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Revista da Abordagem Gestáltica

versão impressa ISSN 1809-6867

Rev. abordagem gestalt. v.15 n.1 Goiânia jun. 2009

 

EDITORIAL

 

O ano de 2009 principia com grandes oportunidades de podermos afirmar e consolidar a Fenomenologia como uma possibilidade concreta na interlocução com a Psicologia no Brasil. A afirmação se dá tanto pela perspectiva da produção acadêmica, quanto pelas possibilidades que surgem de diálogo e discussão.

Congressos, publicações, pesquisas e grupos de trabalho têm se formado pelo país afora, pautando a diversidade do pensamento fenomenológico como ponto de partida. Em junho desse ano teremos a oportunidade de reunir em Curitiba um significativo contingente de pesquisadores e pensadores em torno do debate entre Psicologia e Fenomenologia &– os textos produzidos por este evento serão publicados no nosso próximo número &– o que pode ser um primeiro passo para novas empreitadas. Também neste ano teremos, em Vitória (ES), o XII Encontro Nacional de Gestalt-Terapia.

É neste contexto, onde temos dois excepcionais momentos de interlocução, que trazemos o novo número da Revista da Abordagem Gestáltica, procurando consolidar nossa posição como alternativa aos autores que buscam apresentar suas produções em torno de temas como fenomenologia, existencialismo, psicologia humanista, Gestalt-terapia, pesquisa qualitativa e outros. Nossa pretensão por excelência já encontra repercussão em diversos Programas de Pós-Graduação em Psicologia no país &– condição importante para que nosso trabalho seja ao mesmo tempo reconhecido e apreciado &– como podemos observar através da generosa contribuição de professores e pesquisadores de três desses programas no país (Universidade de Fortaleza, Universidade Federal do Pará e Universidade Federal do Paraná), representando igualmente a ampliação da diversidade geográfica dessa produção (o que torna a revista eminentemente “nacional”) e a ampliação de nossa penetração no meio acadêmico.

Este número apresenta contribuições de estados como Pará, Ceará, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás e o Distrito Federal; sempre na direção da missão dessa revista: ser um periódico representativo da produção nacional, ser um veículo de difusão de pesquisas de alto nível, ser uma alternativa à reflexão.

Damos início a este número procurando consolidar nossa premissa de um diálogo entre perspectivas, com o artigo da Profª.Virginia Moreira, do Programa de Pós- Graduação em Psicologia da Universidade de Fortaleza (Unifor), intitulado A Gestalt-Terapia e a Abordagem Centrada na Pessoa são Enfoques Fenomenológicos?. Esse questionamento em torno das relações entre o pensamento fenomenológico e as diversas abordagens psicológicas continua com o texto Reflexões sobre a Afinidade de Jung com a Fenomenologia, de autoria de Andrea de Alvarenga Lima e Jean Carlo Kurpel Diogo, ambos da Universidade Federal do Paraná.

Apreciamos também quatro reflexões em torno da diversidade de aplicações da Gestalt-Terapia: A Escuta Fenomenológica Comprometida pela Ética Religiosa de uma Gestalt-Terapeuta, de Jackeline Paulla Tavares (Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-Terapia de Goiânia) e Celana Cardoso Andrade (Universidade Federal de Goiás); Implicações dos Comportamentos Repetitivos no Contexto das Relações Amorosas, de autoria de Thatianny Bezerra Moreira Ferreira (Instituto Gestalt do Ceará); Reflexões sobre o Contrato Terapêutico como Instrumento de Auto-Regulação do Terapeuta, de Gladys Costa de Moraes Rêgo Macedo D`Acri (Instituto Terapêutico Corpo e Mente/RJ); e A Criança com Transtorno de Ansiedade: Seus Ajustamentos Criativos Defensivos, de Sheila Maria da Rocha Anthony (Instituto de Gestalt-Terapia de Brasília).

A pesquisa qualitativa também se faz presente com o texto intitulado Formas de Exercer a Paternidade em Belém (PA) e Évora (Portugal), de Adelma Pimentel, do Programa de Mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Pará. Por fim, temos ainda uma reflexão filosófica em torno de Algumas Contribuições de Merleau-Ponty para a Psicologia em “Fenomenologia da Percepção”, de autoria de Maria Virgínia Filomena Cremasco, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Paraná.

Na nossa Seção “Textos Clássicos”, oferecemos aos leitores uma nova tradução do último capítulo de uma das mais importantes introduções ao pensamento gestaltista &– a chamada “Escola de Berlim” &– que é a Posição Filosófica da Teoria da Forma, originalmente publicado em 1937, no livro La Psychologie de la Forme, de Paul Guillaume. Esse texto conheceu uma primeira tradução no Brasil na década de 60, pela Companhia Editora Nacional, de São Paulo, e foi seguramente um dos textos mais lidos em cursos sobre Psicologia Gestaltista, história e epistemologia da psicologia.

Por fim, apresentamos ainda três resumos de importantes trabalhos acadêmicos recentemente produzidos em nossos programas de pós-graduação &– sendo duas dissertações de mestrado e uma tese de doutorado: A Intervenção Precoce nos Ajustamentos do Tipo Psicótico e a Clínica Gestáltica: Ensaios Preliminares (2008), relativo ao mestrado em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília, de autoria de Lílian Cherulli de Carvalho; Lógica e Técnica na Redução Fenomenológica: Da filosofia à empiria em psicologia (2009), mestrado em Psicologia, desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, de autoria de Thiago Gomes de Castro; e Heidegger e Lacan: A Linguagem do Ponto de Vista Ontológico e da Prática Analítica (2009), doutorado em Psicologia Clínica e Cultura, na Universidade de Brasília, de Ívena Pérola do Amaral Santos.

Continuamos nossa empreitada na direção da construção de um periódico sólido e de qualidade respeitável. Para tanto, agradecemos imensamente as contribuições prestimosas de todos os autores até aqui, e reiteramos o convite à leitura, à divulgação e à colaboração de todos.

 

Adriano Furtado Holanda
- Editor -

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