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Arquivos Brasileiros de Psicologia

versão On-line ISSN 1809-5267

Arq. bras. psicol. vol.70 no.2 Rio de Janeiro maio/ago. 2018

 

ARTIGOS

 

A "popularização" do perfil dos estudantes de Psicologia no Brasil

 

The "popularization" of the profile of Psychology students in Brazil

 

La "popularización" del perfil de los estudiantes de Psicología en Brasil

 

 

João Paulo MacedoI; Cristina de Sousa AlvesII; Laís Leal da Silva BezerraIII; Jamille Rodrigues da SilvaIV

IDocente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Parnaíba. Estado do Piauí. Brasil
IIolsista de Iniciação Científica da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Parnaíba. Estado do Piauí. Brasil
IIIBolsista de Iniciação Científica da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Parnaíba. Estado do Piauí. Brasil
IVBolsista de Iniciação Científica da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Parnaíba. Estado do Piauí. Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Objetiva-se com o estudo realizar uma análise longitudional do perfil sociodemográfico dos estudantes de Psicologia no Brasil, a partir das informações dos concludentes que participaram do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes do Ensino Superior (Enade) nos anos de 2009, 2012 e 2015. O estudo contou com 28.227 concluintes respondentes, assim distribuídos: 5.190 em 2009, 6.993 em 2012 e 16.044 em 2015. A análise foi feita em duas etapas utilizando-se do software Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21, com base na análise de frequência e do tipo two-step cluster das principais variáveis que caracterizam o perfil dos estudantes. Conclui-se, dentre os perfis formados, que ao longo dos três ciclos avaliativos do Enade houve significativa ascensão do grupo do tipo mais popular entre os estudantes de Psicologia, devido ao processo de expansão do ensino superior, alterando o histórico perfil elitista que tanto caracterizou a formação de psicólogos no Brasil.

Palavras-chave: Ensino superior; Formação de psicólogos; Elitismo universitário; Enade.


ABSTRACT

This study aims to conduct a longitudinal analysis of the sociodemographic profile of Psychology students in Brazil from information of final year students who took part in the National Assessment of Higher Education Students Performance (Enade) in the years 2009, 2012 and 2015. The study included 28,227 final year students, distributed as follows: 5,190 in 2009, 6,993 in 2012 and 16,044 in 2015. The analysis was conducted in two phases using the software Package for the Social Sciences (SPSS) version 21, performing frequency analysis and two-step cluster analysis of the variables of the profile of the students. It was concluded that, among the formed profiles, throughout the three Enade cycles considered, there was a significant increase of the groups considered less elitist among psychology students due to the process of expansion of higher education, changing the historically elitist profile that has been characteristic of psychologists in Brazil.

Keywords: Higher education; Psychologists training; University elitism; Enade.


RESUMEN

Se pretende con el estudio realizar un análisis longitudinal del perfil sociodemográfico de los estudiantes de Psicología en Brasil, a partir de las informaciones de los concluyentes que participaron del Examen Nacional de Desempeño de los Estudiantes de la Enseñanza Superior (Enade) en los años 2009, 2012 y 2015. El estudio contó con 28.227 concluyentes respondedores, distribuidos: 5.190 en 2009, 6.993 en 2012 y 16.044 en 2015. El análisis se realizó en dos etapas utilizando el software Package for the Social Sciences (SPSS) versión 21, basado en el análisis de frecuencia y del tipo two-step cluster de las principales variables que caracterizan el perfil de los estudiantes. Se concluye, entre los perfiles formados, que a lo largo de los tres ciclos evaluativos del Enade hubo significativa ascensión del grupo del tipo más popular entre los estudiantes de Psicología, debido al proceso de expansión de la enseñanza superior, cambiando el histórico perfil elitista que tanto caracterizó la formación de psicólogos en Brasil.

Palabras clave: Enseñanza superior; Formación de psicólogos; Elitismo universitario; Enade.


 

 

Introdução

Retomamos neste estudo a tese sobre a elitização da Psicologia. Certamente não é um debate novo. Insere-se na própria discussão sobre a elitização da profissão já amplamente criticada, por longa data, quanto à necessidade de os psicólogos ampliarem o alcance social do seu fazer profissional (Yamamoto, 1987; 2007; 2012). Mas esse debate não se restringiu apenas ao universo da atuação profissional. A formação também foi objeto de inúmeras críticas, como bem sumariou Lisboa e Barbosa (2009), ao destacarem estudos que tratam sobre o currículo, a formação técnica contraposta por uma formação crítico-reflexiva, científica versus profissional, generalista versus especialista, elitista versus socialmente comprometida, além da formação docente, pós-graduada e voltada para pesquisa, bem como o debate sobre o estágio acadêmico, a supervisão e a discussão sobre as novas diretrizes curriculares.

