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Arquivos Brasileiros de Psicologia

versión On-line ISSN 1809-5267

Arq. bras. psicol. vol.68 no.3 Rio de Janeiro dic. 2016

 

EDITORIAL

 

 

Apresentamos ao público o último número do Volume 68 de Arquivos Brasileiros de Psicologia, com dez artigos inéditos. Tem sido prática reiterada pelas editorias deste periódico expor ao longo dos anos a diversidade de abordagens teóricas e metodológicas da comunidade de psicólogos que enviam seus trabalhos para nós. Em "Composição dos corpos afetados: a potência da dança" as autoras descrevem a produção do corpo e a subjetividade ao convocar a dança como experiência artística e coletiva. "De tabu a Filotetes: Ferenczi e o movimento psicanalítico" provoca o leitor, evocando o mito grego Filotetes, a considerar a relevância das elaborações teóricas e experiências clínicas de Ferenczi para os dias atuais diante da recalcitrância da comunidade analítica ao psicanalista húngaro desde a controvérsia entre Freud e Ferenczi. O artigo "Evidências de validade para a Escala de Vitalidade" estuda, em diálogo com a literatura especializada, as qualidades psicométricas de uma Escala de Vitalidade tanto em sua estrutura interna quanto em associação com um instrumento de avaliação do otimismo, o LOT-R Brasil. Partindo do referencial da psicodinâmica e da análise do material gerado por cinco sessões do Grupo de Apoio Psicológico ao Familiares de pacientes com Transtornos Alimentares, o artigo "Grupo multifamiliar no contexto dos Transtornos Alimentares: a experiência compartilhada" ressalta a potência do grupo na produção de relacionamentos saudáveis e na transformação familiar. "Razões maternas para colocar ou não o bebê na creche" analisa o conteúdo de entrevistas com mães sobre a maternidade e a escolha de cuidado, indicando aspectos relacionados ao filho, às mães/pais e ao próprio cuidado como razões que influenciam a decisão de encaminhar o filho à creche ou manter o cuidado no âmbito familiar. "As condições de trabalho dos garis de varrição de ruas" de Belo Horizonte são descritas tendo como material o produto da aplicação do Questionário de Condições de Trabalho, o registro de entrevistas semiestruturadas e observações. O estudo indica a promoção da participação dos trabalhadores na gestão da atividade como meio de aprimoramento do serviço em contraste com a disposição da organização empregadora. Problematizar os discursos/práticas corporificados pela mídia, especialmente no que se refere aos modos de parentalidade e adoção, é o propósito de "Adoção e mídia televisiva: a telenovela Amor à vida em análise". "Clínica da atividade: conceitos e fundamentos teóricos" elucida os conceitos de ofício e atividade por meio das teorias de Vygotsky e Bakhtin que permitem superar a dicotomia subjetividade/atividade presente na oposição entre a ação do trabalhador e a determinação da organização. O estudo bibliográfico "Estratégias de enfrentamento (coping) em trabalhadores: revisão sistemática da literatura nacional" analisa as variáveis associadas ao coping, apontando o instrumento mais privilegiado pela comunidade de pesquisadores assim como as estratégias mais utilizada pelos trabalhadores. "Relações entre controle psicológico e comportamental materno e ansiedade infantil" indica o poder preditivo do controle crítico sobre a ansiedade infantil. Constata-se, a partir da variedade teórica e metodológica acima indicada, a opção desta publicação de expor a produção dos pesquisadores da área psi na variedade que lhe é própria.

Não é excessivo insistir no caráter coletivo do empreendimento editorial. Agradeço vivamente Cristiana Carneiro, Claudia Henschel de Lima e Pedro Paulo Gastalho de Bicalho, que aceitaram gentilmente dividir a função de editor da Arquivos Brasileiros de Psicologia comigo. A disposição para o trabalho, as ricas ideias e propostas envolventes que lhes são próprias tornam a complexa e meticulosa função de editor bem mais leve e interessante. Agradeço também aos autores que enviaram seus textos e aos colegas, listados na nominata, que aceitaram avaliar os trabalhos que recebemos fornecendo indicações valiosas e respaldando nossas decisões editoriais. Dirijo um agradecimento especial ao Conselho Federal de Psicologia, cujo apoio foi essencial para a publicação deste número.

Francisco Teixeira Portugal
Editor

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