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Revista da Abordagem Gestáltica

versão impressa ISSN 1809-6867

Rev. abordagem gestalt. v.14 n.2 Goiânia dez. 2008

 

ARTIGOS

 

Psicologia escolar: abrindo espaço para a fala, a escuta e o desenvolvimento interpessoal

 

School psychology: opening space for talks, listening and interpersonal development

 

Psicología escolar: abriendo espacio para la habla, la escucha y el desarrollo interpersonal

 

 

Gizele G. Parreira Elias; Mariana Oliveira Veras

Universidade Católica de Goiás

 

 


RESUMO

O presente estudo teve como objetivo investigar qual a relevância de uma atuação no contexto escolar que instigue o desenvolvimento intra e interpessoal de seus alunos. Este trabalho foi realizado em grupo com estudantes do 2° ano do Ensino Médio durante um ano. Acredita-se que o homem é um ser de relações, dessa forma, ele não se desenvolve apenas cognitivamente, como a maioria das escolas pensa, mas, necessita amadurecer também no que se refere ao aspecto social. Percebe-se que o espaço aberto para a fala e escuta proporciona ao aluno um momento que o incita a refletir sobre a necessidade de desenvolver-se no que diz respeito à relação consigo mesmo e com o outro.

Palavras-chave: Escola; Desenvolvimento interpessoal; Grupo; Comunicação.


ABSTRACT

This essay intends to investigate the relevance of a performance in the school environment, able to motivate the inner and interpersonal development of its pupils. Such work was realized among second year High School pupils for a year. It is believed that the human being establishes interpersonal relations, so people do not develop themselves cognitively as thought by most schools. It is also necessary to develop the human being among society. It is noticeable that the freedom to talk and to listen helps people to think about the necessity to develop their inner relations towards others.

Keywords: School; Interpersonal development; Group; Communication.


RESUMEN

El presente estudio tuvo como objetivo investigar cual es la relevancia de una atuación en el contexto escolar que instigue el desarrollo intra y interpersonal de sus alumnos. Este trabajo fue realizado en grupo con estudiantes del segundo año del Ensino Médio durante un año. Se garantiza que el hombre es un ser de relaciones, así, él no se desarrolla solamente cognitivamente, como la mayoria de las escuelas piensan, pero, necesita también madurar en lo que se refiere al aspecto social. Se percibe que el espacio abierto para la habla y la escucha brinda al alumno un momento que lo lleva a refexionar sobre la necesidad de desarrollarse en relación a si mismo y al otro. 

Palabras clave: Escuela; Desarrollo interpersonal; Grupo; Comunicación.


 

 

Todo ser humano precisa ter o seu momento para falar, colocar suas idéias, expressar suas opiniões e sentimentos. Dentro da escola, geralmente, esse espaço ou é limitado, ou não existe. Percebe-se então, que a presença do psicólogo nas instituições de ensino é de extrema valia e importância para esse contexto. Em meio às diversas habilidades que este profissional deve apresentar, inclui-se, proporcionar aos alunos um momento em que eles possam se expressar como seres que além de possuir suas capacidades cognitivas, têm valores, emoções e opiniões próprias que não podem ser silenciadas, mas sim compartilhadas.

Andrada (2005), ao falar do percurso da identidade profissional do psicólogo escolar relata que, primordialmente, a proposta de atuação deste no contexto educacional sugeria um trabalho voltado para a clínica, onde testes deveriam ser aplicados e atendimentos individuais eram realizados. Sendo assim, o seu trabalho encontrava-se estritamente direcionado para a questão da aprendizagem dos alunos. Buscava-se então, trabalhar especificamente com as dificuldades escolares apresentadas em sala, tendo como objetivo adaptar os mesmos à escola.

Segundo a autora, o psicólogo isolava o aluno dentro de seu consultório, trabalhando as dificuldades deste fora do contexto de sala de aula, percebendo-o como um aluno-problema, portador de deficiências e que precisava ser adequado à proposta de trabalho da escola. Todos esses aspectos que envolviam o papel do psicólogo escolar são o que Meira (2003) denomina de modelo clínico de atuação. Era uma forma de trabalho voltada para o diagnóstico e tratamento dos alunos-problemas. Os estudantes eram culpados pelo seu fracasso e a escola não tinha nenhuma parcela de responsabilidade nesse processo.

A psicologia escolar pautada por essa visão de que o problema estava principalmente, e em alguns casos, somente no aluno, foi percebendo que outras variáveis e situações poderiam estar envolvidas neste processo das dificuldades apresentadas pelos estudantes em sala, e que a responsabilidade pelo fracasso não era apenas deles (Andrada, 2005).