Ainda Lisboa e Barbosa (2009) e, em seguida, Yamamoto, Souza, Silva e Zanelli (2010) tratam o tema da formação em Psicologia sob o cenário da expansão do ensino superior, discutindo o significativo aumento do número de cursos de graduação, com a concentração das matrículas no setor privado. Na mesma direção, Macedo e Dimenstein (2011) debatem sobre a maior presença dos cursos de graduação em Psicologia em localidades do interior, notadamente em cidades de médio porte populacional.

Sem a pretensão de esgotar o tema, outro importante estudo que abordou a questão da elitização da Psicologia, ao apresentar uma robusta análise sobre o perfil do estudante de psicologia no Brasil, a partir dos dados do questionário sociodemográfico do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes do Ensino Superior (Enade), realizado em 2006, mencionamos o trabalho de Yamamoto, Falcão e Seixas (2011). Nele, os autores retomaram a tese sobre a elitização da Psicologia meio ao cenário da ampliação do acesso ao ensino superior nas últimas quatro décadas. Sinalizaram, a partir das reflexões propostas, que o tema merece ser tratado com base na complexidade e a heterogeneidade de situações que circunscreve o fenômeno na atualidade, considerando que foram identificados percursos formativos e perfis socioeconômicos diversos. Merece destaque no estudo pelo menos dois perfis claramente definidos: um elitizado e outro não elitizado, com maior presença para o grupo de estudantes populares numa realidade que, contraditoriamente, impera a prevalência de vagas/matrículas no setor privado.

Consideramos como relevante os achados identificados pelo estudo de Yamamoto et al. (2011), especialmente por reposicionar a tese da elitização da Psicologia. Nesse sentido, propomos no presente artigo aprofundar esse debate com uma nova aproximação do tema, sob a perspectiva de traçar uma linha de análise com caráter longitudinal, abordando os dados sociodemográficos do Enade, a partir de três ciclos consecutivos, respectivamente nos anos 2009, 2012 e 2015. Nosso interesse é retomar a discussão sob o perfil dos estudantes frente a reorientação das políticas educacionais para o ensino superior na última década, sob o cenário do Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), iniciado em 2007, em continuidade ao Plano de Expansão Fase I (Expandir) (2003-2006), bem como do Programa "Universidade para Todos" (ProUni), criado em 2005, com a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de graduação, a partir de incentivos fiscais por parte do governo federal, ambos criados no Governo Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010), além do "Fundo de Financiamento Estudantil" (FIES), que apesar de ter sido criado em 1999, no Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o programa foi reformatado e ampliado em 2010, chegando ao seu ápice no Governo Dilma Rousseff (2010-2016).

Nosso propósito de atualizar as informações e problematizações acerca do tema, justifica-se pelo fato de o estudo de Yamamoto et al. (2011), à época, ter sido realizado com base nos dados do ciclo avaliativo do Enade de 2006. Neste caso, anterior ao período de maior intensificação do processo de expansão do ensino superior com a efetivação do Reuni e o aumento exponencial do número de bolsas do ProUni e dos financiamentos estudantis pelo FIES. Nossa intenção é apresentar o que há de novo no perfil e nos percursos de formação característicos dos estudantes brasileiros de psicologia, sem deixar de considerar o prisma de cada região do país e demais especificidades desse quadro.

 

Método

Trata-se de um estudo documental, a partir de informações primárias retiradas dos microdados do Exame Nacional do Desempenho dos Estudantes (Enade), divulgados em domínio público pelo Ministério da Educação (MEC), referente aos três ciclos consecutivos que os estudantes de Psicologia foram avaliados (2009, 2012 e 2015). Uma vez que o Enade é aplicado aos estudantes ingressantes e concludentes de todos os cursos de nível superior, de instituições públicas e privadas, foi necessário organizar três bancos de dados, um para cada ciclo, com o recorte para os estudantes de Psicologia, tomando especificamente as informações dos concludentes.

Deste modo, partiu-se, inicialmente, do total de 68.835 estudantes concludentes de psicologia identificados nos três ciclos (19.305 em 2009, 22.986 em 2012 e 26.544 em 2015) para definição do universo amostral da pesquisa. Porém, foi necessário considerar alguns limites para compor a amostra. O primeiro foi quanto à impossibilidade de unificar as informações em um único banco de dados, pois houve alteração em alguns itens do questionário sociodemográfico aplicado no exame do Enade. Outro desafio foi o registro de respostas incompletas nas diversas variáveis que compõem o questionário sociodemográfico, o que acarretou na redução de 68.835 para 28.227 respondentes (5.190 em 2009, 6.993 em 2012 e 16.044 em 2015) no banco de dados para garantir a permanência dos sujeitos com as informações completas.

