psicologia - nesse ponto, é preciso ressaltar que, mesmo considerando-se obras com contribuições de diferentes instituições, como no caso de coletâneas, é razoável supor que o primeiro autor dessas produções (base para a coleta sobre vinculação a PPG) possivelmente detém importante responsabilidade pelas mesmas, o que justifica a não exclusão das coletâneas desta análise.

Ao todo, foram identificadas 30 instituições de origem dessas publicações. Entretanto, verifica-se, em cada curso, a existência de concentração em um pequeno número delas, com destaque para a PUC-SP e a USP, que aparecem nos três cursos analisados (Tabela 4).

Como se pode observar, mais de 50% das publicações de PPGs de Psicologia recomendadas no Curso A e no Curso B são provenientes de três IES. O Curso C é o que apresenta menor concentração, com cinco instituições, que detêm pouco mais da metade das obras citadas. Isso pode estar relacionado, mais uma vez, com o fato de que, além de ser um curso consolidado no Estado, o mesmo possui programa de pós-graduação na área, o que possibilita circulação dos pesquisadores entre a produção científica nacional.

A recorrência da PUC-SP e da USP em todos os cursos sugere que as mesmas seriam IES centrais para a Psicologia brasileira. Reforçando isso, as duas instituições possuem outras características que as aproximam desse grupo de IES centrais (Meneghel, Theis, Robl, & Wassem, 2007): são localizadas no Sudeste, região ainda favorecida em termos de base científica e recursos financeiros (Cavalcante, 2011), e possuem programas recomendados pela avaliação da CAPES (conceitos cinco e sete), pressupondo assim boa infraestrutura, maior acesso a financiamentos - a USP, por exemplo, possui 41 pesquisadores bolsistas de produtividade pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico [CNPq] - e produtividade (CAPES, 2012).

Não se pode desprezar, ainda, o aparecimento de publicações da UFRN, que desponta entre as IES que mais possuem publicações recomendadas no Curso C (Tabela 4), sendo também mencionada em outros cursos - Curso A (n = 1) e Curso B (n = 4). Tal ocorrência, somada a outros indicativos, revela que a mesma se configura como uma instituição emergente no cenário da produção científica nacional em Psicologia: apresenta dois programas na área com boa avaliação (conceitos cinco e seis) pela CAPES e 13 pesquisadores bolsistas de produtividade (CAPES, 2014; CNPq, 2014). Por outro lado, a UFRN contribui com a formação de docentes para o ensino superior local, de modo que os professores das outras IES acabam conhecendo sua produção, tendo assim mais chances de recomendá-la.

Quanto ao ano de publicação, observa-se que em todos os cursos a produção dos PPGs de Psicologia sugerida foi publicada entre as décadas de 1980 e 2010, pertencendo predominantemente ao último decênio (2000-2010): Curso A (61,5%), Curso B (54,5%) e Curso C (79,1%). Assim, as referências mencionadas nos planos de ensino são, preferencialmente, recentes, reverberando o desenvolvimento da produção científica na área: apesar do primeiro PPG em Psicologia ter sido criado em 1966, até o decênio de 1980 os programas passavam por um processo de consolidação (Matos, 1988), como já comentando em seções anteriores. O maior estímulo à ciência no Brasil verificado nos últimos anos também alcança a Psicologia, que apresenta progressivo crescimento de sua base científica e, consequentemente, de produções na área (Bastos, et al., 2013).

Ainda, o Curso C destaca-se como o que mais recomenda publicações de PPGs de Psicologia da última década. Mais uma vez, acredita-se que a presença de programa de pós-graduação na instituição relaciona-se com esse dado, sendo um fator que contribui para que os docentes, em grande parte pesquisadores, tenham maior contato com aquilo que é produzido nacionalmente na área.

Quanto ao tipo de produção dos PPGs de Psicologia sugerida nos cursos, a maioria é composta por livros e capítulos de livros: representam, no Curso A, 96,2% desses materiais, 73,9% no Curso B e 67% no Curso C. Tais índices mostram, de modo geral, que os livros ainda são as publicações preferenciais para transmissão do conhecimento nos cursos de graduação em Psicologia, aspecto que também foi constatado em outras pesquisas na área (e.g., Polydoro & Azzi, 2011; Souza & Souza Filho, 2009). Apesar de existirem diferenças quanto ao tipo de publicação preferencial de cada área do conhecimento ou subárea da Psicologia e da tendência geral em privilegiar publicação em formato de artigo (Menandro, Yamamoto, Tourinho, & Bastos, 2011), a predominância de livros nos planos de ensino pode atender a outros fatores: seriam produções mais estáveis, que, não sofrendo as mesmas restrições que os artigos (como limitação do número de páginas), servem para transmissão de conteúdos de modo mais pormenorizado e aprofundado; além disso, cabe lembrar que a recomendação de livros é algo delimitado pelo Ministério da Educação [MEC], sendo recomendado o mínimo de três livros na bibliografia básica, que devem constar na biblioteca da instituição (MEC, 2010). Conquanto a leitura de livros tenha importância inquestionável, a restrição a esse tipo de material demonstrada no Curso A é preocupante, tendo em vista que o tipo de publicação carrega em si possibilidades e limitações na divulgação do conhecimento. Não se pode desprezar a recomendação de periódicos científicos, por exemplo, que são os veículos que congregam os conhecimentos mais atualizados, evitando que os cursos se tornem anacrônicos, como alertado por Yamamoto (2006).

Quanto à distribuição das referências dos PPGs de Psicologia pelos eixos estruturantes, as produções são superadas pelas publicações estrangeiras em quatro dos seis eixos (Tabela 5).

