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Arquivos Brasileiros de Psicologia

On-line version ISSN 1809-5267

Arq. bras. psicol. vol.69 no.1 Rio de Janeiro  2017

 

EDITORIAL

 

 

Um novo número de um periódico acadêmico expressa parte da produção intelectual em curso na comunidade científica. Ao longo destes 69 volumes da Arquivos Brasileiros de Psicologia, uma significativa história da produção intelectual da psicologia brasileira está registrada e disponível para leitura e análise. Apresentamos aqui mais uma contribuição para este acervo.

Neste número reunimos 13 artigos e uma resenha. Como todo número regular deste periódico que abriga a diversidade da produção em psicologia e áreas afins, as reflexões e investigações expostas são variadas. Não poderíamos esperar algo diferente da produção em psicologia, que se tornou numerosa e de amplo espectro no que diz respeito às investigações realizadas.

"A exposição do amor na internet: público ou íntimo?" problematiza a publicização do amor intensificada com a internet por meio de reflexão teórica e entrevistas a universitários. O artigo "Adaptação e estrutura interna do Inventário de Ansiedade-Estado Competitiva (CSAI-2) para bailarinos" realiza um esforço no campo da avaliação psicológica adaptando e validando a versão brasileira de um instrumento de medida da ansiedade dirigida especificamente a bailarinos e bailarinas. Em "Motivação para ler e variáveis demográficas em estudantes paulistas" está descrita uma investigação calcada em dados obtidos por meio de questionários de identificação dos participantes e de escala de motivação para a leitura, visando caracterizar a motivação para a leitura de escolares integrantes do ensino fundamental II de uma escola no interior de São Paulo. "Aspectos cognitivos e respostas neurofisiológicas subjacentes à dor" perscruta a relação entre aspectos cognitivos, a percepção da dor e as respostas neurofisiológicas, indicando a possibilidade de se elaborar estratégias cognitivas que poderiam evitar algumas destas respostas. O estudo "Análise fatorial do Questionário de ansiedade social para adultos" analisou as propriedades psicométricas do questionário mencionado, indicando sua adequação para mensuração da ansiedade social. O trabalho "Compreensão de crianças sobre as relações inversas sem explicitação numérica" inquire a compreensão de crianças sobre aspectos específicos da operação matemática da divisão. Em "Violência de gênero no casal: o papel da rede social", as autoras problematizam o papel da rede social de apoio estabelecida por imigrantes latino-americanas na Espanha na redução ou término da violência em relacionamento íntimo. O estudo "Violência doméstica, álcool e outros fatores associados: uma análise bibliométrica" aborda a relação entre violência doméstica e álcool por meio de análise bibliométrica. A abordagem histórica de "Pseudoloucura e loucura moral: um caso histórico sobre simulação" expõe usos da simulação de doença mental para fins judiciais no início do século XX no Brasil. O especialismo, a judicialização da vida e a patologização de identidades trans são interrogados em "Produção de verdade e processos de criminalização: Retificação do registro civil de pessoas trans no judiciário fluminense". Em "O desenvolvimento do modo narrativo de pensamento em pré-adolescentes", transformações do pensamento em pré-adolescentes é abordado por meio da análise do modo narrativo de autobiografias coletadas em entrevistas. A incidência de ansiedade e depressão em utilizadores portugueses do Facebook foi analisada em "Sintomatologia depressiva e ansiosa em utilizadores portugueses do Facebook". A representação social do aleitamento materno entre mães de uma região de Recife foi objeto de análise do texto "Aleitamento materno: representações sociais de mães em um Distrito Sanitário da cidade do Recife". Fechando este número, apresentamos uma resenha sobre o livro Meninos de Altamira: violência, "luta" política e administração pública sobre o caso dos meninos emasculados de Altamira, Pará.

Embora haja recorrências como "ansiedade", "internet" e "cognições", podemos constatar, como é nossa marca, a grande variedade temática e metodológica neste conjunto de investigações. Gostaria ainda de chamar a atenção para a extensão regional e institucional dos autores deste número. Além das três contribuições internacionais, pesquisas realizadas em seis estados brasileiros envolvendo três regiões do país estão presentes, indicando a intensa circulação do periódico entre comunidade de pesquisadores.

Por fim, agradeço o trabalho em equipe realizado nestes meses desde que assumi a editoria da Arquivos Brasileiros de Psicologia. O trabalhoso, complexo e meticuloso trabalho de editor tem sido intensamente fortalecido pelo apoio dos editores assistentes Cristiana Carneiro, Claudia Henschel de Lima, Pedro Paulo Gastalho de Bicalho e dos estudantes que nos acompanham nesta aventura.

Francisco Teixeira Portugal
Editor

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