A partir desses ajustes iniciais, resolveu-se aplicar um recorte amostral para cada ciclo, de maneira a garantir uma representação significativa da população em questão. Para obter uma representação fidedigna do estudante brasileiro de Psicologia, levou-se em conta a diversidade regional do país. Deste modo, a seleção dos indivíduos obedeceu à técnica de amostragem estratificada, utilizada quando a população possui características que permite a criação de subconjuntos e as amostras extraídas por amostragem simples são menos representativas. Assim dividimos a população dos estudantes concludentes em subconjuntos formados de acordo com a região do país a que pertenciam, de modo que o sorteio dos componentes levou em consideração tais divisões, para que os elementos da amostra final fossem proporcionais ao número de elementos desses subconjuntos (Cozby, 2003). Nos anos de 2009 e de 2015 não foi possível obter representação da região Norte, visto que o número de respondentes que possuíam informações completas era insuficiente para coletarmos uma amostra representativa.

A composição da amostra levou em conta o nível de significância de 0,01 e o intervalo de confiança de 5%, que resultou ao final na seleção de 4.197 concludentes, assim distribuídos em cada ciclo: 1.373 (2009), 1.404 (2012) e 1.420 (2015). O resultado da soma dos extratos amostrais dos subconjuntos formados pelos estudantes concludentes de cada região do país, calculados a partir dos seguintes totais regionais, foram: a) Nordeste: 341 (2009), 354 (2012) e 361 (2015); b) Sul: 347 (2009), 352 (2012) e 357 (2015); c) Sudeste: 371 (2009), 372 (2012) e 373 (2015); d) Centro-Oeste: 314 (2009), 326 (2012) e 329 (2015).

O trabalho de análise foi estruturado em duas etapas, por meio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) for Windows versão 21. Na primeira nos dedicamos a uma análise de frequência dos dados gerais antes da aplicação dos recortes amostrais que referimos anteriormente. Na segunda etapa, com o objetivo de compreender os percursos/perfis do estudante de Psicologia brasileiro, apoiamo-nos na análise do tipo two-step cluster. Esse procedimento é ideal para a identificação de agrupamentos de casos ou indivíduos, dentro de bancos de dados grandes, mostrando-se eficaz nessas contingências. Essa análise permite a formação de grupos por meio de variáveis quantitativas e qualitativas simultaneamente, gerando automaticamente um número ideal de clusters empíricos. O critério selecionado para fazer o cálculo do número de clusters foi o Bayesian Information Criterion (BIC) e a medida de distâncias usada foi o log-verossimilhança, ambos são opções padrões do SPSS (Maroco, 2011).

Para delinearmos e discutirmos os perfis/percursos socioeconômicos dos estudantes pesquisados, baseamo-nos no estudo de Yamamoto et al. (2011), a partir de nove facetas da vida dos estudantes, a saber: idade; turno em que estuda; renda familiar; se recebeu bolsa de estudo; o tipo de bolsa de estudo; se ingressou por ação afirmativa e ou sistema combinado de cotas; nível de escolaridade do pai; nível de escolaridade da mãe e a categoria administrativa (pública ou privada) da escola em que cursou o ensino médio.

 

Resultados

Os dados iniciais levantados a partir da população de 68.835 concludentes de psicologia, identificados nos três ciclos do Enade pesquisados neste estudo, agregam particularidades ao perfil do estudante que podem suscitar novas análises e aprofundamento sobre o tema. Antes de passarmos para apresentação dos percursos/perfis do estudante de Psicologia brasileiro a partir dos recortes amostrais, discutiremos alguns dados mais gerais tomando o total de concludentes.

O primeiro aspecto que merece relevo, inclusive por que está circunscrito ao contexto da expansão do ensino superior no Brasil, refere ao significativo aumento do número de concludentes que participaram do Enade, ao longo dos três ciclos: 19.305 em 2009, 22.986 em 2012 e 26.544 em 2015. Se ampliarmos o olhar para o número de matrículas nos cursos de Psicologia, a partir dos dados do Censo do Ensino Superior no mesmo período, nota-se um salto de 124.593 em 2009 para 223.490 em 2015, ou seja, um impacto de quase 80% a mais no quantitativo de alunos, no intervalo de seis anos (INEP, 2009, 2015). Esse crescimento é reflexo do próprio aumento do quantitativo de estudantes no sistema do ensino superior brasileiro, pois chegou-se ao total de 6.633.545 matrículas em 2015 (INEP, 2016). Além disso, não podemos esquecer que o país alcançou uma das mais significativas taxas de conclusão do ensino médio, elevando-se de 45,5% para 60,8% no período de 2004 a 2014 (IBGE, 2015).