A partir dessas percepções, manifestou-se a necessidade do surgimento de um novo paradigma que olhasse de forma diferente tanto para o aluno como para o contexto escolar em todos os seus aspectos. Meira (2003) coloca que no decorrer do tempo, foi ficando cada vez mais evidente a necessidade de redefinir os processos tradicionais de avaliação e diagnóstico. Surgiu uma nova visão, que trouxe uma inovadora concepção de trabalho dentro da escola, despontou-se uma atuação integradora, envolvendo nesse processo não apenas os alunos, mas também os professores, coordenadores e todos os funcionários que fazem parte da instituição de ensino (Andrada, 2005).

Vasconcellos (1984) coloca que o psicólogo escolar não deve ficar buscando técnicas que procuram adaptar os alunos à escola, pois um dos papéis desse profissional é possibilitar aos educadores que trabalham diretamente com esses escolares, conhecimentos relacionados ao desenvolvimento tanto da criança como do adolescente para que compreendam melhor a dinâmica destes, e tenham um trabalho em sala de aula que ao invés de afastar, aproximem seus alunos.

A partir do momento, que o psicólogo escolar percebeu que seu trabalho era muito mais amplo e que poderia trazer contribuições para a escola como um todo, Novaes (1984) revela que esse profissional passou a visar o aluno como um ser que não deve desenvolver-se apenas cognitivamente, pois ele também é um ser social e precisa construir habilidades para relacionar-se com o meio em que vive.

No que tange ao papel do psicólogo na escola, Novaes (1984) afirma que esse exerce um papel preventivo, sendo o seu trabalho permeado por vários aspectos, como o processo ensino-aprendizagem dos alunos, a mediação das relações dentro da escola envolvendo os professores, a família e todos os funcionários que fazem parte desta instituição e o desenvolvimento da personalidade dos escolares, a fim de que no decorrer da vida estudantil os mesmos se desenvolvam conhecendo a si mesmos e conseqüentemente tendo uma relação integradora com o mundo que os cerca.

De acordo com Outeiral (1997), é função da escola “o educar”, ou seja, perceber e auxiliar no desenvolvimento do potencial de cada indivíduo. O processo educacional envolve o ambiente escolar, os aspectos constitucionais e os vínculos familiares de cada aluno. Sendo assim, a instituição de ensino necessita abranger todos esses aspectos para a corroboração de um trabalho realizado com qualidade. Meira (2003) afirma que a educação é fundamental para que o homem se constitua como ser humano, humanizado e humanizador.

Burow e Scherpp (1985) salientam que as escolas voltam os seus olhos enfaticamente para o aspecto cognitivo de seus alunos, esquecendo-se que estes têm sentimentos e valores, ou seja, que eles não são apenas uma cabeça que pensa, mas também possuem emoções que carecem de atenção. Ressaltam ainda, que a idade escolar, que permeia os alunos desde a Educação Infantil até a educação do Ensino Médio, faz parte de um relevante momento que é o período de desenvolvimento da personalidade, aspecto esse, importante na vida de qualquer indivíduo.

Durante o seu desenvolvimento, o homem amadurece em vários aspectos: fisicamente, emocionalmente, socialmente e intelectualmente. Estes tipos de maturidade estão interligados, ou seja, um depende do outro. Para que um aluno consiga escrever, precisa de maturidade intelectual para compreender os sinais, mas também é importante a maturidade física para que ele consiga, dentre outras coisas, pegar no lápis de forma adequada. Dessa forma, a escola não deve preocupar-se apenas com a maturidade intelectual de seus alunos, pois para que esta se desenvolva, faz-se necessário o avanço das outras (Piletti, 1985).

Para que o ser humano tenha uma boa qualidade de vida, ele precisa entre outros aspectos, amadurecer-se socialmente. Percebe-se então, a importância do desenvolvimento das relações interpessoais. Leite (1997) afirma ser necessário existir dentro da escola, um momento que propicie a discussão das relações. É papel das instituições de ensino contribuir para que seus alunos tenham um bom ajustamento com o mundo que os cerca, buscando que seus escolares alcancem uma relação indivíduo-meio favorável.

Outeiral (1997) complementa, relatando que a escola é o local onde, tanto a criança como o adolescente são dirigidos para o caminho da separação do seu grupo original (família), indo em direção à independência e individuação.

