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Revista da Abordagem Gestáltica

versão impressa ISSN 1809-6867

Rev. abordagem gestalt. vol.17 no.1 Goiânia jun. 2011

 

EDITORIAL

 

Chegamos ao nosso quinto aniversário, muito próximos de realizar a proposta inicialmente vislumbrada anos atrás: a de se tornar um veículo da interlocução, da qualidade do diálogo, da abertura e, principalmente, da transcendência de campos restritos a esta ou aquela ideologia, para ampliar o olhar numa perspectiva comprometida com nossas premissas básicas orientadas pela Fenomenologia, e fiéis ao "retorno" husserliano.

A proximidade desta realização nos motivou a reconhecer a necessidade de reafirmar o fato concreto da sua própria realidade, qual seja: que representamos todo um leque de "abordagens", ou de "olhares", ou de "perspectivas teóricas" que guardam entre si algumas semelhanças.

Neste primeiro número do ano, antecipamos o que ainda está por vir, dado que este é o ano do II Congresso Sul-Brasileiro de Fenomenologia, cujos temas e textos serão publicados nos números subseqüentes. Assim, antecipando um pouco este debate, fomos primados com uma excelente contribuição da Profa. Jeanine Chamond, da Université Paul Valéry, de Montpellier (França), com a tradução de sua conferência realizada na Universidade de Fortaleza (Unifor) e organizada pelo "Laboratório de Psicopatologia e Psicoterapia Humanista Fenomenológica Crítica (APHETO)", e coordenado pela Dra. Virginia Moreira e pelo Dr. Georges Boris. O texto da Profa. Chamond - intitulado Fenomenologia e Psicopatologia do Espaço Vivido segundo Ludwig Binswanger: Uma Introdução - introduz a importante contribuição de um dos mais renomados psiquiatras fenomenológicos da história.

Na mesma direção de nossa contribuição internacional, o diálogo com a Daseinsanálise vem ainda a ser reforçado com o texto A Clínica Daseinsanalítica: Considerações Iniciais, de autoria da Dra. Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo, da UERJ.

Ainda em meio à diversidade do campo de nossa interlocução, trazemos a contribuição da Profa. Maria José Pereira Rocha, da PUC-Goiás, com o texto Tramando Gênero nos Contos de Machado de Assis. Esta diversidade se expande para dois novos campos de análise na psicologia, com o resgate de dois importantes marcos dessa história: o pensamento de Rollo May e o legado da Logoterapia de Viktor Frankl, com os textos de Carlos Roger Sales da Ponte e Hudsson Lima de Sousa, da UFC - intitulado Reflexões Críticas Acerca da Psicologia Existencial de Rollo May - e o artigo de Paulo Kroeff, da UFRGS, chamado Logoterapia: Visão de Psicoterapia.

Por fim, apresentamos um conjunto de cinco artigos que tocam especificamente o pensamento gestaltista, mas que apresentam interlocuções importantes que marcam uma "ampliação" do seu campo, com diálogos em diferentes contextos: como a clínica, com o artigo de Cinthia Vieira Möller (ITGT/GO) e de Celana Cardoso Andrade (UFG), A Sexualidade Feminina pela Perspectiva da Gestalt-Terapia: Uma Pesquisa Qualitativa- Fenomenológica; a saúde, com o texto de Bruna Gonçalves Campos, Tatiana Bruno de Toledo e Nilton Júlio de Faria (todos da PUC-Campinas), Clínica Gestáltica Infantil e Integralidade em uma Unidade Básica de Saúde ou o artigo de Rafaella Brito e Silva (PUC-SP) e Carolina Brum Faria Boaventura (IGTB), Psico-Oncologia e Gestalt-Terapia: Uma Comunicação Possível e Necessária; ou ainda novos diálogos epistêmicos, como os artigos de Giovana Reis Mesquita (UFBA), intitulado O Aqui-e-Agora na Gestalt-Terapia: Um Diálogo com a Sociologia da Contemporaneidade; e o texto de Érico Douglas Vieira (UFG) e Luc Vandenberghe (PUC-Goiás), que faz Reflexões sobre Gestalt-Terapia e Psicodrama a Partir do Movimento de Integração em Psicoterapia.

Findamos este número com a apresentação da tradução do primeiro capítulo do importante livro de Eugène Minkowski - O Tempo Vivido - que, esperamos, possa abrir novos caminhos para a discussão da psicopatologia fenômeno-estrutural em nosso país.

Agradecemos a significativa e fundamental contribuição de todos os autores deste número, bem como de toda a equipe de editores e colaboradores, e convidamos a todos os leitores da fenomenologia a ampliar nosso debate, cada vez mais focados nos estudos fenomenológicos.

Adriano Furtado Holanda
- Editor -

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