Apesar de algumas indicações apressadas de que o Brasil teria alcançado um sistema de educação de massa ou até mesmo de que estaríamos nos encaminhando para um sistema universal, Ristoff (2014) contra-argumenta que estamos apenas a "sair de um sistema de acesso de elite" (p. 726). Como argumento, baseia-se nos parâmetros internacionalmente aceitos com base nos estudos de Trow (1973), que considera de elite o sistema de educação superior com acesso até 15% dos jovens de idade apropriada; de massa o sistema que permite acesso entre 16% e 50%, sendo que, ao atingir 30%, ele já pode ser considerado um sistema de massas consolidado; e a partir de 50% como sistema de acesso universal. Nesses termos, amparada no contingente de alunos em graduação no país que representa apenas 15,1% de taxa de escolarização líquida e 28,7% de taxa bruta, acompanhado ainda do expressivo quantitativo de alunos com mais de 24 anos que ainda não estão incluídos do ensino superior, a autora justifica de que o sistema brasileiro ainda é marcado por seu elitismo histórico, muito embora se tenha ampliado as políticas de acesso e inclusão de grupos que historicamente ficavam à margem do ensino superior.

Para caracterizarmos os concludentes de Psicologia, nos três ciclos investigados, apresentamos um primeiro conjunto de dados que trata sobre a distribuição dos estudantes no país.

Os dados expostos na Tabela 1 reforçam o histórico da hegemonia do setor privado na formação do psicólogo brasileiro. Tal realidade é aprofundada ao longo dos três ciclos com o aumento de 1,3% dos alunos concludentes no setor privado, acompanhado da retração na mesma proporção nas IES públicas. A própria expansão do ensino superior nos últimos 15 anos, marcado pelo aprofundamento da supremacia do setor privado sob o público, acabou induzindo de forma desigual o crescimento da oferta de vagas no sistema (Sguissardi, 2015). Enquanto os cursos de Psicologia tiveram um aumento, ao longo do período investigado, de 19.693 para 26.788 matrículas no setor público (crescimento de 36%), as IES privadas tiveram um salto da ordem de 104.900 para 198.128 matrículas (crescimento de 88,9%). Nesses termos, entre 2009 e 2015, os cursos de Psicologia tiveram taxa de crescimento em relação ao número de matrículas bem acima, cerca de 79,3%, se comparado com a média nacional das graduações no Brasil, que foi de 56,9% (INEP, 2009, 2015).

Quanto à distribuição dos concludentes de Psicologia pelas regiões do país, apesar da supremacia da região Sudeste em relação ao número de vagas e ao número de concludentes, observa-se um crescimento significativo de estudantes no Nordeste, com uma variação positiva de 5,2%, enquanto no Sudeste houve uma retração de 5%, no mesmo período. Ademais, é importante salientar que, em 2006, de acordo com Yamamoto et al. (2011), a soma das matrículas nas Instituições de Ensino Superior (IES) das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul (42,9%) era inferior ao percentual das IES situadas na região Sudeste (57%), já no ciclo de 2015 houve uma inversão dessa proporção: 49,2% e 45,3%, respectivamente. Além disso, é importante ressaltar um maior crescimento do contingente de estudantes no interior, da ordem de 4,9%, se comparado aos da capital. Este crescimento foi resultado em grande medida pelo aumento do percentual de estudantes nas cidades de pequeno porte (1,2%), pequeno-médio porte (0,5%) e, principalmente, de médio porte (5,5%), acompanhado da retração nas localidades de médio grande porte (2,5%) e grande porte (4,6%), ratificando mais uma vez o fenômeno da expansão por meio da interiorização dos cursos e do número de vagas fora dos grandes centros urbanos e capitais do país.