Sendo assim, explorar as relações interpessoais dentro da instituição de ensino, não visa apenas que os alunos tenham uma boa convivência com seus colegas em sala, com os professores e profissionais que estão presentes nesse contexto. É uma proposta que vai além, pois tem o objetivo de preparar esse indivíduo para quando sair da escola, apresentar habilidades ao fazer seus contatos, se estabelecer de forma satisfatória em suas atividades, sejam profissionais, familiares, ou qualquer outra que envolva sua vida (Leite, 1997).

Fierro (1996) fala que uma das experiências mais importantes para a formação da personalidade são as experiências interpessoais. Muitas das características de personalidade são mostradas em condutas interpessoais. Segundo o autor, determinados conjuntos dessas condutas interpessoais formam o caráter ou a personalidade moral, sendo essa formação de extrema relevância tanto para o indivíduo como para a sociedade.

A escola tem função de socialização porque reproduz o sistema social, ela simula uma pequena sociedade que permite aos seus alunos desenvolverem-se, almejando que, futuramente sejam dirigidos para o verdadeiro complexo de relações que é a sociedade como um todo. Atualmente, a instituição de ensino encontra-se no contexto de um mundo que vivencia grandes crises, tanto no que se refere aos valores, como à ética. Sendo assim, a educação em um aspecto geral, tem encontrado dificuldades para inserir seus alunos na sociedade. Percebe-se uma grande dificuldade por parte das escolas em lançar uma proposta educacional que prepare o indivíduo para o futuro (Outeiral, 1997).

A partir dos obstáculos apresentados na escola ao trabalhar com as relações, Novaes (1984) indica uma possibilidade de atuação que seria a comunicação. A autora coloca que a linguagem é um instrumento de grande importância, pois ela permite que o indivíduo se firme e consolide-se perante o outro. Ao comunicar-se, o homem interage socialmente, expressa-se, comunica-se com o mundo ao seu redor. A fala possibilita o desenvolvimento e a atualização na relação com o outro, podendo ser uma grande aliada da escola, pois na medida em que o aluno se expressa por meio da linguagem, a sua atividade intelectual e conseqüentemente sua formação de ideais são desenvolvidas e aprimoradas. Ressalta-se que a falta de comunicação interfere negativamente num adequado andamento das interações sociais.

Kupfer (1997) fala em necrose do tecido social, que é a falta ou deficiência na circulação discursiva dentro das instituições escolares. Esse fato ocorre quando existem dentro das escolas apenas discursos cristalizados, ou seja, os sujeitos não falam, não podem manifestar-se trazendo algo novo. A não abertura de espaço para a articulação de novas falas faz com que a instituição inicie um processo de atrofia. A conseqüência disto, é que os alvos escolares propostos não são atingidos.

A mesma autora reforça que, quando existe um espaço dentro da instituição em que há circulação de discursos, as pessoas participam desse processo ativamente responsabilizando-se pelo que dizem. Isso implica em um ser que é ativo, que faz parte tanto das possíveis transformações que poderão ocorrer, quanto auxilia na criação de novos discursos.

O objetivo do trabalho do psicólogo na escola é o de abrir um espaço para a circulação de discursos, naquelas instituições em que a ausência dessa circulação estiver comprometendo a realização dos objetivos institucionais” (Kupfer, 1997, p. 57). Este profissional além de abrir espaço para a fala, coloca-se também em posição de escuta ativa.

Ao falar da questão da comunicação, Mailhiot (1998) diz: “Já se aceita como um dado de realidade que somente em um clima de grupo em que as comunicações são abertas e autênticas, as necessidades interpessoais podem encontrar satisfações adequadas” (p. 70).

Continuando este assunto, Andrade (2001) denota a necessidade que o homem tem de comunicar-se com os outros, justamente porque ele é um ser de relações, um ser que interage a todo momento. “Para confirmar-se como pessoa, o homem precisa estar em relação-com-o outro, sendo que este outro o confirma ao responder-lhe” (Andrada, 2005, p. 109).

Outeiral (2003) coloca que a fase da vida do ser humano em que a busca desse processo de conhecimento próprio e do outro mais se faz presente, é a adolescência. Revela ainda, que nesse momento da vida, o indivíduo começa a fazer reflexões, discutir idéias e fazer planos e projetos.

O autor ainda esclarece que esse pensamento mais elaborado que inicia seu processo na adolescência é denominado pensamento formal. No início, o adolescente propõe facilmente soluções para as várias dificuldades encontradas no mundo, sendo que, na maioria das vezes, essas resoluções são pouco efetivas na prática. Essa relação entremeada de fantasias que o adolescente faz entre o que pensa e sua práxis possibilita a ele o desenvolvimento da criatividade, sendo que quanto mais esta tem espaço para crescer, mais ela toma uma forma integradora e produtiva. Para que esta atividade criadora desenvolva-se, é necessário que tanto na escola como na família haja um ambiente propício e estimulador.