Isso revela que, embora em expansão, a inserção da produção dos PPGs de Psicologia na graduação não é tão abrangente quanto deveria ser, especialmente no caso do eixo "Fenômenos e processos psicológicos", que se dedica a discutir os objetos de interesse para a Psicologia. Conforme constatado pela ANPPEP (2012), há uma desvalorização do ensino e, consequentemente, da produção científica sobre Processos Básicos - um dos temas contemplados pelo eixo em questão -, o que certamente contribui para o índice acima.

Por sua vez, a prevalência de publicações estrangeiras na maioria dos eixos indica que os temas estudados nacionalmente podem não corresponder aos temas mais abordados durante a graduação. Além disso, pela ótica da formação, tal predominância também pode ser reflexo de certo distanciamento dos docentes em relação ao que é produzido nacionalmente sobre os tópicos contemplados pelo eixo, o que, por sua vez, remete à questão da visibilidade dessa produção. Contudo, reconhece-se que a escolha pelas publicações para embasamento das aulas atende a outros determinantes que não se restringem à origem da produção.

Conforme apontam os dados, a maior contribuição dada pela área é em relação aos procedimentos de pesquisa e atuação profissional e às práticas profissionais, que são os únicos em que a recomendação de obras de PPGs de Psicologia é superior às publicações estrangeiras. Isso é algo positivo, tendo em vista que se trata de eixos relativos ao exercício profissional e que, portanto, requerem maior apropriação de práticas e aproximação com a realidade em que o psicólogo se insere. Além disso, revelam uma aproximação entre academia e a prática profissional, algo desejado para a área.

 

Conclusões e considerações finais

Respondendo à questão inicial - a produção nacional de Psicologia tem subsidiado o desenvolvimento da área, para além dos PPGs? -, no caso da formação do RN, os dados expostos permitem afirmar que sim, essa produção tem ultrapassado os muros da pós-graduação, alcançando a formação graduada, contribuindo para a atualização de saberes e a aproximação com a realidade nacional, algo almejado para o ensino da área. Uma segunda conclusão do estudo é a de que tais publicações não predominam entre a bibliografia recomendada nos cursos do Estado. Essa inserção tem se dado de forma gradual e está presente lado a lado com produções de programas de outras áreas, bem como com obras de outras nações - notadamente, países centrais, que possuem condições muito mais favoráveis de produção científica, como sugere o mapa da ciência atual.

Ainda que em muitos casos tal produção fique aquém das publicações estrangeiras, constata-se que a mesma tem contribuído com os diversos domínios de conhecimento, refletindo sua diversidade, tal como evidenciado pelos dados sobre a distribuição pelos eixos estruturantes. Em alguma medida, esse dado impõe algumas questões: essa produção não encontra espaço na graduação por desconhecimento dos docentes? Pela falta de visibilidade? Por não se configurarem em materiais adequados para serem trabalhados em sala de aula? Tais indagações exigem outras investigações mais aprofundadas, mas merecem registro para reflexão por parte da comunidade científica sobre o que se tem produzido para o campo. Se há preocupação sobre a pertinência dos conhecimentos engendrados e, consequentemente, sobre seu consumo, é justo que haja, minimamente, atenção sobre a qualidade e visibilidade dessas produções. Isso se torna particularmente especial ao se considerar que alunos de graduação são um dos principais alvos de disseminação daquilo que há de mais recente e importante no campo.

A preferência por livro, que predominou em relação a outros formatos (artigos, por exemplo) nos cursos expressa a relevância desse material para a formação de psicólogos (Menandro et al., 2011), bem como ressalta a importância da avaliação dessas publicações conduzida pela Comissão de Avaliação da Área da Psicologia na CAPES. Ainda que essa avaliação não se constitua em um produto autônomo, mas vinculada à avaliação dos programas de pós-graduação, a mesma oferece indicador da qualidade de tais produções. Assim, espera-se que essas constatações estimulem a manutenção e a busca por aprimoramento da referida avaliação.

Ademais, não se verificaram grandes discrepâncias nas características das obras citadas quando analisadas por curso. Mas merece registro a influência que um programa de pós-graduação parece exercer no conhecimento tratado na graduação, conforme indicado em dados do Curso C. Tal presença favorece de modo significativo a formação graduada, na medida em que oferece maior diversidade de obras, maior atualização e contextualização dos saberes disseminados nesse espaço.

Ainda que tenha permitido responder à questão inicial, o presente estudo não escapou de algumas limitações. Dentre os principais desafios, pode-se apontar a falta de padronização das referências bibliográficas citadas, com erros ou mesmo a ausência de informações mínimas em algumas referências, além da falta de organização e da dificuldade de acesso ao conjunto desses planos de ensino por parte de algumas instituições, impondo dificuldades ao andamento da pesquisa.

Os resultados obtidos oportunizam uma visualização geral sobre a presença da produção científica dos PPGs em Psicologia nos cursos de graduação do RN, mas certamente suscitam outras questões, que figuram como sugestões para estudos posteriores, enriquecendo as constatações aqui apresentadas e contribuindo para uma visão mais completa da realidade abordada. Nesse sentido, uma recomendação de estudo seria em relação ao conteúdo das obras mencionas nos planos de ensino (e.g., qual abordagem teórica predominante entre as obras, principais temas tratados). Ou, ainda, poder-se-ia investigar a presença das produções nacionais nas disciplinas ligadas às Ênfases Curriculares, tendo em vista que tais disciplinas não foram incluídas na presente pesquisa.

 

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Endereço para correspondência:
Joyce Costa
joycepcosta@gmail.com
Oswaldo Hajime Yamamoto
oswaldo.yamamoto@gmail.com

Submetido em: 01/03/2015
Revisto em: 14/04/2015
Aceito em: 19/04/2015

 

 

* Apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

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