Quanto ao sexo, os dados dos três ciclos ratificam a ampla predominância das mulheres, característica que se mantêm na profissão desde sua origem no Brasil (CFP, 1988; Bastos, Gondim & Rodrigues, 2010). Por outro lado, o processo de expansão e interiorização do ensino superior produziu alguns impactos nesta variável quanto ao sexo dos estudantes dos cursos de Psicologia. Percebe-se um leve aumento do percentual de estudantes do sexo masculino, da ordem de 1,3%, ao longo dos três ciclos investigados. De forma mais específica, a distribuição dos estudantes masculinos também foi impactada mais expressivamente em algumas regiões do país. Se considerarmos isoladamente os dados de 2009, comparando-os com o ciclo de 2006, o crescimento de estudantes do sexo masculino na região Norte, por exemplo, foi de 6,8%, sendo que este percentual seguiu crescendo nos demais ciclos alcançando o índice de 8,2% em 2015. O Centro-Oeste também teve bom índice de crescimento entre os estudantes do sexo masculino (4,2%), se compararmos os dados de 2015 e 2006. Além disso, os cursos do interior e, particularmente, os localizados em municípios de médio porte também apresentaram aumento entre os estudantes do sexo masculino no mesmo período: 3,5% para o primeiro caso; e 6,4% nas localidades de pequeno porte, 3,6% de médio porte e 4,1% de grande porte. É fato que a maior presença de estudantes do sexo masculino nos cursos de Psicologia em determinadas regiões ou localidades do país, de longe impacta na supremacia feminina da profissão, porém, seria importante aprofundar essa característica com novos estudos nessas realidades.

Quanto à faixa etária, o processo de expansão e interiorização do ensino superior também impactou na idade dos concludentes de Psicologia no Brasil. De acordo com Bastos et al. (2010), ao comparar os resultados da pesquisa sobre o psicólogo brasileiro com clássico estudo "Quem é o psicólogo brasileiro?" (CFP, 1988), identificou-se uma categoria mais madura em relação a idade dos profissionais, com média de 36,7 anos (DP = 10,1 anos), com 25% da amostra possuindo idade até 28 anos e 50% até 34 anos. Porém, como os próprios autores reconhecem, a partir do final dos anos 1990, o contingente de estudantes que passou a ingressar nos cursos de Psicologia no Brasil passou a ser muito mais jovem. Os dados encontrados na presente pesquisa são prova disso: 28,33 anos (DP = 8,4 anos) em 2009 e 29,36 anos nos ciclos subsequentes (DP = 8,7 anos em 2012; e DP = 8,6 anos em 2015). Por outro lado, constatou-se a diminuição do índice de alunos com idade até 24 anos, da ordem de 18,8%, independentemente da região do país ou por categoria administrativa; e o crescimento nas demais faixas: 19,6% em estudantes entre 25-29 anos, 3,4% entre 30-34 anos e 4,8% em 35 anos ou mais. O Nordeste foi a região em que houve maior decréscimo na faixa de até 18 anos (33,6%) e o maior crescimento na faixa de 25-29 anos (27,2%).

Os dados referentes ao estado civil aparecem como consequência da faixa etária, como já indicava Bastos et al. (2010) ao discutirem a profissão, e a pesquisa de Yamamoto et al. (2011) que tratam sobre o perfil dos estudantes de Psicologia. Os solteiros estão em maior número, de acordo com a Tabela 2. Porém, em função da própria idade dos estudantes ao lado do crescimento das faixas etárias mais maduras, observa-se um leve acréscimo entre os casados (1,2%) e um decréscimo entre os solteiros (1,6%), ao longo dos três ciclos. Tal perfil interfere na situação de moradia, pois houve crescimento no índice dos estudantes que moram com conjugue e/ou filhos. Além disso, observa-se uma leve queda do percentual de estudantes que residem com os pais ou parentes.

Quanto à etnia, os estudantes que se autodeclararam brancos predominam, seguidos dos pardos/mulatos e negros. Os cursos de Psicologia concentram muito mais estudantes brancos, do que o índice de pessoas que se autodeclaram brancas na sociedade brasileira (cerca de 48%, de acordo com o IBGE, 2010). Por outro lado, aqueles que se identificam como pardos/mulatos estão sub-representados nos cursos de Psicologia (Ristoff, 2014). No entanto, é inegável que a ampliação do acesso ao ensino superior, estabeleceu-se, por meio das políticas de reserva de vagas (sistema de cotas), acompanhado das políticas de ação afirmativa, maior diversidade étnica nas graduações em Psicologia, ao longo dos três ciclos do Enade. Houve um decréscimo no número de estudantes brancos (9,1%) e o crescimento do percentual de pardos/mulatos (7,5%) e negros (2,1%) entre 2009 e 2015. Se compararmos os dados da Tabela 2 com o perfil apresentado por Yamamoto et al. (2011), observa-se um aprofundamento dessa tendência quanto a uma maior variação do perfil étnico-racial dos estudantes de Psicologia. Ademais, ao considerarmos a distribuição da etnia dos estudantes por regiões do país, observa-se que os estudantes brancos se concentram, historicamente, em maior proporção na região Sul (70,4% em 2009, 87,7% em 2012 e 80,9% em 2015), enquanto os pardos/mulatos estão em maior proporção no Norte (33,5% em 2009, 51,2% em 2012 e 47,1% em 2015), sendo que os estudantes negros estão mais concentrados no Nordeste (5,6% em 2009, 9,7% em 2012 e 10,6% em 2012).