Traverso-Yépez e Pinheiro (citados por Minto, Pedro, Netto, Bugliani & Gorayeb, 2006) confirmam a importância da existência de um espaço apropriado que possibilite ao adolescente o desenvolvimento da auto-estima, criatividade e a capacidade de projetar-se no futuro.

De acordo com Piletti (1985), a adolescência é uma fase em que as escolhas têm grande importância, pois nesse momento muitas decisões que serão tomadas podem perdurar até o final da vida. O autor diz ainda, que a escola na maioria das vezes não auxilia o aluno na conscientização da responsabilidade de suas escolhas. Dessa forma, muitos estudantes não conseguem tomar suas próprias decisões, principalmente por falta de conhecimento próprio.

No que concerne ao desenvolvimento das relações interpessoais, Novaes (1984) informa que é necessária a presença do outro na vida do aluno, pois é a partir dessa relação com o próximo, que o indivíduo tem a oportunidade de se conhecer melhor. Leite (1997) ressalta a importância do autoconhecimento e conhecimento do outro para que o aluno desenvolva-se em suas interações.

O trabalho com o objetivo de promover o desenvolvimento dos alunos no âmbito das relações, envolvendo o conhecer a si e ao outro através da comunicação, pode ser realizado por meio de grupos. Burow e Scherpp (1985) relatam que o trabalho em grupo permite com que cada participante perceba que não é apenas ele que tem problemas, dificuldades, dúvidas, mas oferece a possibilidade deles verem que os outros podem passar por situações semelhantes, sendo que suas próprias limitações são aceitáveis. Torna possível ainda, a união do grupo, para juntos buscarem soluções, criando um ambiente de confiança e proporcionando aos indivíduos uma compreensão melhor do outro e de si mesmo.

A realização de encontros grupais é um elemento essencial para a formação de um espaço que estimule o expressar-se por meio da fala (Checchia & Souza, 2003). A troca de experiências, a reflexão e a discussão de temas explorados nos trabalhos em grupo trazem relevantes influências na vida de seus participantes, de modo que podem repercutir no surgimento de atitudes novas por parte do indivíduo perante a vida (Silva citado por Minto et al., 2006).

De acordo com Minto e colaboradores (2006), as técnicas grupais possibilitam um aprendizado tanto pessoal quanto grupal, o que pode contribuir para aspectos como: o autoconhecimento, o exercício da escuta, o desenvolvimento da consciência crítica, dentre outros. Os autores colocam ainda, que essas técnicas devem ser flexíveis, principalmente quando o trabalho é realizado com adolescentes, elas devem estar de acordo com o contexto dos mesmos.

Segundo Ribeiro (1994, citado por Andrade, 2001):

O grupo se transforma num processo contínuo de cura, descobrindo, a cada momento, sua capacidade auto-reguladora e equilibradora, seu movimento intrínseco para a totalidade, funcionando como matriz de mudança, em que cada um de seus membros colhe, na atmosfera grupal, força para soluções de seus conflitos, compreensão do mistério do outro e garantia de que ninguém está só neste universo (p. 115).

O trabalho em grupo procura possibilitar a cada um de seus membros uma relação de troca mútua entre eles. Para que um grupo aconteça é necessário que haja comunicação, interação e objetivos comuns que estabeleçam a direção das ações. A atuação do psicólogo com o grupo é permeada por técnicas e procedimentos que têm como objetivo aflorar os fenômenos grupais que estão sendo experienciados pelo grupo em que são aplicados (Idáñez, 2004).

A partir de todas as colocações apresentadas acima, percebe-se a relevância de um trabalho realizado na escola que proporcione aos seus alunos um espaço aberto para a fala. Devido à importância dessa abertura da comunicação no contexto escolar mostrou-se necessária a investigação desse assunto, o que resultou o respectivo estudo. Tendo o mesmo como objetivo estimular os alunos a caminharem em busca do desenvolvimento intra e interpessoal, por meio de reflexões, momentos de fala e escuta em um trabalho realizado em grupo.

 

Método

Participantes

Participaram deste estudo alunos de faixa etária entre 16 e 18 anos, estudantes do 2° ano do Ensino Médio. Neste trabalho serão colocadas as falas de alguns dos alunos que estiveram presentes nos encontros a fim de melhor apresentar o desenvolvimento da proposta em questão.

Materiais

Foram utilizados papel A4, lápis de cor, cola, tesoura, caneta, lápis, cartolina, barbante, canetinhas, fita crepe, quebra-cabeça, computador, som, quadro, giz, papel cartão, balão, barbante, revistas, questionários (em anexo).

Procedimento

Em um primeiro momento, a professora-supervisora junto à supervisora de campo e às estagiárias de psicologia (faziam parte do grupo seis estagiárias) estabeleceram a forma de trabalho a ser realizada com os alunos. Decidiu-se que as estagiárias trabalhariam em duplas e que as mesmas atuariam nas salas de aula com as turmas do Ensino Médio. É importante ressaltar que cada dupla ficou responsável por quatro turmas, sendo duas de uma mesma série e duas de outra. Contudo, o estudo apresentado neste baseou-se no trabalho desenvolvido por apenas uma das duplas, a que ficou responsável pelas turmas de 2º ano do Ensino Médio.

As atividades eram realizadas semanalmente, em um período de 45min na sala de aula da respectiva turma (alguns encontros aconteciam fora da sala: pátio ou quadra de esportes).

Todos os encontros eram planejados antecipadamente e a cada trabalho que as estagiárias realizavam com os alunos, elaboravam um relatório contendo informações a respeito das atividades efetuadas neles. Utilizaram-se dinâmicas que abarcavam temas específicos, sendo essas exploradas por meio de diversas metodologias, seja em forma de desenhos, discussões, músicas, redações, entre outras.

Esse trabalho foi realizado durante o período de um ano letivo. No final de cada semestre foi aplicado aos alunos um questionário (em anexo) de avaliação do trabalho que havia sido realizado com eles. Realizou-se 13 encontros no 1° semestre e 12 encontros no 2° semestre.

No primeiro semestre, o tema explorado junto ao grupo foi autoconhecimento. Em um outro momento, no segundo semestre, trabalhou-se os assuntos: grupo e projetos de vida.

No primeiro encontro, as estagiárias de psicologia foram apresentadas pela coordenadora do Ensino Médio aos alunos. Elas identificaram-se falando em qual universidade estudavam, que curso e período cursavam e falaram brevemente a respeito do trabalho que realizariam com eles. Passou-se aos alunos a informação de que não seria obrigatória a participação nos encontros, mas quem se propusesse a fazer parte deles, seria necessário o compromisso com o grupo. Após esse momento, por meio de uma dinâmica, elas conheceram os nomes dos alunos.

No encontro seguinte, construiu-se junto aos estudantes as regras que integrariam as normas de boa convivência entre os participantes do grupo. Discutiram-se pontos como: sigilo, respeito, participação, entre outros. Na semana posterior, as estagiárias levaram o contrato que havia sido elaborado anteriormente, para ser assinado pelos alunos, uma via ficou com eles e outra com as estagiárias. Nessa folha havia todas as regras de convivência que norteariam o grupo durante todo o ano.

Informou-se aos alunos que sempre quando houvesse a necessidade de relembrar o que havia sido acordado no contrato, as estagiárias reforçariam as regras do grupo, pelo fato delas serem de extrema importância para o bom andamento dos encontros.

Em função do grande número de atividades e ao espaço limitado neste trabalho serão apresentados, logo abaixo, apenas três encontros representando cada tema abordado. Faz-se necessário ressaltar que a passagem de um tema para outro só ocorria quando o mesmo havia sido suficientemente explorado, ou seja, quando o grupo já havia feito diversas reflexões, quando houvesse a contribuição e trocas de experiências entre os participantes e os mesmos mostrassem desenvolvimento em relação a tal tema, sendo este crescimento observado por meio das falas dos alunos, trabalhos, como também no decorrer das atividades.

 

Atividades realizadas com os alunos durante os encontros:

Encontro:

Semestre:

Tema: Autoconhecimento

Objetivo geral: Reflexão sobre como os alunos percebem a si mesmos e como os outros os vêem.

Técnica utilizada: Como me vejo e como sou visto

Procedimento: Cada aluno recebe um pedaço de papel cartão em branco, no qual escreve o nome de um animal de sua escolha. Após esse momento, pede-se aos alunos que identifiquem três características que este animal tem em comum com eles. O próximo passo é colocar o papel nas costas para que, sucessivamente, os outros colegas escrevam características a respeito da pessoa. Terminada essa tarefa comenta-se com o grupo aquilo que foi surpresa, aquilo que já se esperava, quais foram as características que haviam colocado para o animal e que coincidiram com as que os outros colocaram e o que mais lhe chamou atenção em relação às características mencionadas.