Percebe-se que o ensino superior acaba aguçando, como bem caracterizou Pinto (2004) e Ristoff (2014), as distorções da sociedade brasileira, pois transparece disparidades em vários níveis. A caracterização aqui apresentada sinaliza, de certa forma, ainda uma influência de um histórico elitista da formação, mas que vem dando claros sinais de mudanças. Para melhor compreender essas mudanças e avaliarmos o que há de novo no perfil e nos percursos de formação desses estudantes, apresentamos os dados a partir da análise do tipo two-step cluster.

Na referida análise chegamos, conforme referido no delineamento metodológico, a quatro grupos que indicam perfis distintos. Para melhor visualizarmos a diferença entre os grupos reunimos as informações dos agrupamentos com características semelhantes em cada ciclo, o que acabou configurando o Grupo 1 com perfil "mais popular" e o Grupo 4 com perfil "mais elitizado". Os outros dois grupos ficaram como intermediários ou de transição, sendo que Grupo 2, na maioria das vezes, apresentou características mais próximas ao denominado "mais popular"; e o Grupo 3 com características mais próximas ao "mais elitizado". Considerando o limite de páginas do manuscrito, centraremos a discussão nos grupos com perfil mais popular e mais elitizado.

Observa-se, com base na Tabela 3, que o Grupo 1 caracteriza-se com maior percentual de estudantes com renda familiar com até 4,5 salários, pais sem escolaridade ou somente até o ensino fundamental I, com os estudantes cursando todo o ensino médio em escola pública. De forma mais específica, chama atenção, ao longo dos três ciclos, o crescimento da ordem de 21,4% entre os que cursaram todo o ensino médio em escola pública, enquanto houve uma queda de 6,3% entre aqueles que cursaram completamente na escola privada. Além disso, no quesito escolaridade dos pais, houve um decréscimo no percentual entre os que possuíam o ensino fundamento I (16% no caso do pai e 5,3% no caso da mãe) e um crescimento entre os que possuíam o ensino fundamental II (9,3% no caso do pai e 4,4% no caso da mãe). Se considerarmos ainda o perfil do Grupo 1 por região do país, o destaque mais significativo foi para região Nordeste, pois o perfil da renda esteve fortemente concentrado na faixa até 1,5 salário, o qual contou com um crescimento da ordem 60,1% ao longo dos três ciclos.

O Grupo 4, nitidamente de característica "mais elitizada," sobressai os maiores percentuais quanto à renda na faixa de 10 a 30 salários, inclusive com índices crescentes, da ordem de 6,6%, entre 2009 e 2015. A escolaridade do pai e da mãe no quesito ensino superior foi bem mais significativa do que os demais, inclusive na pós-graduação. Ao longo dos três ciclos houve um crescimento de 9,7% no caso de pais com ensino superior e 7,1% de mães com pós-graduação. Além disso, os maiores percentuais recaíram entre os alunos que cursaram todo o ensino médio em escolas privadas. Se considerarmos o perfil do Grupo 4, por região do país, quanto ao quesito renda o destaque foi para o Centro-Oeste, pois, além do perfil mais fortemente concentrado na faixa de 10 a 30 salários, bem mais acima do que o percentual nacional, houve crescimento ao longo dos três ciclos da ordem de 47,9% nesta faixa salarial. No quesito escolaridade da mãe, os percentuais mais significativos estiveram na região Sul, especialmente na faixa daqueles com pós-graduação, com crescimento da ordem de 24,1% ao longo dos três ciclos. Dado que também se repete em outros quesitos, com um crescimento de 60,6% entre os estudantes da região Sul que concluíram todo o ensino médio na rede privada ao longo dos períodos investigados.

Para problematizar esses dados recorremos novamente aos estudos de Pinto (2004) e Ristoff (2014), por serem mais emblemáticos para as discussões sobre o perfil dos estudantes do ensino superior no Brasil. Para ambos, a renda familiar do estudante universitário está em condições muito melhores se comparada à realidade da população brasileira. Ristoff (2014) destaca que somente 7% das famílias brasileiras têm renda mensal superior a 10 salários mínimos, enquanto é "raro encontrar na graduação brasileira um curso/área em que esta representação seja igual ou inferior à da sociedade" (p. 733). Pinto (2004), no início dos anos 2000, já apresentava indicadores que apontavam para o nível elevado de elitização do ensino superior brasileiro. No caso da Medicina, 65,8% dos estudantes das IES públicas e 80,6% das IES privadas eram de famílias com renda mensal superior a 10 salários mínimos, no ano de 2003, enquanto na Pedagogia, mesmo tendo índices bem abaixo que a Medicina, ainda assim contava com 9,5 % dos estudantes em IES públicas e 10,8% em IES privadas. Portanto, índices acima da população brasileira da época.