Encontro:

Semestre:

Tema: Grupo

Objetivo geral: Trabalhar a identidade do grupo

Técnica utilizada: A cara do grupo

Procedimento: Disponibiliza-se uma cartolina para o grupo de forma que todos se posicionem em volta dela. São entregues aos participantes: lápis de cor, canetinhas, revistas, tesoura e cola. A partir de então, eles devem confeccionar um cartaz que tenha a “cara do grupo”. Após a criação do cartaz, os alunos falam a respeito da participação na construção do mesmo, o que acharam do produto final, como é retratar o grupo em um cartaz.

Encontro:

Semestre:

Tema: Projetos de Vida

Objetivo geral: Discutir sonhos e perceber possibilidades e limitações

Técnica utilizada: Projetando-me no futuro

Procedimento: Solicita-se que os alunos fiquem sentados em círculo. Pede-se para que eles fechem os olhos e pensem na pessoa que são atualmente, nas atividades que realizam que gostam e as que não gostam. Depois são instruídos a imaginarem-se daqui a seis anos, como estarão, quais atividades realizarão, com quem estarão, etc. A seguir, pede-se que eles abram os olhos, fala-se a data do dia do encontro acrescida de seis anos, sendo que os participantes deverão contar aos colegas a maneira como imaginam estar suas vidas em tal data. Após a fala dos alunos, questiona-se como foi imaginar-se no futuro, o que mais lhe chamou atenção, o que devem fazer para alcançar suas metas, se realmente estão caminhando em direção à conquista de seus sonhos, entre outras reflexões.

Observação: As técnicas citadas acima foram retiradas do livro: Aprendendo a ser e a conviver.

 

Resultados e Discussão

Leite (1997) afirma ser necessário existir dentro da escola, um momento que propicie a discussão das relações. Seja qual for a carreira que cada aluno seguirá, uma coisa é certa, ele precisará se relacionar, e caso ele não tenha essa habilidade, provavelmente enfrentará grandes dificuldades mesmo que seja um excelente profissional. Esse é um dos grandes motivos que validam a importância da abertura do espaço para a fala dos estudantes na escola. A comunicação está interligada com a relação, e essa implica em desenvolvimento interpessoal.

O trabalho realizado comprovou a importância da abertura, no contexto escolar, de um espaço para a fala, a escuta e concomitantemente o conhecer a si mesmo e o outro. A relevância deste estudo foi confirmada pela fala dos próprios alunos ao serem questionados a respeito do que achavam desse momento em que eles puderam expressar-se: “É um momento único de expressão que eu achei... (S.)”, “Eu achei muito bom esse momento para poder se expressar, principalmente para ouvir o que as demais pessoas pensam sobre determinados assuntos e para perceber que compartilhamos opiniões (V.)”, “Esse momento é interessante e importante, pois a escola sem a voz do aluno não é escola... (F.)”.

No que diz respeito à comunicação, Novaes (1984) fala que a linguagem é um instrumento de grande importância, pois ela permite que o indivíduo se firme e consolide-se perante o outro. Ao comunicar-se o homem interage socialmente, expressa-se, comunica-se com o mundo ao seu redor. A fala possibilita o desenvolvimento e a atualização na relação com o outro.

O que a autora diz é reafirmado pela fala de V. ao dizer sobre o encontro que mais gostou: “De todos os encontros acho que o que mais me marcou foi quando nós realizamos uma atividade onde deveríamos escrever qualidades que nós achávamos que tínhamos e deixar depois nossos colegas escreverem qualidades sobre nós mesmos... para mim foi muito bom perceber que para quem ‘me vê de fora’ eu não sou uma pessoa tão ruim.” Percebe-se nessa situação, a importância que foi para V. poder saber o que os outros pensavam a respeito dele, tanto é, que esse foi o encontro que mais lhe agradou.

S. concordou com V. em relação ao encontro que mais gostou e disse: “O que mais me marcou foi o encontro de escrever nas costas do amigo o que achamos dele. Me marcou porque eu fiquei sabendo o que eles achavam de mim”.

Burow e Scherpp (1985) relatam que o trabalho em grupo permite que cada participante perceba que não é apenas ele que tem problemas, dificuldades, dúvidas, mas oferece a possibilidade deles verem que os outros podem passar por situações semelhantes, sendo que suas próprias limitações são aceitáveis. Torna possível ainda, a união do grupo, para juntos buscarem soluções, criando um ambiente que gera confiança e proporciona aos indivíduos uma compreensão melhor do outro e de si mesmo.

Essa relevância do trabalho em grupo pode ser vista nas seguintes falas: “Esse trabalho me mostrou coisas sobre meus colegas que eu não havia conhecido antes e me ajudou a melhorar ainda mais meu relacionamento com as pessoas participantes do grupo (V.)”, “O grupo ajuda a nos conhecer melhor (S.)”, “... o grupo pode mostrar como o trabalho em equipe vale a pena (F.)”.

A troca de experiências, a reflexão e discussão de temas explorados nos trabalhos em grupo trazem relevantes influências na vida de seus participantes, de modo que podem repercutir no surgimento de atitudes novas por parte do indivíduo perante a vida (Silva citado por Minto et al., 2006).

Algumas mudanças ficaram visíveis para os alunos, como F. Relatou: “Este trabalho representou uma mudança em minha vida, pois deixei de ser tímido, agora sou mais disposto... A contribuição dos encontros foi a coragem de falar, esses encontros estão acabando aos poucos com a minha timidez, fazendo de mim uma pessoa com mais coragem”. “Aprendi a respeitar mais a opinião de meus amigos. Agora ficou mais fácil entendê-los... Me ajudou a refletir do modo como eu encarava a vida (S.)”, “Nos encontros eu aprendi a respeitar mais as pessoas, os desejos delas, acho que isso me tornou, talvez, uma pessoa melhor do que eu era (V.)”.

Quando Piletti (1985) afirma que a escola não deve preocupar-se apenas com a maturidade intelectual, mas deve atentar-se também para outros aspectos principalmente o social, pôde-se perceber claramente a importância que teve para os alunos participar do grupo.

Esse momento de colocar-se perante o outro consolidou uma aproximação entre os participantes, instigando o conhecimento intra e interpessoal. Foi o que F. disse ao falar a respeito de suas expectativas em relação ao grupo: “... ajudou a melhorar os meus relacionamentos com os amigos”. V. ao falar sobre o que guardaria para sua vida desse grupo contou: “Vão ficar com certeza marcadas na minha vida as amizades que criei com as pessoas pertencentes a esse grupo, pois no decorrer do ano nos tornamos muito unidos”.

Percebe-se a partir das falas apresentadas acima a riqueza encontrada na escola. Infelizmente, muitas vezes, esse tesouro fica bem escondido, guardado, deixado de lado, ninguém mexe com isso, pois nesse contexto o aprendizado remete-se apenas à matemática, português, etc. Desenvolvimento interpessoal também é aprendizado, tem o seu valor e mostra-se extremamente necessário.

No decorrer desse ano, por meio do acompanhamento deste grupo percebeu-se o que Outeiral (1997) fala: a escola tem função de socialização porque reproduz o sistema social, ela simula uma pequena sociedade que permite aos seus alunos desenvolverem-se, almejando que, futuramente sejam dirigidos para o verdadeiro complexo de relações que é a sociedade como um todo. Se a escola tem função de socialização, ela não pode deixar isso passar em branco.

“É muito bom que exista esse momento com discussões de diversos assuntos, é sempre legal saber a opinião do próximo e com essas atividades eu penso que construímos até mesmo uma melhor relação uns com os outros (V.)”. A todo momento, verifica-se a confirmação nas falas dos alunos no que diz respeito à importância de se comunicar, ter o outro que o ouça e estabelecer vínculo com as pessoas.

Os alunos que participaram do grupo encontram-se numa fase de grandes dúvidas e questionamentos que é a adolescência. Esse momento corresponde ao período em que o ser humano está vivendo uma fervorosa busca do conhecimento próprio, do outro e do mundo que o cerca. Ele precisa de um espaço em que possa falar de situações que o angustiam como também compartilhar aquelas que o fazem vibrar.

De acordo com Kupfer (1997), além de abrir espaço para a fala, o psicólogo coloca-se também em posição de escuta ativa. Dessa forma, o aluno tem o seu momento para falar e ao mesmo tempo tem alguém para ouvi-lo. Como disse A. : “É bom ter com quem conversar”. Essa relação entre o falar e ter alguém para ouvir vai construindo e consolidando um ambiente de confiança que estimula uma relação verdadeira entre os integrantes do grupo.

Mailhiot (1998) diz: “Já se aceita como um dado de realidade que somente em um clima de grupo em que as comunicações são abertas e autênticas, as necessidades interpessoais podem encontrar satisfações adequadas” (p. 70).