No caso da Psicologia, Ristoff (2014) aponta que no ciclo do Enade de 2012, o curso aparecia junto da Medicina (44%), Odontologia (28%) e Direito (24%), com percentuais muito acima das famílias brasileiras com renda mensal superior a 10 salários mínimos. Entretanto, esse percentual tem caído, sistematicamente, entre os estudantes de Psicologia a cada novo ciclo: 32% em 2006; 19% em 2009 e 16% em 2012. Se olharmos para o ciclo de 2015, a partir dos dados gerais levantados na presente pesquisa, o percentual de estudantes de Psicologia com renda mensal superior a 10 salários mínimos foi ainda menor, da ordem de 12,26%. Por outro prisma, 33,46% dos estudantes de Psicologia contam com renda familiar até 3 salários mínimos, o que indica a necessidade de políticas de permanência mais robustas para que os estudantes possam concluir com êxito as suas graduações.

Ao retomarmos as análises de Pinto (2004) e Ristoff (2014) quanto à origem escolar dos estudantes de graduação no Brasil, os autores apontaram que os cursos de alta demanda apresentavam percentual mais significativo de alunos oriundos do ensino médio privado. Em 2003, 73,7% e 75,3% dos estudantes de Medicina de IES públicas e privadas, respectivamente, cursaram o ensino médio em escolas privadas. A Odontologia foi outro curso que apresentou percentuais muito próximos da Medicina, 71,4% e 71,5% respectivamente (Pinto, 2004). Os dados do Enade de 2012, de acordo com Ristoff (2014), apesar de apresentar percentuais menores daqueles reunidos no estudo de Pinto (2004), ainda assim sobressaiu maior número de estudantes que concluíram o ensino médio em escolas privadas: Medicina (44%), Odontologia (28%) e Direito (24%). Quanto à Psicologia, o percentual de estudantes que concluíram integralmente o ensino médio em escola pública foi: 41% em 2006; 48% em 2009; 49% em 2012. No ciclo de 2015, levantamos em nosso estudo o percentual de 51,25%. Compreende-se que este crescimento é fruto da política de cotas e que, mais uma vez, exige a necessidade de políticas de assistência estudantis mais sólidas e com maior potencial inclusivo, no sentido de responder as novas necessidades dos estudantes que têm ingressado no sistema do ensino superior brasileiro.

Seguimos a análise da Tabela 4 sob a mesma lógica de descrever os dados dos agrupamentos mais bem definidos. O Grupo 1 (mais popular) caracteriza-se por contar com maior percentual de estudantes no período noturno, com crescimento da ordem de 23,8% ao longo dos três ciclos, enquanto que no Grupo 4 (mais elitizado) os percentuais mais expressivos foram no período matutino, seguido do noturno. Para Ristoff (2013), considerando a natureza hegemonicamente privada do ensino superior no Brasil, que conta com maior oferta de vagas no período noturno, isso possibilita que 56% dos estudantes que buscam esse turno para realizar seus estudos, tenham que também trabalhar nos outros turnos. Os cursos da área de Saúde são os que apresentam menor percentual de alunos que trabalham, é o caso da "Medicina (com apenas 8%), seguida de Odontologia (15%)" (p. 17). Quanto aos estudantes de Psicologia, no Enade de 2015, cerca de 28% referiram que trabalham mais que 20 horas semanais. Por outro lado, nos cursos de Pedagogia (79%) e História (73%) o percentual de estudantes que trabalham é bem mais significativo (Ristoff, 2013).

Chama atenção o fato de os estudantes do Grupo 4 recorrerem a bolsas de estudos, inclusive por serem a maioria dos beneficiários das cotas ProUni e FIES. Em 2009 o destaque foi para os alunos com bolsas da própria instituição (IES privadas), seguido daqueles que contaram com financiamento pelo FIES. Em 2012 houve um maior percentual de alunos com bolsas oriundas do ProUni parcial e que também foram contemplados com o FIES, seguido do ProUni integral. Já em 2015 houve queda significativa de alunos com bolsas, sendo a mais expressiva a do tipo ProUni parcial. Para o Grupo 1 caiu o percentual de alunos com bolsa do governo e da própria instituição, e se manteve, com um certo crescimento, o percentual de alunos contemplados pelo FIES. Este quadro corresponde as mudanças no cenário político-econômico vivido no final do ciclo do Governo do Partido dos Trabalhadores (PT) na presidência do Brasil, que culminou com impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff.

No quesito bolsa permanência, tanto o Grupo "mais elitizado" quanto o "mais popular" foram contemplados com esse tipo benefício. O Grupo 1 contou com maior percentual de auxílio permanência em 2009 e auxílio moradia e alimentação em 2012, enquanto o Grupo 4 se manteve com maior percentual de estudantes com auxílio permanência. Os estudantes dos dois grupos tiveram uma diminuição abrupta desse tipo de auxílio em 2015, o que é preocupante, especialmente para o tipo de perfil que têm ingressado no ensino superior brasileiro em geral, e mais especificamente nos cursos de Psicologia, conforme discutimos anteriormente. Quanto às ações afirmativas, o destaque foi o Grupo 1 com a diminuição de estudantes de perfil mais popular que ingressou por meio de reserva de vagas (oriundos de escolas públicas e por critério étnico-racial e de renda). Trata-se de uma contradição, considerando o aumento do número de estudantes oriundos de escola pública e que se consideram negros e/ou pardos.

Por fim, para corroborar com o conjunto das análises acima descritas, sintetizamos na Tabela 5 o tamanho dos agrupamentos formados com base na análise do tipo two-step cluster.

Observa-se, com base na Tabela 5, o crescimento do perfil "mais popular" dentre os alunos concludentes dos cursos de Psicologia, em detrimento do encolhimento dos grupos com características "mais elitistas". No ano de 2009, o destaque foi para o Grupo IV com maior percentual de concludentes com perfil mais elitizado. Entretanto, no ano de 2012 já é perceptível uma primeira mudança nesse perfil se comparado ao ciclo anterior, com o crescimento dos grupos mais populares. Essa tendência irá se consolidar no ciclo de 2015 com a concentração de um percentual bem mais significativo de alunos com perfil mais popular.

 

Considerações finais

Revisitamos, com esse estudo, a tese sobre a elitização da Psicologia, particularmente no âmbito da formação de psicólogos. O seminal estudo realizado por Yamamoto et al. (2011), com base nos dados sociodemográficos do Enade de 2006, chamava atenção naquela época para uma maior heterogeneidade no perfil dos estudantes de Psicologia no Brasil, constituindo dois grupos bastante distintos: um mais elitizado e outro menos elitizado. Depois de realizados novos ciclos avaliativos do Enade (2009, 2012 e 2015), retomamos os dados do questionário sociodemográfico para reavaliar o perfil dos estudantes de Psicologia no Brasil, sob a perspectiva de um olhar longitudinal, considerando os efeitos das políticas educacionais do ensino superior dos Governos do PT, proporcionados pelo Reuni (2007), pela Política Nacional de Assistência Estudantil (Portaria Normativa nº 39/2007 e Decreto nº 7.234/2010), e também pela expansão do FIES (1999) e do ProUni (2005). Nossos achados indicam que está em curso um processo de "popularização" do perfil dos estudantes de Psicologia no Brasil, apesar do aprofundamento da hegemonia do setor privado na oferta de vagas e número de matrículas no sistema de ensino superior como um todo. Respostas para este fenômeno podem ser encontradas na própria política de bolsas e financiamentos para o custeio das despesas com matrícula e mensalidades, como também o percentual significativo de estudantes de Psicologia que estudam no período noturno e trabalham durante o dia para ajudar a custear as despesas com a sua formação superior. Resta saber se este processo de "popularização" do perfil dos estudantes de Psicologia, que também é extensivo a outros cursos do ensino superior, conforme aponta Ristoff (2014), seguirá alterando o perfil do estudante universitário brasileiro em um cenário de recessão e austeridade econômica, agudizada no Governo do ilegítimo Michel Temer com a intensificação da ofensiva neoliberal sob as políticas sociais e educacionais, o aumento do desemprego e de insegurança no trabalho com a reforma trabalhista, além da desvalorização do salário da classe trabalhadora.

 

Referências

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Endereço para correspondência:
João Paulo Macedo
jpmacedo@ufpi.edu.br

Cristina de Sousa Alves
alvescristina407@gmail.com

Laís Leal da Silva Bezerra
siallael@hotmail.com

Jamille Rodrigues da Silva
jamilleesilva0707@gmail.com

Submetido em: 10/01/2018
Revisto em: 19/02/2018
Aceito em: 19/02/2018

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