A proposta de trabalhar desenvolvimento interpessoal na escola vai além, pois tem o objetivo de preparar esse indivíduo para quando sair da escola, apresentar habilidades ao fazer seus contatos, se estabelecer de forma satisfatória em suas atividades, sejam profissionais, familiares, ou qualquer outra que envolva sua vida (Leite, 1997).

Na adolescência, o indivíduo começa a fazer reflexões, discutir idéias e fazer planos e projetos (Outeiral, 2003). Nos encontros em que foi abordado o tema projetos de vida, os alunos compartilharam seus sonhos, planejamentos e preocupações tanto com o futuro mais próximo, que é o caso do vestibular, como com o futuro mais distante. Foi satisfatória essa partilha, pois em vários momentos alguns alunos ficaram surpresos ao ouvirem seus amigos falarem de sonhos que eles jamais imaginariam que o outro almejasse. Percebeu-se que foi um momento de grandes descobertas e incitou uma maior aproximação entre os alunos.

Traverso-Yépez e Pinheiro (citados por Minto et al., 2006) confirmam a importância da existência de um espaço apropriado que possibilite ao adolescente, o desenvolvimento da auto-estima, criatividade e a capacidade de projetar-se no futuro.

As dinâmicas que abordaram o tema projetos de vida suscitaram diversas reflexões. Alguns alunos não tinham noção do que queriam para o seu futuro, outros já haviam estabelecido metas a serem alcançadas. Foi colocado também em discussão o que estava sendo feito por parte dos alunos para conquistarem seus sonhos. Alguns alunos falaram que já estavam fazendo algo para atingir seus objetivos, outros não sabiam nem por qual caminho começar.

A adolescência é uma fase em que as escolhas têm grande importância, pois nesse momento muitas decisões que serão tomadas podem perdurar até o final da vida (Piletti, 1985).

Ao falar sobre futuro, pôde-se perceber por meio dos alunos, a necessidade de falar a respeito de seus planos, como também a angústia de não saber que decisões tomar. Outeiral (2003) coloca que a relação entremeada de fantasias que o adolescente faz entre o que pensa e sua práxis possibilita ao mesmo desenvolver a criatividade, sendo que quanto mais essa tem espaço para crescer, mais ela toma uma forma integradora e produtiva. Esse autor confirma a relevância de se fazer a ligação entre o que se pensa e a prática, entre os sonhos e a concretização dos mesmos.

Em todos os temas explorados - autoconhecimento, grupo e projetos de vida - percebeu-se o surgimento de reflexões que levantaram questionamentos, dúvidas e soluções. Pensar sobre como eles estavam consigo mesmos, com o outro e o que imaginavam a respeito do seu futuro abriu um espaço para a percepção de novas possibilidades e o estímulo para caminhar em busca de novas conquistas.

Dessa forma, esse trabalho mostrou-se produtivo, enriquecedor e alcançou o seu objetivo que era realizar na escola uma proposta em que os alunos vivenciassem de forma concreta uma das coisas mais importantes na vida do ser humano que é o desenvolvimento da relação consigo mesmo e com o outro.

Embora o presente trabalho tenha sido satisfatório, houve uma certa limitação por causa da pequena quantidade de alunos presentes no grupo, acredita-se que em um grupo maior as discussões seriam ainda mais ricas, como também seriam maiores as contribuições compartilhadas entre os alunos, conforme a própria fala de F.: “Eu só acho que devia ter mais alunos participando, porque quem não vem a esses encontros não sabe o que está perdendo”.

Uma possível e interessante proposta de pesquisa instigada a partir desse trabalho seria o estudo da relação entre desenvolvimento intra e interpessoal do aluno e o seu processo de ensino-aprendizagem, pois possibilitaria perceber a importância ou não dessa metodologia de trabalho para a escola, para o aluno como também para o psicólogo escolar.

 

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Recebido em 07.09.08
Primeira Decisão Editorial em 10.12.08
Aceito em 09.02.09

 

 

Mariana Oliveira Veras - Graduada em Psicologia pela Universidade Católica de Goiás. Psicopedagoga Clinica e Institucional pela Universidade Paulista. Email: marianaveraspsi@gmail.com

Gizele G. Parreira Elias - Professora e Supervisora de Estágio do Centro de Estudos, Pesquisa e Práticas Psicológicas do Departamento de Psicologia da Universidade Católica de Goiás; Gestalt-Terapeuta pelo Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-Terapia de Goiás; Especialista em Educação Infantil pela Universidade Federal de Goiás; Mestre em Educação pela Universidade Católica de Goiás; Doutoranda em Educação pela Universidade Católica de Goiás. Email: gizele.p@terra.com.br.

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